quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Futebol biológico

"No mundo global, as equipas transformaram-se em verdadeiras sociedades de nações, tal a origem dos atletas.
Cada vez é mais difícil memorizar os plantéis, sempre em acelerada rotação. Ao ler, com interesse e curiosidade, os Cadernos de A BOLA, deparei com alcunhas e nomes estrangeiros estrambólicos e impossíveis de reter.
Com os nomes portugueses, resolvi constituir 3 equipas biológicas: uma de nomenclatura animal e duas de botânica (árvores e herbáceas). Como havia mais do que 11, fiz a minha selecção destes 3 grandes. Assim:
De seres animais, o meu onze (treinado por Emílio Peixe) seria: Galo, na baliza (à falta de frango ou peru); defesas: Sapo, Carraça, Coelho e Bicho; médios: Toro (um hondurenho que naturalizei português) e Leão (emprestado pelos leões); nas alas, os artistas Pintassilgo e Grilo e no ataque, Falcão e Pinto (Pintos há muitos, oh Peixe!). Como suplente de luxo (excepto em relva artificial), Minhoca.
Das espécies arbóreas: guarda-redes, Chaparro (para melhores manchas); defesas: Castanheiro, Nogueira, Carvalho e Lenho (quarteto forte para as tacadas); médios, Macieira e Pereira (para dar fruta), nas alas, Oliveira e Palmeira e no ataque, Lima e um Pinheiro (para o jogo aéreo). O técnico seria Carlos Carvalhal.
Das herbáceas: na baliza, o jovem Batatinha; na defesa, Ervões, Silva (com muitos picos), Cravo e Ervões; no meio-campo, Rosa e Viveiros, com os irmãos Horta nas alas; no ataque, Pimenta e Silvestre, uma dupla selvagem. E com Leonardo Jardim a dirigir este grupo.
Os jogos entre estes grandes seriam arbitrados pelo polémico e resistente Manuel Oliveira."

Bagão Félix, in A Bola

Benfiquismo (CCXII)


Inauguração do Estádio das Amoreiras, 1925