quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Gaitán vale o que vale

"«Estou aqui há cinco épocas e há seis que dizem que vou sair». É assim a vida de Gaitán. Por ser tão bom jogador, provavelmente o melhor da Liga, está sempre de saída, seja para o Manchester United, o PSG ou o Valencia. A Juventus, o Atlético Madrid ou o... Al Ahli. Mas continua no Benfica, com uma cláusula de rescisão de 35 milhões de euros.
É um exagero de linguagem dizer que ninguém pega no melhor "assistente" do campeonato português, um 10 que joga na esquerda, mas anda por todo o campo a desequilibrar - agora a partir até de terrenos mais recuados -, mas ele vale o que vale. Na verdade, o mercado não aceita pagar por Gaitán os 35 milhões de euros que o Benfica exige para o libertar e ele também não está num clube qualquer, a fazer economias, para se ver obrigado a trocar Portugal por qualquer arábia. Por isso, vai ficando, a jogar bem e a resolver grandes problemas.

Para uma grande transferência, o valor de mercado de Gaitán tem de ser incrementado e isso só será conseguido mais rapidamente com a sua afirmação na selecção argentina. E o que tem sido a sua carreira internacional? Pré-convocatórias, jogos no banco, uns minutos de jogo aqui, outros ali. Na verdade, a afirmação de Gaitán tem-se resumido à competição interna, em Portugal. De resto, Ferguson fisgou-lhe uma vez uma assistência deliciosa para Cardozo, num Benfica-Manchester United... mas Ferguson já não é treinador e Gaitán ainda é e continuará a ser jogador do Benfica. Porque vale o que vale: muito em Portugal, menos do que o Benfica gostaria no grande mercado internacional."



PS: Isto é o que se chama uma analise pela rama...!!! É verdade que o Nico tem poucos jogos efectivos na Selecção. É verdade que a Liga Portuguesa tem pouca visibilidade na Europa. É verdade que o Benfica não tem conseguido estar na fase decisiva da Champions... Tudo isto é verdade. Mas olhando para o Mercado, a única razão para que ninguém, até agora,  tivesse pago a cláusula de rescisão do Nico, é porque o Nico não faz parte do CATALOGO da Doyen ou do Mendes (ou de outro qualquer...)!!! Só isso, mais nada, tudo o resto é irrelevante...
Sendo o Nico representado, por um destes 'rotativos' Fundos, e o Nico já teria saído há muito, e provavelmente já teria sido transaccionado para mais outro, tal como o Di Maria...
Hoje, li um artigo num blog Corrupto (algo raro, juro!!!), onde 'explica' o funcionamento do Sistema. Para mim, não é novidade, e nem devia ser novidade para ninguém que segue de perto o Futebol, ainda por cima se for Benfiquista, basta recordar-se das transferências do Bernardo, do Ivan, do André... Quem faz parte do Catalogo (normalmente, bons jogadores...) vende-se bem, quem não faz, a coisa é mais difícil...
O interessante, é que estes jornaleiros, profissionais do ofício, aparentemente não sabem, ou não querem saber!!!

