"No lançamento do Benfica-FC Porto fiquei logo preocupado com o teor das notícias que antecediam o jogo. Era o FC Porto que estava em crise e se apresentava na Luz muito fraco. Era o Benfica mais concretizador dos últimos 40 anos numa série de 11 vitórias. Percebi logo que não íamos ter coisa boa.
Mesmo que se tenha que dizer que houve injustiça no resultado, não podemos esquecer os méritos de José Peseiro sempre que mexeu na equipa, e ao conseguir manter vivo um FC Porto quase moribundo. Peseiro é um bom treinador, e respeitar os méritos dos adversários também é fundamental para ter sucesso.
Há uma máxima do basquetebol que se aplica ao futebol: «Os grandes ataques ganham jogos, as grandes defesas ganham campeonatos.» De qualquer forma, uma realidade temos como certa: é bem melhor perder em casa com o FC Porto, e sair com três pontos de vantagem no campeonato, do que ganhar o jogo e sair com três pontos de atraso.
O Benfica que jogou contra o Zenit voltou a estar equilibrado e competente, embora reconheça ser muito difícil passar a eliminatória em São Petersburgo. Mas é bom estar no topo do futebol europeu a jogar a Liga dos Campeões, onde só estão os melhores. O nosso organismo de benfiquistas não está muito habituado a não torcer pela equipa de Javi García, Witsel, Garay, é até estranho ver o Jardel sozinho a segurar os três juntos para Jonas (o tal que não marca em grandes jogos) facturar mais uma vez. Dizer mal de Jonas não é uma opinião, é apenas uma prova de imbecilidade.
Amanhã será muito dura a prova de Paços de Ferreira, mas vencer na Mata Real é um passo obrigatório na luta pelo tricampeonato."
Sílvio Cervan, in A Bola