sábado, 8 de outubro de 2016

Continental, mal encaminhada...!!!

Barcelos 5 - 4 Benfica
Rodrigues, Nicolia, Adroher

Para quem não sabe a Taça Continental no Hóquei em Patins, é como a Supertaça Europeia no Futebol.

Depois do último jogo a equipa ter parecido querer voltar às boas exibições, hoje, voltámos à 'pré-época': mau!!! O 5-4 no fim até não é muito mau, tendo em conta que esteve 5-2 a pouco minutos do final, mas ao Campeão Europeu exige-se mais...
Ainda temos a 2.ª mão na Luz, mas será muito complicado, ainda por cima quando sofremos golos em praticamente todas as 'bolas paradas' (Livres Directos e penalty's, hoje foram 4!!!), e não conseguimos marcar um sequer (hoje, falhámos 3 Livres Directos!!!).

Já agora, os golos fora, não 'contam' a dobrar em caso de empate!

Vantagem...

Benfica 31 - 26 Kaerjeng
(18-15)

Bom resultado... num jogo muito equilibrado, onde o Benfica conseguiu nos últimos minutos, conquistar uma vantagem muito interessante...
A Taça EHF, tem um nível superior à Challenge, esta equipa do Luxemburgo tem muitos estrangeiros, e são fisicamente fortes... e apesar dos 5 golos, a eliminatória não está ganha!

É só falazar, falazar

"Era desnecessário o comunicado do Benfica a explicar aos incautos que o presidente do clube ao dizer 'por favor, não falem dos outros clubes' não feriu nem os Estatutos do Clube nem a Constituição da República restringindo o direito à liberdade de expressão dos adeptos e aos associados com maior ou menos expressão pública, o que seria francamente intolerável. As próprias palavras de Luís Filipe Vieira seriam desnecessárias se a Natureza providenciasse a todos os da sua casa lucidez e modéstia em doses bastantes para que ninguém sucumba à doença infantil da microfonite aguda face à tenda que se vê montada do outro lado da rua.
Vieira sabe que, pelo segundo ano consecutivo, o Benfica está a ser levado ao colo por aquilo a quase convencionou chamar, por respeito à instituição, 'comunicação' do Sporting e que, por incrível que pareça, já conheceu melhores dias. Se, por exemplo, o 'kit' Eusébio fez o seu relativo furou na imprensa em Outubro de 2015, já esta 'denúncia' de Outubro 2016 sobre ameaças a árbitros não mereceu sequer chamada de primeira página nos três jornais desportivos em circulação. Imagine-se só o que será e o vai acontecer à denúncia de Outubro de 2017.
Basicamente será aquele estribilho que já cantava a Beatriz Costa, em 1936, numa revista do 'Parque Mayer:
- É só conversar, falazar, falazar...
Foi um sucesso imediato. O espectáculo esteve meses em cartaz e tinha o curioso título de 'Arre Burro!'
É portanto, do interesse de Vieira, porque é do interesse do Benfica, obstara que sejam os franco-atiradores benfiquistas e preencher o espaço noticioso sobre o actual momento do rival. Houvesse coragem e esses blocos informativos seriam ocupados pelas reflexões provenientes da 'massa crítica' do Sporting que começa agora a sair da clandestinidade fazendo até por merecer uns valentes apodos do presidente em exercício, o que também não nos diz respeito.
Com a eleição de António Guterres para secretário-geral da ONU, confirma-se a velha denúncia de Pinto da Costa. O Benfica persiste em 'meter gente em lugares importantes'. Parabéns!
Na morte de Mário Wilson, disse Toni que com ele privou no futebol mais do que ninguém entre os ainda vivos: 'O teu filho branco curva-se perante a memória do seu segundo pai.' Poucas palavras, é certo, mas que nos dizem tanto sobre Mário Wilson e, obviamente, sobre o próprio Toni. E, perdoem-me o abuso, poucas palavras que nos dizem tanto sobre aquilo que queremos que nunca deixe de ser o Benfica."

