sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Lista para a Champions

Como era expectável, a Lista de jogadores para a Champions ia levantar alguma polémica (no Benfica é sempre assim...!!!).
Recordo que existe a obrigatoriedade de ter jogadores Formados no Clube (Lopes, Lindelof, Guedes) e Formados Localmente (na respectiva Federação...), sobrando somente 17 lugares para os 'estrangeiros'!!!!
O Ederson e o Horta ainda não são considerados Formados no Clube, porque não têm 3 anos de contrato, entre os 15 e os 21 anos.
Sendo assim, era só fazer as contas!!!!!!!!
Além dos esperados Kalaica e Jovic, os poucos utilizados neste início de época Danilo e Zivkovic também ficaram de fora!
Continua a julgar, que ambos, vão ser figuras importantes do Benfica esta época, mas tendo em conta a lesão do Zivkovic e o 'problema' que tem impedido o Danilo de ser convocado, acaba por ser normal estas opções.
Se tudo correr normalmente, após a Fase de Grupos, o Benfica poderá alterar as Listas...

GR: Ederson, Júlio César, Paulo Lopes
DC: Jardel, Luisão, Lindelof, Lisandro
DD: Almeida, Semedo
DE: Grimaldo, Eliseu
MC: Fejsa, Celis, Samaris, Horta
MD: Pizzi, Salvio, Carrillo
ME: Cervi, Rafa
AV: Jonas, Mitroglou, Jiménez, Guedes

Ainda não foi anunciada a Lista B, que vai incluir praticamente todos os jogadores da equipa B.

Cuidados redobrados

"1. Sorteios são sorteios. Não há que lamentar, nem rejubilar. Mas o grupo da Champions que nos calhou não é nada fácil, sobretudo tendo em conta que o Benfica saltava, com todo o mérito, do pote 1. Nápoles, Besiktas e Dínamo de Kiev são adversários a quem podemos ganhar, mas com quem também podemos perder. A afirmação parece um tanto lapalissiana, mas a verdade é que entre estas quatro equipas qualquer classificação será, digamos, normal. É o chamado grupo traiçoeiro, acessível na aparência, mas perigoso a cada esquina. A última vez que algo semelhante nos tocou em sorte (há dois anos, com Zenit, Mónaco e Leverkusen), correu-nos mal. Não há 'pêras doces', como noutros grupos. Não há tubarões que possam retirar todos os pontos a todos os adversários. Cada jogo é decisivo, e pode não haver margem de erro.
Acresce que todos os adversários (dois campeões e um vice-campeão) estão em excelente momento da sua história recente. Dito isto, é óbvio que acredito no Benfica, e em mais um apuramento para a fase seguinte.

2. A arbitragem portuguesa parece estar a mudar... mas para pior. Podem ser apenas sinais. Pode ser precipitado fazer já uma avaliação. Mas o que se percebe destas primeiras três jornadas, quer em termos de nomeações, quer em termos de desempenhos, não augura nada de bom. Estejamos atentos, e não permitamos o regresso a um passado negro, agora com outros protagonistas.

3. A época das modalidades começou da melhor forma, com um triunfo na Supertaça de Andebol. Será certamente o primeiro de muitos títulos, pois a infelicidade que tivemos nas últimas finais não durará para sempre."

Luís Fialho, in O Benfica

Bazófia

"Esta semana aconteceu-me um episódio curioso que quero partilhar convosco e que espelha como vai ser esta temporada no futebol português. Apanhei um táxi em direcção ao Rossio, em Lisboa, e da tagarelice habitual passámos - o condutor e eu - para uma conversa animada sobre futebol. Imaginem vocês que o senhor taxista era adepto do Sporting CP - afinal também os há... - e mostrou a sua filiação clubística com a seguinte expressão: 'O que eu sei é já não vejo ninguém à frente'.
Não resisti e soltei uma bem-disposta gargalhada desde o banco de trás. 'O ano passado também era assim e foi o que se viu', respondi-lhe. A conversa encaminhou-se para uma discussão quando o idoso senhor me perguntou qual seria então o campeão se não fosse o seu clube. Naturalmente atirei-lhe com um lacónico 'o campeão dos últimos anos'. Após alguns momentos de silêncio, o taxista voltou à carga com os negócios de milhões de Alvalade, com a excelência dos dirigentes, com o facto do Adrien ter de 'estar mas é caladinho e cumprir o contrato'. Foi assim que percebi que estava perante um senhor de idade com claros problemas de visão e a sofrer de um mal que assola há quase 15 anos uma pequena franja da sociedade portuguesa: a azia.
A conversa azedou de vez quando lhe fiz ver que a bazófia não leva a lado nenhum, como se provou a temporada passada. Nada. O taxista, sem argumentos, continuava a relembrar que a sua equipa está à frente do campeonato. Estávamos a chegar ao Rossio quando lhe disse: 'Lembre-se de que ainda vamos na terceira jornada e que não há campeões em Setembro'. No fim da corrida deixei um euro de gorjeta, não vá ser preciso uma ajuda para pagar ordenados."

