quinta-feira, 8 de maio de 2014

De Turim a Leiria passando por Lisboa

"Foi importante para o Benfica experimentar a ousadia alheia para lhe saber dar a volta. Não há benfiquista que não veja na vitória de ontem uma espécie de balanço para o que aí vem.

ONTEM, na primeira parte perdi a conta aos pontapés de canto a favor do Rio Ave. Mas acabou por ser o Benfica quem foi para descanso a ganhar graças a Rodrigo e ao seu golo do costume a poucos minutos do intervalo. Na segunda parte houve menos Rio Ave e mais Benfica, que voltou a marcar graças a Luisão e a uma bonita tolada a um quarto de hora do fim.
Resumindo: o Benfica conquistou em Leiria frente a um valoroso Rio Ave a sua quinta Taça da Liga e somou ao título de campeão, reconquistado há coisa de duas semanas, mais um título oficial.
Acresce, em louvor dos vencedores, que em todo o seu percurso até à final de ontem o Benfica não sofreu um único golo nesta edição da Taça da Liga.
Concluindo: estamos contentes.
Os dois finalistas de ontem vão voltar a encontrar-se daqui a semana e meia no Jamor para a final da, desta vez, Taça de Portugal.
Penso que poderá ter feito bem ao Benfica, tendo em conta o que se avizinha, aquele início guerreiro do Rio Ave que pôs em sentido a equipa favorita durante grande parte do primeiro tempo. Contar com facilidades é sempre um erro e foi importante para o Benfica experimentar a ousadia alheia para, depois, lhe saber dar a volta como acabou por dar.
Não há benfiquista que não veja na vitória de ontem uma espécie de tomar balanço para o que aí vem. Por isso a celebrámos com muito encanto.

COM toda a franqueza não valia a pena mas já veio pedir públicas desculpas o aspirante a Pedro Mendes (não confundir com o verdadeiro Pedro Mendes a quem os adeptos do Tottenham chamavam rocket man) jogador do Sassuolo de Itália (não confundir com o Sassoeiros de Carcavelos) a quem a qualificação do Benfica (esse mesmo!) para a final da Liga Europa provocou uma fortíssima reacção alérgica.
Disse o jogador do Sassuolo que não pretende ofender ninguém e que só por ser um defensor acérrimo da qualidade dos jogadores portugueses (e quem é que não é?) se lembrou de protestar contra o exíguo número de compatriotas seus (e nossos) na equipa do Benfica que venceu a Juventus na Luz, há quinze dias, e na equipa do Benfica que empatou com a Juventus em Turim, na semana passada.
Está no pleno direito de se indignar. Nesta meia-final que disputou tão brilhantemente com os tricampeões de Itália, é verdade que o Benfica (esse mesmo!) «apenas» utilizou quatro jogadores portugueses.
Ivan Cavaleiro é um produto da formação do Benfica. Rúben Amorim começou também no Benfica mas foi no Restelo que fez grande parte da escola. André Gomes é um produto das escolas do FC Porto onde não lhe viram grande potencial. André Almeida, tal como o próprio Pedro Mendes, passou pelas escolas do Sporting mas, ao contrário de Pedro Mendes que foi parar ao honrado Sassuolo, André Almeida acabou por vir parar ao Benfica e não deve estar nada arrependido.
São poucos portugueses? São os que se conseguiram arranjar. E são bons, muitos bons.
Tendo até em conta que o Benfica, há coisa de uma década, fechou as portas à sua formação, dá-nos grande alegria estas presenças efectivas de compatriotas nossos (e do Pedro Mendes) na equipa que acabou de reconquistar o título nacional e de se apurar para uma final europeia.
E ainda há mais um português campeão pelo Benfica em 2013/2014. Trata-se do veterano guarda-redes Paulo Lopes que jogou no domingo passado contra o Vitória de Setúbal. É verdade que foram só 90 minutos num campeonato inteiro mas inteiramente merecidos para este nosso compatriota que, com uma grande pinta, se empoleirou na trave da baliza do topo Norte do estádio da Luz consumado o título no jogo com o Olhanense.
Por isso mesmo Paulo Lopes é hoje um jogador português invejável. Porque é campeão. Pelo Benfica.
No Sassuolo, por exemplo, há mais italianos do que estrangeiros que são só seis. Ele próprio, Pedro Mendes, e mais cinco, um brasileiro, um romeno, um ganês, um paraguaio e, finalmente, um suíço a quem Pedro Mendes trata por «relógio de cuco» na brincadeira, isto sem o querer minimamente ofender.
No dia em que Pedro Mendes jogar uma final europeia pelo Sassuolo, e que não demore esse dia a chegar, não venha nenhum jogador italiano, muito patriota e indignado, achar que é uma vergonha. Porque não é. Longe disso.

