sexta-feira, 24 de abril de 2015

Clássico contra a história

"Benfica e FC Porto lutam pelo título nacional de futebol (o de hóquei já está bem entregue). Curiosamente, houve uma recepção calorosa aos azuis e brancos no aeroporto, depois da maior derrota da sua história europeia. Mesmo entre os adeptos portistas, poucos são os que não acreditam que o FC Porto será campeão esta época. O Benfica tem três pontos de vantagem, o jogo é no Estádio da Luz, o estádio cheio de apoio encarnado, o FC Porto vem de uma copioso derrota, o Benfica tem jogado muito bem no seu estádio; quais são então os motivos desta certeza azul e branca? Nos últimos vinte anos sempre que Benfica e FC Porto lutaram pelo título o campeão foi o FC Porto. Aconteceu sempre alguma coisa, houve sempre algo que fez com que assim fosse. Vejamos os títulos do Benfica: o Benfica foi campeão com 6-3 de Alvalade mas lutava com o Sporting; o Benfica foi campeão com a cabeça de Luisão frente ao Sporting, no ao de Trapattoni mas lutava com os de Alvalade; o Benfica foi campeão no primeiro ano de Jorge Jesus mas em luta com o Sporting de Braga; e, mesmo no ano passado, em que havia uma superioridade total, a luta foi essencialmente com o Sporting. Nunca em luta directa com o FC Porto deixaram de acontecer coisas.
Os adeptos de azul e branco, quando não confiam na equipa, confiam na estrutura. Os adeptos do Benfica, mesmo quando confiam na equipa, desconfiam das estruturas. O jogo de domingo é também um jogo contra a história e a forma como ela se vem escrevendo há vinte anos. Veremos o que acontece domingo, porque num jogo de futebol tudo poderá acontecer. Eu espero o meu Benfica a jogar bem, como sabe. Tanto mais quando dois terços dos resultados servem ao Benfica para o único objectivo de ser campeão. E ser bicampeão era justo e merecido neste ano de tantas adversidades."

Sílvio Cervan, in A Bola

Patético!

"Mais do que recordar o que aconteceu em Munique recordemos o que se disse.

Ricardo Quaresma teve a frase da noite em Munique, quando lhe foi perguntado o que é que tinha acontecido com a equipa do FC Porto: «Aconteceu muita coisa, que o treinador vai explicar». A cara de Quaresma, primeiro no relvado, depois quando já falava ao microfone do flash interview, parecia dizer muito. Quaresma é daqueles jogadores incapazes de disfarçar se o momento em que está é de desalento ou é de alta confiança. Como se viu.
No campo, a dada altura daquele vendaval do Bayern, o rosto de Quaresma parecia, no fundo, igual ao de qualquer adepto portista; era o rosto de quem não queria acreditar no que lhe estava a acontecer.
Apesar de ter dito o que disse no final do jogo, julgo que Ricardo Quaresma estaria tão farto de saber como eu que o treinador do FC Porto não iria verdadeiramente explicar coisa alguma. Como não explicou. Pelo menos cá fora.
Mas podia o treinador do FC Porto não ter explicado nada e, apesar disso, ter tido, pelo menos, a elegância de assumir em nome do grupo a responsabilidade do que tinha acabado de acontecer à equipa. Tinha-lhe ficado bem.
Não fez uma coisa nem outra, como sabemos. E ainda teve a lata, a vergonhosa lata, de atirar à cara dos jornalistas que por muito que estes quisessem o contrário, como disse Lopetegui, a equipa do FC Porto se levantaria deste pesadíssimo insucesso.
«Por muito que queiram  contrário, não se preocupem que nos levantaremos», disse Lopetegui para a plateia de jornalistas, certamente incrédulos, que o ouviram na sala de imprensa do Arena de Munique, onde o FC Porto tinha acabado de sofrer a mais pesada derrota europeia dos últimos 30 anos, uma das mais pesadas da história do futebol português - que, como se sabe, já inclui pesadas goleadas sofridas por Benfica e Sporting -, insuficiente, apesar disso, para levar Lopetegui a pedir desculpa aos adeptos pela horrível exibição portista da primeira parte e pela humilhante goleada final.

Lopetegui mostrou-se, aliás, tão insensível às consequência de tão pesada derrota e tão péssima imagem dada pela equipa que teve ainda a lata de falar em diferença «apenas» de três golos na eliminatória, e também a lata de dar importância à exibição portista na segunda parte, de forma intelectualmente muito desonesta, quando nenhum discurso poderia ignorar o peso, ao intervalo, dos impressionantes 5-0 que o Bayern já então tinha de vantagem!!!
Pois Lopetegui, naquele seu inestimável jeito de assumir o impagável complexo de superioridade que alguns de fora gostam de revelar sobre os portugueses, é ainda um daqueles treinadores que deve julgar - tão absurdamente - que falar nas conferências de imprensa é falar para os jornalistas e não para os adeptos e amantes do futebol. O treinador espanhol deve julgar que não pode nem deve ser questionado.

