sexta-feira, 13 de maio de 2016

Ganhar antes de jogar é que não

"Em Portugal só uma vez houve uma reviravolta na última jornada, mas Rui Vitória, homem de algumas manias mas poucas superstições, como gosta de dizer, também não é muito dado a tradições ou números, que ele próprio foi contrariando ao longo da época. Por saber que o futebol é fértil em surpresas, e nem sempre agradáveis, Vitória recusa falar no título. Já terá imaginado a festa, mas não o admite. Na gala dos 50 anos do CNID, na segunda-feira, tive a oportunidade de com ele trocar algumas palavras e vou cometer uma inconfidência que [espero] Vitória me perdoará, "Sente-se campeão?", perguntei. Resposta rápida: "Nem pensar". "Vanda, ninguém ganha nada antes de jogar". Fim de conversa. Pelo menos sobre o título."

Vanda Cipriano, in Record

À Benfica!

"Não fosse aquela noite azarada, de extrema ineficácia, ante um FC Porto débil (que perdure por muitos anos!), e já seríamos Tricampeões. O percurso Benfiquista desde o empate na Madeira, frente ao União, é impressionante, só ao alcance de uma enorme equipa que alia, à elevada capacidade técnica e táctica dos jogadores, a vontade inexcedível de alcançar a glória.
19 vitórias nas últimas 20 partidas do Campeonato, sem que qualquer das restantes competições tenha sido desprezada (final da Taça da Liga e quartos-de-final da Liga dos Campeões), é absolutamente notável.
Rui Vitória merece que lhe seja reconhecido o mérito extraordinário que tem neste feito. Foi recebido no Benfica com desconfiança por parte de muitos Benfiquistas, lançou jovens da Formação, aguentou alguns maus resultados no início da temporada, evitou ao máximo a desculpabilização com más arbitragens (e poderia tê-lo feito) e foi atacado de forma sabuja por adversários e uma certa comunicação social conivente. A tudo isto reagiu com muito trabalho e um discurso sereno, focado nos objectivos da equipa. O Marítimo-Benfica foi apenas mais um exemplo. Acresce que, com a expulsão do Renato Sanches ainda na primeira parte, manteve a forma de jogar da equipa e não prescindiu de procurar incessantemente a vitória. Conseguiu-a diante um bom adversário (e de outros pela calada) e uma péssima actuação do árbitro.
Agora falta derrotar o Nacional. Não será fácil certamente, mas confio que a nossa equipa será capaz de conquistar o ambicionado Tricampeonato. Independentemente do desfecho da última jornada, esta equipa técnica e este plantel "honram os ases que nos honraram o passado"!"

João Tomaz, in O Benfica

Só mais uma!

"Estamos a um jogo, a uma vitória, a uma final, de poder soltar o grito que há meses nos atravessa a garganta, e nos entope a alma.
Falta pouco. Muito pouco.
Mas esse pouco parece tudo, olhando àquilo que se tem passado nestas últimas semanas.
Como se não bastassem malas e maletas, no Funchal apareceram também apitos e cartões. Tiraram-nos um penálti. Tiraram-nos um jogador. Tudo tem servido para nos condicionar. tudo tem servido para nos perturbar, e tentar desviar da rota do "Tricampeonato". Fomos fortes. Muito fortes. Ultrapassámos todos os obstáculos. Os naturais e os outros. Ficámos mais perto da glória.
Agora faltam noventa minutos. Noventa longos e sofridos minutos, durante os quais teremos de estar preparados para as mais diversas condicionantes - à semelhança do que tem vindo a ser regra, designadamente desde que, ganhando em Alvalade, metemos um pauzinho numa engrenagem que alguns achavam já montada.
Resistiremos a tudo. Resistiremos a todos. Quem chegou aqui, não vai parar às portas do sonho. Seremos onze irmãos em campo, 65 mil nas bancadas, e milhões a torcer por fora. Mais do que um país, seremos um mundo. Um mundo a gritar 35!
Acredito num domingo lindo, que nos conduza aos céus. Acredito no trabalho sério, na humildade, na honestidade, na união, no fair-play, no civismo. Acredito que as metodologias do passado serão vigorosamente derrotadas em campo, pois é também contra elas, e em nome do desporto e da paixão que o alimenta, que este Benfica terá de jogar.
Também por isso, a justiça vai premiar-nos. Também por isso, vamos vencer! Força Benfica! É só mais uma!"

