sexta-feira, 1 de julho de 2016

O puto é fantástico

"O plantel (em parte) do Benfica regressou ao trabalho com a ambição de uma nova época de êxitos. Se a história do clube e a exigência dos adeptos a isso obrigam, nos últimos anos acrescentamos uma habituação muito saborosa a uma overdose de conquistas.
Assim, venham os amigáveis de pré-época, para preparar o organismo dos adeptos para novos títulos. Agora é a altura da comunicação social descobrir novos Chalanas, novos Humbertos, novos Rui Costas ao dobrar de cada esquina. Para mim basta-me um Lindelof afinadinho, um Jonas motivado ou um Raúl Jiménez cheio de ambição.
Terminou a Copa América com o Chile a bater a Argentina e Messi a falhar um penalty. Como consequência o astro do Barcelona prometeu abandonar a selecção celeste. Messi é um futebolista fantástico mas é um argentino fraquinho.
O Europeu prosseguiu e nos oitavos de final só a vitória de Portugal sobre a Croácia e a da Islândia sobre Inglaterra podem ter algo de surpreendente. Portugal fez o Europeu que podia e muitas das críticas são eivadas de má-fé, mesquinhez e ignorância. No jogo contra os polacos, uma boa equipa que ainda não perdera um jogo (nem com a Alemanha) Portugal chegou à lotaria dos penalties. Sorte ou azar é pormenor. Um treinador de excelência que fez de uma equipa cheia de limitações uma das quatro melhores da Europa. Ontem, como contra a Croácia, substituiu sempre bem e foi decisivo. Já fizemos um Europeu muito bom, agora é manter sangue-frio e defrontar uma Bélgica (de certeza) que é para mim a melhor da Europa.
Quem não gostar de Renato Sanches fique calado e não seja 'Inácio', o puto é fantástico. Estamos nas meias-finais, onde ainda mais ninguém chegou..."

Sílvio Cervan, in A Bola

À portuguesa

"À hora a que este jornal chegar às mãos do estimado leitor, já se conhecerá o desfecho do Portugal-Polónia. Antes dessa partida, é-me difícil fazer uma análise profunda ao desempenho do conjunto luso no Europeu de França: chegar às meias-finais será uma coisa, ser eliminado pelos polacos será outra bem diferente.
Além do mais, esta selecção tem viajado da terra ao céu, e do céu à terra, a uma velocidade que nem o proverbial oito-oitentismo português consegue acompanhar. Uma fase de grupos muito modesta levou à depressão generalizada dos adeptos portugueses. Mas logo uma vitória sofrida, e bastante feliz, sobre a Croácia, mergulhou o país nas ondas da euforia. No momento em que escrevo, já vamos outra vez ser campeões.
O seleccionador Fernando Santos é soberano nas suas escolhas. E, se chegar à final, todos os que o criticaram nas últimas semanas terão de meter as violas no saco. Também eu - um dos dez milhões de seleccionadores de bancada -, que não só teria feito outras opções desde o início da prova (Renato Sanches, Quaresma...), ou até antes dela (André Almeida, Pizzi, André Silva...), como teria adoptado um discurso bem mais prudente face às limitações de uma equipa que depende em demasia de um só jogador, e que tem alguns pontos fracos... bastante fracos (o jeito que faria um ponta-de-lança a sério...). O que me parece inegável é que, até aqui, temos tido a sorte do nosso lado: na fase de qualificação, no grupo que nos calhou, nos enquadramentos desta fase eliminatória, e, pelo menos, no jogo com a Croácia. Que os deuses nos tenham continuado a proteger na partida de quinta-feira."

Luís Fialho, in O Benfica

Roland

"Foi com enorme satisfação que visitei a exposição de Roland Oliveira na antiga secretaria da Jardim do Regedor. Desde logo pelo local, outrora um baluarte do benfiquismo, do qual quase só ouvi falar. Também pela recuperação do espaço, abandonado que parecia estar há muitos anos. Ademais, a exposição, cuja receita reverte integralmente para a Fundação Benfica, é muito interessante, não fosse o espólio fotográfico de Roland Oliveira uma autêntica história, em imagens, de grande parte da vida do SLB. Finalmente, por se tratar de uma homenagem a um homem que tive o prazer de conhecer e a quem sempre admirei a paixão pelo Benfica e pela fotografia.
Não sei precisar no tempo o momento em que o conheci, mas creio que terá sido no final dos anos oitenta, por volta dos meus dez anos de idade. Sempre acompanhado pela máquina fotográfica, cada instante poderia ser eternizado pela arte do "Sr. Rólando", como eu lhe chamava. Dos muitos exemplos que poderia referir, recordo uma das minhas fotografias preferidas de Carlos Lisboa, cuja produção presenciei. Empoleirado. por trás da tabela de basquetebol, num escadote instável, mas seguro por um assistente de ocasião, no caso o Sr. Albano, roupeiro do Basquetebol, Roland Oliveira elevou-se a uns quatro metros de altura para daí poder fotografar o astro do Basquetebol português de um ângulo nunca visto.
Morreu aos 87 anos, em 2007, debilitado por uma queda de um muro perto do Colombo, em 2003, que o limitou na arte que tanto amava. Caiu enquanto tentava fotografar o novo Estádio da Luz, ainda em construção. E foram certamente inúmeras as magníficas fotografias que ficaram por tirar..."

