sexta-feira, 29 de maio de 2015

6.ª Taça da Liga

Benfica 2 - 1 Marítimo

Continuamos a açambarcar Taças da Liga, para inveja de muitos (apesar de não o confessarem!!!). Tal como era esperado, o grau de dificuldade foi muito elevado. Um jogo com muita luta, pressão altíssima, pouco tempo para pensar... e como acontece muitas vezes fora da Luz, um relvado onde não é fácil controlar a bola, e assim o habitual carrossel ofensivo do Benfica, 'anda' um pouco mais devagar, e isso beneficia sempre o nosso adversário... Não é uma questão de menos ou mais atitude, como às vezes se diz... O Marítimo jogou bem, fizeram 90 minutos a alta rotação, com marcações 'fortes', sempre à procura do erro do Benfica, e não é fácil num final de época, após os festejos do Campeonato, voltar a focar a atenção dos jogadores, para este tipo de duelos, como o passado recente do Benfica comprova... Mas desta vez, não falhámos. Vamos para férias sem amargos de boca, finalizando uma série de 6 troféus internos consecutivos...!!!
O jogo começou repartido, com a bola longe das balizas, mesmo assim o Lima falhou um golo feito... o Marítimo também rematou com perigo (pelo menos 1 vez), mas foi de bola parada, perto do intervalo, que chegámos ao golo...
O 2.º tempo começou com uma grande defesa do Júlio, e logo a seguir tivemos a expulsão do Raul Silva (provavelmente já devia ter sido expulso na 1.ª parte!!! Um autêntico caceteiro profissional!!!), o Benfica reagiu imediatamente... mas acabou por ser o Marítimo, num ataque rápido, numa falha colectiva de marcação (não foi só o Jardel), permitimos o empate!!! O Marítimo fechou-se, começou a despachar bola para o Marega (que mesmo sozinho, foi criando confusão!!! Ainda bem que foi substituído!!!)... Mas desta vez o Jesus mexeu bem na equipa, o Talisca e o Ola John entraram bem, e entrámos em modo massacre, com vários golos inacreditáveis falhados... Até que apareceu um dos mal-amados do plantel: Ola John a decidir o título a favor do Benfica (logo no dia, onde apareceram notícias 'seguras' de uma provável ida para Inglaterra para gáudio de muitos Benfiquistas!!!). Mesmo contra 10, os últimos minutos não foram fáceis, o Marítimo nunca desistiu, e o Benfica cometeu alguns erros, que não costuma cometer: aquele livre nos descontos, foi muito mal defendido...!!!
Júlio César voltou a fazer algumas defesa importantíssimas... Os Centrais tiveram melhores na marcação ao Marega (em relação ao jogo do Campeonato)... O Eliseu fez um dos melhores jogos ao serviço do Benfica!!! O Maxi voltou a ser um falso-ponta-de-lança!!! O Samaris tal como no jogo do Campeonato voltou a ter muitas dificuldades... já que o Pizzi, voltou a não perceber as marcações... O Nico foi o nosso criativo em melhor forma... O Sulejmani não conseguiu entrar no jogo... O Jonas fartou-se de levar porrada, algumas entradas por trás, no tendão de Aquiles,  muito perigosas, e na minha opinião maldosas... Mesmo assim, ainda teve tempo de marcar um golo, e assistir outro!!! O Lima rematou muito à baliza, mas a mira estava claramente desafinada!!!
O Xistra tentou usar um critério largo, mas errou muito em termos técnicos, e foi complacente disciplinarmente com o Marítimo... Aquele Amarelo ao Maxi, com um piscar de olho maroto, é incrível!!!
Fim de época, uma excelente época. Espero nos próximos dias o anuncio dos novos contratos com o Jesus e o Maxi. Será uma pré-época 'assustadora', seguramente, mas isso não é nada de novo... Já temos a obrigação para estarmos calejados para estas coisas!!!

Dois 'grandes' Clubes !!!

