sexta-feira, 22 de abril de 2016

Sem armadilhas em Vila do Conde

"O último jogo, na passada segunda-feira, contra o Vitória de Setúbal, levou o mais calmo adepto ao desespero. Sofrer um golo aos 14 segundos foi o tónico para uma meia hora de sonho, do melhor que se viu esta época. Depois de se conseguir a reviravolta no marcador, não percebo porque não se procurou o terceiro golo com a mesma intensidade, para aí sim, poder baixar o ritmo com a segurança do resultado. A equipa foi perdendo força e lucidez e aquele atraso de Pizzi a isolar o quase rico avançado do Setúbal fica na memória como o momento da época.
Fiz a viagem Lisboa-Porto em processo de descongelamento. Se repetirmos os primeiros 30 minutos da Luz durante o jogo de Vila do Conde estaremos muito perto do objectivo.
Neste campeonato, sem erros de arbitragem, já teríamos oito pontos de avanço do segundo classificado, mas sabemos que será assim até ao fim, só ganhando os jogos todos seremos campeões.
Moreira de Cónegos foi mais um episódio repetido, daquilo que começou no primeiro jogo contra o Tondela ao minuto 94. Mas o Benfica optou por não protestar, por tentar jogar bem e fazer a sua parte ganhando os jogos. É um caminho civilizado, veremos o resultado.
Vila do Conde parece ser o palco mais difícil de toda a empreitada que nos falta. Todos esperamos que reapareça o melhor e mais consistente Benfica nos Estádio dos Arcos, que nos consiga pôr a salvo de armadilhas e percalços. Esse é o rumo do 35.
O apuramento para a final do play-off de andebol, vencendo um Porto que vinha de um período hegemónico na modalidade, é mais uma página de luxo do nosso ecletismo vencedor. Quarta-feira na Luz, com um ambiente fantástico, houve uma grande vitória de quem defende essa tradição ecléctica e vencedora no Benfica.
Pode haver mais páginas para escrever este fim de semana."

Sílvio Cervan, in A Bola

Jogo ingrato...

Ugra 4 (3) - (2) 4 Benfica

Não éramos favoritos, o orçamento de 12 milhões dos Russos assustava...!!! Tivemos uma abordagem paciente e humilde no jogo... Ser eliminado nunca seria um 'crime' e pensar em vencer numa potencial Final com o Inter a jogar em casa, seria sempre, em qualquer circunstância, algo de transcendental...

Dito isto, voltar a perder nos penalty's numa Final Four, é muito, mas mesmo muito frustrante!!! Em 2010/11, também perdemos o jogo do 3.º lugar em penaltys, parece que se está a formar mais uma 'tradição'!!!
Por acaso até entrámos bem no jogo, com remates fáceis, objectivos, e a dar muito trabalho aos Russos. Com a 'rotação' o Ugra meteu as suas principais armas, e tivemos algumas dificuldades, com algumas falhas graves de marcação, mas o Juanjo foi nos mantendo no jogo... Mesmo jogando mais atrás, criámos sempre perigo... Até que marcámos...
Sofrer o golo do empate, nos primeiros segundos da 2.ª parte foi frustrante... quando sofremos o 2.º golo, num canto, muito mal defendido, a equipa podia ter perdido a cabeça... mas, não! Voltámos a empatar, de bola parada... E mais uma vez, numa desconcentração, segundo depois de empatar, permitimos ao Ugra passar para a frente...
A meio do 2.º tempo (estava 1-1), o guarda-redes do Ugra, foi bem expulso... mas o Benfica foi extremamente incompetente a atacar o 4:3 !!! Não marcámos, e a melhor oportunidade foi mesmo dos Russos!!! Assim, quando o Benfica arriscou o 5:4 no final, fiquei desconfiado, mas desta vez, resultou, com o Jefferson a encostar ao 2.º poste...
Grande entrada no prolongamento... mas mais uma vez, tivemos pouco tempo em vantagem...
Penalty's. E fomos eliminados...
Foi notório a maior capacidade técnica dos brasileiros do Ugra, além de fisicamente existir uma grande diferença de peso entre os jogadores, o Fernando e o Gonçalo foram muitos importantes a defender os Pivot's (algo que em Portugal acontece pouco, porque a maior parte das equipas joga em 4:0).
Como já referi cometemos alguns erros defensivos (2.º e 3.º golos!!!), mas fomos conseguindo manter a equipa na luta, com muito coração... como esta equipa, nos tem habituado, e é mesmo por nos termos 'aguentado' no jogo, com tanta garra, que esta derrota nos penalty's, ainda é mais frustrante...!!!

