sexta-feira, 29 de abril de 2016

Temos de ser mais demolidores

"O Benfica ganhou em Vila do Conde e encurtou a distância que falta para o objectivo principal da época. Ao contrário daquilo que tinha acontecido noutros jogos, não concordo com algumas críticas que ouvi. O jogo era difícil, o Rio Ave uma boa equipa, e o Benfica teve pelo menos quatro ocasiões de golo antes de concretizar. Exceptuando uma cabeçada de Vilas Boas na primeira parte (vi a bola dentro) não houve grande perigo do Rio Ave. Nos jogos que ainda nos faltam, temos que ser melhores e mais demolidores. Não podemos ficar ao alcance de um infortúnio ocasional ou provocado. A nossa margem de erro é não dar margem ao erro.
O resultado que interessa no clássico do Dragão é apenas vencer o V. Guimarães logo à noite (creio que o Sporting ganhará no Porto). Lembro que foi o empate do Vitória frente ao Sporting que empatou as contas de Alvalade, e foi a vitória dos de Guimarães sobre o Porto que os retirou do trilho do campeonato. Isto bastava, hoje, para termos um jogo de vários perigos. Faltam 270 minutos para tornar o sonho realidade. Essa realidade vem sendo sonhada e construída com muito trabalho (outros chamam sorte) desde o início do campeonato.
No estádio dos Arcos viveu-se um ambiente fantástico, onde a maré vermelha mostrou que é tão forte a norte como a sul. Resta agora em nossa casa e na Madeira terminar a empreitada com ainda maior competência. Segunda-feira disputamos uma meia-final contra o Sporting de Braga. É também um objectivo. Não posso entender como chegados a dois jogos de poder conseguir um título se possa facilitar nessa conquista. Aliás, nos últimos sete anos, só o Braga, e numa meia-final mal arbitrada por Marco Ferreira, nos eliminou nesta prova. A Taça da Liga não é o principal, mas é também um objectivo, e no (meu) Benfica não se deitam fora objectivos sem lutar."

Sílvio Cervan, in A Bola

Mais perto do "tri"

"Com a vitória obtida em Vila do Conde, tão suada quanto justa, estamos mais perto do título. Numa temporada normal, com as partidas em disputa por Benfica e Sporting nas três últimas jornadas, a confiança seria redobrada, mas, muito honestamente, não creio que o FC Porto tenha a capacidade anímica que o faria suplantar as suas lacunas técnica e tácticas frente a um Sporting que, embora não deslumbre, se vai mostrando focado em tentar regressar ao título 14 anos depois. Socorro-me, no entanto, do excelente percurso que a nossa equipa tem vindo a fazer para encarar com optimismo o desiderato a que nos propomos. Sermos Tricampeões nacionais, feito por alcançar desde 1977, será, caso o consigamos, a consequência natural de um trajecto que, contra as expectativas, especialmente após o mau começo de época, tem sido brilhante.
Dos vários objectivos intermédios que se poderá definir no âmbito do Campeonato Nacional, esta semana conseguimos o pleno a norte da cidade do Porto. Não me recordo da última temporada em que tenhamos conseguido vencer em Braga, Guimarães, Moreira de Cónegos, Paços de Ferreira e Vila do Conde. É um sinal de consistência da nossa equipa que não se poderá ignorar. Resta-me, em semana do 25 de Abril, relembrar que o Sport Lisboa e Benfica, nos 48 anos de ditadura, nunca deixou de realizar eleições livres e democráticas para eleger os seus corpos sociais. Fomos, talvez, a única instituição desportiva relevante a não se deixar influenciar pelo contexto social e político português nesse período. É com orgulho que deixo esta nota, mais uma das que patenteiam a nossa incomensurável grandeza. Viva o Sport Lisboa e Benfica!"

João Tomaz, in O Benfica

Que sorte!