FC United of Manchester 0 - 1 Benfica B

Para muitos este jogo pode não querer dizer nada, mas para alguns (uma minoria creio...), esta substituição dos verdadeiros clubes (associações com sócios!!!), por clubes de 'plástico' (como se referem em Inglaterra aos Clubes que são comprados por multi-milionários...), não é só uma mudança de filosofia, é muito mais do isso... E por isso, quando o Manchester United foi vendido à família Glazer, fiquei verdadeiramente impressionado com a determinação e a coragem, com que um pequeno grupo de sócios do Man United, resolveu criar um novo clube, começando a competir nos escalões mais baixos, mas com o objectivo de ir subindo Divisão a Divisão, para um dia, quem sabe, ser o maior Clube (verdadeiro Clube) da cidade de Manchester...

Hoje, o Benfica foi convidado a participar num jogo amigável em Manchester, o motivo foi a inauguração do novo Estádio. A equipa B, comandada pelo Hélder marcou presença, e acabou por vencer por 0-1 (não interessa muito). Como Benfiquista, a simples presença do Benfica, neste jogo deixa-me orgulhoso.
Desejo todo o sucesso do mundo ao FC United, um exemplo para outros...

Santos; Alfaiate, Lystcov, Valente; Dawidowicz, J. Carvalho, Gonçalves, Elbio; Dino, Clésio; Sarkic.
Banco: Thierry, R. Carvalho, Yuri, Guga, Berto.

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3.º lugar

ABC 31 - 33 Benfica
(0-2)

Fim de época, com o 3.º lugar garantido. Com o ABC em ressaca após a derrota (roubada) na Final da Challenge (contra os Romenos que já nos tinham 'roubado' a presença na Final!!!), vencemos em Braga, num jogo que basicamente decidida quem iria disputar para o ano a Taça EHF, ou a Taça Challenge...!!!

Nos últimos dias houve vários rumores em relação à definição do plantel da próxima época, parece que finalmente vamos ter a revolução necessária, e que já era pedida por muitos...

Mais um troféu

"A vitória na Taça da Liga significa a diferença entre uma época muito boa e uma época fantástica. Ganhar Supertaça e Campeonato Nacional já assegurou o essencial, mas no Benfica há sempre mais ambição. Gostei muito das declarações de Jorge Jesus o fim do jogo com o Marítimo a colocar o foco no jogo da Taça da Liga. Este profissionalismo e esta ambição fazem toda a diferença neste Benfica mais competitivo e ambicioso. Não se ganha tudo, nem se ganha sempre, mas luta-se sempre por ganhar sempre tudo. Temos cinco títulos consecutivos e buscamos o sexto hoje à noite em Coimbra.
O árbitro assistente tirou, com um erro grave, a Bola de Prata a Jonas. Jackson é um óptimo jogador, mas não precisava de colinho, nem de uma manto especial. Deve ter sido motivado por um breve regresso de ADN. Jonas será para nós o nosso herói e isso basta-nos. Lamentamos bem mais a lesão e infortúnio de Salvio.
O presidente do FC Porto pode ser atacado por muitos motivos, mas não por falta de coragem e liderança. Após a maior derrota de 30 anos da sua presidência, em Munique, saiu em defesa do treinador, mesmo antes de se deslocar à Luz. Agora, com adeptos a protestar na rua, a assobiar em campo e sondagens altamente desfavoráveis para Lopetegui, veio assumir a escolha como sua e manter o rumo. Liderar é sobretudo isto, não é andar ao sabor das sondagens e simpatias conjunturais. No FC Porto, há mais presidente a ajudar o treinador que treinador a ajudar o presidente. Quem, como eu, defendeu Jorge Jesus há dois anos, percebe bem o que está a fazer o presidente portista.
Espero, e vou ter, um Benfica forte, para continuar a vencer, porque o nosso organismo habituou-nos depressa a estas doses de fortíssimo êxito. Destaque para mais uma conquista do nosso hóquei em patins, num fim de semana onde o basquetebol está perto de aumentar o interminável rol de êxitos das modalidades do Benfica na presente temporada."