O futebol e os terroristas da palavra

"A liberdade de expressão que a democracia consagra não legitima a ofensa nem o insulto. É que a democracia não é o sistema político do caos.

Invocar o 25 de Abril e a democracia, em nome da liberdade ao livre insulto e à ofensa, é uma infâmia para o 25 de Abril e uma manifestação da mais profunda e obscura ignorância sobre os valores fundamentais da liberdade.
A democracia não é o sistema político do caos, do direito à irresponsabilidade dos actos e da consagração do ataque ao direito dos cidadãos ao seu bom nome.
Nenhuma sociedade organização resistiria a esse caos e o futebol também não. Daí que seja necessário colocar um travão na crescente irresponsabilidade das afirmações e das ofensas que por aí se fazem de forma gratuita e livre, compensando os difamadores, os terroristas da palavra, os instigadores do ódio e da violência.
Por isso, é para mim indiscutível que o presidente do Benfica faz bem em definir uma política oficial de recusa em entrar nessa guerra destruidora do futebol e que só acontece por quase absoluta impunidade dos responsáveis.
Pode dizer-se que é uma manifestação hipócrita, uma vez que o mundo da comunicação tem muitos exemplos de benfiquistas, com ou sem responsabilidades nos órgãos do clube, que garantem o lado bélico dessa comunicação, mas é também óbvio que o controlo dessas situações deve ficar ao juízo dos órgãos certos: no mundo civil, os tribunais; no mundo desportivo, a justiça desportiva. Uns e outros devem exercer as suas funções com competência e rigor.
Sempre tem havido, em Portugal, a má tradição de desresponsabilizar os culpados, dizendo que, afinal, todos somos culpados, os dirigentes, os treinadores, os jornalistas, os roupeiros, o povo do futebol. Mas não é verdade. Há uns que são culpados e outros que são inocentes. Numa sociedade justa e livre torna-se necessário julgar e penalizar os culpados e ilibar de responsabilidade os inocentes.
Parece simples, mas, em Portugal não é assim tão simples e no futebol português é, ainda, mais complicado.
Por isso se tem assistido, nos últimos tempos, a uma constante subida do tom na escala de violência dos discursos. Alguns, a aparecem travestidos de uma falsa linguagem de coragem, assentam apenas numa manipulação oratória de raiz populista, ocos de conteúdo e de argumentos, que apenas tendem a acender de paixão, mas também de ódio, os corações dos adeptos menos racionais.
Os objectivos sãos os de sempre: desresponsabilização dos maus resultados desportivos, criação de um clima de medo e de perturbação que permitem o beneficio do infractor.
Não há, aliás, muito de original, nisto. A história do futebol português está cheia de episódios destes, em que a poeira e o ruído dos discursos inflamados e dos apelos mais ou menos declarados à cegueira dos homens, em nome do amor ao clube, determinaram tempos negros e que não podem, nem devem ser esquecidos.
Nesse aspecto, a história repete-se. Em farsa, dirão alguns que aligeiram a situação. Sim, mas em farsa que pode vir, em qualquer altura, degenerar em tragédia.
A acontecer, virão as carpideiras do costume condenar os excessos de todos e a irresponsabilidade crónica das pessoas do futebol. Lamentar os acontecimentos e rezar, pelas vítimas, três 'Pais Nossos e cinco Avé Marias'. Aliviarão, assim, as más consciências.
Prefiro alertar antes para a alta probabilidade de numa altura em que o campeonato estiver mais aceso de emoções e de paixões se possa instalar um clima de violência preparada e criada, ao longo dos meses, por esses terroristas da palavra.
Julgarão alguns que defendo um estado policial para o futebol. Não. Defendo, apenas e só, um estado de direito em Portugal.
(...)"

Vítor Serpa, in A Bola