sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Falta muito para dia 31?

"Iniciar o Campeonato a ganhar é tão raro no Benfica dos últimos anos que já pode ser considerado um feito. Na primeira jornada, ganhar 4-0, se não me falha a memória, tenho que recuar a um jogo contra o Campomaiorense (grande golo do Calado no primeiro minuto), no velho Estádio da Luz. Este resultado só pode ter uma leitura: foi bom.
Não há nesta análise nenhuma euforia, a exibição dos primeiros 70 minutos foi intermitente e a história podia ter sido bem menos feliz, mas também me lembro de boas exibições com resultados infelizes e ninguém saía satisfeito.
É sempre decisivo ganhar, mesmo quando colectivamente a equipa está muito longe daquilo que Rui Vitória e os adeptos desejam. Júlio César mostrou porque é o melhor guarda-redes a actuar em Portugal e houve vários momentos do jogo em que o Estoril podia ter marcado.
Nélson Semedo tem muito potencial mas fez bem Rui Vitória em conter as euforias no final do encontro. Fazer heróis à pressa não é sensato. Aqueles que o elogiam hoje serão os primeiros a não perdoar a sua primeira falha grave, mas há neste jovem razões de sobra para acreditar que será um grande jogador. Foram 53 mil a apoiar no passado domingo na Luz, em Aveiro também não irá faltar apoio ao Benfica , como diz o anúncio «estes são os milhões. que mais ninguém tem». Contra o Arouca vamos defrontar uma equipa com a moral de ter conseguido o resultado mais surpreendente da primeira jornada. Continuar a crescer ao ritmo das vitórias é o desafio.
O FC Porto vendeu Alex Sandro porque precisava, no Sporting espera-se pelo desfecho da pré-eliminatória da Liga dos Campeões, no Benfica há muito ruído mas poucas certezas sobre mais entradas ou saídas, e o dia 31 de Agosto ainda vem tão longe...
Suspiro pelo mercado fechado com o Gaitán no Benfica. Será possível?"

Sílvio Cervan, in A Bola

Actualização vermelha...!!!

Os últimos dias têm sido atribulados, e não tenho acompanhado algumas notícias como desejava, assim fica um resumo:
- Renato Sanches renovou contrato até 2021. Esta é só meia-notícia, porque o mais importante, são as informações que o Renato foi promovido à equipa A, e será muito provavelmente convocado para o jogo com o Arouca!!!
A posição 8, é um dos problemas do actual Benfica: Samaris (não gostei de ver o Samaris a 8, em nenhum dos jogos...), Pizzi, Talisca (entrou bem no último jogo) e João Teixeira (seria benéfico para o João um empréstimo a uma equipa da I Liga), ainda não convenceram ninguém; o Renato foi um dos melhores nas duas primeiras jornadas, na equipa B, tem um potencial enorme, e já tem físico para a equipa A...
Ao mesmo tempo, surgem rumores, que a novela Meli (jogador pelo qual o Benfica estava supostamente interessado, para o Meio-campo), terminou, após o empresário exigir condições absurdas!!!

- Carlos Nicolia, renovou contrato até 2018. Garantir, aquele que muito provavelmente é, actualmente, o melhor jogador do Mundo de Hóquei em Patins, por mais 3 anos, é uma excelente notícia.

- Em Milão, no Mundial de Canoagem os nossos atletas continuam a evoluir:
Teresa Portela apurou-se para a final A, do K1 500m. Estará também nas Meias-finais do K1 200m com bastantes hipóteses de seguir para a Final A.
A Joana Vasconcelos, no K2 500m (com a Beatriz Gomes), só conseguiram a qualificação para a Final B. Hoje, no K4 500m (Francisca Laia, Beatriz Gomes, Helena Rodrigues), qualificaram-se para as Meias-Finais.
O João Ribeiro no K4 1000m (Emanuel Silva, Fernando Pimenta, David Fernandes) qualificou-se para as Meias-Finais. Ficaram a 0,60 centésimos da qualificação directa para a Final A!!!

- Nota ainda para os Mundiais de Karaté: Saudade Coelho, Prata, na Kata +35 anos; Vicente Trabuco, Bronze, na Kata, -15 anos.

- Nos próximos dias, vamos ter Mundial de Judo e de Atletismo... Muitas razões para seguir os nossos atletas. 

