quarta-feira, 26 de outubro de 2016

A culpa é do Benfica!

"O Sporting, tal qual o ano passado, desperdiçou 2 pontos no jogo contra o Tondela. Poderiam ter sido até 3, não fosse o minuto 96. Desaires acontecem, de vez em quando, às equipas consideradas favoritas. Todavia, para além de exibição medíocre, o Sporting, neste jogo, pode queixar-se de vários factores, directa ou indirectamente relacionados com o Benfica. Vejamos:
1.º O Benfica terá enfeitiçado o tom dela (da partida, entenda-se), depois da vitória em Kiev;
2.º Petit, o valoroso treinador tondelense, tem fraquinho pelo Benfica e foi seu jogador de mérito. O Sporting deveria pugnar para que as equipas que defronta não sejam treinadas por ex-atletas do SLB;
3.º A notícia sobre os melhores 29 treinadores deste ano, em cuja lista se inclui Rui Vitória, não deveria ter sido divulgada antes do jogo de Alvalade. O SCP tem razão quando se queixa desta discriminação na comunicação social e da falta de sensatez da FIFA;
4.º O melhor jogador em campo para A BOLA e marcador do golo do Tondela foi Murillo, que é venezuelano e foi emprestado pelo Benfica. O SCP deveria impor, federativamente, que os jogadores emprestados pelo encarnados, não deveriam defrontar os leões;
5.º A ausência inusitada de dois ex-jogadores do Benfica no onze: Markovic, que 4 dias antes foi titular contra os alemães e Bruno César (que só entrou na 2.ª parte);
6.º O triplo-salto de Nélson Évora, no momento da apresentação, deteriorou parte do relvado de Alvalade, talvez devido às sapatilhas ainda pagas pelo SLB;
7.º Os famosos vouchers do Benfica não foram replicados em Alvalade."

Bagão Félix, in A Bola

Vida e obra do adepto de ocasião

"Há uma coisa que qualquer jornalista sabe que tem de abdicar a partir do momento em que abraça a profissão: o prazer de ser adepto. Sim, penso que não estou a dar nenhuma novidade se disser que é de todo improvável encontrar um jornalista que se dedique à área do desporto que não tenha ou teve uma predilecção por um clube. É assim que se aprende a gostar de futebol em Portugal. E, como o ideal é que qualquer pessoa goste do trabalho que faz, acho até saudável que assim seja.
Vamos passar à frente a história de que uns jornalistas esquecem melhor o clube do que outros (digladiem-se aí na caixa de comentários se quiserem) e avançar para o essencial: ser adepto é passado para qualquer jornalista.
O que, no meu caso, não invalida que nutra por eles particular interesse. O seu comportamento, a sua forma de estar, as suas opiniões, as suas acusações e defesas. Tudo isto permitiu-me separar claramente duas estirpes: o adepto a sério e o adepto de ocasião. Naturalmente tenho mais respeito pelo primeiro. Naturalmente acho muita mais graça ao segundo.
O adepto de ocasião é facilmente identificável. Normalmente surge nos estádios com a equipa em bom momento, aproveitando o trabalho dos adeptos a sério nas fases mais complicadas. Veste camisola alternativa, pois não parece perceber muito bem a palavra legado. Nas costas, caso haja um nome, só há duas hipóteses: o craque absoluto e indiscutível da equipa que ninguém ousará criticar ou o nome próprio, porque é mais importante do que qualquer lateral direito desta vida.
No estádio é bipolar, conforme o jogo for correndo. A acção concreta «passe demasiado largo/passe interceptado» corresponde, invariavelmente, a um desabafo «ah era boa, era boa/ai se ela passa» nos primeiros 15 minutos. A partir daí, caso o resultado não saia do nulo, a mesma acção concreta vai, também invariavelmente, motivar reacções distintas, até ao extremo «tira-me este gajo!». Nem que seja aos 20 minutos de jogo. Caso haja golo e, no lance seguinte, a mesma acção concreta «passe demasiado largo/passe interceptado», então lá voltamos ao inicial «ah era boa, era boa/ai se ela passa», iniciando um novo ciclo.
Regra fulcral para qualquer ida ao estádio do adepto de ocasião: nunca, sob circunstância alguma, ver um jogo até ao fim e, dessa forma, correr o risco de demorar mais 15 minutos a chegar ao conforto do lar. O adepto de ocasião ainda hoje acha que Kelvin é só um miúdo que passou sem grande sucesso pelo FC Porto, que o Benfica de Jorge Jesus perdeu com o Gil Vicente e não entende como não o mandaram logo ali embora ou que o Sp. Braga conquistou a final da Taça ao Sporting de Marco Silva. Deixem-nos estar. Pelo menos no carro estava quentinho.
O adepto de ocasião usa as hashtags oficias do clube, retwita toda a provocação ao rival, aplaude o mais descarado camião de areia nos olhos de um dirigente, defende o paineleiro como se de um craque se tratasse, apoia totalmente o treinador se ganhar, quer vê-lo despedido após o primeiro empate em casa porque a equipa não tem uma ideia de jogo.
Não há nada mais vital para esta classe do que a ideia de jogo. Nem quatro golos na baliza adversária. Nem dez pontos de avanço na Liga. Nem uma fase de grupos imaculada na Champions. Importante é uma ideia de jogo. O que é isso ao certo? Não sabe/não responde.
O adepto de ocasião só vai a um jogo fora se não for muito longe, estiver por perto ou até está bom tempo para dar um passeio. Era incapaz de trabalhar um dia de forma gratuita para o clube mas sonha com o dia em que receberá o galardão para empregado do ano.
Esta espécie reproduz-se facilmente, pois o período de desenvolvimento é deveras mais rápido do que o do adepto a sério e, ao mesmo tempo, agrada mais ao clube. Ao contrário do adepto a sério, que é como aquele cliente regular que só bebe um café e ocupa a mesa a tarde toda porque gosta mesmo de lá estar, o adepto de ocasião petisca, lancha, bebe um gin premium e come umas pipocas em 80 minutos.
Depois volta ao calor condicionado da sofagem, enquanto sintoniza o rádio na estação que passa os hits da moda. Ao longe, um grito de golo que vira o jogo passa despercebido entre os primeiros acordes de «Lock out of heaven» de Bruno Mars.
O adepto de ocasião sorri: foi um dia feliz. O adepto a sério rejubila: foi o melhor dia do mundo."

Derrota em França

Elan Chalon 90 - 76 Benfica
(20-21, 21-18, 24-17, 25-20)

Derrota normal, o adversário é mais forte, e marcou 14 Triplos (46,7%) e nós só marcámos 5 Triplos (25%)... além disso os 40/31 nos ressaltos, também ajudaram à festa!!!!
Os Franceses já tinham ganho em Bruxelas na 1.ª jornada, são claramente a equipa mais forte do grupo... mas acredito que vamos lutar pelo 2.º lugar com os Belgas e com os Húngaros!