quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Eliminados no último segundo...!!!

Benfica 77 - 79 Antuérpia
24-20, 16-20, 18-23, 19-16

É frustrante perder assim.
O Antuérpia é mais forte do que o Benfica. Enquanto eles jogam com 6 Americanos, nós jogámos basicamente com 2, tendo o Wilson ficado carregado de faltas e o Cook mais valia não ter saído do banco... e o Gentry também!!!
Os Belgas Americanos apesar de não precisarem deste jogo para nada, nunca facilitaram, mantiveram sempre uma defesa muito agressiva... os árbitros assim o permitiram, ao contrário do que fizeram com a defesa do Benfica!!!

O jogo foi equilibrado, nós começamos melhor, mas quando começaram as substituições, notou-se mais a diferença nos plantéis, e os Belgas empataram mesmo em cima do intervalo. Começamos mal o 3.º período, estivemos sempre a correr atrás do prejuízo... mas a raça e a crença, principalmente do Andrade e do Radic, com a ajuda do Mário, fez com que o jogo ficasse empatado a 1,2 segundos do fim...!!!
E depois, uma tremenda parvoíce, deitou tudo a perder... é muito frustrante perder assim...

Em caso de qualificação para a fase seguinte, seria muito difícil o Benfica ganhar um jogo, mas o Benfica joga sempre para vencer... O Basket Português, baixou muito de nível... enquanto a Europa, aproximou-se do nível Americano, em Portugal andámos para trás... Com as alterações no modelo das competições Europeias previstas para os próximos anos, será quase impossível o Benfica fazer alguma coisa na Europa...

Consistência

Benfica 2 - 0 Burinhosa

A Burinhosa provou hoje porque está neste momento no 3.º lugar do Campeonato. Equipa muito consistente, que mesmo com muita pressão do Benfica, sabe manter a posse de bola, e depois tem um guarda-redes que se calhar vale 60% da equipa (o ano passado o Burinhosa-Benfica na Nazaré ficou 0-0)!!!

Jogámos melhor na 1.ª parte, no 2.º tempo com a vantagem, não arriscámos tanto, mesmo assim, a atitude defensiva foi sempre boa, com muita pressão...
Nos últimos minutos, quando a Burinhosa optou pelo 5x4, devíamos ter tido mais calma nas saídas de bola, oferecemos a posse de bola escusadamente ao adversário várias vezes...

O calendário está 'acertado' após as partidas adiadas devido à Europa, com somente um empate a destoar... e liderança isolada.

€400 milhões !!!

"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol SAD informa que celebrou hoje contrato com a NOS Lusomundo Audiovisuais, S.A, empresa do Grupo NOS, SGPS, para a cedência dos direitos de transmissão televisiva dos jogos em casa da Equipa A de Futebol Sénior da Benfica SAD para a LIGA NOS, bem como dos Direitos de transmissão e distribuição do Canal Benfica TV, para o mercado nacional e internacional. O contrato celebrado terá uma validade de três anos, com início na época desportiva 2016/2017, podendo ser renovado por decisão de qualquer das partes até perfazer um total de 10 épocas desportivas. O valor do contrato ascende a um total de 400 milhões de euros, repartido em montantes anuais progressivos. As partes promoverão uma conferência de imprensa, na tarde do próximo dia 10 de Dezembro, para esclarecimentos adicionais."