Luís Fialho, in O Benfica

Esperem por mim

"Na noite do jogo com o Marítimo estava no sul de Marrocos, no deserto do Erg Chebi, em trabalho. Sem luz, sem Internet e sem rede de telefone. Para poder ter um traço de sinal no telemóvel tinha que sair do acampamento, caminhar umas dezenas de metros, subir a uma determinada duna e esperar. Foi o que fiz várias vezes entre as 20h30 e as 22h30 do passado domingo para conseguir ligar para casa e saber o andamento do resultado.
De cada vez que andei aqueles metros rio escuro pensei naqueles que não acreditaram. Pensei em quem insultou a inteligência dos Benfiquistas e ia imaginando como estaria o ambiente nos Barreiros. A cada telefonema, sentimentos contraditórios, com a expulsão do Renato, com os remates perigosos e ao ferro. E depois o primeiro golo. Corri em direcção ao acampamento e partilhei a notícia com outros dois Benfiquistas. Fizemos a primeira festa. E depois a segunda. Até que o jogo terminou com o 35 cada vez mais perto.
No próximo domingo, à hora do jogo com o Nacional, estarei numa sala de espera do aeroporto de Casablanca.
Quando embarcar de regresso a Lisboa já saberei o resultado final. A vida, às vezes, mete-se no caminho e não nos deixa estar onde queremos, no momento em que queremos, mas não é por isso que os nossos desejos não se realizam. O SL Benfica não precisa da minha presença física para ser Campeão, precisou do meu apoio incondicional ao longo da época. E nesse aspecto, estou de consciência tranquila. Só vos peço uma coisa: atrasem os jogadores no estádio para eu ter tempo de chegar ao Marquês."

Ricardo Santos, in O Benfica

Operação Obrigações Benfica SAD 2016

"E se de repente lhe oferecessem a verdade
No pretérito dia 2 de Maio foi concretizada a operação de mercado da Sport Lisboa e Benfica SAD, que visava captar 50 milhões de euros no mercado, substituindo outras operações existentes, com o objectivo de consolidar dívida.
A Sport Lisboa e Benfica Futebol SAD, já realizou cinco operações desta envergadura, sendo então esta a 6.ª, tendo angariado no total 165 milhões de euros sem contar com esta última, das quais já pagou 120 milhões, (...).
A procura mais uma vez superou todas as expectativas, (...).
Como se pode ver, a procura superou quase três vezes a oferta, mais concretamente 2,59X, ou seja, a Sport Lisboa e Benfica Futebol SAD pretendia angariar no mercado 50 milhões, tendo existido procura no montante total de 129.557.675€.
As operações da Sport Lisboa e Benfica Futebol SAD são as que tem mais sucesso no mercado, mesmo que seja oferecida a menor taxa de juro aos investidores, o que significa que é a SAD mais fiável de todas as existentes em Portugal.
Pelo que por último (...), vos reproduzimos a história detalhada de todas as emissões de obrigações da Sport Lisboa e Benfica Futebol SAD, já pagas e ainda existentes. E por aqui fica esta semana o escriba.

Coragem, humildade e garra
Numa caminhada são necessários muitos passos para que se possa falar em caminhada. Na vida, são necessários muitos dias passarem para se poder falar que "foi uma Vida".
Numa relação são necessárias muitas cedências para se poder falar numa verdadeira relação. Para se poderem alcançar os objectivos deve-se ter muita paciência distribuída ao longo do tempo para os mesmos serem concretizados.
Em tudo é preciso existir uma estratégia e ao mesmo tempo uma poupança nos recursos que temos. Existem várias formas de abordar as coisas. Com frieza, com emoção, com sentimento, com dor, com prazer, com raiva, com dislexia, com paixão, enfim, um conjunto interminável de palavras e conceitos. Mas, coragem, humildade e garra, são talvez os conceitos e as palavras mais apropriadas que guardam o segredo dos vários passos da vida e do sucesso.
"Comprometa-se com as suas metas e encare os obstáculos como etapas para atingir o objectivo final." "A calúnia é pior do que as armas de guerra; estas ferem de perto; aquela, de muito longe".
E dizia Martin Luther King - "A inteligência e o carácter são os objectivos da verdadeira educação." E de burros e mal-educados está o mundo cheio!"