"É uma sorte.
É uma sorte ter avançados com a categoria de Raúl Jiménez, Jonas ou Mitroglou, que resolvem jogos com precisão de matador, nos momentos mais delicados. É uma sorte ter jovens como Ederson, Nélson Semedo, Lindelof, Renato Sanches ou Gonçalo Guedes, os quais há um ano ninguém imaginava como presumíveis titulares do Benfica e jogadores de selecção. É uma sorte ter figuras do nível de Luisão ou Salvio, que se sentam no banco com o mesmo profissionalismo que sempre revelaram em campo. É uma sorte ter um plantel em que as ausências são colmatadas por jogadores de igual valia, com os quais o colectivo em nada se ressente. É uma sorte ter uma equipa unida e solidária, que entra em campo com humildade e sem qualquer laivo de sobranceria, disputando cada lance como se fosse o último. É uma sorte ter a melhor média de golos por jogo dos últimos 32 anos. É uma sorte ter o melhor ataque e o melhor marcador do Campeonato. É uma sorte ter como treinador um homem competente e civilizado, que responde com vitórias às reiteradas provocações que lhe chegam do exterior. É uma sorte ter uma estrutura administrativa e logística na qual nada falta, e a qual representa uma importante mola no rendimento dos atletas. É uma sorte ter um presidente que está sempre ao lado da equipa, nos bons e nos maus momentos, e que não usa facebooks para insultar, pressionar ou coagir ninguém. É uma sorte ter uma massa adepta que enche estádios de norte a sul do País, com uma paixão inigualável, e um apoio frenético que empurra a equipa para a frente.
É mesmo uma sorte. É uma sorte ser do Benfica!"


Luís Fialho, in O Benfica

É dia de jogo

"As roulotes das bifanas já lá estão. Consigo ver os toldos e as filas de espera assim que saio do metro do Alto dos Moinhos. Passo por baixo da Avenida Lusíada e lá estão os mesmos vendedores de cachecóis de sempre, com as suas novidades para cada jogo. Os agentes da PSP orientam o trânsito, dão passagem aos peões e perpetuam a sinfonia de apitos, só interrompida pela buzina daquele condutor mais apressado que não quer ser apanhado na onda vermelha. É fácil identificá-lo: vai de cara fechada ao volante, reclama com quem anda pela estrada de camisola do SL Benfica vestida, apita e reclama com medo de tudo. Deve ser inveja. Deve ser sportinguista.
Subo a pequena encosta com bares ambulantes de cada lado da estrada. São já às centenas os Benfiquistas que comem qualquer coisa antes de entrar no estádio. Homens, mulheres e crianças de todas as idades. Lançam-se prognósticos, lembram-se noites míticas, combinam-se aventuras no Marquês.
Desço agora entre os novos prédios do Alto dos Moinhos, cada vez mais perto da Catedral. Numa segunda zona de roulotes, cumpro o ritual de sempre. No mesmo bar, peço a mesma cerveja e a mesma entremeada. Viro-me para a estrada, assisto a quem passa, enquanto termino a improvisada refeição. Há sempre alguém conhecido nas proximidades. Há sempre uma troca de palavras antes de cruzar a ponte e desaguar frente à estátua do Eusébio. Cá de cima, ouvem-se já os cânticos de quem se prepara para entrar. É dia de jogo. É dia de fazer mais três pontos e deixar os invejosos e trapaceiros cada vez mais longe daquilo que não conhecem há bem mais de uma década: o título.
Está na hora, Benfica!"

Ricardo Santos, in O Benfica

Uma jornada em ditados populares

"Diz a sabedoria popular que gato escaldado de água fria tem medo. Por isso compreende-se a prudência que tem envolvido as declarações dos responsáveis do Benfica a propósito do tricampeonato perseguido pelo emblema da Luz. Recuando poucos anos, chega-se a um triunfo dos encarnados no Caldeirão dos Barreiros, naquele que era considerado o jogo do título de 2012/13, recordam-se os festejos precipitados dos pupilos de Jorge Jesus e lembram-se os factos imediatamente seguintes: empate do Estoril (de Marco Silva) na Luz, golo de Kelvin no Dragão e FC Porto (de Vítor Pereira) tricampeão. É óbvio que o Benfica é favorito frente ao V. Guimarães; é também evidente que a maré vermelha vai levar mais de 60 mil adeptos à Luz, num colinho anunciado, em época de mais de um milhão de espectadores no anfiteatro benfiquista; mas recuperando os acidentes de há três anos, é inevitável que a conclusão chegue, de novo recorrendo à sabedoria popular: Cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
A competição apertada entre Benfica e Sporting - há sete jornadas que uns e outros ganham sempre no campeonato - associada ao destempero verbal que tem marcado a época, concorrem para que, no fim do dia, prevaleça o mais sábio, o que não desbaratar energias com assuntos laterais, o que conseguir manter o foco no essencial. A missão do Benfica, para já, é só uma: vencer o V. Guimarães e aumentar exponencialmente a pressão sobre o Sporting, que viaja ao Dragão, onde o FC Porto joga muito mais do que três pontos, que não lhe atrasam nem adiantam: joga a honra da casa."

