domingo, 26 de julho de 2015

Campeões...

Decorreu este fim-de-semana em Leiria o Campeonato Nacional Individual de Atletismo de Pista ao Ar Livre. Como seria de esperar foram muitos os Benfiquistas que se sagraram Campeões Nacionais, apesar de algumas ausências. As marcas não foram nada de especial, mas neste momento os títulos são mais importantes:
Masculinos
- Yazaldes Nascimento - 100m - 10,32s
- Rasul Dabó - 110m barreiras - 14,26s
- Ricardo dos Santos - 200m - 21,04s
- Ricardo dos Santos - 400m - 47,05s
- Diogo Mestre - 400m barreiras - 52,11s
- Miguel Borges - 3000m obstáculos - 9.06,06min
- Rui Pinto - 5000m - 14.17,80min
- Marcos Chuva - Comprimento - 7,37m
- Nelson Évora - Triplo Salto - 16,39m
- Rúben Miranda  -Vara - 5,35m
- Paulo Conceição - Altura - 2,16m 
- Tiago Aperta - Dardo - 66,65m
- Jorge Grave - Disco - 58,2m
- Tsanko Arnaudov - Peso - 19,79m
- Samuel Remédios - Decatlo - 6924p (100m-11,02s / Comp.-7,30m / Peso-11,69m / Altura-1,92m / 400m-52,56s / 110m b-14,66s /Disco-38,72m / Vara-4,15m / Dardo-41,73m / 1500m-5.09,42min)
Femininos
- Eva Vital - 100m barreiras - 13,82s
- Rivinilda Mentai - 200m - 23,89s

Um novo rumo?

"1. Não é segredo que o futebol vive, e nalguns casos intensamente, num modelo capitalista. É aquilo que muitos referem como a indústria do futebol. Portugal não foge a esta realidade.
2. Depois de experiências passadas, não muito bem-sucedidas, avolumam-se notícias que dão conta de que investidores chineses, russos, brasileiros e ainda 'fundos de jogadores', apostam em clubes portugueses. As notícias referem, por exemplo, o Pinhalnovense, o Torreense, o Atlético, a União de Leiria e o Desportivo das Aves.
3. Este é um fenómeno novo quanto aos destinatários do investimento. Além dos fluxos financeiros tidos por normais ao nível das grandes e médias sociedades desportivas, o foco vira-se para participantes no CNS.
4. Que razões estão por detrás deste interesse? Do lado de quem recebe os financiamentos, com a correspectiva perda de poder nos destinos da entidade, representa uma forma de manter o clube viável, desde logo ao nível competitivo, ultrapassando dificuldades económicas urgentes.
5. Do lado dos investidores, que não são mecenas, alguns assumidos publicamente: tornar o clube montra de jogadores para aguçar 'apetites'. É indisfarçável que os 'fundos', agora proibidos pela FIFA, passaram a adoptar outras formas de funcionamento, entre as quais a 'aquisição de clubes'.
6. Este panorama parece ser desejado por ambas as partes, pelo menos no início da parceria. Mas existem perigos. Relações deterioram-se em alguns casos. As organizações não podem deixar de estar atentas a este rumo e a eventuais desvios dos princípios que devem orientar as competições desportivas.
7. Voltaremos em Setembro. Votos de um bom Agosto."

José Manuel Meirim, in A Bola

Rodam como Fred Astaire

"Anelka, Ibrahimovic, Crespo, Verón, Zidane e Di Maria movimentaram nada menos de 674 milhões de euros em 39 mudanças de clube.

Impressionante: Nicolas Anelka, Zlatan Ibrahimovic, Hernán Crespo, Juan Sebastían Verón, Zinedine Zidane e Angel Di María fizeram, em conjunto, nada menos de 39 mudanças de clube. Passaram por equipas tão diferentes como PSG, Arsenal, Real Madrid, Liverpool, Manchester City, Fenerbahçe, Bolton, Chelsea, Shanghai Shenhua, Juventus, West Bromwich, Mumbai City, Malmoe, Ajax, Inter, Barcelona, Milan, River Plate, Parma, Estudiantes, Boca Juniors, Sampdoria, Lazio, Manchester United, Rosário Central e Benfica. Movimentaram nada menos de 674 milhões de euros: 184 milhões para Di María (se se confirmar a ida para o PSG por 65 milhões), 169 para Ibrahimovic, de 119 milhões para Crespo, 116 milhões para Verón e 86 milhões para Zidane. O que interessa no fundo (nos fundos), é rodar. Rodar muito. Como Fred Astaire. Quanto mais se rodar, mais dinheiro gira, mais dinheiro se encaixa. Jogador de amor à camisola, de um só clube, é que é jogador caro. Se tivesse 20 anos, Eusébio haveria de saltar do Sporting de Lourenço Marques para o Benfica, depois para o Real Madrid, de seguida para o Chelsea, mais tarde para Milan ou Juventus, uma perninha no PSG, outra no Mónaco, curta passagem pelo Valencia, depois seguiria para os LA Galaxy, para o Hangzhou Greentown, para o NorthEast United, regressaria ao Milan ou Juventus ainda antes dos 30 anos e só depois iria para Galatasaray, Fenerbahçe ou Besiktas (taxado apenas a 15%), terminando, então sim, no União Tomar (ao lado de António Simões). Eusébio, se tivesse 20 anos, rodaria, rodaria, rodaria, como Fred Astaire agarradinho a Ginger Rogers, deixando meio mundo de olhos em bico. Felizmente, Eusébio foi jogador (quase) de um clube só. Como Fernando Gomes. Ou Manuel Fernandes. Felizmente, nos anos 60, 70, 80 e até 90, o que interessava, no fundo (nos fundos), não era rodar como Astaire. Era jogar. E ganhar. E brilhar.
Impressionante: Ricardo Quaresma diz que não sabe por que jogou no Dubai. Deve ter sido por necessidade de rodar, rodar, rodar. Rodou tanto que, quando deu por ela, estava a rodar onde só os velhos rodam. Claro que sabe por que foi para o Al-Ahly: pensava que, aos 30 anos, restava-lhe ganhar dinheiro e suar pouco. Felizmente, percebeu no FC Porto que poderia ter mais do que uma velhice recheada de euros, dólares e petrodólares. Pertinho de completar 32 anos, já não vai a tempo de chegar perto, nem sequer de se aproximar, daquilo que lhe prognosticavam os olheiros do início do século XXI: ser o melhor jogador português pós-Figo. Ricardo Quaresma teve muito de Fred Astaire, mas precisava de ter um pouco mais de Cassius Clay: querer mesmo ser o melhor. E isso, infelizmente para quem gosta de futebol, RQ não quis.

Lançamento de urina, o novo desporto francês
Não sou fã de ciclismo, a não ser naquelas etapas em que as estradas empinam e parecem tocar o céu. Mas uma coisa é não ser fã e olhar, desconfiado, para o rendimento dos principais ciclistas, outra é ser adepto do novo desporto que acompanha a Volta à França: cuspir na cara de Chris Froome e lançar-lhe urina para cima. Insinuam que o britânico corre dopado e, pumba, aí vai xíxí. Convidam-no para disputar o Tour, Froome ganha e lançam suspeitas líquidas na sua direcção. Não sei se ele corre dopado (talvez sim), mas sei que um francês não vence a prova desde 1985. Douleur de coude?
(...)"

Rogério Azevedo, in A Bola

PS: Engraçado como a passagem do Fernando Gomes pelos Lagartos foi esquecida...!!!