Pragal Colaço, in O Benfica

O exemplo

"Onde se fala de Jorge Mendes e do sensacional negócio de Renato Sanches e ainda de um misterioso lance na Madeira...

Sensacional a transferência de Renato Sanches para o Bayern de Munique. Por se tratar de um jovem de 18 anos e muito recente titular do Benfica, pelo dinheiro que envolve (35 milhões pagos a pronto e mais 25 praticamente garantidos e pagos em parcelas, e ainda a possibilidade, bem mais difícil e complexa, de mais 20 milhões) e pelo clube que é. Dificilmente Renato Sanches poderia encontrar melhor clube para crescer, melhorar, evoluir, aprender e desenvolver-se até poder chegar a ser um dos melhores médios do mundo, que pode, realmente, vir a ser, pelo potencial que tem, pelas características muito próprias que revela e pela condição física e atlética natural que possui.
O Benfica teve talento a projectar Renato Sanches; Renato Sanches teve talento a projectar-se no Benfica; Rui Vitória teve talento em apostar em Renato Sanches; o presidente do Benfica teve talento a renovar com Renato Sanches e a conseguir altíssima cláusula de rescisão (de 80 milhões de euros), e o Bayern teve talento a chegar primeiro à assinatura do contrato com o jogador, ganhando a corrida a muitos outros poderosos clubes europeus.
Mas é incontornável falarmos, mais uma vez, do papel do agente Jorge Mendes, não apenas pela capacidade negocial e facilidade com que cria os momentos de conversa com os dirigentes dos clubes, mas sobretudo pela influência junto dos grandes clubes da Europa que foi conquistando ao longo de anos.
Renato Sanches pode ter talento; o presidente do Benfica pode exigir 35 milhões; os responsáveis do Bayern podem até ter ficado seduzidos. Mas dificilmente se parte para uma negociação destas sem uma base de grande confiança.
E a confiança quem a dá é Jorge Mendes.
E é sobretudo nele que confiam muitos dos responsáveis dos principais clubes europeus.

Os dirigentes desenham o negócio, os treinadores avaliam o jogador. Mas há um momento em que é preciso acreditar para lá de tudo isso. E esse é o momento que Jorge Mendes controla.
Controla quando convence o Real Madrid a contratar Pepe ou Fábio Coentrão ou o Chelsea a contratar Tiago ou o Mónaco a contratar Ricardo Carvalho ou o Zenit a contratar Danny, todos por largos milhões de euros e apenas para citar exemplos de negócios que não eram assim tão evidentes. 
Jorge Mendes transformou o futebol português. E transformou também o Benfica porque Luís Filipe Vieira decidiu inteligentemente manter-se ligado ao empresário. Diga-se o que se disser, foi com Jorge Mendes que o Benfica potenciou a Academia do Seixal, porque foi Jorge Mendes que ajudou a levar para a Europa jovens como Ivan Cavaleiro, André Gomes, Bernardo Silva, João Cancelo e agora Renato Sanches, por valores que surpreenderam meio mundo e deixaram o outro meio de boca aberta.
Arrisco mesmo que nenhum clube do mundo terá conseguido em tão pouco tempo (menos de dois anos) facturar tanto dinheiro com transferências de jogadores da formação. Tudo muito graças a Jorge Mendes.
Não reconhecer isso é negar a evidência.

Jorge Mendes está na grande maioria das maiores operações europeias de sempre. Vamos por partes: em Inglaterra, esteve nas maiores vendas (Ronaldo por 96 milhões para o Real Madrid e Dí Maria por 70 milhões para o PSG) e nas maiores compras (Martial por 80 milhões e Dí Maria por 75 milhões para o Manchester United); em Espanha, o mesmo, na maior compra (Ronaldo para o Real) e na maior venda (Dí Maria por 75 para Manchester), já para não falar, por exemplo, na segunda maior compra, a de James Rodriguez pelo Real por 85 milhões; na Alemanha, passa a estar agora ligado certamente à maior compra (assim que o custo de Renato Sanches chegar aos 60 milhões) porque a maior até agora tinha sido a de Douglas Costa, por 40 milhões, também contratado pelo Bayern. Exemplos, apenas exemplos. De um grande exemplo!