A frase de Quaresma foi, pois, a frase da noite. Aconteceu na verdade muita coisa à equipa e a única coisa que não aconteceu foi ouvirmos uma boa explicação de Lopetegui.
Em Munique, o FC Porto pode ter sido humilhado.
Mas Lopetegui foi patético!

Guardiola mudou apenas um jogador do jogo do Porto para o jogo em Munique. Poupou e defendeu o brasileiro Dante (queimado no Dragão) e trocou-o por Badstuber. E não precisou de Robben, Ribéry, Shweinsteiger ou Alaba para desfazer um FC Porto no qual fizeram realmente falta - como estava na cara - os laterais Danilo e Alex Sandro. O que Guardiola tem feito no Bayern mostra bem a capacidade que tem como treinador e é bem capaz realmente de ser, no momento, o melhor treinador do mundo.
E o que o Bayern fez ao FC Porto foi também mostrar como o percurso do FC Porto na Liga dos Campeões tinha sido, até agora, muito acessível, frente a um BATE Borisov muitíssimo frágil, um Atlético de Bilbau em declínio, um Shakthar condicionado e naturalmente afectado pelos conflitos armados em Donetsk e, depois, um Basileia que por muito generoso e determinado que seja vem... do campeonato suíço.
Não se pode querer tapar o sol com uma peneira. Não tapa nada!

Sensivelmente um ano depois de ter impedido Jorge Jesus de conquistar a Liga Europa, em Turim, a equipa do Sevilha foi agora dar cabo da cabeça a outro treinador português, atirando para fora da prova um André Villas Boas incapaz de dar sucesso europeu a um plantel realmente de luxo, com estrelas da grandeza (futebolística e financeira) de Hulk, Witsel, Garay, Danny, Criscito, Lombaerts, Javi Garcia, Ansaldi, Tymoshchuk, Fayzulin, Kerzhakov ou Rondón.
Não eram obviamente as equipas portuguesas que tinham obrigação de dar cartas na Europa (como alguns pateticamente querem fazer crer) mas no caso desta época era até curiosamente de dois treinadores portugueses que muito se esperava. Primeiro, de José Mourinho, e agora de Villas Boas, qualquer deles com equipas francamente recheadas de estrelas.
Este ano, na Europa, falharam objectivamente os dois!

PS: Patetices à parte, também julgo que o FC Porto que vai aparecer, domingo, na Luz não terá nada a ver com o FC Porto de Munique. O FC Porto, em Portugal, é sempre muito forte. Sempre. O Benfica que se cuide!"

João Bonzinho, in A Bola

Nós e eles

"E pronto, está aí o jogo que pode decidir o título de campeão desta época. É no domingo, às cinco da tarde no maior Estádio de Portugal.
De um lado, o Campeão em título, mais pontos, mais golos marcados, mais vitórias. Do outro, o segundo classificado, menos três pontos, menos duas vitórias, menos golos sofridos. De vermelho vão jogar os profissionais que têm dado mais espectáculo, os que mais golearam as outras equipas e aqueles que têm estado há mais tempo no topo da tabela. De azul e branco jogam os outros, aqueles que foram contratados a peso de ouro e que foram aposta para evitar a todo o custo a conquista do Bicampeonato por parte do SL Benfica e o consequente declínio de uma estrutura apodrecida.
Nos bancos, a autenticidade de Jorge Jesus, o trabalho valioso de seis anos, o Futebol como uma festa de ataque e de golos. No outro lado, o moço de recados de um presidente caduco, um treinador mediano escondido numa torre no meio de um relvado e que encontra na arbitragem a desculpa para as suas falhas profissionais.
Na tribuna, dois dirigentes com estilos muito próprios. A jogar em casa, um líder que pôs as contas em dia, que colocou o Clube no século XXI e que se afasta das polémicas. A jogar fora, um conselheiro sentimental e agente de viagens de árbitros, fomentador de guerras norte-sul, à espera de sucessor.
Nas bancadas, o vermelho de quem puxa pela sua equipa, de quem canta o seu fervor clubístico. De azul, as vozes do ódio, o ataque anti-benfiquista constante de quem ainda não resolveu os seus problemas. Freud explica.
Duas realidades, dois estilos, duas formas de estar e de ser. Entre a Luz e as trevas, fiquemos sempre do lado bom da Força."

Ricardo Santos, in O Benfica

Na Luz estaremos!