JOGOS na Luz, agora, só na próxima época. O Benfica de 2013/2014 fez o seu último jogo em casa no domingo e completou invicto o seu calendário no domicílio. Dizem os jornais que um percurso destes, limpo, não acontecia há vinte anos. na verdade, foram vinte anos que custaram muito a passar.

ONTEM, em Leiria, Rúben Amorim ia marcando um belo golo de cabeça mas a bola saiu um bom bocado por cima da trave. Fica para a próxima, Rúben Amorim.

FAZ hoje uma semana que o Benfica foi a Turim jogar, empatar e passar a eliminatória. Confesso sem pudor que de todos os resultados possíveis para que o Benfica eliminasse a Juventus o 0-0 foi aquele de que nunca me lembrei poder acontecer.
Mas aconteceu.
Cinco minutos depois do árbitro ter dado por findo o jogo em Itália não houve estação de televisiva que não estivesse em directo da praça do Marquês de Pombal apelando aos adeptos do Benfica por uma ajuda na guerra das audiências que travam entre si. Apareceram alguns, não muitos, sendo o grosso da festiva barulheira entregue aos automóveis que circulavam no local. E mais as respectivas buzinas.
Parece-me bastante incorrecto à laia de acusação de fanfarronismo, afirmar-se que os benfiquistas invadiram o Marquês na noite da última quinta-feira quando, falando verdade, quem invadiu o Marquês foram as câmaras e os repórteres na ânsia, muito legítima, de mais uma noite de grandes audiências à pala do Sport Lisboa e Benfica.
Os benfiquistas andam contentes pela simples razão de que têm razões para isso. No entanto, a alegria do Benfica não precisa das televisões para ser grande. Já no contrário não se pode dizer o mesmo.

NO último fim de semana e no que diz respeito às competições internas, nenhuma das quatro equipas apuradas para as duas finais europeias da UEFA logrou ganhar os seus respectivos jogos para os seus respectivos campeonatos.
Os empates do Benfica e do Sevilha não fizeram mossa nem a um nem a outro. Ambos têm as suas situações bem definidas na Liga e em La Liga.
Já a derrota do Atlético de Madrid só não foi absolutamente catastrófica para as suas legítimas pretensões ao título espanhol porque o Real Madrid (o outro finalista da Liga dos Campeões) e o Barcelona (o outro candidato ao título) empataram os seus jogos.
Simeone, na tentativa de manter a chama acesa, disse que a derrota com o Levante foi «a melhor coisa que podia ter acontecido» ao Atlético de Madrid porque assim a festa final «vai ser mais divertida». Gabo-lhe a coragem de proferir uma sentença tão ousada e que lhe poderá valer um eterno ridículo caso as coisas não lhe corram bem.

GOSTAVA de ver Steven Vitória jogar no sábado no Porto para, também ele, poder ser legitimamente campeão nacional. Merece inteiramente. E tem de ser titular. Depois até pode ser expulso aos dois minutos do jogo mas a verdade é que esse dois minutos já ninguém lhe tira. Nem a ele nem a nós."

Leonor Pinhão, in A Bola

A primeira das três, já está!

"O Benfica conquistou ontem a sua quinta Taça da Liga, num total de sete edições realizadas (Vitória de Setúbal e Sporting de Braga foram os outros vencedores) e triunfou na primeira das três finais que terá de disputar num espaço de semana e meia: a segunda na quarta-feira, em Turim, com o Sevilha (Liga Europa), e a terceira, quatro dias depois, no Jamor, outra vez com o Rio Ave (Taça de Portugal).
Em Leiria, vitória merecida do Benfica, embora dificultada e valorizada por um Rio Ave que se assumiu como finalista de corpo inteiro: ciente dos seus limitados argumentos diante de adversário de classe superior, mas sério e destemido. Não se assistiu, por isso, a um jogo de sentido único. Pelo contrário, Nuno Espírito Santo preparou bem a sua equipa, tendo obrigado os jogadores benfiquistas a intensa aplicação e advertiu que mais problemas poderá criar na tarde da festa do futebol, dia 18, no Estádio Nacional.
Em conclusão, novo troféu para o emblema da águia, sabendo-se que a história dos grandes clubes se enriquece apenas com títulos. A primeira já está!

(...)"