Sílvio Cervan, in A Bola

Venha outra!

"Hoje há mais. Na final da Taça da Liga, espera-se nova festa benfiquista. Espera-se o 6.º troféu oficial em duas temporadas.
Depois, o futebol parte para férias. Será altura de preparar a próxima época e o ataque ao Tri.
Com uma equipa alicerçada na experiência de jogadores na casa dos trinta anos, como Júlio César, Maxi Pereira, Luisão, Lima ou Jonas, o Benfica terá porventura, neste defeso, uma menor pressão de mercado face à que sofreu em anos anteriores. Sabe-se que Gaitán e Salvio são muito pretendidos, mas parece perfeitamente exequível segurar na Luz, pelo menos, os restantes nove titulares, mais os dois ou três suplentes habitualmente utilizados. Assim, com um ou outro reforço cirúrgico, será possível manter uma linha de continuidade, salvaguardando também - e este não é assunto menor - o tão louvado espírito de grupo deste plantel.
Em cima da mesa está igualmente a questão do treinador. Estou certo que o presidente e a direcção farão todos os possíveis, e até alguns impossíveis, para manter Jorge Jesus. A estabilidade no comando técnico da equipa tem sido uma arma determinante no sucesso do nosso Futebol. Jesus criou um modelo de jogo eficaz e ganhador, fazendo crescer dezenas de atletas. Deu-nos vitórias e dinheiro. Muito dinheiro. No meu tempo de vida não recordo outro técnico tão influente e decisivo. Não será fácil encontrar igual. Começar do zero, num contexto económico muito menos favorável que o de 2009, acarretaria riscos substancialmente mais elevados do que o custo da renovação do contrato. Até porque, como diz o povo sabiamente, 'o barato por vezes sai caro'."

Luís Fialho, in O Benfica

Tiro-lhe o chapéu, presidente!

"Alguém no seu perfeito juízo contrataria Artur Jorge para o SL Benfica? Alguém despacharia Vítor Paneira e Isaías para ir buscar Nelo e Tavares? E quem é que votaria em Vale e Azevedo? Ninguém cometeria esse erro. Hoje, porque depois de tudo acontecer é tão mais fácil formular opiniões. Somos bons nisso, os Benfiquistas. Gostamos de defender pontos de vista drásticos e fazer revoluções. Está-nos no sangue querermos sempre mais. E foi por isso que, a partir da segunda metade dos anos 1990 (e até 2003) estivemos em maus lençóis. A falência técnica era uma realidade, a imagem do Glorioso era cada vez menos vitoriosa, a falta de respeito pelo emblema esteve no seu ponto mais baixo. Damásio perdera a noção; Vale e Azevedo perdeu tudo o resto. Vilarinho iniciou a recuperação e Vieira consolidou o projecto. Nem por isso o presidente há mais tempo em funções no clube se livrou - livra - das críticas. Desde que chegou liderou a conquista de quatro Campeonatos, duas Taças de Portugal, duas Supertaças, cinco Taças da Liga (hoje há mais uma, espero) e a equipa foi a duas finais da Liga Europa. Os troféus estão guardados no premiado Museu Cosme Damião, os feitos são transmitidos pela recordista de assinaturas BTV e as estrelas brilham cada vez no Caixa Futebol Campus, um centro de estágios que faz corar de vergonha os rivais. Chega? Ainda não. Temos que falar da saúde financeira do clube, do acordo com a milionária Emirates ou do espírito de vitória que se sente nas modalidades. Vieira é o rosto mais visível da estrutura. Sim, nós temos uma estrutura. Foi ele quem resistiu à facilidade quando milhões de Benfiquistas quiseram despedir Jesus no fim da época em que tudo se perdeu ou após a pré-época do verão passado. Ganhámos todos."

