sexta-feira, 23 de maio de 2014

Tricampeões... 25.º título Nacional !!!

Guimarães 72 (0) - (3) 88 Benfica
14-28, 26-18, 18-28, 14-14

Já está... acabou por ser mais fácil do que o esperado. O Vitória nos primeiros jogos da temporada parecia que ia dar mais luta, mas uma excelente atitude defensiva da nossa equipa, acabou por tornar esta Final, num aparente passeio...
Hoje, mais uma vez, o Jobey fez a diferença ofensivamente... nas últimas épocas temos tido vários bons Americanos que acabam por se ir embora, mas o Jobey é claramente o melhor entre eles... e devido à idade (menos apetecível no mercado Europeu...), até pode ser que fiquei por cá...!!!
Parabéns a todos, começando pelo por vezes muito criticado Carlos Lisboa, e a todos os jogadores... Esta noite, nem o mau 2.º período merece critica!!!
Só tenho um reparo, gostava que o Ferreirinho durante a época tivesse mais minutos... para o ano, espero que o Castela também seja mais utilizado... Já foi notícia, que para o ano, todas as Modalidades do Benfica, vão reduzir os orçamentos, espero que essa gestão seja feita com 'cabeça'... até porque no Basket com o regresso dos Corruptos mascarados, com outro nome, vai provavelmente aumentar o grau de dificuldade... apesar do Vitória, provavelmente continuar a ser o adversário mais difícil!!!
Apesar de ter sido mais utilizado nesta parte final da época, o Weaver durante a maior parte do ano, parecia desligado da equipa, talvez o 'corte' se possa fazer por aí, mantendo o resto da equipa...
PS: Os dirigentes Vitorianos pediram um ambiente 'grego' para este jogo!!! Pessoalmente gosto de ver pavilhões cheios... seria bom que assim fosse sempre. Mas infelizmente a definição de um 'grande ambiente' é passar o jogo todo a ofender a instituição e os jogadores do Benfica... Ainda por cima sem originalidade nenhuma nos cânticos!!! Mal educados e plagiadores...!!! E por incrível que pareça, até são elogiados pelos jornaleiros e pelos dirigentes!!!

33 - 5 - 25

"Ontem o meu amigo Paulo Pina fazia-me notar um erro de semântica frequente nesta overdose de conquistas do Benfica: repetidamente se disse que o Benfica foi o único clube a ganhar os três títulos na mesma época, mas bastaria dizer que o Benfica foi o único clube que ganhou os três títulos. De facto Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e uma final europeia são dose quase irrepetível de alegrias.
Não sei como vai o nosso organismo reagir aos próximos dois meses, sem finais para vencer e títulos para conquistar. Agosto e a Supertaça ainda estão longe. Esta questão da habituação pode mesmo ser um problema sério. Por cautela, vou logo ver o basquetebol a Guimarães, para evitar recidivas.
Justo dizer que o Rio Ave fez mais para ganhar a Taça de Portugal que o Sevilha para vencer a Liga Europa, mas o futebol também tem injustiças, relativas. Tivemos azar e um árbitro manhoso em Turim, tivemos sorte e um poste amigo no Jamor.
Foi uma época de sonho, merecemos cada momento de alegria, esperemos poder repetir, pelo menos em parte, na próxima época.
Ver os jogadores esgotados no final do jogo do Jamor foi uma alegria, ficou a certeza de que deram tudo, de que deixaram a última gota de suor em campo, de que a única ideia que tinham era vencer. Talvez por isso venceram tanto e venceram todos.
Se para Jorge Jesus subir à tribuna do Jamor foi bem diferente este ano em relação à última época, imaginem então para os milhões de adeptos do Benfica.
Enquanto os adversários terão que construir uma equipa para nos derrotarem, nós teremos que tentar não destruir a nossa para continuar a vencer. Tenho dúvidas do que será mais difícil, atento à conjuntura de mercado. Agora começa o martírio dos títulos de jornais que nos vendem um jogador todos os dias. Fica a fé de que na maioria das vezes é mentira e a certeza de que «o campeão voltou». Vejam bem que maravilha de título tem esta crónica."

Sílvio Cervan, in A Bola

Deve estar a falar Chinês !!!



É inacreditável a quantidade de vezes que o Jesus já indicou neste final de época que vai ficar, e mesmo assim, continua-se a especular com a sua saída...!!! Até com uma entrevista do Maxi à chegada ao Uruguai, fizeram a mesma coisa!!! O entrevistado diz uma coisa, o jornaleiro, infere o oposto...!!!