PS: Os valores são muito tentadores, pessoalmente preferia um acordo com a Meo, até porque muito provavelmente vamos ter os jogos da Luz novamente na PorkosTV (ainda não se conhece qual a estratégia da NOS na gestão deste conteúdo...) e se a linha editorial da dita cuja não se alterar, estamos a alimentar o monstro...!!! Eu sei que a PorkosTV mudou a sua estrutura accionista, mas a linha editorial têm-se mantido... Agora, acredito que quando uma empresa faz um investimento desta dimensão, como a NOS está a fazer, não vai permitir que a clubite aguda de alguns avençados jornaleiros, comprometa o sucesso financeiro da aposta. Muito sinceramente não acredito que a NOS permita que funcionários da PorkosTV (ou da NOS) continuem em directo, ou nas redes sociais, a agirem com Anti's  acéfalos, é algo que tenho dificuldade em acreditar...
Financeiramente, preferia um adiantamento de 50%, para permitir negociar com a Banca, se isso não acontecer, o Benfica tem que anualmente resistir à tentação de usar o dinheiro, no investimento do plantel, em vez de reduzir a dívida bancária sustentavelmente... e às vezes os contextos desportivos, tornam muito complicada esta gestão!!!
Pode não parecer, mas esta é claramente uma vitória da BenficaTV. Sem a BTV nunca teríamos tido propostas deste valor. A BenficaTV vai provavelmente regressar às origens, com as Modalidades e a Formação e em sinal aberto... mas foi claramente uma grande vitória.

ADENDA: Pensando um pouco mais no assunto, há uma coisa que não faz sentido:
A PorkosTV dificilmente deixará de passar na Meo, sendo assim, tendo a NOS o exclusivo dos jogos do Benfica na Luz, os jogos vão ter que passar noutro canal... exclusivo da NOS, certo?!

Nova derrota!

Leixões 2 - Benfica B



A série negativa continua. Existem vários factores que explicam os maus resultados, algumas lesões e inclusive o 'sucesso' de vários jogadores e a sua 'subida' à equipa principal... mas não deixa de ser preocupante a aproximação à zona de descida!

A silenciosa goleada do Benfica

"Na formação, que tem de ser ponto de honra do Sporting, o efeito Bruno de Carvalho não é evidente

Começa a haver uma espécie de norma para os artigos de opinião sobre Bruno de Carvalho. Há sempre um parágrafo ou dois sobre os melhoramentos que fez no Sporting, porque seria desonesto e até um disparate negá-los, e algures entre a quinta e a décima linha desponta um "mas", em geral versando o comportamento social, os pelos do pescoço eriçados e os caninos sempre à mostra. Para variar, o "mas" que temos hoje é de outra ordem. Nos últimos quatro anos, o Sporting é massacrado na sua imagem de marca. Não só o Benfica ganha em número de convocatórias para as selecções nacionais jovens em todos os escalões, como apenas num deles a mais prestigiada escola nacional consegue ficar à frente do FC Porto, e, mesmo assim, mais por estratégia portista do que por outra coisa qualquer (ler págs. 2 e 3). Jesus não é um daqueles super-antibióticos que curam as doenças todas. Tê-lo a treinar os seniores não valida os méritos da SAD sportinguista a respeito de outros assuntos, nem os contagia. Há inversões por fazer e a da formação, até por necessidade de continuar a cultivar a identidade do Sporting, não é a menos importante delas.
(...)"

Um terço da Liga

"Jornada atípica na Liga portuguesa, esta 11.ª. Não tanto pelo facto de Benfica, Porto e Sporting terem ganho, mas antes pelo modo como as três vitórias se concretizaram face às expectativas, e prognósticos em função da maior ou menor ciência futebolística. Acontece que uma das belezas e aliciantes do futebol reside na sua relativa imprevisibilidade.
Quem diria que o Tondela, último classificado, a jogar não em casa, mas em Aveiro, esteve perto de tirar 2 pontos ao Porto num penalty (a propósito, não foi Lopetegui que estranhou que o Benfica lá tivesse jogado e que, na Taça de Portugal, o Porto tenha sido o único dos grandes a jogar na verdadeira casa do adversário - Varzim - ignorando depois que foi jogar contra o Angrense noutra ilha açoriana. É caso para dizer «por qué no te callas?»). Já o Sporting, campeão dos penalties decisivos, consegue o já habitual no último minuto para disfarçar o sistema bipolar em que vem jogando (um jogo bem, outro mal).
Ah! Faltava o Benfica, este ano mais europeu. Quase condenado a desistir da Liga, após insucesso em Braga, segundo muitos cronistas. E, afinal, venceu não por um golo, mas por dois, perante um Sporting de Braga de grande qualidade. Entre vários aspectos que, com alguma consistência, têm sido referidos, o Benfica perdeu Lima e Maxi Pereira. E então Enzo Pérez que só saiu em Janeiro? E Sálvio? E as lesões graves de Luisão e Nélson Semedo?
Afinal, o campeonato ainda tem 691 pontos em disputa. Faltam 2/3. Há muito por decidir. Claro que ir à frente é sempre um maior estímulo e vantagem. Mas parece-me cauteloso não falar de desistências precoces."