Ricardo Santos, in O Benfica

Previsíveis

"Tanto Rui Vitória como a nossa equipa de andebol são previsíveis, no sentido em que o primeiro procura sempre alterar o que terá contribuído para uma exibição menos conseguida e a segunda nunca se dá por vencida.
Na Choupana, Cervi e Mitroglou deram o lugar a Jonas e Jiménez, e Pizzi alinhou noutra posição. O Benfica surgiu mais solto, dinâmico e esclarecido. O regresso de Jonas fez toda a diferença, todavia as melhorias extravasaram a influência do nosso formidável atacante. Talvez, também, por outra das facetas do Benfica liderado por Rui Vitória ser uma certa previsibilidade na reacção positiva a um desaire recente. Não o esquecemos na próxima infelicidade.
Em Setúbal, frente ao ABC, os nossos andebolistas recuperaram de uma desvantagem de quatro golos a seis minutos do final da partida. O triunfo nesta Supertaça deveu-se à qualidade, à entrega e à recusa em aceitar uma derrota que chegou a parecer inevitável.
'À Benfica', portanto, o que começa a tornar-se previsível na nossa equipa de andebol, independentemente do desfecho final, poderemos sempre depositar nela a confiança de que tudo fará para engrandecer o nosso palmarés na modalidade.
E já que refiro a previsibilidade, uma última palavra para o clássico dos antis disputado na última jornada. Os portistas queixaram-se do árbitro, os sportinguistas não reivindicaram a necessidade da implementação do uso do vídeo-árbitro, e ambos, alegres e contentes numa espécie de irmandade, insultaram os benfiquistas. Não duvido de que sejam rivais... na disputa pelo ceptro do antagonismo ao Benfica. Eles lá saltam para ver quem não é lampião, e nós, sentados em frente ao televisor, sorrimos."

João Tomaz, in O Benfica

Sonhar Tóquio - 2020

"Terminados os Jogos Olímpicos do Rio - 2016, as modalidades ditas amadoras regressam à sombra. Serão desenterradas daqui a quatro anos. Com Tóquio - 2020 no horizonte, voltaremos a falar de medalhas, de resultados de excelência, de apoios, de projectos, de cultura desportiva, da necessidade de reforço do desporto escolar.
Sonhar Tóquio - 2020 deveria ser uma preocupação nacional, desde a tutela a todos os agentes desportivos: dirigentes, atletas e treinadores. A invés de navegação à vista, um projecto com objectivos quantificáveis, mensuráveis, um plano de acção claro e concreto, responsabilidades (bem como direitos e obrigações) distribuídas e bem definidas e um sistema de avaliação continua.
Mas como quem ama o desporto também pensa em 2024, 2028 (...) também espera um trabalho sério - estrutural e estruturante - na aposta de uma verdadeira elevação da prática desportiva dos portugueses, ao nível qualitativo e quantitativo. Só com profundidade de acção no nosso sistema desportivo podemos ambicionar (e exigir) medalhas olímpicas com naturalidade. Sem um presente consciente da importância do futuro, vamos continuar a hipotecar sonhos e ambições.

Tóquio - 2020 já há muito começou para imensos atletas. Mesmo que os objectivos sejam diferentes, todos procuram o seu melhor, a superação. O sonho olímpico dá vida!
Sonhar Tóquio com medalhas? Claro! Temos que ter ambições. Sabemos que há uma relação directa entre os recursos financeiros disponibilizados e os resultados desportivos e que Portugal os tem muito limitados, tal como o seu nível de prática desportiva. E depois? O conhecimento aliado a competência, talento, estratégia, eficácia, eficiência e perseverança, resultaram numa poção mágica que leva muitos países a surpreender. É possível transformar o sonho em realidade."


Mário Santos, in A Bola