Fernado Guerra, in A Bola

Taças

"Estando a acabar os campeonatos seguem-se as taças, para depois se iniciar a nova época com mais taças. E, pelo meio, a taça mais desejada a nível mundial a disputar no Brasil.
Por cá, a curiosidade de as taças (três: da Liga, de Portugal e Supertaça) só passarem por dois clubes: um esperado, o Benfica, e outro, inesperado mas merecido, o Rio Ave. Onde a lei das probabilidades ditará se, no fim, vai ganhar o ditado popular 'não há duas sem três' ou o alternativo 'à terceira é de vez'.
O tacismo do Benfica é caso único, ao que julgo: em jogos oficiais seguidos (retirando apenas o burocrático jogo de sábado no Porto) tem quatro finais, e até chegará às cinco se vencendo a Liga Europa atingir a Supertaça Europeia.
Às vezes que pergunto-me que hierarquia têm no meu benfiquismo estas quatro taças que, desde já, o SLB está a disputar. Racionalmente até consigo ter uma resposta: por ordem decrescente, Liga Europa, Taça de Portugal, Supertaça, Taça da Liga. Mas, emocionalmente, tenho mais dificuldades. Taça é taça, vitória é vitória, desaire é desaire. Este ano, jogar a feijões só  mesmo no sábado, não por desrespeito pelo adversário mas - ironia das ironias - por o associar ao mar da tranquilidade depois do lunar pesadelo do minuto 92 da época transacta, curiosamente também na véspera de uma final europeia.
Quanto ao resto, estou com Jorge Jesus: fantasmas é ficar pelo caminho. Ainda que para o Benfica o caminho tenha que passar pela vitória final. Porque as finais são para se ganhar, jogue-se bem ou mal. É o que fica para a história e para as, agora tão reclamadas, estatísticas.
A primeira já está. Sem sofrer golos em qualquer dos jogos."

Bagão Félix, in A Bola

O 5.º "Caneco" em 7 possíveis, mas ainda não acabou !!!

Benfica 2 - 0 Rio Ave

O Rio Ave acabou por surpreender o Benfica tacticamente, tal como o seu treinador tinha insinuado ir fazer... tivemos dificuldade em encaixar as marcações durante a 1.ª parte, e por isso, o Oblak fez na minha opinião o seu melhor jogo com a camisola do Benfica. Na 1.ª parte, até acho que teve mais trabalho do que em Turim!!! A estratégia do Espírito Santo, não é nova, mas com praticamente 3 semanas para preparar este jogo, conseguiu mecanizar a equipa, para aproveitar as costas dos nossos laterais, com várias combinações, em ataque planeado, ou em contra-ataque, mas sempre a obrigar os nossos Centrais a duelos nas laterais com jogadores mais rápidos...
Mas ao intervalo tudo mudou, os posicionamentos foram rectificados, o Rio Ave foi perdendo gás, mesmo com a substituição dos dois avançados Vilacondenses (obrigados a uma pressão enorme, sobre a nossa defesa, desde do 1.º minuto!!!), o Oblak não voltou mais a ter trabalho!!! Não creio que o golo do Rodrigo, mesmo a fechar a 1.ª parte, tenha influenciado a 2.ª parte, muito mais importante foi a melhor capacidade de demonstrámos a recuperar a bola rapidamente...
O jogo só não foi resolvido mais cedo, devido à ineficácia dos nossos jogadores... sendo que o Lima, já com 2-0, acabou por fazer o impossível: praticamente em cima da linha de golo, 'rematou' para trás!!! O passe foi um pouquinho atrasado, mas o Lima tem que verificar os 'travões'!!!
Para mim, o Rodrigo estava a ser o nosso pior jogador até ao golo!!! Mas, depois melhorou... agora, defensivamente, o Rodrigo é incansável nas compensações aos colegas. Do Oblak já disse tudo: muito bom. O Luisão e o Garay tiveram muitas dificuldades no início do jogo, foram obrigados a fazer muitas faltas, algo que raramente acontece, mas com o meio-campo a rectificar as marcações, os Centrais acabaram por fazer um grande jogo... O Siqueira começou muito mal, a ser 'comido' nas costas, várias vezes, mas lá acabou por compreender o sistema adversário... O Maxi, fez mais um jogo incansável... mesmo assim, continuo a pensar que o Maxi podia defender-se um pouquinho mais, já que às vezes anda a fazer 'piscinas' sem necessidade nenhuma... e depois, obriga o Luisão a trabalho redobrado.
O Rúben e o  Enzo, viram a bola passar-lhes ao lado no arranque do jogo, mas à medida que o Rio Ave foi perdendo gás, os nossos dois patrões do meio-campo, acabaram por pegar na bola, e fazer uma grande partida...
Ver hoje o Markovic a recuperar bolas, no lado contrário... é maravilhoso. Independentemente do talento que o Sérvio tem, a maneira como se transformou num jogador colectivo, é mais um milagre do Jesus... O Nico acabou por fazer um jogo discreto, e falhou uma das nossas grandes oportunidades... Neste momento, com todos os impedimentos para a Final da Liga Europa, o Nico tem que ser protegido (e o Rúben também!!!), felizmente o Jesus tem a mesma opinião, e acabou por substituir os dois, logo a seguir ao 2-0. Acredito que em Turim, num relvado em melhores condições, com um Sevilha que 'deixa' jogar, o Nico possa ser o nosso 'abre-latas'!!!
Os nossos avançados tiveram uma noite menos boa!!! A bola não lhes chegou nas melhores condições, mas levaram demasiado tempo a perceber os 'buracos' do Rio Ave... Não foi por acaso que os golos surgiram de bola parada!!! Apesar disso, mais uma vez, defensivamente, foram ambos inexcedíveis!!!
A 5.ª Taça da Liga, em 7 possíveis, sendo que o ano passado, fomos eliminados em Braga nos penalty's, após terem ficado 2 penalty's por marcar perto dos 90 minutos!!! Os aziados, vão continuar a rebaixar a Taça da Liga, mas se alguma vez a conseguirem conquistar, vão celebrar como fossem Campeões do Mundo!!!
O nosso Museu agradece... Tal como foi dito no final da partida, pelos nossos: temos que jogar jogo a jogo, Final a Final... ainda faltam duas. Sábado no antro Corrupto, é fundamental que nenhum dos titulares, também o seja contra o Sevilha, a preparação para Turim começa amanhã...