Ricardo Santos, in O Benfica

A imprensa

"Uma questão incontornável: porque será que, sempre que acaba a época, quer o Benfica vença ou não o Campeonato, os jornais e as televisões se atiram ao Benfica, aos seus jogadores, dirigentes e equipa técnica como se não houvesse amanhã? Como se não existisse títulos conquistados? Como se o mundo do Futebol desabasse como um castelo de cartas?
Antes, claro, tinham a questão da pontuação, da matemática, dos Lopeteguis desta vida e todo um cenário de conjecturas, cenários macabros e precisões desastrosas. Agora, com a conquista do Bicampeonato, acenam com a catástrofe da saída de jogadores e eventualmente do treinador, Jorge Jesus.
Incrível?
A medida do nosso sucesso e da grandeza do Benfica, é a medida da inveja e da perturbação dos nossos adversários. No Porto, claro, têm de arranjar forma de fazer valer os mais de 50 milhões de euros de investimento completamente improdutivo da última época. No Sporting, Bruno de Carvalho tem de continuar a gerar interna e externamente fait-divers para a controversa permanência de Marco Silva. E alguns jornais, esses, apenas conseguem vender uma quantidade digna de matutinos se denegrirem ou atingirem, de alguma forma, o nome da nação Benfica. Somos muito maiores do que isso, é bom que não tenham dúvida! Querem continuar a fazer circular poeira sobre os eventuais treinadores do Benfica ou os pseudo-substitutos de Salvio e Gaitán, força! Mas, ao menos, digam às pessoas a verdade. A nua e crua verdade: o Benfica é tão grande que nem os tristes e ignominiosos conseguiriam qualquer visibilidade digna desse nome! E é aí, nesse reduto quentinho e familiar, que nós benfiquistas, apesar de todos os ataques e liberdades da imprensa, nos sentimos a maior e mais forte família do mundo!"

André Ventura, in O Benfica

Contagens...

"Vinte anos depois, voltámos a conquistar a dobradinha no Hóquei em Patins! É pena que, - devido à miserável arbitragem em Valongo na temporada passada, este feito tenha sido alcançado com um ano de atraso. Se fosse somente pelo mérito desportivo, estaríamos agora a festejar uma 'bidobradinha'. São já 22 Campeonatos Nacionais e 15 Taças de Portugal a constar no palmarés Benfiquista, de acordo com os dados oficiais. No entanto, reafirmo que a Federação Portuguesa de Patinagem deveria rever esta contagem, pois discordo da sua interpretação acerca da competição disputada entre 1962/63 e 1963/64. Na minha opinião, o Benfica foi o Campeão Nacional 23 vezes e venceu a Taça de Portugal em 14 edições. De qualquer das formas, voltámos a ser o clube com mais títulos nacionais nesta modalidade (a Supertaça é um troféu).
Também no Futebol nos deparámos, ao longo da presente temporada, com um problema de 'contagem'. Jonas, o melhor jogador do campeonato, foi, também, o mais goleador da competição, apesar de não ter ganho a 'bola de prata'. No Bessa e no Restelo, Jackson Martínez foi o marcador de dois golos que não foram da sua autoria. As imagens parecem-me esclarecedoras e julgo que a Liga, a bem da verdade desportiva, deveria analisar esses lances. E como se não bastasse já esta injustiça, na última jornada, o árbitro assistente Luís Ramos, bem posicionado, invalidou erradamente, por pretenso fora-de-jogo, um golo a Jonas que permitiria, ao nosso avançado, igualar o trio constituído por Jackson, Gonçalo Brandão (Belenenses) e Santos (Boavista).
Nota final para o Basquetebol. Estamos a uma vitória de nos sagrarmos Tetracampeões Nacionais!"

João Tomaz, in O Benfica

O princípio

"Recordemos então o que disse o presidente do Benfica em Agosto de 2014, numa entrevista ao canal de televisão do clube.