José Manuel Delgado, in A Bola

O melhor pode não ganhar

"Esta Liga está de tal forma emocionante, disputada e desequilibrada que no final qualquer um dos dois candidatos pode fazer a sua melhor pontuação de sempre e... não ser campeão. Neste momento, o máximo de pontos alguma vez acumulado por uma equipa foi 86 (FC Porto, 2002/03, treinado por José Mourinho), isto contando apenas com os campeonatos de vitórias a três pontos (desde 1995/96, vamos na 21.ª edição).
O líder Benfica pode superar o seu melhor registo (85 pontos, 2014/15, treinado por Jorge Jesus), acabar a prova com 86 pontos e ver o título fugir para Alvalade. O feito de Rui Vitória passaria logo para um plano muito secundário. Como, por outro lado, o bicampeão tem, também, boas possibilidades de estabelecer o novo máximo dos campeonatos: 88 pontos, se vencer os três desafios que faltam. Tal pontuação significaria garantidamente o tricampeonato e um lugar na história ao treinador.
O Sporting, neste momento, já igualou o seu maior acumulado histórico (77 pontos, 1999/2000, treinado por Materazzi e depois, por Augusto Inácio), pelo que basta um empate a Jesus para se tornar no técnico que mais pontos deu aos leões (por aqui também se pode medir a diferença entre os dois rivais). Seja como for, o 2° classificado ainda está em posição de atingir os 86. Seria o melhor resultado da carreira de JJ e repetiria o registo de José Mourinho. No entanto, todo esse feito pode terminar apenas como nota de rodapé na história da Liga caso o título volte a ser entregue pela 3.ª vez consecutiva na Luz.
Existem duas boas explicações para o facto de tais recordes estarem a ser batidos ao fim de tantas edições da Liga. Em primeiro lugar, o campeonato a que estamos a assistir é apenas o 13° com 34 jornadas e vitórias de três pontos. Por outro lado, a degradação competitiva tem-se acentuado nos últimos 5 anos, com os três grandes a fazer crescer os seus orçamentos para valores impensáveis até há pouco tempo e todos os outros a reduzi-los ou, no máximo, a mantê-los. Basta atentar no aumento brutal do número de goleadas (vitórias por mais de 3 golos) conseguidas em 14/15 e 15/16 pelos grandes, em comparação com as três Ligas anteriores: mais de 100 por cento!"

A ironia

"Secretamente, lá estarão, pois, Jesus e Rui Vitória a apostar algumas 'fichas' do amigo Conceição e no conterrâneo Peseiro.

Não é evidentemente a admiração de Sérgio Conceição por Jorge Jesus que vai jogar esta sexta-feira na Luz. O que vai jogar é o V. Guimarães que não vence há onze jogos e está, por isso, naturalmente mais ferido, e um conjunto de jogadores à procura de traduzir a tremenda alma do treinador e com aquele extra de motivação próprio do confronto com um grande, ainda por cima o líder que todos, pelo impacto e protagonismo, querem derrotar.
Nesta fase do pouco competitivo mas muito emocionante campeonato português, é absolutamente normal o elevado nível da expectativa, pela ansiedade com que os candidatos ao título - Benfica e Sporting em luta titânica - esperam escorregadela de um ou de outro.
Claro que não é a admiração de Sérgio Conceição por Jorge Jesus - e até a amizade que os ligará - que vai jogar ao final da tarde de hoje na catedral encarnada. Mas é difícil ignorar a secreta esperança que terá Jesus de ver o antigo pupilo ser também herói verde e branco no final deste Benfica-V. Guimarães, que voltará a levar ao estádio das águias gigantesca moldura humana, permitindo ao Benfica ultrapassar o milhão de pessoas nas assistências, esta época, em casa. O que é fantástico!
E a propósito, seja qual for a equipa que vier a ser campeã, neste empolgante duelo Benfica-Sporting, celebrará, talvez mais do que nunca, um título com vincada assinatura dos adeptos. De um lado ou do outro!  
Também não será a ligação de origem ribatejana de Rui Vitória e José Peseiro que vai jogar, este sábado, no escaldante FC Porto-Sporting, um daqueles jogos que pode não ter nada a ver com o campeonato, e quase nunca tem, no sentido em que as equipas nem sempre refletem o que estão a fazer na época. Pode o FC Porto não ter (e realmente não tem tido) futebol para este Sporting, mas tem jogadores com qualidade, camisola com história e estatuto com peso suficientes para, de repente, surpreender tudo e todos ao ponto de levar os analistas, como tantas vezes aconteceu ao longo dos anos, a questionar ao escreverem... mas por onde raio andava este gigante adormecido?!...
Claro que não deixa de causar alguma impressão a súbita derrocada da equipa portista, que acaba afastada da discussão do título mesmo tendo ganho, note-se, na casa do Benfica, agora o líder, e de só agora receber o Sporting.
Quer isso dizer que o FC Porto caiu exatamente onde não se esperava. E tombou fatalmente.

