quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A graçola de Pinto da Costa

"Há uma estratégia clara do FC Porto, que usa, como instrumento dessa estratégia, o Sporting. É a história do... Cavaleiro da Triste Figura.

A sorte nos últimos minutos
Não fujo do problema: o BENFICA perdeu um jogo. Mas perdeu, onde, nas últimas seis épocas, apenas tinha ganho uma vez para o Campeonato.
Perdeu, outra vez, nos últimos minutos.
Que nos sirva de lição, para tudo o que resta da época.
Porque, como sempre disse, seria um jogo que contaria para a história do futebol, mas não vai contar para a história deste Campeonato.

Compras por atacado sem ganhar nada
Sabem o que penso sobre o grau crescente de conflitualidade no futebol português. E mesmo quando ninguém contribuiu, antes do jogo de domingo, para isso, a necessidade do Porto provocar o BENFICA, mesmo depois de ter ganho, atesta o quanto estou certo.
Nem sequer será preciso invocar Voltaire - «Quem se vinga depois da vitória, é indigno de vencer» - para os classificarmos na hierarquia do género humano (porque, sobre isso, estamos conversados).
Confirmando o que penso, já depois do jogo de domingo, Pinto da Costa afirmou que «o que falta ao Benfica, sobra ao Sporting - Jorge Jesus».
Não passa de mais uma graçola, mas confirmando tudo aquilo que tenho denunciado nos últimos tempos: há uma estratégia clara do Porto, que usa, como instrumento dessa mesma estratégia, o Sporting.
Numa versão portuguesa e (muito pouco) moderna do livro de Miguel de Cervantes: El Ingenioso Hidalgo de Don Quijote de la Mancha... ou a história do Cavaleiro da Triste Figura...
É público e notório que o Porto precisa de ganhar... pelo investimento feito nas últimas 2 épocas, em particular, e pela aposta, pessoal, do seu Presidente, num treinador que teima em pôr os cabelos em pé aos fiéis adeptos daquele emblema.
É público e notório que o Porto - e, muito em particular, o seu Presidente - terão de provar que todas as contratações feitas nestas três últimas épocas, sem nada ganhar, só serão justificadas com o Campeonato, este ano.
É, ainda, público e notório - do que se tem visto, neste início de época e ao longo de toda a temporada passada - que o Porto não convence com o seu jogo, sendo disso exemplo as opções do seu treinador, que, não raras vezes, são veemente contestadas pelos seus adeptos.
Por esses motivos - públicos e notórios - e como precisa urgentemente de ganhar, o Porto tem de apostar fortemente na estratégia em que tem vindo a insistir, desde o fim da época passada.
Só não vê quem não quer ver ou... quem anda distraído!
Por diversos meios (declarações, entrevistas, blogues, etc.), a estratégia passa, essencialmente, por ataques violentos à arbitragem, por tudo e por nada, mesmo quando são beneficiados, como aconteceu no domingo. 
Estão contra os árbitros e contra Vítor Pereira, em particular, porque sonham com as nomeações de outros tempos.
Mas, perceberam que uma estratégia deste tipo só condiciona se tiver a participação e o empenho do seu dirigente máximo.
Por isso o Presidente fala, sempre, para enquadrar as escolhas, para anunciar o que quer e o que espera quem não quiser o que ele anuncia.
Essa estratégia, imoral nos seus pressupostos, é capaz de tudo e do seu contrário: não é escrutinável porque no futebol não há memória.
Por isso se admite, sem qualquer contraditório de jornalistas e analistas que temem a violência, que Artur Soares Dias tenha passado de árbitro muito contestado, incompetente mesmo, a... árbitro adorado.
Não estranhei a ausência de críticas à sua nomeação, como não estranhei a ausência de cartões vermelhos quando Maxi e Maicon recorreram à mais pura agressão.
O que estranharia era eles terem ficado em campo, se fossem... do BENFICA!!!
Na verdade, fiquei com a certeza de que eles, como jogadores do Porto, sabiam o que podiam fazer... 
Porque sabem até onde podem ir... E podem ir muito longe, porque nenhum dos seus comportamentos - nenhum, mesmo - é sindicável (como o seria no BENFICA e, diga-se, em abono da verdade, no Sporting). 