Com a confirmação do castigo ao Markovic (não acredito no recurso), não podemos considerar o Benfica favorito. O Sevilha não tem nenhum titular indisponível. Nós temos 5 lesionados ou castigados, vão ser pelo menos 3 posições com jogadores alternativos: os 2 médios (Fejsa, Enzo seriam os titulares), e o extremo-direito. Não são posições secundárias, bem pelo contrário... Vencer a Liga Europa, nestas condições, será sempre épico...!!! Como já é tradicional, na antevisão do jogo com o Sevilha, os merdia Tugas, vão desvalorizar do nosso adversário... será um erro ir na onda...!!! No Jamor, vamos ser novamente favoritos, mas em Turim, não!!! Só um jogo épico, igual ao último jogo, no mesmo Estádio, nos poderá trazer o 'Caneco' Europeu, que nos foge à tanto tempo...
Sangue, suor e alegria, é o meu pedido para Turim!!!

Entre a estranheza e a alegria !!!

Benfica 6 - 4 Oliveirense

Não é habitual o Benfica estar a perder por 0-4, ainda por cima na Luz, também não é normal, recuperar esta desvantagem, e acabar por triunfar por 6-4 !!! Entre o demérito dos golos sofridos, e o mérito da remontada, o mais importante acabam por ser os 3 pontos, e a manutenção da liderança partilhada...
Não vi o jogo, só soube desta 'montanha russa' no intervalo do Benfica-Rio Ave, nas bancadas do Estádio Municipal de Leiria... portanto, não me posso pronunciar sobre os pormenores do jogo, mas recordo que estamos a entrar na fase decisiva do Campeonato, não temos tempo para 'brancas'!!!

Voleibol também conta

"Nesta fase derradeira do planetário futebol em que há de tudo - emoção, alegria, desilusão, amargura, espanto - viro-me hoje para uma modalidade (nome que contém em si uma certa menorização face ao chamado desporto-rei...) de que muito gosto: o voleibol.
Trata-se de um desporto de grande beleza, muito competitivo e emocionalmente. Felizmente, o Benfica resolveu nele investir duradouramente e emocionante. Felizmente, o Benfica resolveu nele investir duradouramente e acaba de se consagrar bicampeão (pela 1.ª vez) com todo o mérito.
O voleibol é, dos desportos colectivos, o que não envolve contacto físico entre as equipas, para além do jogo de rede. Ao contrário da norma, é jogado por pontos e não por tempo. Por isso, a manha de lesão, a procura da falta, o deixar passar o tempo, a subjectividade arbitral de certas faltas não têm lugar. É onde a união e o trabalho solidário melhor se exprimem no jogo jogado e no abraço colectivo que se segue a cada ponto conquistado. Também a alteração da regra de os pontos terem passado a ser independentes da posse do serviço vieram favorecer a dinâmica do jogo. O voleibol é um desporto insuperável nos grandes torneios, como os mundiais e as olimpíadas.
Voltando ao nosso reduto, tenho presente o tempo em que o Técnico dominava o voleibol nacional, a importância do voleibol em Espinho e os 9 campeonatos consecutivos ganhos pelas Marias do Benfica.
Através de José Jardim, o competente e incansável benfiquista treinador e treinador benfiquista, felicito vivamente dirigentes, técnicos e jogadores. E saúdo a excelência e coragem da equipa açoriana da Fonte do Bastardo, bem como o regresso à 1.ª Divisão do Leixões com historial na modalidade."

Bagão Félix, in A Bola