Com os super-investimentos Russos e Espanhóis (além dos nossos vizinhos Lagartos!!!), não será nada fácil o Benfica voltar a vencer o título máximo...

No Domingo vamos disputar o 3.º lugar, quase de certeza com os Italianos do Pescara, é um daqueles jogos ingratos, mas no Benfica joga-se sempre para vencer...

A sorte e a "sorte"

"Vale tudo! Se alguém, um dia, se dedicar a escrever a história deste campeonato, recomendo que evite dedicar um capítulo à vertente comunicacional. Já perdi a conta às tentativas "leoninas" de destabilização do Benfica e tenho que lhes reconhecer a criatividade e a insistência, tendo em conta a ineficácia total. Passo o exagero, têm mais ideias que doadores para o pagamento da construção do pavilhão.
Na semana passada foi a sorte, referindo-se aos triunfos Benfiquistas no Bessa e em Coimbra, eles que vão já em 11 jogos, no presente Campeonato, ganhos pela diferença mínima, um deles com a "sorte" do seu adversário contar com o Tonel, outro com a "sorte" do fiscal de linha não ter assinalado fora-de-jogo no único tento apontado, ou ainda outro pela "sorte" do árbitro ter feito vista grossa a uma grande penalidade evidente nos minutos finais, e mais um lance "sortudo" de um fora marcado um metro dentro de campo ter originado o golo da vitória. Dessa "sorte" não falam eles, que a criatividade é selectiva e desonesta intelectualmente.
Agora, a sorte voltou à baila porque o Vitória de Setúbal, na Luz, dispôs de uma boa ocasião para empatar a partida perto do final. Dos setubalenses terem concretizado um golo aos 14 segundos não reza a sorte. Nem sequer das seis oportunidades flagrantes de golo desperdiçadas pelo Benfica na primeira meia hora da partida. Foi Futebol, claro, que falar na sorte só interessa se servir os interesses de quem, por não ser Benfiquista e torcer por um clube que faz pouco pela sua sorte, mas muito pela "sorte", merece ter somente azar.

P.S.: A causa do vídeo-árbitro, esta semana, não teve sorte."

João Tomaz, in O Benfica

Mais do que um jogo


"Faltam quatro.
Apenas quatro jornadas para o fim de um dos campeonatos mais empolgantes dos últimos anos, e, provavelmente, o mais importante da última década. Cada jogo é uma "final", como há muito afirma Rui Vitória.
Mas a "final" deste domingo é especial, e pode definir muito mais do que os três pontos em disputa. Pode muito bem ser a verdadeira "final". O momento chave na decisão do título. O Cabo da Boa Esperança na rota para o Marquês.
O Rio Ave está em 5.º lugar, a lutar arduamente por uma vaga na Liga Europa (os adversários seguintes estão do 10.º lugar para baixo, e já sem objectivos). O estádio do Rio Ave é difícil, e tradicionalmente problemático para o Benfica (ainda na época passada lá perdemos). O Rio Ave tem uma equipa muito coesa, onde pontuam jogadores emprestados pelos nossos rivais. O treinador, excelente, diga-se, é também ele um antigo jogador do Sporting, valha isso o que valer. A equipa vila-condense apresenta-se praticamente na máxima força (apenas Roderick não jogará). Esta jornada antecede um FC Porto-Sporting, cuja abordagem em muito depende do que se vier a passar em Vila do Conde. Não são precisos mais condimentos para olharmos para a partida de domingo como uma das mais importantes da temporada.
O jogo com o V. Setúbal evidenciou algum desgaste da nossa equipa. Após tão exigente compromisso europeu, não seria de esperar outra coisa. Felizmente, chegou para vencer.
Agora, com uma semana de repouso, teremos de entrar "a matar" no Estádio dos Arcos, como se de cada lance dependesse toda uma vida. Só assim podemos trazer a vitória. Só assim chegaremos ao 35.º."