O Processo Jesus

"Jesus continua a querer os holofotes e muitas são as forças ocultas que continuam a querer perturbar o Benfica, mesmo após o expressivo 4-0 sobre o Estoril. Subitamente, começou a circular que Jesus não teria recebido o salário de Junho, facto que estaria a provocar um sério desconforto no treinador. O Benfica respondeu à altura e anunciou que, não só não pagará esse salário, como exigiu o pagamento da cláusula indemnizatória relativa à rescisão unilateral do contrato com o Benfica - no valor de 7,5 M€, cláusula que, aliás, foi o próprio Jesus que quis incluir no contrato com o SLB. 
Muitos Benfiquistas podem-se, legitimamente, perguntar: haverá justificação para esta intenção do Benfica em avançar com um processo judicial, que se concretizará mal terminem as férias judiciais? Penso que sim. Não se trata apenas de ser Jesus e de todo o processo atribulado que levou à mudança do treinador para o clube rival. É uma questão referente a um princípio quase tão antigo como a civilização: 'pacta sunt servanda', os pactos são para cumprir!
Como pode Jesus e o seu advogado alegar e fundamentar que, juridicamente, o trabalho como treinador do Sporting apenas começou no dia 1 de Julho? Mais: como se pode sustentar que Jesus ainda era treinador do Benfica no mês de Junho, quando no dia 5 desse mês o presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, anunciou a todo o país, que chegou a acordo com o técnico? Como pode querer receber o salário de Junho quando, nesse mês, foi comunicada à CMVM, pelo Sporting, a sua contratação e chegou mesmo a estar em Alcochete várias horas, naquilo a que terá chamado de 'visita de cortesia'?
Por amor de Deus, um pouco de dignidade e respeito para com quem lhe deu tudo para chegar onde chegou."

André Ventura, in O Benfica

Cedo para tirar conclusões

"Na semana passada dei conta da minha recusa em alinhar num discurso alarmista, em que tudo seria posto em causa sem sabermos, ainda, com que linhas nos haveremos de coser. Mais que evocar lugares comuns, referi algumas das incógnitas que, dadas as condicionantes inerentes a um começo de temporada, não nos permitem chegar a conclusões, sejam elas quais forem. Claro está, fui criticado. Disseram-me vários amigos, daqueles que sentem uma derrota como se tratasse do caos pois acham que o Benfica deveria ganhar por decreto porque é o Benfica e os seus jogadores usam camisolas vermelhas com uma águia ao peito, que sou "demasiado optimista". Parte deles, eufóricos com o excelente resultado alcançado na primeira jornada, vieram agora dar-me razão, a qual, em bom rigor, não a tenho nem a reclamo. Assim como repudio o catastrofismo, não embarco em euforias. Os bons sinais deixados pela nossa equipa não passam, nesta altura, disso mesmo: bons sinais. O Benfica não se fez de um jogo, nem sequer de uma temporada. Perceber esta realidade, diria mesmo, este axioma, permite perspectivar o futuro com a serenidade que, estou convicto, a nossa "estrutura" nos merece. A melhoria qualitativa verificada na última década em inúmeras áreas do nosso clube assim nos exige.

P.S.: Daequan Cook tem o melhor currículo na história do Basquetebol em Portugal. As expectativas são elevadas, mas desengane-se quem considera que o Pentacampeonato está ganho. Conquistar títulos em pré-temporadas é para outros. Por isso uns inventam que ganham desde 1893 e outros autoproclamam-se a maior potência desportiva portuguesa, mas as taças vão para o Museu Benfica - Cosme Damião..."

João Tomaz, in O Benfica

Viola no saco

"No domingo passado, com pouco mais de uma hora de jogo, Rui Vitória tirou Pizzi e Ola John e pôs a jogar Victor Andrade e Talisca. O SL Benfica estava empatado a zero, em casa, com uma equipa do Estoril que criava perigo e não dava uma bola como perdida; Nas bancadas da Catedral, 53 mil puxavam pelo Bicampeão Nacional.
Em sua casa, a ver pela BTV, um contestatário como tantos outros atacava tudo e todos: ou era o treinador que não tinha qualidade, a Direcção que não contratou como devia, explanava teorias sobre a pré-época que deu cabo da preparação física, pedia já a demissão do mister, exigia eleições imediatamente mesmo sem ter alternativa a apresentar e ordenava - o fim do aumento dos impostos. Meia hora depois, o crítico, dono de toda a verdade, já tinha saltado quatro vezes do maple da sala. No primeiro golo, gritou num estado de loucura tal que só parou quando percebeu que tinha sido marcado pelo Mitro-golo - aquela contratação que ele não aprovara. Nos dois golos de Jonas vibrou à moda da última época e já pedia "dá-me o 35, dá-me o 35". No último golo do SL Benfica, o contestatário gritava "nota artística, nota artística" pelo corredor fora. Sentou-se, esgotado, e percebeu que Nélson Semedo tinha sido o marcador. O antigo jogador da equipa B, chamado por Rui Vitória a titular, acabava de se estrear na Luz com uma exibição quase perfeita e um golo com nota artística. Até já tinha lágrimas nos olhos.
Este fim de semana, o contestatário vai estar no estádio de Aveiro a apoiar a equipa frente ao Arouca. Caiu-lhe a ficha. Percebeu que o mais importante é o Benfica. Gosta de ver o Glorioso no topo da tabela e assim quer continuar. Só ainda não resolveu o problema dos impostos, mas ficamos todos à espera de uma solução."