Tréguas por 4 meses

"Uf! Finalmente Setembro. Chegou o armistício. Quatro meses de paz. Para Janeiro há mais, não fiquem desolados. Comecem, por favor, a jogar. Dêem descanso aos empresários, agentes, pais, primos e sobrinhos que, coitados, estão esfalfados. Deixam-nos pôr a contabilidade em dia, enquanto os clubes auditam os passivos, as lavandarias entram em lay-off e se ajustam os preços dos produtos publicitados que alimentam estas feiras, pagos por quem gosta e por quem odeia o futebol. Acabou a época dos melões, uns mais apimentados do que outros. Doravante, só congelados.
Números astronómicos neste «mercado humano de pés e cabeças»: 2,6 mil milhões! Que importa se há milhares e milhares de pessoas num sofrimento atroz nesta Europa bipolar, estúpida e injustamente segmentada... O circo continua fechado na sua concha. Um bem conhecido empresário movimentou transferências à volta de 400 milhões de euros, noticiava este jornal na terça-feira, que acrescentava uma frase que tudo bem resume: «Mais um grande defeso para o empresário».
Jogadores foram transaccionados por números que desafiam a mais ténue racionalidade empresarial. Um tal de Martial do Mónaco sai por 80 milhões e um outro conhecidíssimo monegasco Kondogbia saí por módicos 30 milhões para o pré-falido Inter. Otamendi (lembram-se?) vai para o City por 45 milhões! Então Di Maria é o máximo: sempre em rotação, vai agora do Man United para o PSG por 63 milhões, sendo - creio - o jogador que mais fundos movimentou ao longo da carreira, bem acima de Messi e Ronaldo. E o Real Madrid, sempre branquinho, é o clube mais estroina, como habitualmente."

Bagão Félix, in A Bola

O Benfica é nosso? Nós é que somos do Benfica!

"Se eu fosse de um Clube eliminado pelo CSKA, teria agora saudade das épocas em que, com muito menos recursos, íamos à Champions.

O 'COLINHO DIS ADEPTOS'
Ser do Benfica - perdoem-me a repetição de um lugar tão comum quanto verdadeiro - traduz-se numa relação de pertença a um imaginário feito de mística e de união.
Impossível de ser igualado, por que, de facto, não tem igual.
E isso é o que destrói e gera a inveja dos nossos adversários.
Em cada declaração, em cada ato, em cada pensamento, em cada omissão, só se desassossegam com e por causa do BENFICA.
Podem, lá no seu íntimo, perder; o que não suportam é ver o BENFICA ganhar.
O BENFICA é a medida de todas as suas preocupações, o limite onde esbarra toda a sua inveja, o obstáculo que - a cada um dos que não têm a graça de ser do BENFICA - recorda a sua pequenez.
Foi isso que aconteceu no passado sábado, no jogo contra o Moreirense, como exemplo de uma grandeza e de um voluntarismo inigualável... À BENFICA!
À má sorte, aos sucessivos desencontros com o ultrapassar da linha de golo, ao azar que teimava em não se deixar vencer, a equipa respondeu com a audácia de quem acreditava ser possível virar o destino.
E, se a equipa acreditava, mais de 43 mil adeptos, na Luz, quiseram ver isso ser transformado em vitória. 
Vitória, não de Rui, mas de todos nós!
Porque, tanto cada jogador, como o Treinador, como a equipa técnica, como a Direcção, como cada um dos adeptos presentes na Luz queria vencer este jogo.
Como quererá vencer todos os que aí vêm.
O BENFICA sofreu um golo ao minuto 29? Os adeptos responderam com uma salva de palmas... não de festejo, mas de incentivo! À BENFICA.
De facto, «grande, incomparável, extraordinária massa associativa» !
O BENFICA perdia ao intervalo? Os adeptos receberam a equipa para a segunda parte com nova salva de palmas!
O tempo esgotava-se, com perdas de tempo vergonhosas? Os adeptos entoavam cânticos de apoio à equipa!
Conseguimos empatar e virar o resultado a nosso favor? O público continuava a apoiar, sem qualquer desistência!
Um fora de jogo não assinalado, do tamanho dos Clérigos, serviu para que o Moreirense empatasse a pouquíssimos minutos do fim? Nem um esmorecimento nas bancadas, correspondendo à força de cada um dos jogadores, como cada um dos adeptos colado à BTV; porque todos acreditámos que seria possível voltar a escrever direito por linhas tortas.
Mais de 43 mil na Luz! Mais de um milhão na televisão! Mais de seis milhões no Pais! Catorze milhões espalhados pelo Mundo. O que nos orgulha é o que lhes dói. Uma força feita de um destino que vive, desde a nossa fundação, de mãos dadas com a palavra vitória. Sendo sempre grandes! Ao contrário de outros, onde nem as vitórias - sim, nós sabemos como elas foram conseguidas anos a fio - os fazem passar do lugar de onde nunca conseguiram sair.
Ou, por muito que isso lhes custe (porque, mesmo a ganhar, ouvem tantos assobios), ninguém tem, como nós, O COLINHO DOS ADEPTOS.

