sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Jogo com o SC Braga é mais importante

"Não vale a pena iniciar uma caça às bruxas, mas é um facto que desde que o Benfica reclamou na UEFA de uma decisão antes do Juventus-Benfica da última época nunca mais houve uma arbitragem inteiramente isenta em jogos do Benfica. Foi assim na última época no jogo em Turim contra a Juventus onde acabámos com nove, foi escandaloso na final contra o Sevilha onde aquela encomenda alemã jamais será esquecida. E já esta época iniciámos contra o Zenit com uma expulsão, prosseguimos na Alemanha onde houve uma aparição de um penalty caído do céu e da imaginação arbitral, e nesta quarta-feira degustámos uma arbitragem caseirinha. Embora tenha sido uma exibição polaca, para a gradar ao príncipe, não foi pelo árbitro que não se ganhou no Mónaco. Foi um jogo equilibrado onde o Mónaco em sua casa não foi superior ao Benfica.
O empate no principado não satisfaz nem preocupa, numa semana onde o jogo mais importante é claramente domingo contra o Braga. Exceptuando os clássicos, Braga e Madeira serão os jogos teoricamente mais difíceis deste campeonato para o Benfica. Uma vitória no domingo seria importantíssima para as aspirações do bi-campeonato. Depois do rochedo do Mónaco, teremos a pedreira de Braga. É uma fase da época que se faz também a partir pedra. Jorge Jesus sabe melhor que ninguém a importância pontual e anímica deste jogo. Foi a vitória em Braga que selou (praticamente) o campeonato da última época. Este ano, o jogo é muito mais cedo no calendário, não se consideraria um selo, mas era como o código postal, meio caminho andado...
Segunda-feira há sorteio da Taça de Portugal. Como se sabe, é um facto que já não tem a mesma relevância para todos os clubes com aspirações a ganhar títulos. Mas é excelente continuar preocupado com a sorte das bolinhas da FPF."

Sílvio Cervan, in A Bola

PS: No rol dos roubos Europeus já são 6 jogos consecutivos!!! Começou na Luz com o Turco Cakir, contra a Juventus, continuou em Turim com o Clattenburg... O Bitch na Final com o Sevilha. Com o Zenit além do critério disciplinar, tivemos um penalty sobre o Salvio... Em Leverkusen: com o penalty contra... e ainda dois lances dentro da área do Bayer nos últimos minutos... e agora, mais um no Mónaco: com impunidade disciplinar total para os nossos adversários...

Encarnado é o Vermelho-amor (Guedes)

"É o consenso geral que o Sport Lisboa e Benfica é dos clubes mais vanguardistas do Futebol mundial. Não fosse o enorme passivo que veio de trás, a necessidade da construção de um novo estádio e de uma academia, etc, talvez não precisássemos de vender um único jogador do plantel principal, nestes últimos anos, tal tem sido a sua gestão na última década, assertiva e exemplar.
Como clube vanguardista, o Benfica percebeu, atempadamente, que a sua hegemonia no Futebol nacional, e o reconhecimento como um dos maiores da Europa, passava pela Formação de jovens jogadores. É bem certo que Jesus tem razão, também há um enorme de formação com os jovens de dezoito, dezanove ou vinte anos, que chegam ao Benfica vindos dos estrangeiros ou mesmo de clubes de divisões inferiores em Portugal. Mas no caso concreto, falaremos apenas da Formação 'Made in' Seixal.
A alegria de vermos o Guedes vestir a principal camisola do Benfica, com apenas dezassete anos de idade, faz-nos crer que vamos no caminho correcto. Depois olhamos para a convocatória das várias selecções (desde os sub-21 aos sub-15) e vemos como a Formação do Benfica está em maioria nas escolhas dos vários técnicos. É caso para dizer que temos vários Guedes na academia do Seixal.
Acontece, porém, que o Benfica é um clube muito grande, no qual não é fácil vingar com facilidade. Ninguém desejará mais que a actual Direcção ver um Benfica 'português', mas como todas as grandes mudanças esta não poderá ser precipitada nem leviana.
Uma coisa é certa, os Guedes puxam pelo nosso Benfiquismo mais fervoroso!"

Carlos Campaniço, in O Benfica

O caminho...

"Na abertura de cada um dos 'Diários' de Miguel Torga estava a mesma frase de Amiel «chaque jour nous laissons une partir de nous-mêmes em chemin». Esta ideia de que na nossa caminhada a construção é feita do que se vai deixando implica que a história de cada homem seja a história do que ele diariamente deixa perdido no seu caminho. Acontece que o que fica perdido não pode ficar esquecido. Caso assim aconteça, o caminho do homem cumpre uma das prerrogativas para a existência do 'homem trágico': o esquecimento. Um caminho trágico feito por um homem trágico fatalmente conduzirá à tragédia.
Todo este introito surge a propósito das futuras eleições para a Liga. A comunicação social bombardeia-nos diariamente com a ideia de que os dirigentes do Benfica e do FCP estariam alinhados a na liderança de um novo projecto agregador para a Liga.
Recuso-me a acreditar nisto. Que os dirigentes do Benfica e do FCP e de todos os outros clubes queiram um consenso generalizado para que todos participem na edificação do Futebol português é legítimo e saudável. Que a vontade de um consenso implique uma aliança ou o que quer que seja de promiscuidade com dirigentes ligados aos casos de corrupção identificados nos processos 'Apito Dourado' e 'Apito Final' é algo que entra no campo do absurdo. Diz-nos a literatura que o esquecimento do passado é um dos absurdos que leva à repetição da tragédia.
Nas próximas eleições da Liga joga-se a questão dos direitos televisivos, joga-se o futuro do Futebol português com ou sem aqueles que o conspurcaram durante três décadas. Num passado bem recente, os dirigentes do Benfica construíram o seu caminho, dando uma enorme machadada nesse poder podre o bafiento. Esse momento de quebra do monopólio dos direitos de transmissão televisiva encheu-nos de orgulho. Foi um daqueles momentos da caminhada em que sentimos que faz sentido continuar nesta luta e, como tal, não pode (e acredito que não ficará) ficar perdido nem esquecido no caminho construído."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

