domingo, 11 de setembro de 2016

Série vitoriosa...

Benfica 2 - 1 Académico de Viseu


Três vitórias consecutivas!!! Quem diria?!!!
Média de idades baixíssimas (19 anos ou menos...), praticamente todos os jogadores com muitos anos de Seixal... e finalmente, uma equipa pragmática, a cometer menos erros e a ganhar jogos!!!

O Académico 'ajudou' ao bom jogo, não veio com o autocarro, o que resultou num jogo agradável (duas bolas nos nossos ferros!!!), e várias oportunidades... Boa 1.ª parte... para mim, o início da 2.ª parte foi o nosso pior período, mas depois do segundo golo, melhorámos...

Destaque para a estreia do Kalaica na equipa B, do regresso do Saponjic... da titularidade do Buta e do Guga... do grande golo do Heri (mais um...)... e da estreia de mais um menino: Florentino! Para mim, além do Zé Gomes, tanto o Florentino, como o Gedson, como o Dju deviam 'subir' à equipa B... apesar da juventude, têm 'caparro' para jogar na II Liga!

Sendo que na terça-feira, na UEFA Youth League devemos jogar na máxima força (excepto se algum jogador estiver na equipa principal)!

De Arouca a Atenas

"A juventude e o benfiquismo são desígnios sublinhados pelo presidente Luís Filipe Vieira. O Benfica-2020.

(...)
2. Na passada sexta-feira um Benfica, dito dorido, em razão de ter o conjunto dos seus avançados na enfermaria - por razões diferentes - ultrapassou, claramente, o Arouca de Lito Vidigal. Um Arouca que há poucas semanas perturbou Atenas e Paulo Bento e que é uma das equipas emergentes no nosso futebol. O certo é que este Benfica sem avançados foi demolidor principalmente na primeira meia hora. Foram trinta minutos de elevada nota artística. Com lances singulares. Com movimentações extraordinárias. Com uma dinâmica exemplar. Rafa fez a sua estreia e mostrou, a todos, que o repentismo e o virtuosismo quase não precisam de treino. E Gonçalo Guedes evidenciou as suas imensas qualidades e a sua capacidade de adaptação - e boa adaptação - a múltiplos lugares e funções atacantes. E Salvio e Pizzi, cada um com as suas inatas características, ajudaram no caudal ofensivo que evidenciou as potencialidades - e as opções - deste Benfica. Arouca foi, de verdade, o momento de boa esperança para este Benfica da segunda época de Rui Vitória. No primeiro de três jogos complexos. No arranque, que se deseja vitorioso, na Liga dos Campeões e na antecâmara do confronto com o Sporting de Braga. Com uma defesa sólida e consolidada, com Fejsa dominador e André Horta em contínua progressão e integração, o Benfica, este Benfica, sabe que merecia mais, muito mais, em Arouca. Em razão do que fez e, também, em razão de uma clara grande penalidade não assinalada. E se no final do jogo naquela jogada fantástica de André Horta o jovem José Gomes tem conseguido tocar com êxito a bola então o justo cumprimento de Luisão - grande capitão! - teria sido bem mais efusivo e a sua estreia memorável.
Mas também fica o registo, no dia em que Renato Sanches integrou o onze inicial do Bayern de Munique, que a aposta na formação, a aposta no Seixal, é, como bem reafirmou o presidente do Benfica na sua serena, correcta e bem viva e positiva entrevista a José Alberto Carvalho, um dos desígnios estratégicos do Benfica para o próximo quadriénio. Para o Benfica 2020. E com a nota, que evidencio, que em Arouca este Benfica actuou, no conjunto, com seis jogadores portugueses. O que também evidencia um propósito que importa enaltecer: mais portugueses no conjunto de um lote de talentos de diferentes origens que a prospecção do Benfica, e bem, tem atraído e tem motivado.

3. Na próxima terça-feira arranca a nova edição da Liga dos Campeões. E na quarta, decerto antes da segunda parte da primeira jornada desta Liga - com o Sporting a defrontar o Real em Madrid - saberemos quem sucederá a Michel Platini na liderança da UEFA. Acredito que também na UEFA vai haver uma mudança significativa. a disputa entre o esloveno Ceferin e o holandês Van Praag é uma disputa entre a modernidade e a continuidade. Sabemos que Platini irá a Atenas, a convite do Comité Executivo da UEFA, «para por à disposição do Congresso o seu mandato de Presidente». Já que, de verdade, a face à crise que percorreu (e percorre) a FIFA e a UEFA, ele nunca se demitiu da organização europeia que, agrupando 55 federações, gere o futebol do nosso continente e múltiplas competições.

