"Esta é a semana onde todos os benfiquistas reclamam junto da equipa, como os No Name cantam no estádio:
«Dá-me o 34, dá-me o 34».
Todos nos sentimos membros da claque, na vontade de ver novamente o Benfica bicampeão nacional. É preciso baixar a ansiedade e aumentar a concentração, porque acredito motivação não faltará. Os 4-0 ao Penafiel eram previsíveis, mas as dificuldades em Guimarães também. Contra o Penafiel a arbitragem apenas conseguiu produzir um ridículo amarelo a Samaris, mas causa dano para o jogo da cidade berço onde Gaitán ainda está em dúvida. Esperemos pelo melhor Fejsa, que deu excelentes indicações em Barcelos. Jorge Jesus sabe tratar das tácticas e avisar dos truques que se irão encontrar. O campeonato disputado ombro a ombro com o FC Porto não terá nenhuma facilidade nesta recta final. O Benfica tem a grande vantagem de ter dois jogos, para vencer um, e ser campeão, mas era muito importante resolver já a questão em Guimarães.
Uma palavra final para o voleibol do Benfica e para a sua época de sonho. Quando acabou o jogo com o Penafiel as atenções estavam todas nos Açores. José Jardim conseguiu um feito único, Supertaça, Taça de Portugal, e campeonato nacional ganho na negra em casa do adversário e uma final Europeia. O Voleibol está de parabéns (muito bom o Bastardo) e o do Benfica fez algo de verdadeiramente fantástico.
Para quem, como Rui Mourinha e José Jardim, passaram tantas dificuldades no passado para impor a modalidade no clube, esta é uma estrondosa vitória e um merecido prémio. Esta vitória é celebrada por todos os verdadeiros benfiquistas, e tem um toque de justa desforra do título perdido para o mesmo adversário há poucos anos. Este ecletismo vencedor que o Benfica ostenta é motivo de orgulho. Depois do hóquei em patins e do voleibol, haverá certamente mais. O ecletismo no Benfica não é um panfleto é um palco de títulos."
Sílvio Cervan, in A Bola