Numa entrevista à Benfica TV, em Agosto do ano passado, o presidente do Benfica deixou clara a ideia de que a continuação de Jorge Jesus no Benfica dependeria apenas da vontade do treinador desde que nas mesmas condições contratuais, leia-se pelo mesmo salário. Revelou na altura Luís Filipe Vieira que fez chegar essa mesma mensagem a Jesus numa reunião de altos quadros encarnados já depois de conquistados todos os títulos nacionais na última época.
O líder benfiquista foi suficientemente claro na resposta à questão lançada pelo jornalista da BTV, Hélder Conduto, e disse ter deixado nas mãos de Jesus a decisão de renovar ou não o contrato válido então apenas por mais uma época, desde que, sublinhou Vieira, nas mesmas condições financeiras e portanto, sem qualquer tostão mais.
Se Luís Filipe Vieira o disse há um ano fará algum sentido que após a conquista de um bicampeonato altere a sua decisão? E deverá Jorge Jesus recusar essa possibilidade? Só compete a Vieira e a Jesus reciclarem a conversa tida naquela altura. Apesar da decisão presidencial de deixar na mão do treinador a opção de continuar a treinar a equipa da Luz, ninguém pode na verdade garantir que nenhuma circunstância se alterou num ano, quer do ponto de vista de Vieira, quer no de Jesus.
Apenas se questiona o assunto na base de um normal cenário de sucesso. Ou seja, pela lógica natural das coisas, faria todo o sentido que o Benfica procurasse prolongar o contrato com um treinador que na realidade ajudou, e muito, a devolver ao clube o espírito da vitória e a conquista dos títulos.
Para Luís Filipe Vieira, pelo menos em Agosto de 2014, a situação estava bastante clara: se Jesus quiser renovar o contrato com o Benfica nas mesmas condições financeiras (qualquer coisa como quatro milhões de euros brutos, quase dois milhões líquidos por temporada) Jesus é que sabe.
«Nem vale a pena falar mais desse assunto», disse, na altura Vieira.
É verdade que a duração de um novo contrato pode ser também objecto de discussão. Pelo que se tem lido por aí, Jesus quererá um novo contrato válido por mais quatro épocas, e compreende-se que o deseje, para continuar a sentir estabilidade numa altura da vida em que, como diz o povo, já não vai para novo...
Falta saber o que pensa verdadeiramente sobre a questão o presidente benfiquista e até que ponto está ou não preocupado com a possibilidade de perder o treinador e de o treinador acabar por manter-se em Portugal.
Pelo que se vai percebendo da carruagem do futebol europeu, não será fácil a Jorge Jesus conseguir chegar ao lugar de treinador de uma das 12/14 principais equipas do velho continente, não por questões quanto ao seu perfil técnico - cuja capacidade e qualidade não deixam de ser reconhecidas lá fora - mas muito provavelmente por razões que se prendem com a dimensão e estatuto internacional de Jorge Jesus, a exigente comunicação e relação com os media, os títulos europeus, etc., etc., etc.
Se quisermos ir um pouco mais longe, sabe-se também que o Manchester United não trocará Van Gaal e que o Real Madrid despediu o italiano Ancelotti mas vai buscar o espanhol Rafa Benítez, numa controversa decisão de Florentino Pérez quase só para mostrar que quem manda é o presidente e não a vontade expressa pelos jogadores, na sua grande maioria, que desejavam a continuidade de Ancelotti. Fechadas as portas dos grandes europeus, Jorge Jesus veria pois reduzidas as opções: manter-se no Benfica, aceitar eventual desafio do Sporting ou, como fizeram outros grandes treinadores como, por exemplo, Marcelo Lippi ou Eriksson, apostar num contrato absolutamente milionário nos mercados árabe, asiático, eventualmente russo ou mesmo turco.
Ou seja: continuar a lutar por ser desportiva e pessoalmente mais feliz no próprio país, ou ir ganhar ... dinheiro!
É uma decisão fácil? Não.
Só é fácil para quem não precisa de a tomar.
E só é fácil para quem não está na circunstância de Jorge Jesus, um treinador que, infelizmente para ele, só aos 60 anos pode reclamar com inteira justiça o estatuto de grande treinador e de treinador vencedor. 
Aconteceu o mesmo, um dia, ao grande Jesualdo Ferreira.
E vejam onde ele, lamentavelmente, está.

