sexta-feira, 24 de julho de 2015

Lima

Foi uma daquelas contratações de última hora (ou último segundo...), chegou com muita desconfiança, mas nas épocas que representou o Benfica teve números impressionantes: 144 jogos; 70 golos; 2 Ligas; 1 Taça de Portugal; 2 Taça da Liga; 1 Supertaça... e ainda as duas finais da Liga Europa (golaço à Juve...).
Como todos os pontas-de-lança no Benfica, houve sempre quem se queixasse dos golos desperdiçados...!!! Mas além dos seus golos, tanto o Cardozo, como o Rodrigo ou o Jonas têm muito que agradecer ao Lima... pois o brasileiro, foi sempre um trabalhador incansável, mesmo nas partidas que não lhe corriam mal, lutava sempre...

Não vai ser fácil substituir o Lima, a relação golos/trabalho é rara, mas 7 milhões de euros, por um jogador de 32 anos, é irrecusável...
Vamos ver como é que a direcção vai resolver o 'problema' agora criado, pessoalmente acho que devemos ir ao mercado, pois o Jonas e o Jonathan são curtos, para uma época tão longa... e jogadores como o Talisca e o Taarabt, podem jogar a 2.ª avançado, mas nós precisamos de um avançado puro...

Logo fico acordado até tarde


"Na próxima madrugada temos mais um teste de interesse contra a Fiorentina. Vai dando para matar saudades, estes treinos em competição. Mais difícil é explicar à família porque diabo um jogo treino àquelas horas é decisivo e condiciona a agenda. Mas de facto a vontade de os ver é grande.
No primeiro jogo contra o PSG, fica uma primeira parte aceitável para uma fase tão inicial de preparação. Embora André Almeida tenha sido cirúrgico e de apurado sentido de humor quando referiu «temos que perder uns quilinhos a mais». Mesmo sabendo o risco que há nas análises individuais, em fase tão prematura, arrisco a dizer que gostei muito de Samaris e parece-me vir a ser jogador importante nesta nova época. Gaitán espalha sempre magia e Ola John até mexeu com a partida, quando entrou numa equipa já retalhada e alterada com a rotação feita.
Esta é a fase em que só interessa aquilo que Rui Vitória pensa. No fundo é no treinador que se concentram as ideias do que tem, e do que precisa. Nós, os adeptos, provamos o bolo feito. Quem o cozinha é que escolhe os ingredientes. Rui Vitória tem que ver o que há na matéria prima ao seu dispor, para saber o que precisa.
Sentir um treinador em linha com a SAD do clube, unidos e cúmplices nos objectivos comuns, deve por agora ser um excelente indicador para os adeptos benfiquistas. As entradas e saídas na concorrência processam-se a um ritmo que é desadequado fazer análises intercalares que ficam desactualizadas a cada oito dias.
Esperar pelo FC Porto e Sporting na sua máxima força e fazer uma equipa para os tentar vencer, é o caminho mais seguro. Foi esse que nos deu êxitos nas últimas épocas,é esse que teremos que seguir. Os campeonatos não se ganham com o que se escreve agora, mas com o que se faz quando começam. E logo fico acordado até tarde..."


Sílvio Cervan, in A Bola

Pré-época a sério

"Mais uma vez - história que já conhecemos bem - começam os rumores sobre a pré-época do Benfica. Mais uma vez temos de recordar aos adeptos, do nosso e dos outros clubes, uma verdade conhecida por qualquer treinador em início de carreira: as pré-épocas servem não para apresentar resultados finais mas para experimentar soluções dinâmicas e alternativas, que permitam ao técnico conceber estratégias bem assentes para a época que se avizinha.
Ao contrário de outros clubes portugueses, mais preocupados em apresentar vitórias rápidas para frenar o descontentamento dos sócios ou para potenciar candidaturas à presidência dos respetivos órgãos dirigentes, o Benfica quer jogar com as melhores e mais ricas equipas do Mundo, arriscar soluções táticas pouco experimentadas e fazer rodar uma grande parte dos jogadores. Os talentos, como tantas vezes dizia Sir Alex Ferguson, estão por vezes nas pernas e no coração dos jogadores que menos imaginamos. Não optamos, por isso, por combinar jogos com equipas de 2.ª, 3.ª ou 5.ª divisão, apenas para mostrar aos sócios que já estamos em clima de vitória e euforia. Nem sequer precisamos de lutas de galos na imprensa. O Benfica, Bicampeão Nacional, está sereno e sólido na construção da equipa para a época 2015/16. Os resultados, esses, já os vimos o ano passado. Na nossa casa, a pré-época é a sério, não uma qualquer fantochada para serenar ânimos ou justificar contratações milionárias. E, ao mesmo tempo, procuramos arrecadar receita e dar espetáculo, como, por exemplo, está a fazer o Real Madrid, com 19 milhões de euros contratualizados por quatro amigáveis.
Este artigo é dedicado à memória do piloto de Fórmula 1 Jules Bianchi, falecido na passada sexta-feira, devido ao acidente ocorrido no Grande Prémio do Japão de 2014."

