segunda-feira, 6 de junho de 2016
Está em curso a era de Fernando Gomes
"Fernando Gomes, reeleito presidente da FPF, simboliza uma era de profissionalismo e competência. O futebol português vai longe.
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) foi a votos e Fernando Gomes, candidato único, foi reeleito com 92 por cento dos sufrágios. Por um lado não deixa de ser relevante que, para um lugar tão apetecível, ninguém tenha querido confrontar Gomes; por outro, a votação obtida revela, de facto, o estado de espírito do futebol português, indiferente ao ressabiamento pessoal de quem se deixou ultrapassar pelo tempo e sente que este se lhe escapa, irreversivelmente, como areia, por entre os dedos...
Tenho memória e não posso, aqui e agora, deixar de lembrar como foi positiva para a FPF a gestão de Gilberto Madail. Que abandonou o palco no momento certo e abriu caminho à modernidade que Fernando Gomes representa.
Hoje, percebe-se que o futebol português tem um rumo definido, a Selecção A, essencial para alimentar o projecto, está bem e recomenda-se e todas as outras representações nacionais são geridas com sabedoria e acrescentam mais-valia ao bom trabalho feito na formação dos clubes.
Também o futebol não profissional está numa fase de crescimento, com a meta dos 200 mil praticantes definida como prioridade. Há que melhorar na arbitragem - somos pioneiros no protejo mundial do vídeo-árbitro e vamos passar a publicar os relatórios dos árbitros - e na disciplina, quiçá o capítulo que parou no tempo, não percebendo a dinâmica que as competições profissionais exigem.
Pelo que fez em Portugal e também pelo que mostrou na Europa, abriram-se a Fernando Gomes as portas de Nyon. Porém, por entender que o trabalho, por cá, ainda vai a meio, o presidente da FPF decidiu não avançar para a liderança da UEFA. Por um lado, ainda bem. Por outro... que pena!
Sport Benfica e Modalidades
O Benfica tem feito uma aposta coerente nas modalidades e, apesar de, na temporada corrente, apenas ter sido campeão nacional no hóquei em patins (falta jogar o futsal... ), esteve nas finais até à negra - do basquetebol (ganhou o FC Porto), do voleibol (ganhou o Fonte do Bastardo) e do andebol (ganhou o ABC). Esta realidade, complementada pelo labor de Ana Oliveira no atletismo e pelo projecto olímpico de que Nélson Évora e Telma Monteiro são cabeças de cartaz, mostra que nem só de futebol vive o benfiquismo. Um ecletismo que só engrandece o clube.
O mito de Jesus também se alimenta de gafes
«O único campeonato da Europa que está em andamento é o brasileiro...»
Jorge Jesus, Treinador do Sporting
Jorge Jesus nunca teve grandes filtros verbais. E não é de hoje, por estar rico e ser famoso. Quando treinava Amora e Estrela da Amadora tinha as mesmas desinibição linguística, liberalidade gramatical e desencontro com a realidade que lhe reconhecemos na actualidade. Fica aqui o registo da mais recente gafe, antes de comentar, sem papas na língua (Hodgson...), o Inglaterra-Portugal.
(...)
Eterno Ali
O maior, morrei. «Deus deu-me a doença de Parkinson para me lembrar que sou um homem como os outros, com todas as fraquezas inerentes». Muhammad Ali, nascido Casius Clay, campeão de boxe, ícone anti-racista, modelo anti-belicista, agitador de consciências, vai continuar a «voar como uma borboleta e a picar como uma abelha», irreverente na eternidade como quando, um dia, disse ao ditador Marcos das Filipinas: «Você não é tão burro como parece. Já vi a sua mulher...» Hoje, o mundo chora Ali. The Graetest.
Quando a morte bate à porta do desporto
É com indesejada frequência que somos recordados dos perigos do desporto motorizado. A páginas tantas somos tentados a pensar que pilotar a alta velocidade não tem riscos. Puro engano. Na última sexta-feira morreu o espanhol Luís Salom. Tinha 24 anos e era rival do nosso Miguel Oliveira. Que desperdício..."
José Manuel Delgado, in A Bola