Na Luz, tirou o ribatejano José Peseiro o pão da boca ao ribatejano Rui Vitória (quando o FC Porto venceu por 2-1, em Fevereiro, na noite em que o Benfica de Rui Vitória talvez tenha feito o seu melhor jogo na Liga), e não deixaria de ser uma ironia que fosse agora o mesmo ribatejano Peseiro a devolver a felicidade ao ribatejano Vitória, caso este some esta sexta-feira o 10.º triunfo consecutivo no campeonato. Ironia ainda que fosse Peseiro, o mesmo que pagou a factura por ter perdido no Sporting o título de 2005, a contribuir, agora, do outro lado da barricada, para o insucesso do Sporting de Jesus na Liga de 2016.
Em qualquer dos casos, Jesus a apostar, portanto, algumas fichas em Conceição, e Vitória algumas no conterrâneo sangue de Peseiro, mesmo tendo em conta a ironia, sublinhe-se, de quem não ganha há onze jogos (o V. Guimarães) ou de quem tão profundamente desolado tem vindo a sentir-se (FC Porto) possa acabar por ter palavra tão decisiva na nobre discussão deste campeonato. Mas não está o futebol tão cheio destas ironias?!...

Terrível ironia esta outra, aliás, que no regresso a um grande português, e logo ao tão estruturado FC Porto, tenha José Peseiro caído num alçapão de instabilidade e problemas que jamais esperaria quando, por norma, a oportunidade de treinar o FC Porto é fantástico argumento para o currículo e caminho aberto para o sucesso.
Na realidade, muitíssimo instável e problemático deve estar o cenário azul e branco para impedir que José Peseiro pudesse ter melhorado de algum modo o que Lopetegui deixou, com o risco (não vencendo a Taça de Portugal) de deixar para o legado da presidência actual o inédito período de três anos sem conquistar rigorosamente título ou troféu algum.

Ironia para as cores portistas, imagine-se, também esta ontem vista em Espanha... a de que possa o submarino amarelo do município de Villareal ter eventualmente, frente ao Liverpool, aberto a porta da final da Liga Europa pela mão de... Adrian Lopez (lembram-se?), o rapaz que custou os olhos da cara ao FC Porto e no FC Porto não foi mais do que um peso morto que os portistas muito lamentaram.

Agora do lado do Benfica, não deixa de ser igualmente irónico que o guarda-redes Júlio César e o capitão Luisão tenham deixado, subitamente, de ser os jogadores indispensáveis que ainda eram há pouco tempo e foram, sobretudo e por exemplo, na conquista do título encarnado da época passada. O pior que lhes poderia ter acontecido - e o melhor para a equipa encarnada, naturalmente - foi terem visto Ederson e Lindelof abençoarem Rui Vitória com o milagre da multiplicação. O milagre que este ano tem dado um jeitão ao Benfica!"

João Bonzinho, in A Bola

Crise financeira anunciada se...