Ricardo Santos, in O Benfica

À medida de Pinto da Costa

"Benfica e Sporting de candeias às avessas e o FC Porto (conjunturalmente perto dos leões na eleição de Pedro Proença) nas suas sete quintas, eis o estado na nação futebolística neste princípio de temporada. Nas últimas três décadas, Pinto da Costa teve sempre o feeling certo para tirar partido das guerras a sul, capitalizando-as em favor dos dragões. Muitos são os exemplos de alianças pontuais com águias ou leões, que, invariavelmente beneficiaram o FC Porto. Desta feita, depois do acordo tácito com o Sporting que permitiu derrotar Luís Duque e colocar na liderança da Liga Pedro Proença, Pinto da Costa, por mais que diga que isso não lhe interessa nada, só pode observar, de cadeirinha e com um sorriso rasgado no rosto, a troca de mísseis entre a Luz e Alvalade e vice-versa. 
E enquanto os eternos rivais se fragilizam, o FC Porto - como sempre - toma partido por um deles, ajustando o discurso e isolando o outro.
São estes os parâmetros em que está lançado, fora das quatro linhas o campeonato nacional. Da estratégia do FC Porto continuará a fazer parte um ataque cerrado a Vítor Pereira, que no próximo ano irá a votos na FPF; e outro, quiçá mais difícil mas não menos empenhado, à liderança federativa de Fernando Gomes. Apadrinhar listas que tirem do poder os atuais presidente dos árbitros e presidente da FPF é o passo que se segue, sendo que o primeiro é um alvo mais vulnerável; o segundo, vice-presidente da UEFA e com um trabalho de monta já realizado, será mais difícil de abater. O certo é que o FC Porto está a tentar criar, sábia e pacientemente, condições para recuperar influência."

José Manuel Delgado, in A Bola

Rita Martins - O adeus de uma estrela

"Aos 36 anos, Rita Martins terminou a carreira de jogadora de futsal. Não por questões físicas, mas para iniciar um ciclo como dirigente do Benfica, na estrutura desportiva da modalidade e na área de marketing institucional do clube. Uma decisão "muito difícil" de tomar, mas que Rita Martins considera ser "a mais apropriada", porque a melhor jogadora do século, um título que a Federação Portuguesa de Futebol lhe atribuiu, queria acabar "no auge", onde se mantém, tal como considera, há 11 anos. Para trás fica um percurso com dez títulos a nível nacional, 37 internacionalizações (um recorde) e mais de 500 golos marcados. E é precisamente esse o legado de Rita Martins, que começou a praticar a modalidade aos 14 anos, no Unidos do Caxiense. Foram muitos os bons momentos, mas Rita Martins destaca quatro em particular: a Taça Ibérica conquistada pela Benfica (2007), o último campeonato ganho pelos encarnados (2010), a Taça de Portugal alcançada pelo clube (2014) e na Seleção o 2.º lugar no Mundial de 2012. E é ao falar de Portugal que Rita deixa um lamento, o único, pelo facto de não ter conseguido ganhar qualquer troféu. "Foi esse o senão ", considera, a Record
Sobre o futuro, Rita Martins acrescenta que este também é um passo dado em prol do futsal. "Acredito que, pela minha experiência, aquilo que pretendo passar aos atletas pode ser muito importante", afirma a ex-jogadora do Benfica, que vai trabalhar numa área para a qual se especializou: precisamente o marketing desportivo."

Alexandre  moita, in Record

Conflitualidade? Não a desejo, mas não a temo!

"A universalidade do Benfica não pode ser ultrapassada pela parolice bacoca de quem usa e abusa de uma esperteza saloia.