O BENFICA É NOSSO...
Por muito que isso custe aos nossos adversários - como bem se cantou na Luz, no passado sábado - O BENFICA É NOSSO, O BENFICA É NOSSO E HÁ-DE SER, O BENFICA É NOSSO... ATÉ MORRER.
Se tenho certeza absoluta, no que se refere ao BENFICA, é que nunca - ouviram, adeptos de outras cores??? - nunca, em qualquer momento da sua vida, será possível encontrar no BENFICA soluções societárias que não sejam detidas, em maioria, pelo SPORT LISBOA E BENFICA.
Porque essa foi a razão de ser da nossa fundação, do nosso crescimento, enquanto clube, da nossa consolidação, enquanto emblema de dimensão à escala mundial, da nossa grandeza.
No BENFICA nunca se ouvirá falar em maiorias de SAD passíveis de poderem vir a ser detidas por outras entidades que não o BENFICA.
Outros, a curto prazo (espero poder dizer que me enganei, para bem dos adeptos desses clubes), enveredarão por soluções societárias que farão com que percam o controle do clube, com a conivência de quem se candidatou contra essa mesma possibilidade, distanciando-se, os emblemas em causa, da razão da sua existência.
Soluções de sociedades desportivas, em qualquer das suas versões jurídicas, servem ao enquadramento legal de uma nova realidade, mas não são compatíveis com esta relação identitária de cada um dos sócios com o BENFICA.
Servem para responsabilizar por loucuras, mas não podem servir para agrilhoar a vontade de cada um dos sócios do BENFICA.
Servem para definir as regras do negócio do futebol, enquanto realidade societária, mas não servirão, nunca, para cercear a liberdade de, em cada momento, a vontade de o BENFICA ser nosso.
Esse, tenho a certeza, é um compromisso para o futuro.
Meu, como de todos os que sabem o que é o BENFICA (o que, no universo dos benfiquistas que conheço, não admite excepções)!!!

... MAS ACIMA DE TUDO, NÓS É QUE SOMOS DO BENFICA!!!
Mas, tão verdadeira como a afirmação «o BENFICA É NOSSO», será, por certo, o facto contido na declaração «EU SOU DO BENFICA».
Eu, como todos nós.
Porque, o BENFICA, de facto, não nos pertence; somos nós que pertencemos ao BENFICA!
Aí reside a diferença.
Não nascemos em berço de ouro, nem temos a grandeza construída em cima de acusações de escândalos desportivos. Às escutas e à corrupção - que valeram todo o tipo de títulos - respondem-nos com uns minutos dados a mais num jogo de um campeonato que... perdemos!!!
Podemos, por isso, ter orgulho nesta relação de pertença, nesta validação moral de quem não confunde vitórias com compras, de quem não confunde títulos com quinhentinhos, de quem não confunde conquistas com corrupção.
Começa da mesma maneira (por c) e tem acabado da mesma maneira (em festa), mas nunca será tarde para, em Portugal, como em tantos outros países do Mundo, no desporto, corrupção poder vir a rimar com prisão!
Tenho, por isso, orgulho em ser do BENFICA.
Mais do que o BENFICA É NOSSO, porque nunca deixará de o ser, EU É QUE SOU DO BENFICA. 
Eu... como todos... os do BENFICA.
E ISSO ME ENVAIDECE!!!