O Sporting e a Liga

"Começamos a semana, mais uma vez, com uma lastimável prestação de Bruno Carvalho, confirmando que não estará presente na reunião de clubes que, na segunda-feira, procurou um nome consensual e de prestígio para suceder a Mário Figueiredo, e afirmando mesmo que não vê 'necessidade de os três grandes falarem em uníssimo' nesta matéria. Está, mais uma vez, muito enganado.
A Liga Portuguesa de Futebol está a tornar-se num degradante espectáculo público, com um candidato que se auto-proclamou como o único elegível e, claro está, resultou numa voz sem eco ou credibilidade para se afirmar no contexto dos problemas graves e urgentes do Futebol português. Para cúmulo, ainda recorreu aos tribunais quando a Federação - que já o devia ter feito há muito - pôs termo ao seu projecto de poder absoluto e exigiu novas eleições em que, no fundo, os candidatos surjam livremente e se apresentem com os seus projectos à votação dos clubes.
Chama-se democracia, Dr. Mário Figueiredo!
Luís Filipe Vieira percebeu - e bem - a importância de um nome de consenso para a Liga Portuguesa de Futebol, capaz de, dentro da diversidade natural e riquíssima do Futebol português, se afirmar como uma voz de solidez e de respeito entre os seus pares. Que conheça os problemas profundos do Desporto em Portugal. Que erga a voz aos interesses instalados. E, claro, que não tenha medo de eleições. Isso nunca! É por isso que, quando o Sporting boicota este trabalho já de si difícil de reunir à mesma mesa de líderes dos grandes e médios clubes da 1.ª Liga de Futebol presta um péssimo serviço ao Futebol português. Mas, ao mesmo tempo, presta um péssimo serviço a si próprio e aos seus adeptos, tão queixosos que são e foram dos 'esquemas subterrâneos' do Futebol profissional.
Bruno de Carvalho continua a esquecer-se que já não é um mero líder da claque 'leonina'..."

André Ventura, in O Benfica

PS1: Em primeiro lugar concordo que a situação de Mário Figueiredo era insustentável; em segundo lugar os elogios ao Duque são bastante despropositados: o prestigio do Duque é no mínimo duvidoso; o seu sentido eleitoral vai ser posto à prova, numa eleição de Lista Única, e pensar que o Duque vai afrontar os interesses instalados é no mínimo ingénuo...!!!
Agora concordo: era preciso uma solução colectiva... até porque como tem sido público nos últimos dias, os patrocinadores tradicionais do Futebol português estão a fugir (por diversas razões), e neste momento o 'poder' da Liga, resume-se à área Económica... as habituais guerras de palavras neste momento são totalmente desnecessárias ao negócio Futebol, para todos os Clubes, todos, incluindo o Benfica (e até o Sporting!!!)...
Além disso os tais 'esquemas subterrâneos' jogam-se noutro campo: FPF...

PS2: Em relação à tentativa histérica de tentar colar o Vieira ao Pintinho, especialmente pelos jornaleiros Lagartos e Corruptos (e os já habituais talibans-benfiquistas), tenho toda a confiança que o Presidente do Benfica, que criou a BTV, não vai desperdiçar o nosso maior trunfo...

Imprudências

"O futebol é um fenómeno popular, que mexe profundamente com as emoções daqueles que o seguem com maior fervor.
Milhões de almas percorrem quilómetros para estar perto das suas equipas gastando o que têm e o que não têm, sofrem a bom sofrer durante os jogos, e choram as derrotas como crianças, deixando de lado toda a racionalidade com que terão de enfrentar a segunda-feira seguinte.
São as emoções que fazem do futebol aquilo que ele é, que fazem crescer os clubes, e lhes dão dimensão social, humana, e também económica. São elas o cimento de todo o edifício futebolístico, por mais que uma certa empresarialização dos tempos modernos possa induzir o contrário. Sem elas, o futebol não teria nada de interessante.
Nem sempre os agentes deste desporto transformado em indústria têm em atenção essa realidade, permitindo descuidadamente que cumplicidades profissionais e pessoais se sobreponham ao respeito devido àqueles que os idolatram. Terá sido o que aconteceu com o nosso Rúben Amorim, ao deixar-se fotografar junto de figuras muito pouco recomendáveis.
Não é justo crucificar um atleta que sempre demonstrou a maior dedicação e profissionalismo ao serviço do clube do qual também é sócio e adepto, tal como nós. O próprio Rúben de pronto se arrependeu da imprudência - que feriu o sentimento de muitos benfiquistas.
Rúben explicou, perdoámos, assunto encerrado. Mas fica o ensinamento para ele, e para todos os jogadores, técnicos, dirigentes e profissionais ao serviço do clube: há situações que de um ponto de vista meramente racional são inócuas, mas para as quais a emoção do adepto não está, nem tem de estar, preparada.
Paralelamente, importa também reflectir sobre os motivos que levam um árbitro internacional a uma proximidade tão ostensiva a um líder de uma claque – que, em livro, confessou ao país várias práticas criminosas. Aí, não se trata de emoções nem de razão, mas sim de transparência. Mas, ao contrário de Rúben, de Proença não espero nada, a não ser a sua rápida aposentação."

Luís Fialho, in O Benfica