"Não podia ser outra a mensagem desta semana, quando se aproxima aquele que será, provavelmente, o mais importante jogo da temporada.
Ainda qu confortavelmente a três pontos de distância - e com uma vitória por dois golos na primeira fase, aquando da deslocação ao Dragão - este é um jogo para ganhar. A dimensão psicológica e motivacional não é, aqui, inferior à importância dos números na tabela classificativa.
Vencer o FC Porto será não apenas definir, de vez, o bicampeonato, como colocar uma pedra sólida e duradoura sobre a questão de quem praticou melhor Futebol ao longo deste último ano. E, sobre essa questão, eu não tenho dúvidas na supremacia Benfiquista!
A um FC Porto assente numa forte ofensiva desenrolada nos pés de Brahimi e Jackson, o Benfica tem contraposto com a magia de Gaitán e a fúria concretizadora de Jonas. Aos toques pontuais e muito localizados da eficácia de Quaresma, o Benfica tem muito superiormente apresentado a persistência de Maxi e o talento de Talisca. Face a uma defesa 'azul e branca' que deixa fortes dúvidas aos especialistas, os 'encarnados' apresentam um verdadeiro muro intransponível comandado pelo experiente Luisão, cujos feitos estão já nos anais da história do nosso Clube. Não se trata, sublinho de novo, de vencer apenas para resolver o Campeonato. Vamos demonstrar, no domingo, que o nosso é o melhor Futebol. A magia encantadora. A eficácia da táctica construtiva de Jorge Jesus frente a um Lopetegui de rotativismos e instabilidade.
Lá estaremos todos na Luz. O dia D deste Campeonato. O dia em que vamos renovar o nosso orgulho de pertencer ao melhor e ao maior Clube do mundo."

André Ventura, in O Benfica

Glorioso Hóquei em Patins

"Esta semana o destaque vai, naturalmente, para a conquista do Campeonato Nacional de Hóquei em Patins após a vitória por 5-1 frente ao FC Porto. O Benfica teve, ao longo da temporada, a equipa que melhor Hóquei praticou e a mais consistente. Merece ser campeão, à semelhança da época passada, em que, não fosse a arbitragem 'infeliz' em Valongo, teria terminado no primeiro lugar.
Cumpre-se ainda realçar uma declaração de José Trindade, o presidente da secção, à BTV: 'É o nosso 22.º título, poderia ser o 23.º se houvesse uma contagem diferente(...)'. De facto é, a meu ver, incompreensível a interpretação que a Federação Portuguesa de Patinagem faz da competição 'Taça de Portugal' disputada nas épocas 1962/63 (vitória do Benfica) e 1963/64 (Malhangalene). Apesar da designação, a prova foi disputada nos moldes dos Campeonatos Nacionais das temporadas anterior e seguinte às indicadas (nas quais, de acordo com FPP, não houve Campeonato Nacional). Acresce que a Taça de Portugal, tal como é organizada no presente, teve início em 1975/76.
Penso que este é um caso evidente de deturpação da história do Hóquei em Patins português, desrespeitando-se a memória dos dirigentes, treinadores e atletas dos clubes campeões nacionais nesses anos.
Jonas continua imparável, tornando-se na figura central do percurso vitorioso da nossa equipa de futebol, e Luisão alcançou a extraordinária marca de Coluna, totalizando agora 328 jogos a envergar a braçadeira de capitão, ficando a uma partida de se tornar o recordista. Acredito que, domingo, sob a liderança destes grandes jogadores, daremos um passo de gigante rumo à conquista do ambicionado Bicampeonato."

João Tomaz, in O Benfica

Vencer, vencer

"Não andaria longe da verdade se afirmasse que temos, esta temporada, uma das melhores equipas de Hóquei em Patins da história do Benfica. A vitória por 5-1 sobre o FC Porto (a acrescer ao triunfo por 3-7 no Dragão) traduziu essa clara superioridade, consumando um título há muito anunciado. 23 vitórias e 1 empate, em 24 jornadas, são outro dos cartões de visita dos nossos fantásticos hoquistas. Estou em crer que a Taça de Portugal também não fugirá, concretizando a desejada 'dobradinha' - algo que não acontece desde 1995.
No domingo é a vez do Futebol. Entende-se que Jorge Jesus queira retirar pressão dos ombros dos jogadores, mas, com ou sem retórica, o jogo é mesmo decisivo. E se o vencermos, nem o mais laureado matemático me fará duvidar do título.
Em casa, a nossa equipa tem demonstrado forte predominância sobre os adversários, e um qualidade de jogo digna de campeão. Esta partida terá, provavelmente, características diferentes, apelando menos à nota artística, e mais à generosidade dos jogadores na disputa de cada lance. Será um desafio à coragem. Um repto à alma Benfiquista.
O Inferno da Luz também está convocado, sobretudo para os momentos em que a equipa mais necessitar de apoio. É importante percebermos que os jogos têm noventa minutos, e passam por fases distintas. Num ou noutro período, os nossos jogadores poderão precisar de sentir que estamos com eles, e que estamos unidos em torno de um objectivo comum.
Há que mostrar, também nas bancadas, que o adversário não nos amedronta, e fica demasiado pequeno perante o grito da nossa fé. O grito que nos conduzirá à glória."

Luís Fialho, in O Benfica

Desmentidos

Não deixa de ser curioso que na véspera do jogo que pode ser decisivo (para os Corruptos), apareçam várias pseudo-novelas em volta de jogadores do Benfica. A nova forma de criar polémica, é através de declarações nas redes sociais, supostamente feitas por jogadores do Benfica. Esta semana foram dois: Eliseu e Ola John...
O extraordinário, é que os pasquins imediatamente publicam as supostas frases, sem verificarem se as contas são verdadeiras!!!