SE EU FOSSE...
...O JOÃO GABRIEL
Estaria de bem com a minha consciência, enquanto adepto e sócio do BENFICA... pela forma como me disponibilizei, a defender a honra de todos nós. Estaria de bem com a minha consciência, enquanto responsável máximo pela comunicação do BENFICA... pela forma profissional como tinha sabido transmitir a indignação por tanta barbaridade dita contra todos nós. Estaria de bem com a minha consciência, enquanto adepto e sócio do BENFICA...pela forma como deixei bem expresso que, contra nós, afinal, não podem dizer tudo.
Estaria de bem com a minha consciência, enquanto profissional do BENFICA... pela força moral, pela disponibilidade intelectual, pela vontade determinada de não deixar que a grandeza do BENFICA seja amesquinhada na praça pública. Estaria de bem com a minha consciência, quer enquanto adepto e sócio do BENFICA, quer enquanto profissional do BENFICA... pela atitude de coragem em dar a cara pelo BENFICA, quando isso é cada vez mais raro. Estaria de bem com a minha consciência porque, apesar de profissional, me sentiria tanto adepto e sócio do BENFICA como todos aqueles que - sem as limitações profissionais - sentem o BENFICA... não como seu, mas como sendo, eles, do BENFICA!

...ELIMINADO PELO CSKA
Também me queixaria da arbitragem, mesmo se ela não fosse responsável pelo que aconteceu em Moscovo. Também reclamava de bola na mão no primeiro golo deles (e não mão na bola, involuntária e deixada colada ao corpo) porque, assim, disfarçaria os meus erros, os meus medos, as minhas eternas fraquezas psicológicas. Também me queixaria de um golo mal anulado, por a bola ter passado a linha de fundo, porque, assim, ninguém discutiria a opção técnica de ter deixado de fora,durante 2/3 do jogo, o ponta-de-lança mais produtivo da equipa. Também tentava disfarçar os erros de gestão com os pretensos erros de arbitragem, porque, enquanto falam disso, posso continuar a fazer de conta que percebo de futebol. Também... tudo, porque, condicionando a discussão, impediria a comunicação social de falar sobre os meus erros, opções, medos e fraquezas que me têm acompanhado toda a vida. Também... tudo, ainda, porque assim, podia brilhar a grande altura, dando a ideia que inventei dinheiro onde só eu já sabia onde o poderia ir buscar.
Ou... se eu - sendo sócio desse clube - estivesse na Liga Europa, teria saudade das épocas em que, com muito menos recursos, íamos à Champions."

Rui Gomes da Silva, in A Bola

Portugal agradece negócio do futebol

"Os clubes portugueses voltam a ser os grandes campeões do negócio das transferências de jogadores de futebol. Um balanço positivo de mais de 218 milhões de euros colocam os portugueses largamente na frente da tabela de lucro. A França surge em segundo lugar, apenas com cerca de 95 milhões de euros positivos, ou seja, a enorme distância dos portugueses, que foram comedidos nas compras (pouco mais de 70 milhões) e prodigiosos nas vendas (mais de 288 milhões de euros).
Os campeões do balanço negativo são, mais uma vez, os clubes ingleses com um défice de quase 600 milhões de euros. Apesar dos ingleses terem sido os que mais venderam (574 milhões) o valor das compras tornou-se verdadeiramente obsceno, atingindo 1,17 mil milhões de euros.
É difícil imaginar que os clubes ingleses não dominem, em toda a linha, as competições de futebol na Europa e no Mundo. Um facto que nos traz a prova de que as vitórias e os títulos não se compram, apenas, com dinheiro, mas com talento e conhecimento. Nesse particular, o caso português é notável e digno de estudo. 
Aliás, um país de economia frágil e em recuperação muito lenta, como o nosso, só pode agradecer ao dinamismo, à criatividade e ao sentido de negócio do futebol nacional.
Para se ter uma ideia comparativa com outros países, o futebol português conseguiu um lucro superior ao do futebol alemão, francês, holandês e turco juntos.
Outro dado curioso é o de se ver o segundo escalão do futebol inglês no top 10 do futebol europeu, com um volume de compras superior a 100 milhões de euros."

Vítor Serpa, in A Bola