Um aliado tipo 'pau para toda a obra'
A estratégia poderá, de facto, ter sido urdida com cuidado. Mas peca por defeito! Porque nada chegará para disfarçar a grande falha do Porto e que desde a época passada se tem tornado no maior dos seus problemas: a contratação daquele treinador.
Não querem (ou não podem) reparar directamente essa falha.
Pelo que tentam, apenas, disfarçá-la, com um investimento louco e desesperado e com constantes ataques e condicionamentos da arbitragem.
Por muito que isso custe, a quem (situando-se nos meus antípodas) vive o Porto com paixão de adepto (mesmo aqueles que perdem tempo a insultar-me, o que aqui, publicamente lhes agradeço).
Como se tem visto, neste início de época e ao longo de toda a temporada passada, o Porto não tem um treinador como... eles gostariam!
Por isso, como disse e repito, durante esta época (como no fim da de 2014/15) ao mínimo deslize ou imprevisto - é só uma questão de tempo - a culpa será de Vítor Pereira, preparando, assim, a segunda vaga de assalto; tipo wehrmacht alemã (confesso não ser piada aos 6-1 de Munique da época passada).
Mas essa estratégia precisa de um amigo em Lisboa... embora com um problema existencial entre mãos: um treinador que se acha maior do que tudo onde está - quase maior que o seu próprio ego - e um Presidente que pensa, para com os seus botões: «Com aquilo que lhe pago, até com os juniores tem que ser Campeão.»
O Sporting, ao contrário do Porto, não me parece ter qualquer estratégia.
Limita-se a seguir os acontecimentos, a cavalgar as ideias que surgem, o que, algumas das vezes, merece a simpatia e a complacência que temos para com os... românticos (em termos literários, como é evidente). 
Mas quase se confunde com o Porto, na ânsia de, juntos, evitarem a conquista do Tricampeonato pelo BENFICA!
A luta pelo campeonato - nunca é demais repeti-lo, para que esteja bem presente nas nossas mentes - não é a três, como seria suposto, mas, evidentemente, a dois.
Porque, para os outros dois, a nossa derrota serve... só depois se preocupando em cuidar de quem ganha. 
O que levará - não se admirem dentro de poucos dias a que o Sporting também culpe... Vítor Pereira (até do caso Carrillo ou dos desaires na Europa)!

A organização do Benfica
Perante tudo isto... «parece que o mundo inteiro se uniu para nos tramar», como canta Rui Veloso? Não acredito, e mesmo que assim fosse, temos de vencer esse mesmo mundo.
Não numa afirmação contra a conspiração de mais uma guerra das estrelas (cadentes e decadentes) mas com a capacidade e a organização do BENFICA.
Se assim não for, eles ganharão.
Mas - pior - voltaremos ao princípio, com mais dificuldades e menos tempo para recuperar.
Por isso, o melhor é ganhar.
Pelo BENFICA."

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Entretanto na Escócia !!!

Celtic B 1 - 2 Benfica B

Começou bem a participação do Benfica, na U21 Premier League International Cup, com uma vitória em Glasgow. Apesar da competição ser de sub-21, jogámos com uma equipa composta com muitos juniores (sub-19).
No outro jogo do grupo, o Chelsea derrotou o Liverpool, por 4-2.

Entre a razão e a emoção

"Uma saída de Gaitán será, certamente, das decisões mais difíceis de tomar por Luís Filipe Vieira. A racionalidade que deve ter um gestor pede que venda se aparecerem os 35 milhões de euros, mas esse factor poderá chocar de frente com os interesses da equipa. Vender Gaitán é deixar a asa esquerda da equipa ferida, talvez sem cura até final da temporada. Sem Salvio, e com a juventude de Guedes no lado contrário, um negócio destes aconselhará sempre prudência. O génio de Gaitán tem dado pontos à equipa, na finalização, assistências ou, simplesmente, pelo que faz jogar. A menos que em Janeiro a época das águias esteja comprometida na Europa e internamente será difícil justificar a saída do camisola 10, peça fundamental numa equipa já pressionada por reforços que tardam em impor-se. De pouco servirá a aposta na formação se desportivamente a temporada for desastrosa. A menos que a SAD assuma que o ano é de uma aposta total na mudança de paradigma. E ainda não aconteceu."

Vanda Cipriano, in Record

Chuteiras 'tutti-frutti'

"Hoje escrevo sobre botas, ou melhor, chuteiras que é a aliança entre calçado e chutos na bola. Sobre a multiplicidade das suas cores e design. Amarelas, azuis, laranja, verdes, vermelhas, fluorescentes e afins, de duas ou mais cores, com formas geométricas ou psicadélicas. Há até jogadores que calçam chuteiras de cor diferente em cada pé, sejam destros ou canhotos. Arrisco dizer que chuteira preta é uma espécie em vias de extinção. Aspecto diferente á a inovação tecnológica, que é bem-vinda se contribuir para a segurança física e capacidade técnica dos jogadores.
Confesso que, às vezes, esta variedade até me permite distinguir melhor alguns jogadores, fixando não os números nas costas mas a cor das botas. No entanto, considero esta diversidade de cores (e de patrocínios com retorno) um assunto que deveria ter regras estritas. Afinal, a cor das chuteiras faz tanto parte do equipamento como a cor das meias ou a gola da camisola. Para estas não se concebe a possibilidade de jogadores da mesma equipa usarem cores diferentes.
Não deixa de ser contraditório que os organismos que supervisionam o futebol imponham que se dê um cartão amarelo a quem, na excitação de um golo marcado, tira, por segundos, a camisola, como se a festa do futebol fosse uma punição e, depois, deixem que as chuteiras sejam à vontade do freguês. Do freguês e das marcas de um mercado muito concorrencial.
No jogo com o Belenenses, creio que houve um jogador do Benfica que usou botas esverdeadas, o que é, clubisticamente, uma heresia. Para verde no Benfica já nos chegou o equipamento do Silvino, há muitos anos..."

Bagão Félix, in A Bola