Alegria e... bruxas

"1. Grande época fez a nossa equipa de Futebol, concluída com mais um triunfo, este na Taça de Portugal. Quatro dias depois da terrível final de Turim, a equipa fez uma excelente primeira parte, não deixando o Rio Ave tocar na bola, mas ressentiu-se naturalmente na segunda. Mas lutou sempre e ganhou muito justamente voltando a juntar Campeonato e Taça, como há muito não acontecia.

2. Não acredito em bruxas mas lá que as há, há. Também não acredito na maldição de Guttmann, mas lá que ela se faz sentir, faz. Mais uma vez tudo correu mal ao Benfica numa final europeia, perdida de forma totalmente injusta. Os castigos e lesões que deixaram de fora jogadores importantes: a lesão de Sulejmani logo a abrir, desfalcando uma posição na qual já era a terceira opção; a lesão de Siqueira no prolongamento, impedindo outras opções; várias oportunidades flagrantes perdidas por bem pouco (Beto ainda estará para saber como defendeu algumas bolas...); uma inqualificável arbitragem (como pode este árbitro ir ao Mundial?), com três penalidades sonegadas (duas delas dando direito a pelo menos 2.º amarelo e expulsão); um critério (?) lamentável na amostragem de cartões; e, finalmente, uma permissividade absoluta (e estavam lá mais dois juízes!) para com as 'batotices' de Beto nas grandes penalidades.
De resto, tudo foi bonito nesta final, no que ao Benfica diz respeito: o grande apoio dos adeptos no estádio; o incentivo de muitos outros à chegada da equipa a Lisboa; o convite feito a diversas entidades e antigos jogadores para estarem presentes; o desportivismo da equipa mesmo derrotada daquela forma. Não ganhámos mas honrámos, mais uma vez, o Futebol nacional. E não tenho dúvidas que, em próxima oportunidade, a maldição será finalmente derrotada.

3. Já escrevi isto mas vou repetir. Eu, que tenho uma padaria e vendo 100 pães por dia, serei melhor vendedor que o meu vizinho, dono de um stand de automóveis, que precisa de um ano para vender 100 carros? Isto é o mesmo que comparar os triunfos (até falam em títulos!) do Benfica e do FC Porto nas competições. Não é possível comparar vitórias no Campeonato/Liga (33/27) e, com as da Taça de Portugal (25/16), e, muito menos com as da Taça da Liga (5-0) ou da Supertaça, num único jogo (4-20). O palmarés do Benfica é incomparavelmente melhor!"

Arons de Carvalho, in O Benfica

Fazer História

"Domínio absoluto nas competições nacionais: o Benfica venceu o Campeonato Nacional com 7 pontos sobre o segundo classificado; nas Taças de Portugal e da Liga deixou pelo caminho o segundo e o terceiro da classificação do campeonato e vencem as finais. À sétima edição da Taça da Liga, pela primeira vez em Portugal um clube vence numa época as três competições nacionais. Foi o Benfica a escrever essa página da História e teria que ser o Benfica.
O Benfica somou ao 33.º título de Campeão Nacional a 25.ª Taça de Portugal e a quinta Taça da Liga. Ninguém tem um palmarés assim. Mais ninguém tem este lugar na História. É o Benfica no presente, no ano em que o Campeão voltou.
Tudo isto enche os Benfiquistas de orgulho. Mas, a par dos títulos e troféus conquistados, o Benfica tem a seu favor duas épocas sucessivas de esplendor da modalidade do futebol, numa das quais fez o pleno a nível nacional. Mas esta época esplendorosa foi possível porque houve a época do ano passado, na qual o Benfica não conquistou troféu algum, embora tenha chegado a todas as decisões finais, durante uma temporada na qual assentou na construção de uma equipa ganhadora: direcção, equipa técnica, plantel, meios.
O ganhar tudo a nível nacional, como este ano, habitua mal os Benfiquistas, porque nenhum clube ganha tudo e sempre de forma limpa. A competição disputa-se dentro do campo e para ganhar, ou não ganhar, é necessário antes de mais chegar ao momento das decisões, o que por si só já é um feito assinalável.
Isto é mesmo assim mas claro que é bem mais reconfortante ganhar. E essa é a vocação e o destino do Benfica. Não estamos a falar de títulos de jornal, manipulados.
Este Glorioso Clube, tem um palmarés inigualável e uma História que continuará a fazer-se."