PS: Para o FC Porto, manter Lopetegui pode ser realmente o princípio de uma nova era. Aprecio a fibra do treinador basco e tenho a convicção de que vai mostrar ter aprendido muito esta época. Para o futebol mundial, o que está a suceder na FIFA pode também traduzir-se naquele princípio de que por vezes é preciso mudar alguma coisa mas... para que tudo fique na mesma! Vêm aí as duas finais das taças portuguesas. Que sejam duas grandes finais. Porque o melhor do futebol é mesmo o jogo. E os jogadores. E a bola."

João Bonzinho, in A Bola

Jesus/Vieira: factos e números

"Hoje joga-se a final da Taça da Liga mas nos últimos dias esse dado foi completamente remetido para segundo plano face à interrogação em que se transformou o futuro da ligação entre Jorge Jesus e o Benfica. O que podia (devia) ter sido tratado/clarificado logo após o empate em Guimarães, que valeu o título, arrastou-se por duas semanas. Esperar pela definição da Liga fazia todo o sentido. Mas nunca seria a final da Taça da Liga a ter peso na decisão final. Logo, este jogo psicológico de recados públicos a que temos assistido era escusado. Não era necessário apalpar o pulso a ninguém. Bastava uma conversa franca, a dois. E o resultado da mesma, esse sim, podia ser anunciado apenas no início de Junho.
Nos anos anteriores à chegada de Jesus ao Benfica, ver a equipa ganhar ou discutir troféus era tão esporádico que se tornava num acontecimento. Para quem não tem essa memória: nas 6 épocas antes de Jesus o Benfica venceu 4 troféus (menos de 1 por ano) e esteve presente em 5 finais (menos de uma por época); nas 6 temporadas com Jesus, a SAD já arrecadou 9 troféus (um e meio por ano e hoje pode vencer o 10.º) e disputou 11 finais (já tem garantida a 12.ª, a Supertaça). O que antes dele acontecia de vez em quando tomou-se num hábito. Isto são factos. Quanto a números, os das transferências realizadas desde 2010 falam por si.
Agora, de forma até acalorada, discute-se muito sobre quem detém a maior fatia de mérito neste ciclo vitorioso. Se Luís Filipe Vieira (que esteve presente ao longo de todo o período de 12 anos), se Jorge Jesus. Não me parece que a questão mereça qualquer troca de argumentos. Os números são o que são. Vieira andou 6 anos à procura de um 'casamento feliz'. Depois de muitos divórcios encontrou o par certo. Cada qual ganhou bastante por estar com o outro.
Entendem os dois protagonistas que este 'casamento' ainda pode dar mais anos de mútua felicidade? Se na próxima semana, e de forma rápida, tratarão de renovar os votos. Se concluírem que a relação está a entrar naquele ponto horrível em que um olha para o outro e começa a encontrar defeitos onde anteriormente só identificava virtudes, então o adeus será igualmente rápido e indolor."

Boicote, já!