Acredito que Ceferin, que recebeu o apoio da nossa federação, será, com o impulso do presidente da FIFA e do doutor Fernando Gomes, o próximo presidente da UEFA. Será uma novidade para o futebol e, também para a estrutura do futebol na Europa: um cidadão da Eslovénia, estado nascido - reconhecido em 1992 - do desmantelamento da Jugoslávia, chega à liderança de uma poderosa organização europeia. É um sinal de novos tempos. E um dos que percebeu, com sagacidade, estes tempos foi o presidente da federação da selecção campeã da Europa em título. Que, no entanto, arrancou, na Suíça, o percurso para o Mundial de 2018 com o pé esquerdo!
Acredito que a indústria do futebol português, que em todos os jogos da sua principal liga transmitidos pela Sport TV, e fazendo os possíveis para os ter em horários não coincidentes, não gostou do dia e em especial da hora que, na sua bem plena e legítima liberdade, o presidente do Sporting escolheu para a entrevista a Rodrigo Guedes de Carvalho na passada sexta-feira. Agora que a concentração televisiva quase está consolidada e os principais operadores entraram, com força e lógicas diferentes, no capital social da Sport TV julgaríamos que todos deveriam potenciar os produtos que geram tesourarias bem suplementares para os principais actores da indústria do futebol português. Mas as nossas singularidades são, por vezes, não explicáveis. Nem confessáveis. O que significa, então, que a fragilidade do poder é bem maior do que muitos admitiriam e um sinal que no final desta época desportiva pode haver alterações bem substanciais das circunstâncias actualmente existentes. Como o Mundo, também neste novo 11 de Setembro, tudo é feito de mudanças. De Arouca a Atenas!"


Fernando Seara, in A Bola

Questões no Atlântico

"A discussão de temas do Direito Desportivo e da política legislativa desportiva fez-me regressar à Madeira no fim desta semana, no âmbito de uma conferência levada a cabo no Funchal (com excelente organização e grande adesão) pelo Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Advogados. Com o Atlântico a vigiar, esta foi mais uma oportunidade para, além dos dados assentes e das matérias pacíficas, questionar e provocar quem legisla, quem decide e quem executa.
Começando pelo Tribunal Arbitral do Desporto, prestes a completar um ano de funcionamento e apostado em contrariar as obsessões direccionadas à sua extinção, será já altura de propor, interna e/ou externamente, algumas modificações legais (algumas delas óbvias e manifestas) à sua lei reguladora, considerando a experiência dos juízes árbitros (no que toca em particular à tramitação processual) e a gestão do seu Conselho Directivo?
Será tempo de criar (finalmente) um regime especial e completo sobre a elegibilidade, incompatibilidades e responsabilização dos administradores das sociedades desportivas? Será que, neste domínio, saberão os riscos acrescidos que correm os chamados 'gestores executivos', com exclusividade/dedicação a tempo inteiro? E, ainda nesta sede, será que urge nova ponderação sobre o edifício fiscal (directo e indirecto) da actividade societária desportiva?
Será que estamos no tempo certo para, na emergência de novo diploma sobre o contrato de trabalho desportivo, fazer emergir um mecanismo processual célere (no seio do TAD) para atacar as 'clausulas de rescisão' manifestamente excessivas e irrazoáveis? Será que veremos finalmente sindicada pelos órgãos jurisdicionais a legalidade dos regulamentos federativos, tendo em conta a imperatividade dos princípios gerais de actuação das entidades administrativas no exercício de poderes públicos, em especial a obrigação de prossecução do interesse público e a proporcionalidade e proibição do excesso, no confronto com direitos subjectivos e interesses legalmente protegidos dos agentes desportivos?
Será que as federações estão a cumprir com os requisitos legais expressos para a manutenção da utilidade pública desportiva, nomeadamente na actuação dos seus órgãos disciplinares? E o Estado, fiscaliza, ou deixa andar esta procissão?
Nos entretantos, sempre se ouvem as mesmas necessidades/urgências: rigor; transparência; fundamentação; confiança; coragem! À espera que elas possam vir todas ao mesmo tempo..."