Olho por olho...
Em 9 e em 18 de Agosto de 2013 - começava, então, a caminhada para o bicampeonato - publiquei dois textos nos quais defendia que seria necessário assumir uma postura de conflitualidade, sem qualquer receio, sem qualquer temor reverencial, sem qualquer ato de subserviência para que nos respeitassem, para que nos voltassem a temer, para que voltássemos a ganhar de forma consistente.
Embora não o desejando, como princípio, defendi-o, porque esse era o caminho que julgava dever ser seguido (mesmo perante a incompreensão de alguns, os do costume... mas também os que não gostam de sair da zona de conforto onde se movem, porque, assim, podem... ir aos jogos mais descansados)!
Não sou dirigente do Benfica para me dar bem com os outros, nem para ver jogos em lugares mais confortáveis. Serei VP do Benfica para combater por aquilo em que acredito, por aquilo que me ensinaram ser o Benfica, porque julgo mesmo que o Benfica pode vir a ser o que sonhei. E porque sei ser esse o sonho e a postura de Luís Filipe Vieira (o grande defensor público da divulgação do maior escândalo do futebol português, chamado Apito Dourado).
Sabe, quem me conhece, que não busco o confronto a qualquer preço. Mas não me confundam com quem prefere... «a paz mais injusta à mais justa das guerras».
Especialmente quando os nossos inimigos - não confundir com adversários, porque esses jogam connosco e contra nós com as mesmas regras, sem batota, sem corromper quem decide ou sem recorrer a suplementos vitamínicos que deturpam a verdade desportiva - nos provocam, em cada declaração, em cada afirmação, em cada entrevista, em cada graçola...
Vem isto a propósito desta onda de conflitualidade verbal, destes ataques sucessivos - de todos os lados - na tentativa desesperada de evitarem o tricampeonato do Sport Lisboa e Benfica.
Essa é a grande preocupação de muitos. Dos que estão do outro lado - seja ele mesmo do outro lado ou de lá de cima - mas, também, dos que tendo obrigação de ser imparciais, se deleitam em dizer mal do Benfica. 
Porque sabem que se disserem, neste Portugal de brandos costumes, ninguém os criticará.
Sabendo que, pelo contrário, correm sérios riscos se disserem mal de outras cores (havendo, até, os que, sendo nossos, acham que ganham algum reconhecimento por dizerem mal de nós).
Tenho, por isso, a certeza absoluta que o medo e qualquer tentativa de conciliação (como sinónimo de submissão) apenas nos enfraquecerão.
Como sei que os outros só entendem uma linguagem: a do «olho por olho, dente por dente»!
Foi essa a postura durante os últimos dois anos. Não tenho dúvidas que tem de ser essa a postura para esta época. Contra os que mudando (este ano), julgam tudo lhes ser permitido. Contra os que não mudando (há muitos anos), continuam a julgar que vivem ainda nos tempos da impunidade!

Os adeptos merecem tudo
Defendo essa ideia de honra permanente em relação a qualquer ataque ao Benfica. Não posso, por isso, deixar de ser solidário, activamente, com a posição assumida (ou anunciada) pelo Benfica de procurar nos tribunais o ressarcimento de posicionamentos de quem se julga o centro do mundo (e rir-me a bom rir dos que ainda sorriem da posição do Benfica).
Bem anda o Benfica ao agir como anunciou, como será devida uma palavra de elogio a quem, no Benfica, também sem medo, tem dado a cara pela posição mais normal num Estado de Direito: anunciar que procuraremos, através da via judicial, o pagamento de uma cláusula penal, aceite de livre vontade, por ambas as partes.
Porque esse posicionamento, essa luta pela permanente dignidade do Benfica, que acompanha a sua grandeza e a sua universalidade, são o mínimo que podemos exigir a nós mesmos.
É o mínimo que podemos fazer por todos aqueles que percorrem semanalmente centenas e centenas de quilómetros e fazem um grande esforço financeiro para estarem sempre presentes ao lado da equipa, materialização visível desta paixão e da mística que construímos em cada momento.
É necessário que haja determinação na defesa do que, sendo de todos - verdade e honestidade - alguns teimam em pôr de lado, porque só assim conseguem ganhar.

Milhões de uns egos de outros
Na última época, uns, com um investimento de muitos milhões no plantel, perderam tudo o que tinham a perder, quando estavam obrigados a ganhar!
Esta temporada voltam a endividar-se para tentar recuperar a hegemonia do futebol português, esquecendo-se que, para que essa hegemonia voltasse, teriam que voltar, também, os métodos do Apito Dourado
Paralelamente, outros, que, há cerca de três meses, não sabiam se tinham orçamento para o investimento necessário para competir na Liga dos Campeões, hoje... têm dinheiro para tudo.
Ainda bem que assim é, até porque o ego em questão, apesar de muito bom, não ganhou nada em nenhum clube por onde passou,... excepto num (tipo istmo)!
Sabendo disso mesmo - cada um deles melhor do que nós, porque, como diz o povo... «cada um sabe de si e Deus sabe de todos» - tudo farão para, em conjunto, nos ganharem.
Não quererão saber quem fica a frente entre eles, desde que um deles fique à nossa frente.
Ou melhor: desde que ficassem.
Porque esse é o nosso combate: sem tréguas, mas com o apoio de todos, o que faz com que joguemos sempre em casa.
Eles estarão mais unidos do que nunca. Uns, porque o caminho da perpetuação no poder, com o recurso ao que vemos, ouvimos e lemos, não vai poder voltar a recorrer aos mesmos truques.
Outros, porque a ânsia de protagonismo disfarça as dificuldades e catapultará os egos que ainda por lá vão coexistindo (até ao primeiro desentendimento ou até alguém dizer que o rei vai nu).