Para formar opinião, confesso que tive de ver e rever algumas vezes a imagem. E só depois disso, de muito as ver e rever, posso dizer que me parece realmente ter sido cometida falta para grande penalidade. O pé esquerdo do jogador do Marítimo, Plessis, acerta na parte interior do pé direito de Renato Sanches, pé direito que está no ar, desequilibrando decisivamente o jovem médio encarnado. A imprudente (para não dizer disparatada) entrada de Plessis só por si quase merecia ser castigada com grande penalidade, porque se porventura o pé direito de Renato Sanches estivesse em apoio, o jogador do Benfica poderia ter-se lesionado com gravidade. Como muito imprudente foi, depois, aquele gesto de Renato Sanches que lhe valeu o segundo amarelo, e que em Inglaterra teria valido logo (e bem) vermelho directo!
Voltando ao misterioso lance do penalty, creio mesmo que o próprio Plessis sabe que cometeu falta e até espera que o árbitro assinale a grande penalidade. Creio ainda que o árbitro, Fábio Veríssimo, decide assinalar o penalty e só altera a decisão por indicação do seu auxiliar.
Creio ainda que seria muito difícil Renato Sanches cair como caiu se não tivesse sido tocado. E creio ainda que mesmo vendo a falta para penalty que eu julgo ver, tenho de admitir a opinião dos que defendem não ter existido qualquer falta.
Mais: há quem tenha a mesma opinião mas veja a falta de modo diferente. Eu vejo o toque do pé esquerdo de Plessis no pé direito de Renato Sanches e há quem veja o toque do pé esquerdo de Plessis na perna direita de Renato. É um lance para todos os gostos. É um daqueles lances em que o árbitro pode marcar penalty (e está certo) e pode não marcar (e está certo também).
E é um daqueles lances que ajuda a compreender, creio eu, a dificuldade de se aplicar determinadas regras tecnológicas ao futebol como desejam muitos dos que falam constantemente em novas tecnologias no jogo sem qualquer rigor, atirando simplesmente areia para os olhos dos outros.
Difícil não é falar-se em novas tecnologias no futebol; difícil é explicar claramente o que fazer, como fazer e em que circunstâncias fazer.
Sou dos que defendem (volto a repetir) a tecnologia na linha de baliza porque é absolutamente imperioso que um golo seja mesmo um golo. Mas um golo é um golo.
Um penalty é muito diferente!

É inacreditável como perante as mesmas imagens tantas pessoas deram opinião tão divergente sobre o lance na grande área do Marítimo que valeu a Renato Sanches o primeiro cartão amarelo no jogo do Benfica na Madeira, domingo passado. Vimos todos o que a televisão mostrou; vimos todos o lance repetido de vários ângulos; vimos o mesmo lance dez, vinte, trinta vezes, mas nem todos temos a mesma opinião.
Para uns foi penalty; para outros, nem pensar, tratou-se de clara simulação. do jovem do Benfica. Imaginem agora que o árbitro poderia tomar a decisão com base no tão falado vídeo-árbitro.

O jogo parou, o árbitro reuniu-se com os auxiliares, mais o árbitro do vídeo e ainda representantes das duas equipas, mais dois apanha-bolas, mais um delegado da Liga, mais o representante do povo, mais os chefes das claques, mais alguns comentadores televisivos que nunca se enganam e raramente têm dúvidas... e analisou o lance.
Viu, reviu, voltou a ver e voltou a rever, andou com a imagem para trás e para a frente, focou-se no lance mostrado pela câmara 1, depois a imagem captada pela câmara 2, mais a 3 e a 4, voltou à câmara 1 e reviu a imagem da câmara 2, e voltou ao princípio... e o pobre do árbitro não conseguiu mesmo assim ver qualquer falta, um dos auxiliares diz-lhe entretanto que lhe parece falta, o árbitro do vídeo também diz que não vê qualquer contacto, os representantes das equipas olham um para o outro, o do Benfica diz que sim, que é penalty, o do Marítimo diz obviamente que não, telefonam aos filhos, aos cunhados, aos amigos, o árbitro dá em maluco, os treinadores exasperam, os apanha-bolas encolhem os ombros, o representante do povo senta-se e puxa de um cigarro, e os tais comentadores que nunca se enganam e raramente têm dúvidas clamam pela decisão que quanto a eles não merece sequer discussão. «Marque-se penalty!» exigem uns. «Não se marque penalty!» pedem os outros. 
Enquanto isso, o público assobia e torna-se impaciente, o Renato Sanches pede a deus que o ouçam, o adversário jura ter jogado limpo e o árbitro, por fim, apita e grita: «Quem decide sou eu!» E o que decide então o árbitro?
Nada. Ficou cheio de dúvidas!"