"(Carta aberta ao presidente da FPF)
Exmo. Sr. Fernando Gomes: Portugal orgulha-se de ter sido nação pioneira na abolição da escravatura (os registos históricos apontam 1869 como ano de tal feito) e da pena de morte (1867). É, por isso, com algum espanto que vejo que, quase 150 anos depois, nos mantenhamos cegos, surdos e mudos quanto a injustiças e crimes que, aqui e ali, destroem sonhos, vidas ou nações.
Sem grandes rodeios: seria uma vergonha para o País e para o nosso desporto que a FPF não tomasse posição clara sobre a tragédia humanitária que se vive no Catar, o país que, em 2022, receberá (será que recebe mesmo?) o Mundial.
Porque o escândalo - a tal ponta do iceberg destapada na madrugada de anteontem pela justiça dos EUA - de corrupção que, como um tsunami, abalou o edifício do futebol em Zurique, quando comparado com o escândalo de escravidão e morte que ensombra à organização do Mundial-2022, é... peanuts.
Segundo dados de organizações de direitos humanos e de conceituados órgãos de comunicação, o que se passa no Catar é crime. Na construção de estádios, há trabalhadores sem liberdade - o passaporte é-lhes retirado, deixando-os nas mãos de quem os contrata. Por cá, chamamos a isso... escravatura, mas esse até pode ser o mal menor de quem emigra para aquele emirado para trabalhar no sonho do Mundial: é que, desde o início das obras e de acordo com The Guardian, New York Times e Washington Post, já morreram cerca de 1200 seres humanos. Sim, MIL E DUZENTOS. E sabe que, se a chacina continuar ao ritmo atual, em 2022 teremos todos (os que nada fizerem...) nas nossas próprias mãos o sangue de 4000 homens e mulheres?
Descobrir e condenar os culpados desta tragédia é obrigação judicial. Boicotar o Mundial-2022 é, no mínimo, uma obrigação moral.
A FPF, cumprindo o legado dos nossos antepassados, poderia dar um exemplo ao Mundo e ser a primeira a anunciar o boicote. Mesmo!"

João Pimpim, in A Bola

Sepp Blatter, os dias do fim

"É altamente provável que Joseph Sepp Blatter seja hoje reeleito, por larga margem, presidente da FIFA. O mundo está a desabar à volta do histórico dirigente do futebol mundial, mas este, sem alternativa, insiste na fuga para a frente, não se percebe muito bem para onde, já que o cerco se aperta cada vez mais. Aliás, ontem, Blatter, num rasgo de lucidez, disse que os próximos meses deverão ser pródigos em más notícias para a FIFA. É uma maneira de ver a coisa. Talvez as más notícias a que se refere Blatter sejam, afinal, boas notícias, por serem a única forma de erradicar o poder corrupto que governa o futebol mundial.
Com João Havelange e Sepp Blatter, o futebol evoluiu e ganhou o estatuto incontestado de principal desporto do planeta. Mas o crescimento da FIFA foi feito de forma tentacular, sob princípios nepotistas, onde o tráfico de influências e a corrupção passaram a constar da normalidade, uma forma de estar que tem sido vista em outras organizações de caráter mundial, que nada têm a ver com desporto. O triunfo de Sepp Blatter nas eleições de hoje será sempre uma vitória de Pirro, este modelo de gestão da FIFA está ferido de morte.
Com os Mundiais de 2018 e 2022 atribuídos à Rússia e ao Catar, começa a tomar forma uma guerra política, ao mais alto nível, em torno da FIFA. E essa escalada deve ser vista com preocupação, porque o desporto nunca beneficiou com as ingerências políticas. Vladimir Putin já saiu a terreiro em defesa de Blatter, David Cameron apelou ao voto no Príncipe Ali e a Rússia acusa Obama de querer atingir a organização do Mundial de 2018.
Cocktail perigoso..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Dia de limpezas

"A detenção de vários dirigentes de topo da FIFA representa uma oportunidade para o futebol se regenerar. 