João Paulo Guerra, in O Benfica

Do sabor da vitória

"Vencer, no Benfica, sabe a Benfica. Ou seja, sabe bem, sabe a justiça, a sofrimento e a prémio. Sabe, ainda, a Mística e a História. Por fim, vencer, no Benfica, sabe a futuro. Estas três vitórias nacionais [mais aquela outra da Liga Europa que um árbitro alemão na final, um inglês na meia-final e bastante desacerto na finalização conseguiram evitar] trazem com elas a justiça aos méritos de uma equipa técnica de excelência que no final da época passada foi crucificada na imprensa, no estádio e nas redes sociais (local por excelência em que se assiste ao esplendor da legitimação da imbecilidade) por muitos dos que agora os louvam, esquecendo-se de que já se preparavam para jogar aos dados a túnica do crucificado.
Esta vitória sabe, e de que maneira, ao sofrimento dos que diariamente trabalharam mais do que todos os outros para que a máxima latina “ad augusta per angusta” se pudesse realizar no presente. De entre estes, à cabeça está Luís Filipe Vieira. Sabe a Mística, porque a Mística do Benfica é feita de vitórias honradas, limpas e sem a mácula de sabujos que garantem vitórias em troco de viagens ao Brasil, conselhos matrimoniais e prostitutas baratas em lupanares frequentados pelos agora profissionais da arbitragem. Esta vitória sabe, essencialmente, a futuro, na medida em que só faz verdadeiramente sentido se for potenciada como alicerce das vitórias futuras. Quando vemos jovens adeptos a dizer de viva voz que este Benfica é aquele de quem os pais e avós lhe narram façanhas épicas do passado, devemos perceber que é essencial que estes jovens possam no futuro ser testemunho vivo de muitas jornadas de glória como a que vivemos este ano. O resto é o agradável sabor de discutir entre benfiquistas se esta época é de cariz épico ou de cariz bíblico."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Limpeza

"Um árbitro particularmente tendencioso, e um guarda-redes particularmente inspirado, impediram o Benfica de alcançar a glória europeia que tanto fez por merecer.
Turim não nos trouxe felicidade, mas é preciso dizer que não nos feriu o orgulho. Quem chega a uma grande final jamais sai derrotado. São necessárias muitas alegrias para passar por uma tristeza assim. Tantas quantas as eliminatórias vencidas, algumas com o perfume de grandeza que nos define perante a história.
A desolação é maior pela força do hábito. São já alguns anos a cheirar o troféu. Duas finais consecutivas, ambas perdidas por detalhes. Uma meia-final inglória, também. Tudo em apenas quatro temporadas. Pode falar-se de azar. Pode falar-se de desencanto. Até de maldições. Nunca de fracasso. Antes de força. A força que nos fez lá chegar, e que nos faz acreditar que podemos lá voltar. Tivemos pouco tempo para carpir mágoas. No domingo seguinte, no belo palco do Jamor, os nossos heróis voltaram aos triunfos, derrotando o cansaço, e arrecadando um inédito triplete.
Uma, duas, três! Não só foi limpinho, como foi…uma limpeza.
Deixámos poucos argumentos à oposição. Ainda assim, com a sua inesgotável criatividade, lá conseguiram apregoar que o Benfica tinha obrigação de vencer o Rio Ave e erguer a Taça; que o orçamento o obrigava desde logo a ser campeão; que a Taça da Liga não interessava nada; que a Liga Europa, essa sim, desenhava a fronteira do sucesso; que o objectivo era a final da Champions League; tudo isto até à espantosa conclusão de que a época benfiquista nem tinha sido nada de especial. Talvez mesmo um pouco decepcionante - ou qualquer que seja a palavra que a imaginação quiser utilizar.
Veja-se até onde a inveja os leva.
Veja-se o quanto ela nos pode divertir. Vozes que não chegam ao céu à parte, importa agora que façamos deste um ponto de partida, e não de chegada. “Para o ano há mais”, foi o último grito que se ouviu nas bancadas do Jamor. É esse que nos deve ficar no ouvido. 2014-2015 começa já."