"O Tribunal Arbitral du Sport, decidiu assim (...). Deve pagar, 5.050.000,00€ + juros de 5% desde 23/8/2014, ainda 5.000.000,00€ + juros de 5% desde 4/12/2014, 1.433,596,15 Libras esterlinas + 5% juros desde 23/8/2014, ainda, mais 75% de 20% de eventual transferência futura de Rojo acima de 23 milhões de euros, ainda 90% das custas do processo e mais 40.000,00 francos suíços para ajudar a pagar as custas do processo.
Ora, como é fácil de ver, isto dá muito mais que os tais 12 milhões! Fora, uma transferência futura acima de 23 milhões de Marcos Rojo.
A coisa não é assim tão fácil, nem tem nada a ver com o que por aí postaram os meios de comunicação social.
As dificuldades financeiras da Sporting SAD caso não ganhe a Liga, vão aumentar em muito a sua já debilitada saúde financeira, por muito que se possa "vomitar" no Facebook. Daí a importância fundamental para o Sporting ganhar esta Liga.
É que analisando as finanças da Sporting SAD, a única possibilidade financeira que lhes restará será, obrigatoriamente, empenhar todos os jogadores, ou, arranjar investidores particulares o que obrigará ainda mais à alienação completa do controlo da maioria do capital por parte do Sporting Clube. Repare-se que, se em 2025 o BCP e o Novo Banco (certamente aí Santander), quiserem exercer o seu direito de opção das célebres VMOC's, os sócios do Sporting ficarão com 10 a 20% do capital da sociedade e cheios de dívidas.
É esta a razão de todo o ataque cerrado de vários Triunviratos através dos jornais e da televisão que não tem mais do que dois objectivos: tapar o sol com a peneira e tentar destabilizar o Benfica. Está em jogo a sobrevivência do Sporting e o seu presidente bem o sabe, por mais que a seguir vá escrever no Facebook - e tal, a Terra é quadrada e é o Sol que anda à volta da Terra - então não se vê dirá a citada Excelência.
Até lá ficamos (...) com o actual Ranking da UEFA: BENFICA em 6.º.
E por aqui fica esta semana o escriba.

Inteligência Liga versus Taça da Liga
Nos meus tempos mais remotos e já lá vão muitos dias e muitas noites, existia um anúncio sobre o Presto, onde apareciam uns bonecos que apelidavam de "glutões", os quais comiam tudo o que se lhes aparecia. Um dia morreram de congestão!
Mais tarde surgiu uma máquina que se chamava "Pack Men" , a qual tinha uns "glutões" a girar, que largavam bombas na direcção de uma "anti aérea", que caso não lhes acertasse, acabaria por ser acertada pelas bombas. A técnica consistia em adoptar dois métodos, separados, ou conjuntos. Desviar das bombas e disparar o máximo possível sem esgotar as munições.
Ora é isto que o Benfica tem de fazer nesta parte final da Liga "Nós", que eu e todos os Benfiquistas querem que seja de todos "Nós".
Para isso é preciso adoptar três métodos:
a) Não querermos ser glutões e devemos escolher entre competições;
b) Desviar de todas as bombas que nos atiram;
c) Não esgotarmos as munições todas disparando à parva, só porque queremos "comer" o mundo;
É evidente que a melhor decisão será aquela que seja tomada após se conhecer o resultado de dois jogos - o Benfica-Vitória de Guimarães e o FC Porto-Sporting.
Mas ela não poderá deixar de ter em atenção que, quem tudo tudo quer tudo pode perder. E aí, entra a melhor gestão desportiva, económica financeira e logística.
Para quê empenhar a 100% na competição da Taça da Liga, quando o que todos nós queremos é o Tricampeonato?
Para quê, querer ser mais Papista que o Papa. Para quê, colocar as fichas todas na mesa da roleta, quando outros estão a caminhar para uma falência de tesouraria e estão à beira do empurrão final!
Há uma frase que na brincadeira costumávamos utilizar muito - Estava a um passo do abismo e deu um passo em frente!
Por vezes é necessário utilizar a inteligência e a perspicácia e esperar pela altura certa.
Qualquer que seja a estratégia a desenvolver e as decisões que se venham a tomar, o momento da comemoração do golo em Vila do Conde, simboliza uma união e uma crença que não pode morrer e por muito que custe, mais vale um sonho na mão que dois a voar!"

Pragal Colaço, in O Benfica

Benfiquismo (LXXXIX)

De todos, um.

Até ao fim... sempre !!!
E que no final do dia de trabalho,
sejamos felizes...