Bagão Félix, in A Bola

Renato é um caso de classe

"Acaba de entrar no onze do Bicampeão e já deu indicações seguras sobre o que está para vir: Quando conjugar talento e solidez terá completado o processo que deverá conduzi-lo ao topo do Mundo

Ao contrário de quem vive longe do centro nevrálgico dos jogos, por exemplo os extremos, que podem superar expectativas, e contrariar tendências como peças soltas dos mecanismos instituídos, a imposição dos médios de zona central não tem apenas a ver com a excelência da relação com a bola. O sucesso de jovens que habitam no centro das operações tem implicações colectivas. Artur Quaresma (1917-2011), campeão nacional pelo Belenenses, um dos melhores futebolistas portugueses de sempre e treinador com larga experiência, costumava dizer que o andar de um jogador era o primeiro factor de avaliação. Antes mesmo de a bola entrar em acção, o mito azul assumia presunção de qualidade para quem se submetia à sua avaliação. A última descoberta do Benfica suscita reflexões interessantes.
Renato Sanches foi impressionante em Astana e Braga, mais ainda pelo que prometeu do que propriamente pelo que jogou: deslumbrante foi o atrevimento e a insolência de, aos 18 anos, pisar um palco da Champions e actuar num estádio de máxima dificuldade em Portugal e fazê-lo como se estivesse a jogar na rua com os amigos de infância. Nos dois casos não tomou precauções e foi direito ao assunto: mais do que integrar-se na manobra da equipa, de acordo com o perfil no qual, sustenta o seu padrão futebolístico, cometeu a proeza de assumir a coordenação do jogo colectivo. Não se limitou a ser um passageiro bem-comportado, respeitador das regras, antes traçou a rota e assumiu o comando da expedição. É sempre refrescante ver alguém tão novo cumprir e interpretar o guião à sua maneira, melhorando-o com imaginação e criatividade.
Pelo modo como pisa, recebe, toca e conduz a bola,. Renato não alimentou dúvidas: tem futebol da cabeça as pés. A movimentação e os gestos esclareceram a sabedoria inconsciente na tomada das decisões mais adequadas na ocupação do espaço, no tempo entrada aos lances e na exacta valorização do engano. Ele não corre, desliza; não choca, desarma por antecipação; não tem só a bola, dança com ela. É deslumbrante vê-lo escolher se a equipa deve jogar curto ou longo; a um, dois toques ou prosseguir ele próprio a iniciativa; se o mais indicado é aquecer (passe vertical) ou arrefecer (lateralizando) a acção. Sendo um miúdo, parece um veterano de muitas batalhas.
O futebol está cheio de casos em que jovens talentos com sentido estratégico revelado nos escalões de formação falham quando chamados a assumir a mesma preponderância nos contextos mais exigentes das equipas principais. Não se trata de dar resposta à opinião do treinador ou satisfação às pretensões dos adeptos; trata-se de convencer uma orquestra consagrada, com solistas de renome internacional e muitos prémios no currículo, a ser dirigida por um adolescente sem passado, mesmo que transporte a promessa de um futuro grandioso. Nessa primeira avaliação, Renato mostrou ter tanta classe e ideias tão boas que assumiu, quase automaticamente, candidatura a um papel sem dono na formação benfiquista.
Conduzir um conjunto de homens, com a garantia de saber para onde os leva e como chegarão ao destino, é tarefa nobre, exigente e delicada; por ser tão complexa, está interdita a menores; por encerrar tão grande responsabilidade, só está ao alcance de homens credíveis, maduros, alicerçados nos valores adultos de experiência, conhecimento e, não menos importante, de uma estrutura atlética sem fragilidades. Renato Sanches tem ainda muito para crescer e melhorar; uma evolução física e biológica para cumprir; um estilo e uma liderança para consolidar. Acaba de entrar no onze do bicampeão e já deu indicações seguras relativamente ao que está para vir: quando conjugar talento e solidez, terá completado o processo que poderá conduzi-lo ao topo do Mundo."