João Bonzinho, in A Bola

Só pode ganhar um

"1- Com uma ponta final de campeonato excelente, em que não perderam qualquer ponto, Benfica e Sporting chegam à última jornada com a esperança de se sagrarem campeões. Há muitos anos que não se via uma luta tão renhida entre os rivais da Segunda Circular (muito por culpa do FC Porto), e por mais que se troquem argumentos sobre quem é que merece ganhar, a verdade é que o campeão terá a sua dose de justiça, tenha ele uma camisola vermelha ou verde.
É curioso verificar que, se os campeonatos fossem disputados pelo antigo sistema de dois pontos por vitória, nesta altura, águias e leões estariam com os mesmos pontos na classificação, o que significaria a liderança do Sporting, dada a vantagem no confronto directo. Mas a contabilidade é hoje diferente e coloca o Benfica na frente, beneficiando do facto de ter um maior número de vitórias ao longo da competição. O equilíbrio de forças entre os dois conjuntos é assim evidente.
A jogar perante o seu público com o Nacional, o Benfica parte em posição privilegiada para alcançar o seu terceiro título consecutivo. A equipa de Rui Vitória terá de lidar com a natural ansiedade de resolver as coisas o mais depressa possível, o que poderá jogar a seu favor (se o golo aparecer) ou contra (se a equipa não conseguir ganhar vantagem e começar a ficar intranquila). Pela amostra dos jogos anteriores na Luz para a Liga, este Benfica não teve acidentes de percurso com equipas teoricamente inferiores.
Quanto ao Sporting, o desafio será mais complicado, num estádio (e um adversário) sempre difícil. Porém, o actual momento de forma e a confiança transmitida dentro de campo dão favoritismo aos leões, perante um Braga que, apesar de competitivo, tem já a sua situação definida no campeonato e estará já a pensar em chegar à final da Taça de Portugal na melhor forma possível.
Embora recentemente se tenha contradito, por altura da visita do FC Porto a Alvalade, Jorge Jesus disse que os dragões estavam na liderança da 1.ª liga com "justiça", lembrando que é sempre assim quando se ocupa o primeiro lugar. Com mais ou menos sorte, melhores ou piores exibições, elevada dose de sacrifício ou demérito dos adversários, a travessia para chegar ao topo é longa e há virtude de quem lá chega. Não pode haver dois vencedores, mas o título assentará bem, pela história que teve este campeonato, a Benfica ou a Sporting.

2- Renato Sanches foi a peça-chave para voltar a fazer engrenar o motor encarnado. Uma descoberta preciosa em que Rui Vitória decidiu apostar, quando parecia não ter grandes soluções para aquela posição no miolo do terreno. Em muitos jogos, o jovem internacional português carregou com a equipa às costas, dotando-a de maior dinâmica nos processos defensivo e ofensivo. Só nos últimos pareceu estar mais apagado, pagando a fatura de uma época exaustiva onde já leva mais de 50 jogos. 
Cheguei a referir que era preciso dar tempo ao jogador para que este pudesse evoluir para um nível mais alto. Está na idade certa para cometer erros, aprender com eles e ir melhorando continuamente. Do ponto de vista desportivo, era importante que os clubes portugueses pudessem aguentar por mais tempo, os bons valores que vão produzindo. Contudo, há negócios irrecusáveis do ponto de vista financeiro e este parece ser um deles. Ainda com etapas por cumprir, no que respeita ao seu crescimento enquanto jogador, Renato terá nos alemães do Bayern uma boa escola para a sua afirmação."