Conflitualidade pura e gratuita
Por tudo isso, honra lhes seja feita, eles já disseram ao que vinham: conflitualidade pura e gratuita. Assente em forte contestação da arbitragem, mesmo - pasme-se - antes de ter havido jogos, com base em acesas guerras psicológicas e em desesperados jogos de bastidores.
Para eles, nos trinta e três jogos que faltam, o Benfica não irá ganhar merecidamente nenhum.
Pelo contrário, quando perderem pontos - os dois - só a arbitragem explicará a calamidade...
Para nós, haverá sempre, de ambos os lados, a certeza que houve ajuda... divina. Para eles e a eles tudo deverá ser permitido.
O Benfica - com uma organização profissional e competentíssima, um plantel equilibrado e um treinador de grande nível (que saudades que eu já tinha de ver um treinador do Benfica de caráter, a explicar educadamente as coisas, a tratar os jornalistas por você, etc., etc., etc.) - nunca jogará bem, nem merecerá ganhar.
Citando alguém sobre uma realidade não tão diferente do futebol quanto isso, «eles poderão perder, nós é que nunca poderemos ganhar». Ou melhor não poderíamos. Mas vamos ganhar!
Ao colo dos 53 285 adeptos que, na 1.ª jornada, estiveram presentes no Estádio da Luz, do mais de um milhão que nos vão ver ganhar na Catedral, e das centenas de milhar que - mesmo com muitas dificuldades e pagando, geralmente, quase o dobro do que pagam os adeptos dos outros - nos vão ver ganhar por todo o Portugal.

Se queres paz...
Que isto não seja entendido - repito - como defesa ou apologia de uma conflitualidade gratuita.
Mas, apenas, a resposta à afirmação de quem entende que a nossa grandeza - que não deve ser confundida com sobranceria - tem de ser o ponto de partida para não permitirmos que a nossa universalidade possa ser ultrapassada pela parolice bacoca de quem usa e abusa de uma esperteza saloia básica, que a nossa nobreza de carácter e o respeito pelas regras possa ser atropelado pelos que querem ganhar a todo o custo, mesmo que apenas o consigam corrompendo ou... fazendo uso da traquinice rasteira de quem não fez nada mais na vida.
Todos do mesmo lado!
Vamos a isto, Benfica?

SE EU FOSSE...
...presidente de um Clube.
Que julgava maior do que era, na realidade, estaria bastante preocupado (nervoso?) pelo facto do treinador que havia contratado me ter tirado todo o protagonismo e me ter transferido para um lugar de mero figurante na estrutura do clube, passando a centralizar todo o apoio interno e a ser o principal alvo de crítica de quem está fora...
E ver-me-ia desesperado ao ponto de ter que atacar um director de comunicação de um outro clube (bem sei que MAIOR QUE PORTUGAL) para tentar não desaparecer de cena.
Eu bem saberia que todos os livros me aconselhariam a apenas me pegar com pessoas que fossem tão presidentes como eu, mas, à falta de melhor, não poderia deixar passar esta possibilidade...
Até porque, a próxima sabe-se lá se bem mais perto do que poderia imaginar, se continuar a seguir as pisadas do ano passado, poderá ser para criticar a equipa.
Esperando bem que não seja já no regresso de Moscovo.

... dirigente de outro Clube.
Do terceiro clube desta troika feita de dois grandes clubes e um outro (MAIOR QUE PORTUGAL) estaria contente por ver quem, em bicos de pés ou passando a mão, repetidamente, pelo cabelo, vai fazendo o jogo de contestação ao Benfica que era pressuposto eles fazerem.
E ficava contente por isso: por ter alguém, que mesmo não seguindo instruções, desempenhava, fielmente, as funções que lhe tinham imaginado.
Nem em sonhos se conseguiria tão fiel desempenho... dir-se-ia lá para os lados da Torre..."

Rui Gomes da Silva, in A Bola