Luís Fialho, in O Benfica

Respeito

"Ai que horror, o Benfica só ganhou por um golo ao Vitória de Setúbal. Atirem já abaixo o Carmo e a Trindade porque o Bicampeão sofreu para conseguir os três pontos. Inacreditável. É só isto que consigo escrever depois do que li e ouvi no dia seguinte à 25.ª vitória do SLB em 30 jornadas de Campeonato. 
Cinco dias após um jogo quase épico com o Bayern de Munique, sofre-se um golo aos 14 segundos de jogo e dá-se a volta ao resultado em 25 minutos, com um nível de Futebol que mais nenhuma equipa portuguesa mostrou até agora. Consegue-se a vitória com uma exibição tristonha na segunda parte e, de repente, aponta-se o dedo? Mas está tudo doido? Estamos a quatro jogos da conquista do Tricampeonato e, como mostraram os quase 55 mil na segunda-feira, agora é apoiar até ao fim.
É isso que vai acontecer no Estádio da Luz de Vila do Conde no próximo domingo. Não vai ser fácil, como já sabemos. São os prémios por vitória, as limpezas de amarelos, os ódios de estimação, o clubismo dos treinadores... está tudo preparado. Não é isso que nos vai afectar nesta hora da verdade. Nem isso, nem os golos em fora-de-jogo para manter o Sporting na corrida.
O Bicampeão já mostrou que é superior a tudo isso. E vai continuar a fazê-lo. Com a cultura de vitória, com o hábito de ganhar, com os estádios a encher por onde passe, o Glorioso tem que estar imune às críticas e seguir em frente. A caravana passa sempre."

Ricardo Santos, in O Benfica

Os regulamentos são para cumprir?

"O futebol português tem melhorado em muitos aspectos mas sente-se que ainda há muito por fazer. E não é por falta de regulamentação que as coisas não correm melhor. Por exemplo, uma situação que tem servido para crispar o ambiente passa pelas dúvidas levantadas, em múltiplas ocasiões, antes dos jogos, quanto aos árbitros nomeados. Trata-se de uma circunstância prevista e punida pelo regulamento disciplinar e, nem assim, os prevaricadores são punidos. Imagine-se que era dito o que tem sido proclamado sobre os árbitros no contexto de uma competição europeia de clubes. A mão seria célere e pesada. E é por isso que ninguém pia em relação às escolhas da UEFA, deixando os árbitros mais à vontade e o ambiente desanuviado... Mas há mais: está indicada uma nova equipa para o Conselho de Disciplina da FPF, liderada por José Manuel Meirim (boa sorte!) que deverá ser diferente, pela pedagogia, daquela que agora se despede. Teria sido do interesse comum que fossem explicadas à opinião pública as razões jurídicas que levaram, por exemplo, a que a terceira expulsão da época de Jorge Jesus tenha sido punida com um punhado de euros; e que Petit, também expulso, tenha apanhado 25 dias de suspensão. Não alinho, por um instante, em teorias da conspiração, nem em influências estranhas. Mas tenho a firme convicção de que os adeptos merecem ser esclarecidos, com frontalidade, por quem toma as decisões. Derradeira questão: será que na próxima época a Liga vai fazer alguma coisa no âmbito do controlo de qualidade dos relvados? O estado de calamidade pública devia ser decretado..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Benfiquismo (LXXXII)

Grandes recordações...
nos locais mais inesperados!!!

Londonderrey, Irlanda do Norte, 1989
Foi aqui que começou a caminhada até à Final de Viena!