João Tomaz, in O Benfica

João Gabriel, benfiquista, competente e amigo

"Acabo de ser surpreendido com o anúncio de que João Gabriel deixaria as funções de Director de Comunicação do Sport Lisboa e Benfica.
Nesta circunstância, é inteiramente justo prestar ao João uma homenagem sentida pelo elevado registo de competência técnica, de sagacidade e de empenho profissional com que definiu o rumo, levantou a arquitectura e geriu as crises, neste ambiente sui generis.
O cenário comunicacional de um grande clube desportivo e, por maioria de razão, tratando-se do Benfica - o maior de todos, constitui um edifício especial onde o dia-a-dia se vive em regime de grande intensidade e no qual, a quem dirige, é absolutamente indispensável manter 'cabeça fria'.
A cada momento, a argúcia é imprescindível para saber ler os sinais, para interpretar a simbologia que cada ocasião específica suscita e para antecipar ou empreender, as reacções mais adequadas.
Hoje na comunicação, usamos máquinas, aparelhos, dispositivos de toda a natureza e até meros gadgets tecnológicos servem para passar uma mensagem. Os últimos oito anos, então, em que João Gabriel dirigiu este sector do universo benfiquista, foram tempos de fantástica evolução nas técnicas e nas tecnologias da comunicação.
Mas na verdade, aqui, o 'equipamento' essencial, as verdadeiras 'ferramentas' da comunicação, são as pessoas. E com a sua objectividade, com o seu temperamento positivo e a sua inteligência rápida, João soube ser o líder perspicaz que tanto conseguia acrescentar 'boa onda' nos momentos mais difíceis, como garantir a serenidade de análise necessária nas ocasiões mais esfuziantes.
Com as dificuldades e desencontros que a intensidade dos casos e a exaltação dos tempos muito naturalmente trazem ao nosso trabalho, até pode ter acontecido que nem sempre coincidíssemos nas soluções que defendíamos. Eu tenho pena que, por exemplo, não nos tivesse sido possível levantarmos juntos o último grande projecto de comunicação que ainda faz falta à galáxia benfiquista - a Rádio Mundial do Benfica... Mas em três pontos estivémos e havemos de continuar a estar sempre de acordo:
no nosso profundo Benfiquismo comum;
no respeito pela competência profissional;
no significado e no valor que ambos atribuímos à Amizade.
João Gabriel merece, sem dúvida, a sincera gratidão do Benfica e dos benfiquistas."

José Nuno Martins, in O Benfica

Vontade de arranjar problemas

"(...)
Vontade de arranjar problemas, ou, meter-se na boca do lobo, são tudo sinónimos.
A maior virtude de quem sabe o que quer, é saber que por vezes também se cometem erros. A seguir, resolvê-los.
Vivemos actualmente numa sociedade completamente dominada pela imagem e pela influência que é vendida como inerente a essa mesma imagem. É impossível criar uma convicção contra a mesma convicção criada pela designada psicologia de massas.
A verdade, essa é cada vez mais postergada e esmagada pela força das redes sociais. Deixou de ser justo, a repartição equitativa das realidades. Várias guerras surdas e mudas, mas com muito impacto oratório e visual, acabam por dominar a agenda quotidiana, limitando o subjacente e ampliando o aparente.
A demagogia acabou por imperar na sociedade da comunicação e tudo, por tudo, é válido para fazer valer as intenções malévolas, que presidem aos intentos dos homens de malícia."

Pragal Colaço, in O Benfica

Portugal voltou a ser Portugal

"Depois de andarmos a engonhar durante a primeira fase, com desempenhos pouco entusiasmantes, o terceiro lugar em grupo acessível, além de gerar natural constrangimento, nada indiciou de prometedor para as etapas seguintes. Mesmo subindo pela esquerda do calendário (a escalada mais acessível), a Croácia foi adversário que tivemos de ultrapassar e que, tal como nós, alimentava justificadas expectativas, em resultado do excelente grupo de futebolistas que apresentou em França. Passámos com a sorte que geralmente protege quem faz por merecê-la. A mesma sorte que ontem, em obediência à verdade, não saiu do nosso lado no primeiro jogo deste Europeu em que Portugal voltou a ser Portugal. Renato Sanches marcou o golo luso, converteu o penalty logo a seguir a Cristiano Ronaldo e pela segunda vez foi eleito o homem do jogo pela UEFA. Curioso, quando ainda há meia dúzia de dias treinador conceituado cá do burgo o considerou impreparado para ser titular. Felizmente que Fernando Santos, com os defeitos que lhe quiserem assacar, não foi na conversa. Pensou pela sua cabeça. A Secreção e o País agradecem-lhe."

Fernando Guerra, in A Bola

Carrillo

Finalmente, Carrillo no Benfica.
Depois de mais uma novela longuíssima, com muitos episódios cómico-trágicos, André Carrillo está finalmente livre da incompetência/arrogância/malvadez do Babalu...!!!

Já se falou de uma possível venda do Carrillo ainda antes de jogar pelo Benfica! Pessoalmente, espero que isso não aconteça! Mesmo com uma aparente inflação de jogadores para a Ala direita do nosso meio-campo espero que o Carrillo fique.
Sabendo que este ano sem competição vai fazer mossa... dificilmente o Carrillo vai regressar em grande forma, vamos ter que esperar... mas mesmo assim, espero que ele fique!

Não sei se a intenção do Rui Vitória, é manter o mesmo Modelo de jogo, mas independentemente do Modelo o Carrillo em boa forma, será sempre uma opção válida! Mesmo com altos e baixos na sua carreira no Sporting, é um jogador com um enorme potencial, um daqueles que 'queima linhas' como agora está na moda escrever... sendo um Ala, e não um médio-centro, nesse aspecto, é parecido com o Renato...
E por acaso o ano passado, apesar do nosso festival ofensivo, nos jogadores mais utilizados, nenhum deles era especialmente rápido...