Luís Fialho, in O Benfica

Cheira bem, cheira a Lisboa

"Lisboa, capital do Mundo. Por estes dias assim é, e graças ao futebol. Há pelo menos dez anos que a maior cidade portuguesa não recebia tanta visibilidade, e deste feita sem os custos associados ao Euro 2004. A final lisboeta da Liga dos Campeões é, provavelmente,  melhor negócio da história da capital de Portugal: é a cidade mais falada do Mundo, dos pastéis de Belém aos becos de Alfama, do 28 para a Graça à movida do Bairro Alto, tudo serve para motivo de reportagem e divulgação dos media à escala planetária. Lisboa deve, pois, estar grata ao futebol; e particularmente a Fernando Gomes que teve engenho e arte para usar o centenário da Federação Portuguesa de Futebol como argumento para invocar uma excepção e colocar a decisão da Champions num estádio com 15 mil lugares a menos do que está previsto para jogos desta natureza. Lisboa deve, também, estar orgulhosa da forma como a sua Câmara Municipal agilizou processos e preparou a cidade para acolher a maior invasão espanhola de sempre (e desta vez sem Filipes...).
Quanto ao jogo de sábado, que opõe os rivais madrilenos, algumas curiosidades servem para apimentar ainda mais o duelo: Real Madrid e Atl. Madrid nunca venceram qualquer jogo oficial em Lisboa. Nem jogaram, a doer, no Estádio da Luz. Mais ainda, Real Madrid e Atl. Madrid nunca ganharam com o holandês Kuipers a arbitrar...
Finalmente, os portugueses, Pepe em dúvidas por lesão, Fábio Coentrão em dúvida por opção, Cristiano e Tiago prontos para a luta... Não faço segredo da minha costela merengue; nem da admiração por estes colchoneros, provavelmente a equipa mais solidária de todos os tempos. Mas o que quero acima de tudo é que, a pensar do Mundial, não haja danos colaterais..."

José Manuel Delgado, in A Bola

A visita do Igor: Uma história improvável

"O Benfica de Eusébio continua ainda hoje a ser motivo de lembrança em todo o mundo. De passagem por Lisboa, um turista russo veio ao museu em busca desse imaginário e teve um encontro surpreendente.

O museu do Louvre tem Mona Lisa. Nós temos Eusébio.
Há uns tempos, no contexto de uma reportagem para a Benfica TV, Toni e José Augusto foram convidados a abrir no museu as suas caixinhas de memórias. No 'Caminho do tempo', fez-se uma pausa em 1973, para recordar os campeões sem derrotas nesse mesmo ano - um feito particularmente grato ao convidado Toni.
Estava-se nisto quando surgiu, vindo do nada, um visitante boquiaberto. De mochila às costas e uns óculos clássicos, que lhe emprestavam um ar de figura académica, estendeu um dedo e, meio espantado, meio nervoso, balbuciou: 'Augusto!' A câmara continuou a gravar e o homem que vinha do Leste tratou também de escancarar a sua caixinha. Tirou lá de dentro aquele Benfica universal, do tempo de Eusébio e... de 'Augusto'! Aquele preciso Augusto, tão ali, tão diante dele, tão verdadeiro que parecia mentira.
Era como se estivesse no cinema e, de repente, o actor principal saltasse da tela para vir cumprimentá-lo e falar com ele. Igor, de seu nome, citou de pronto as revistas desportivas da sua infância, que vestiam Portugal com um jersey vermelho, águia ao peito e heróis de casta, feitos em Berna e Amesterdão.
'Eram os melhores, eram os melhores!', repeti ele do alto da sua meia-idade.
Espirituoso, como sempre, Toni atalhou: 'Logo vais contar aos teus filhos e à tua esposa!' Só depois é que se explicou a Igor quem era Toni. Os olhos do homem vindo do Leste engravidaram. Jogador?! Treinador?!
Toni, ao seu jeito, fez questão de sublinhar o valor extra de José Augusto, bicampeão europeu. Para ajudar à festa, convidou Igor para o jogo que havia no fim de semana, no Estádio da Luz. Promessa feita e cumprida. No fim do desafio, Igor não cabia em si de contente. O museu, o estádio, o jogo... Tudo espectacular! Claro que não tinha assistido, no relvado da nova Luz, àquele futebol borbulhante que foi de Eusébio e Augusto. E de Águas e Simões. E de Cavém e Coluna. Mas a cor das camisolas era a mesma. O grito colectivo era o mesmo.
No dia seguinte, evaporou-se em direcção a Moscovo, levando com ele a sua caixinha de memórias mais cheia que nunca.
Eu reforcei a minha ideia que, ainda hoje, para gente como Igor, vir a Lisboa sem visitar o Benfica de Eusébio é a mesma coisa que estar em Paris e não ir ao Louvre. Com uma pequena diferença: não se encontram nos corredores do Louvre condiscípulos de Mona Lisa."

Luís Lapão, in Mística