André Ventura, in O Benfica

Baralhar e voltar a dar

"Com o sucesso do 6.º Mundial da Sueca das Casas do Benfica disputado no início deste mês, dei por mim a usar o popular jogo de cartas como metáfora do próximo Campeonato. O Sporting acredita que, tendo o presumível ás de trunfo, transformará as suas damas e valetes em manilhas e ases, talvez ignorando que, por si só, e apesar de esta ser uma carta dominante sobre todas as outras, vale apenas 11 dos 120 pontos do baralho. E com duas agravantes: Por um lado, são mais os duques e os ternos na sua mão que os tais valetes e damas; Por outro, é desconhecido, à partida, qual será o naipe que prevalecerá sobre os outros. O FC Porto, com a postura típica de um jogador de poker, sentar-se-á à mesa aparentemente autoconfiante, gozando de algum público sempre prestável nas horas difíceis, que tratará de bajular as suas cartas e denegrir as dos seus adversários. Antes do início da partida, contará com as sentenças precoces de observadores que mal conseguem disfarçar a sua preferência ou, nalguns casos, o seu dono. Como sempre, tudo fará por escolher a mesa, o baralho, o trunfo e as cartas que serão distribuídas a cada jogador. Se ninguém estiver atento, fará algumas renúncias. Fá-las-á mesmo que não haja quem se distraia, é a sua natureza. Fará ainda todos os sinais que lhe for possível e ser-lhe-á impossível evitar espreitar o jogo dos adversários.
E nós lá estaremos sentados, indiferentes ao ruído à nossa volta e cientes que uma boa mão, com um ou dois ases, uma ou outra manilha e alguns trunfos, mesmo que não chegue para dar uma 'chita' ou 'dois', será, desde que a estratégia seja consistente, suficiente para vencer a terceira partida consecutiva."

João Tomaz, in O Benfica

A bom ritmo

"Não dou mais importância aos jogos de preparação do que a que eles realmente têm. Constituem uma ferramenta de trabalho útil para jogadores e técnicos, mas, competitivamente, o seu interesse é reduzido, ou mesmo nulo.
Antigamente havia curiosidade de conhecer os novos jogadores e a nova equipa. Mas desde que o mercado futebolístico se transformou numa interminável feira, ao longo da qual, até ao dia 31 de Agosto, ninguém sabe quem fica, quem sai, ou quem entra, esta fase perdeu o pouco encanto que lhe restava.
Por isso, uma derrota em torneios particulares, por mais prestigiantes que sejam, não incomoda nada. Dispenso títulos de pré-época, e ainda recordo anos em que tudo parecia maravilhoso em Julho, para se tornar angustiante em Maio. Ultimamente tem sucedido o contrário, e não me importaria de continuar neste registo.
Não deixei, porém, de ver o jogo do último fim-de-semana. E até gostei da primeira parte, onde a base da equipa bi-campeã apareceu solta e alegre, prometendo bom futebol e vitórias. No segundo período, as substituições quebraram o ritmo, e o jogo tornou-se tristonho. Nada que preocupe.
Se para o lado direito da defesa, Sílvio e André Almeida parecem opções válidas, ainda não vi quem possa fazer de Sálvio (até Janeiro), ou de Gaitán (se a venda deste se vier a confirmar). Mais um ponta-de-lança, capaz de discutir a titularidade, também não seria demasiado, pois a equipa afigura-se consistente, não necessitando de grandes revoluções.
Dia 9 de Agosto as coisas serão a sério. Até lá, há que trabalhar tranquilamente, com entusiasmo e confiança."

