sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Rumo ao tetra

"Não vi falta de empenho ou sequer de qualidade. Penso, no entanto, que a abordagem ao jogo frente ao Vitória de Setúbal foi errada por me parecer demasiado cautelosa (além de Pizzi, cuja capacidade futebolística é, do meu ponto de vista, indiscutível, estar talhado para outras funções que não aquela que tentou, sem sucesso, desempenhar na última jornada). Diz-se, na gíria, que demos uma hora de avanço. A falta de sorte e a permissividade quanto ao anti-jogo do nosso adversário completaram o ramalhete.
É fácil encontrar soluções para problemas que já ocorreram enquanto, sentado na secretária em frente ao computador ou mesmo na bancada, constato as consequências das decisões tomadas por quem, em tempo útil, as teve de tomar. Ademais, por ter a oportunidade de conviver, desde muito novo, com vários treinadores de basquetebol do Benfica, sei que são inúteis as variáveis que contribuem para a tomada de decisão, sem que a maior parte delas seja, até por necessidade, do conhecimento público.
Por isso, mas também, e principalmente, pelo percurso que Rui Vitória tem feito ao comando da nossa equipa de futebol, sou incapaz de encontrar na sua pessoa o único culpado deste empate. Até porque, se nenhuma outra razão existisse, o nosso treinador é sempre o primeiro a partilhar os louros do sucesso, pelo que seria injusto torná-lo no epicentro dos insucessos ocasionais.
Rui Vitória, a quem reitero todos os elogios que lhe tenho feito desde que chegou ao Benfica, merece, portanto uma palavra de apoio e a evocação de que, contrariamente ao que alguns pessimistas militantes logo se prestaram a agoirar, confio que saberá, como na temporada passada, trilhar o seu caminho."

João Tomaz, in O Benfica

Vergonha alheia

"Depois de, à segunda jornada, o SL Benfica ter encostado em casa, rapidamente começaram a sair das tocas os críticos com receitas infalíveis de sucesso e sentenças soberanas sobre o futuro. Já foi assim na época passada e continuamos aqui de escudo de campeão bem vincado nas camisola. Claro que já percebemos que a guerrilha veio para ficar e tudo ficou mais nítido durante os últimos dias. Houve logo quem se prontificasse a elogiar o trabalho e a selecção dos árbitros de futebol, impulsionado por uma inesperada vantagem de dois pontos na classificação.. O Glorioso é, de facto, e o ar que falta a muita gente com dificuldade de oxigenação do cérebro.
E enquanto se finge ser o que não se é, eis que mais um ataque ao SL Benfica já começa noutra modalidade: futsal. Depois do insulto que foi, no fim da época passada, a suspensão do jogador do SL Benfica Bruno Coelho durante o jogo decisivo do play-off de atribuição do título nacional, a mentira continua nos pavilhões portugueses. Mais uma vez, a poucos dias de uma partida decisiva (Supertaça) a Federação Portuguesa de Futebol anuncia que, afinal, o atleta poderia ter jogado no fim da época passada e que o castigo deve ser cumprido agora. A sério? A pouca-vergonha já chegou a este ponto? O desespero para nos ganhar é assim tão grande?
Se já não soubéssemos, ficamos agora avistados: há gente disposta a tudo para prejudicar o SL Benfica. Não nos podemos calar. Não nos podemos calar. Nem deixar de apoiar. Vai ser uma longa época e não vão olhar a meios."

Ricardo Santos, in O Benfica

Jogos Olímpicos, a avaliação

"Terminados os Jogos Olímpicos Rio 2016 são publicadas as mais variadas opiniões da nossa participação. Temos os que classificam os resultados como negativos, outros que avaliam os resultados como brilhantes e há quem se fique pelo meio-termo. Da grande maioria dos autores, desconhecemos no seu passado uma linha de pensamento, uma reflexão sobre o desporto. Boa parte das críticas - negativas ou elogiosas - traduzem apenas o pensamento do cidadão comum que acorda para o desporto na semana antes de se iniciarem os Jogos Olímpicos e decorridos 15 dias entre a hibernação por mais quatro anos.
Terminado o ciclo 2012-2016, é o momento de fazer o balanço e de avaliar os vários projectos desenvolvidos, compromissos eleitorais e a sua execução. Em breve, o COP e as federações vão a eleições, pelo que este é o momento para este exercício.
Um dos projectos que urge ser profundamente avaliado é o da Preparação Olímpica. Foi executado pela Comissão Executiva do COP em parceira com as Federações, com um financiamento público direito de 13,5 milhões de Euros.
Sem rodeios, o presidente do COP fez o balanço da participação e avaliação daquilo que eram os objectivos contratualizados e a sua execução. Naturalmente, achou que o desempenhou ficou «aquém do esperado». Numa conduta que é de louvar, foi objectivo dentro daquilo que análise desportiva permite, considerando a especificidade da competição, e a incerteza do resultado, COP, IPDJ, federações, atletas e treinadores, nenhum se deve coibir do mesmo exercício.
A capacidade para avaliar de forma objectiva e construtiva os resultados de um projecto é fundamental para projectar o futuro. Urge que os projectos se tornem mais objectivos, mensuráveis, com avaliação desportiva continua. Eles podem ajudar os nossos atletas a transformar os diplomas em medalhas."

Mário Santos, in A Bola