Rui Dias, in Record

O sinal que faltava

"Os adeptos querem ganhar sempre e entendem mal as preocupações de quem tem a responsabilidade de aplicar uma gestão equilibrada, exercício bem difícil de fazer por causa de incontrolável tendência para o excesso nos gastos, que um título perdoa, mas não resolve. Espécie de alegre passeio para o abismo em que mais cedo ou mais tarde todos os clubes vão cair se não houver alguém com o mínimo de lucidez que se aperceba da inevitabilidade da queda, corrija o erro e invista em medidas porventura acolhidas com relutância pelo espírito imediatista das massas apoiantes, porque reagem todas da mesma maneira, mas determinantes na protecção do presente e na construção do futuro, sem prejuízo das ambições.
Permita-se-me este arrazoado como despretensiosa tentativa para explicar a mudança operada na política do futebol profissional do Benfica, prometida e, sobretudo, desejada tendo em vista a saúde financeira da instituição, o que não significa que estivesse doente, mas, pelo andar de carruagem, talvez corresse o perigo de poder adoecer a qualquer instante caso fosse sujeita a tratamento adequado... Mera dedução especulativa da minha parte, sim, mas reparo no cuidado que tem existido sobre o controlo da (boa) relação entre o deve e o haver, o que permitiu aos sócios do emblema da águia aprovarem um relatório de gestão e contas do último período com saldo positivo, o que se verifica pelo sexto ano consecutivo. Paralelamente, a SAD viu reduzido o que chamam passivo consolidado em cerca de 20 milhões de euros, apesar de se manter elevado, o que não quer dizer desgovernado.
No essencial, é isto o que Luís Filipe Vieira pretende: chegar mais longe nos projectos desportivos, e não só, através de mais rendível aproveitamento de recursos próprios. Ou seja, dar mais atenção aos meios na consecução dos fins. O adepto comum pode pensar, e apregoar até, que quer ver a sua equipa vencer nem que seja com um golo com a mão e em fora de jogo, mas o dirigente responsável não pode, ou não deve, hipotecar o clube, gastando o que não tem em troca de uma vitória ou de um título. Porque, esgotados os aplausos e alimentadas as vaidades, na maioria de casos apenas se enxerga o vazio e a ruína: basta olharmos nos exemplos à volta...
Vieira não queria ser só campeão, mas sim bicampeão, e com certeza que teve as suas razões para apostar nessa ousada estratégia. No entanto, feita a festa e acertadas as contas, concluiu, provavelmente, que os títulos, apesar de celebrados expansivamente pela nação benfiquista, lhe custaram caro. Visto de outra forma: podiam ter sido mais baratos se fosse outra a filosofia seguida. Simples e claro, parece-me, depois do sinal que faltava para serenar a família benfiquista e que foi dado na recente viagem ao Luxemburgo. Luís Filipe Vieira não podia ter sido mais esclarecedor em três passagens:
1. «O Benfica nunca dá um passo atrás. Sabemos que estamos a dar muitos passos à frente. Queremos que este Benfica seja sustentável, que seja um Benfica com a identidade própria do Benfica e, se possível, com jogadores na formação.»
2. «É um ano de mudança, decisivo para muitas gerações.»
3. «A curto prazo, muitos podem não entender as nossas razões, mas o futuro passa por estas opções estratégicas que vão definir o futuro do Benfica.» O presidente benfiquista prometeu ainda que «nunca mais» voltarão os tempos em que «o clube quase desapareceu». Sábia e oportuna referência: afinal, não foi assim há tanto tempo, mas a memória das pessoas é curta, desoladoramente curta..."

Fernando Guerra, in A Bola