Luís Fialho, in O Benfica

Árbitros só nomeados e Liga sem disciplina

"AG da FPF - Pareceres inequívocos quanto a ilegalidades Os 84 delegados com assento na assembleia geral (AG) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) receberam ontem os pareceres jurídicos sobre os regulamentos de arbitragem e de disciplina da Liga, que vão a ratificação amanhã, e puderam verificar que ambos apontam para s ilegalidade das alterações propostas.
Tanto Alexandre Mestre como José Manuel Meirim, os dois juristas consultados pela AG da FPF, concluem que o sorteio dos árbitros conflitua, em simultâneo, com a Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto e o Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD. A legislação em vigor preve unicamente a nomeação. "(...) Não restou outra alternativa à FPF, enquanto federação desportiva dotada do estatuto de utilidade pública desportiva (...) senão a de consagrar a nomeação, enquanto modo de designação dos árbitros", escreve Alexandre Mestre. No seu parecer, José Manuel Meirim conclui: "Se a AG da FPF viesse a ratificar o Regulamento de Arbitragem da LPFP (...) não só estaria a deliberar, ela própria, contra a lei e os seus estatutos, como colocaria a FPF em perigo quanto à titularidade do estatuto de utilidade pública desportiva."
Em relação à proposta de alteração do Regulamento de Disciplina, Mestre e Meirim são igualmente claros. É ilegal. A Liga pretende que a Comissão de Instrução e Inquéritos seja substituída pela Comissão Disciplinar mas, já desde 2014, quando o RJFD foi revisto, segundo Alexandre Mestre, "a legitimidade para promover o processo disciplinar foi, em termos expressos, claros e inequívocos conferida, em exclusivo, ao Conselho de Disciplina (Secção Profissional) da FPF; os poderes legais de impulso ou instauração processual deixaram de poder ser exercidos por qualquer outra entidade que não o CD (Secção Profissional)." Portanto: "Não pode, assim, haver uma entidade, qualquer que ela seja a Comissão de Instrução de Inquéritos da LPFP, Comissão Disciplinar da LPFP ou outra - que exerça a titularidade do poder disciplinar em paralelo, em simultâneo com o CD (Secção Profissional) da FPF."
José Manuel Meirim sublinha que as alterações pretendidas pela Liga acabam por violar "ostensivamente" os próprios estatutos da LPFP.
Advertência. Aos pareceres que fez seguir para os delegados, José Luís Arnaut, presidente da AG, juntou uma carta a esclarecer que a Liga foi recomendada a "expurgar" as ilegalidades que as propostas continham, mas serão os documentos originais que irão a votação da assembleia."

As eleições para a Liga

"É já na próxima terça-feira que os clubes vão a votos para eleger o próximo presidente da Liga. Aos dois candidatos, Luís Duque e Pedro Proença, não adiantará muito colher a aprovação da opinião pública porque o ato eleitoral tem um colégio de votantes restrito e é para esses que devem falar. Ou, sequer, nem isso. Em pleno defeso, e estando constituídos dois blocos precisos em torno de cada um dos candidatos, as contas eleitorais far-se-ão, sobretudo, pelo aliciamento dos desalinhados, algo fácil de fazer nesta altura em que o mercado de verão está no auge...
Luís Duque recandidata-se sem surpresa. O bom trabalho que realizou na Liga ao longo dos últimos nove meses valeu-lhe louvor generalizado dos clubes (Sporting à parte, por razões que não têm a ver com o que Duque fez durante esse espaço de tempo...) e a admiração só pode residir no facto de não concorrer sozinho. Mas a vontade dos clubes é soberana, FC Porto e Sporting entenderam-se (como era mesmo aquela metáfora de mau gosto de Bruno de Carvalho?) e são a locomotiva da candidatura de Pedro Proença. Proença foi o melhor árbitro português que vi actuar e o segundo mais talentoso (António Garrido, que nasceu para o apito, perdia-se por vezes em habilidades); mas não tem, nunca teve, qualquer ligação aos clubes, o que se entende e se louva. Daí que seja incompreensível que surja candidato à liderança de uma associação patronal com a qual não teve, jamais, a mais remota afinidade. Aguardemos, pois, pela magna decisão dos votos secretos, que decidirão entre Duque e Proença.

PS - Espero que a interferência da APAF nas eleições da Liga seja averiguada até ao fim. E que os árbitros se revoltem contra a tentativa de manipulação em curso..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Os autos do Gil Vicente

"Finanças e Segurança Social já deviam ter dito qualquer coisa sobre a igualdade de tratamento a todos os contribuintes.
As reivindicações do Gil Vicente, que reclama um lugar no campeonato por ter as contas em ordem (ao contrário de outros), só têm um ponto fraco: é mais produtivo combater os procedimentos da Liga durante a época, nas assembleias gerais. Discuti-los só quando se desceu de divisão, ou seja, quando o acidente foi connosco e não com o vizinho, é demasiado tarde. A displicência da Liga na fiscalização das finanças dos clubes não começou esta época, nem na anterior, e esse também nunca foi daqueles temas acalorados, que ficam na ordem de trabalhos reuniões a fio até se conseguir consenso. Os clubes têm a vigilância que quiseram ter. Gostam da Liga assim, com as pálpebras semicerradas. Onde a razão do Gil Vicente nem se discute é nas interrogações dirigidas ao Estado. Se a Liga responde aos associados, as Finanças e a Segurança Social respondem aos cidadãos. Não é concebível que as repartições colaborem numa mascarada, ou que passem declarações cuja veracidade dura uma semana, entre outros estratagemas mais ou menos óbvios para toda a gente. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras teve, há pouco tempo, um acesso de hiperatividade por causa de uma série de histórias tolas e de gravidade relativa. Por que não hão de as Finanças e a Segurança Social agir da mesma maneira com um assunto que toca o absolutamente fundamental: a garantia de igualdade de tratamento a todos os contribuintes?"