terça-feira, 21 de junho de 2016

Renato Sanches: "O grupo uniu-se por falarem mal de nós"




Era a penúltima jornada e o Benfica precisava de vencer o Marítimo, na Madeira, para não ser ultrapassado pelo Sporting na liderança do campeonato. Com a partida empatada sem golos, aos 37 minutos, Renato Sanches comete uma falta despropositada no meio-campo e é punido com o segundo cartão amarelo, deixando a equipa de Rui Vitória a jogar com menos uma unidade. O jovem médio do Benfica não podia acreditar; depois de uma época arrebatadora, em que não só conquistou a titularidade nos campeões nacionais como comandou a metamorfose da equipa para uma série impressionante de triunfos, estreou-se a marcar no Estádio da Luz e registou a sua primeira internacionalização, uma mera falta de atenção podia ter deitado tudo a perder. Seria uma daquelas partidas cruéis do futebol, o momento em que este jogo, usando a sua própria gíria, transforma o bestial em besta. "Eu já sabia que no dia seguinte ia assinar pelo Bayern e, se não ganhássemos, toda a gente ia dizer que eu tinha estragado tudo porque a minha cabeça já não estava ali, o que não era verdade", diz Renato Sanches à SÁBADO. O número 85 do Benfica conta como viveu o penoso intervalo de tempo entre o cartão vermelho e o golo de Kostas Mitroglou, que abriu a vitória ao Benfica.
As críticas ao plantel e ao treinador do Benfica prejudicaram a equipa? Renato Sanches explica que foi esse um dos motivos do sucesso da época encarnada. Sobre Rui Vitória, o médio garante que é "um homem que sabe falar, dizer as coisas certas, nos bons e maus momentos", mas a união do grupo foi essencial. "Por falarem mal de nós, por falarem mal dele", diz o internacional português. 


Tiago Carrasco, in Revista Sábado 

Romanos, inquisidores e benfiquistas

"Na esquina da Rua do Jardim do Regedor e Rua das Portas de Santo Antão, encontraram-se a história do Benfica e a de Lisboa.

Esta história começa com uma via romana. Recuamos vinte séculos para descobrir a importância da envolvente do edifício da antiga secretaria do Benfica. Onde hoje é a Rua das Portas de Santo Antão, no séc. I existia um eixo viário, que ligava Olisipo (Lisboa) a Scallabis (Santarém). Esta via evoluiu naturalmente como uma das principais vias de acesso à cidade.
Lisboa cresceu e, no séc XIV, uma nova muralha, a Cerca Fernandina, é construída para proteger as novas zonas da cidade. No local do eixo viário, cria-se uma porta de acesso, a Porta de Santo Antão. Em 1620, entravam por dia, por ali "1500 cavalgaduras, carregadas ou de farinha dos moinhos, ou de mantimentos de frutas, hortaliças e outras coisas". O recinto murado que constituía a porta estava exactamente onde hoje estão o edifício do Benfica e a Casa do Alentejo.
A Porta da Cerca deu nome à Rua das Portas de Santo Antão, e a Rua do Jardim do Regedor tem igual ligação a uma estrutura da cidade. Dentro da muralha, na zona norte do Rossio, instalou-se no séc. XVI o Palácio da Inquisição. Este espaço, várias vezes ampliado e remodelado, recebeu no séc. XVII um jardim: era o jardim do Regedor da Inquisição, e assim a Rua para a Horta da Mancebia ganhou o novo nome.
O terramoto de 1755 veio mudar esta zona, que foi uma das mais afectadas. A Porta de Santo Antão desmoronou e as restantes estruturas envolventes foram demolidas. O edifício que hoje conhecemos faz parte do plano de reconstrução da cidade e é construído em meados do séc. XIX para habitação. No séc- XX; quando aparecem os clubes nocturnos em Lisboa, o 'velho pardieiro' 'de carácter pombalino' é transformado no Bristol Club. Inaugurado em 1918, sofre uma remodelação radical em 1926 e encerra em 1928.
Em 1933, o Benfica procurava um novo local para instalar a secretaria, e parte do edifício estava disponível. A secretaria foi inaugurada em Janeiro de 1934 e, ao longo dos anos, o Benfica expandiu-se pelo edifício até o ocupar na totalidade. Tornou-se um lugar mítico do Clube, o centro nerválgico da vida associativa. Nos anos 80, a passagem dos serviços para o Estádio iniciou o declínio do edifício, que viria a encerrar em 1998.
Agora, a Fundação Benfica e a Direcção de Património Cultural abrem novamente as portas do edifício da Rua do Jardim do Regedor. Entre 18 de Junho e 15 de Outubro, este ícone benfiquista ganha uma nova vida, com quatro exposições para visitar e muitas actividades para todos."

Rita Costa, in O Benfica

Torino FC



Já há data, hora, local e adversário confirmados para a Eusébio Cup 2016.

A 9.ª edição do Troféu que homenageia o Pantera Negra será disputado no dia 27 de julho (quarta-feira), às 19h45, no Estádio da Luz e o adversário será o Torino FC.

Os dois emblemas históricos tornam a cruzar-se dentro das quatro linhas, numa relação de há décadas, carregada de emoção e simbolismo.

Duas Histórias que se entreligam e cujos laços perduram ano após ano deste o fatídico 1949…

A 3 de maio, depois de ter assegurado o 5.º "Scudetto" consecutivo, a formação “Granata” jogou e perdeu frente ao SL Benfica, por 4-3, no Estádio do Jamor, no jogo de despedida do então capitão do Glorioso, Francisco Ferreira, grande amigo da então figura de proa da equipa italiana, Valentino Mazzola.

Quis o destino que este fosse o último jogo do Grande Torino…

No regresso a Itália, a 4 de maio, o avião que transportava a equipa despenhou-se, morrendo toda a tripulação, quando o aparelho embateu contra a Basílica de Superga, às portas da cidade de Turim.

Foi há 67 anos que aconteceu uma das maiores tragédias de sempre ao nível desportivo, uma data assinalada religiosamente pelos dois emblemas.

"Os heróis são imortais nos olhos de quem acredita neles. Assim, os jovens vão acreditar que o Torino não morreu: só está a jogar fora da sua casa."

Foram estas as palavras de Indro Montanelli, jornalista e historiador italiano, no dia 6 de maio de 1949, relatando assim um dos dias mais tristes da História de Itália.

Tal como os heróis, há palavras, relações e gestos imortais!

Desde essa altura, têm sido constantes as homenagens, em Turim e em Lisboa, tanto da parte do SL Benfica como da parte do Torino FC.

É que o cumprimento de Mazzola e Francisco Ferreira continua presente mesmo 67 anos volvidos e no dia 27 de julho de 2016 esta História terá então um novo capítulo.

Em momento oportuno serão dadas mais informações, entre elas, a Bilhética.

In SLBenfica.pt