O jordano Ali bin Al-Hussein, atual vice-presidente da FIFA e único candidato à sucessão de Joseph Blatter na presidência do organismo que tutela o futebol mundial, depois das desistências de Luís Figo e do holandês Michael van Praag, disse que ontem foi "um dia triste para o futebol". Na verdade, foi exactamente o contrário. Tristes foram todos os dias que tornaram o de ontem, mais do que inevitável, absolutamente necessário. Ao todo, foram mais de seis mil dias tristes, correspondentes aos 17 anos que Joseph Blatter se manteve na presidência e durante os quais a FIFA se tornou numa espécie de abreviatura para corrupção. 
Desta vez, e ao contrário do que aconteceu com a investigação do norte-americano Michael Garcia sobre os processos de atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Catar, a FIFA não vai poder fazer um resumo conveniente das conclusões, recusando a publicação integral do relatório exigida pelo ex-procurador de Nova Iorque e assobiando para o lado como se não fosse nada com ela.
Como o FBI e a procuradoria-geral dos Estados Unidos fizeram questão de sublinhar ontem, a estrondosa detenção de sete responsáveis de topo em vésperas do Congresso da FIFA é apenas o princípio de um processo que fazem questão de levar até às últimas consequências. Um processo que, ao contrário do aconteceu ao longo das últimas décadas, Joseph Blatter não controla e que, por isso mesmo, representa uma oportunidade única para o futebol limpar a casa."

Jorge Maia, in O Jogo

O terramoto

"Um dia ia acontecer. Os escândalos eram tantos e as suspeitas ainda mais para que se eternizasse esta paz falsa no universo FIFA. Rebentou pelo lado da CONCACAF, mas a procuradora-geral Loretta Lynch já avisou que a investigação vai mais longe e que inclui, por exemplo, a atribuição do Mundial à África do Sul ou as eleições de 2011.
Se juntarmos a isto um outro processo que decorre, relacionado com as escolhas da Rússia e Qatar (lembram-se que a FIFA não aceitou a divulgação integral do relatório Garcia?), mais os negócios pouco ou nada claros que se prendem com a gestão do marketing e direitos televisivos nos campeonatos do mundo - no caso do Brasil, a FIFA arrecadou o dinheiro todo destas áreas, enquanto os brasileiros tiveram de se aguentar com as despesas dos estádios -, enfim, deparamos com uma infindável lista de motivos para concluirmos que o reinado de Joseph Blatter é algo que anda muito perto de um regime a meio caminho entre o autoritarismo e o golpismo.
A dimensão mediática dos acontecimentos das últimas horas foi potenciada de forma quase explosiva pelo simples facto de estarmos a dois dias de novas eleições. Que é como quem diz, de novo triunfo de Blatter. Quando aqui referi que o suíço tinha a eleição 'no bolso', a expressão devia ser entendida nos seus múltiplos sentidos. Também nesse em que estão a pensar, o do que os 'eleitores', na sua maioria, foram 'convencidos' de que Blatter era o melhor para os seus interesses. Federativos, pessoais, ou as duas coisas juntas.
Este é um tema que daria, não para um post de registo, mas sim para uma autêntica enciclopédia. Como não há tempo nem espaço para tal, fiquemos somente pelas eventuais consequências no curto/médio prazo.
É um abalo violentíssimo para o futebol, porque, em última instância, convém não esquecer de que estamos a falar de uma organização que tem mais representantes do que a ONU e que constitui hoje a maior multinacional do planeta. Colocar tudo isto em causa é um terramoto. No entanto, como já reparámos, o nome de Blatter não consta em lado algum. Nem é crível que surja - pelo menos tão depressa - , mesmo sabendo todos nós que é totalmente impossível o chefe máximo ignorar todo este festival que foi ocorrendo à sua volta durante décadas.
Apanhar Blatter neste contexto - o eleitoral - seria sempre complicado. Ainda assim, o homem que manda e que vai continuar a mandar sabe, a partir de agora, que o cerco está a apertar. Sabe que o mundo está mais desperto do que nunca para os meandros corruptos da FIFA. E isto é uma boa novidade. Além de que abre espaço para aqueles que internamente, seguindo padrões de honestidade, já contestavam o líder absoluto há vários anos.
Por ora, está a desmoronar-se a estrutura que rodeava o presidente da FIFA. Mais tarde ou mais cedo, será o próprio a perceber que o seu campo de manobra é cada vez mais restrito. Ignoro o que o futuro reserva a toda esta história, mas dificilmente, muito dificilmente, tudo voltará a ser como dantes no dia em que Blatter, empurrado ou por decisão individual, abandonar o trono."