De John le Carré ao 'derby' da Baía

"Os contornos de uma eventual nomeação do árbitro Hugo Miguel para o Benfica-Nacional podiam servir de enredo a um livro de John le Carré. Ter-se-á tratado do derradeiro episódio rocambolesco de uma época que ficará na memória pelo estado de guerra latente entre os rivais de Lisboa. É uma pena que algumas histórias de bastidores não possam conhecer a luz do dia, porque integram teias de cumplicidades que vão sendo urdidas à medida de vontades que mudam à velocidade da luz. Como em qualquer boa história de espionagem, não valerá a pena ir à procura de bons e maus, a que lado da cortina de ferro pertencem os protagonistas. O que é certo, no fim de muita diligência, ao longo de várias semanas, é que para o jogo mais equilibrado da jornada foi nomeado um árbitro internacional; e por isso Hugo Miguel estará na pedreira de Souto Moura a dirigir o SC Braga-Sporting.
Em Portugal, e é essa a constatação que gostava de trazer a este escrito, há uma presunção enraizada por parte dos dirigentes do futebol de que vale a pena pressionar, agitar e colocar em dúvida tudo e todos, por tudo e por nada, numa lógica por vezes, até, cabalística e esotérica. Porém, a maior parte das vezes estes filmes não passam de poeira cósmica, em contraste com aquilo que as equipas mostram dentro das quatro linhas. É nesse terreno sagrado que tudo se decide em função do que fazem os jogadores.
Se a Máfia mandasse no futebol, o Palermo era campeão de Itália todos os anos. E nunca foi. E se os jogos fossem ganhos na macumba, o derby da Baía, entre o Vitória e o Esporte Clube, acabava sempre empatado."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Só alguém muito distraído não percebeu que a pseudo-notícia publicada pela Bola, falando de um suposto incomodo do Benfica pela potencial nomeação do Huguinho para o Benfica-Nacional, foi colocada pelo Babalu... que aliás já tinha a 'resposta' preparada!
E assim no jogo mais complicado da 'época' os Lagartos têm um parceiro oficial a apitar... e o Benfica leva com um ex-Juve Leo!
E até parece que tivemos 'sorte'!

As bestas

"Portugal acordou chocado para uma realidade que, pelos vistos, desconhecia: somos umas bestas nas redes sociais. Tudo porque na página oficial de facebook do Bayern, na notícia que dava conta da contratação de Renato Sanches ao Benfica, a troca de piropos e ofensas entre adeptos de Benfica e Sporting, uns em inglês, outros em português, foi um ver se te avias ao longo do dia.
Subitamente, descobrimos também, quais virgens ofendidas, que, afinal, em Portugal não se gosta de futebol. Do que gostamos mesmo é da clubite aguda elevada à máxima potência e de discutir sobre arbitragens e sobre malas e sobre a idade dos jogadores e sobre uma série de outras tretas. Uau... Eureka! Um dia bastou para descobrirmos a pólvora. Pelo menos foi o que pareceu a ver pelas dezenas de comentários condenatórios desta prática do falar mal (que julgamos tão portuguesa e que é, na verdade, universal) que rapidamente invadiram as mesmas redes sociais onde se passeiam os ofensores e os defensores da pátria. Da pátria benfiquísta e da pátria sportinguista, claro está. E então? A vergonha que alguns sentiram é por mostrarmos a nossa cara (a pior ou só a normal) numa página estrangeira? Enfim... Pois bem, a verdade é que não descobriram nada! Há anos que isto é assim. E assim continuará a ser, por mais boa vontade que haja da Liga de Clubes na defesa do «Futebol Com Talento» e outras coisas bonitas do género. Porque são assim os que dirigem os clubes, porque é assim a maioria dos que treinam as equipas e porque é assim a maioria dos que nelas jogam. Mas, mais importante, porque são assim os adeptos de uns e de outros.
Só não sabia disto quem anda desatento aos fenómenos facebookiano e twitteriano. Basta abrirem uma caixa de comentários de notícias muito mais importantes e determinantes para a nossa vida do que as da mera discussão sobre se o meu jogador é melhor e vale mais do que o teu para perceberem que o Bayern e o Renato são simplesmente... peaners."

João Pimpim, in A Bola

Benfiquismo (CII)

Este fim-de-semana o Benfica pode sagrar-se,
Tricampeão Nacional de Futebol, mas...
... também nos podemos sagrar Campeões Europeus de Hóquei em Patins...
... e esta equipa merece toda a nossa Força...!!!