sábado, 19 de abril de 2014

1.º lugar garantido

Benfica 12 - 0 Académica

Jogo de sentido único, como era de esperar. Que até deu para os nossos jovens Bruno Pinto, e Ivo Oliveira ganharem minutos, e marcarem golos.
Com esta vitória na última jornada da Fase Regular, o Benfica garante o 1.º lugar. Depois da revolução do último Verão, poucos acreditavam que fosse possível terminar a Fase Regular em primeiro (principalmente o treinador dos Lagartos!!!), mas conseguimos... Isto, apesar de alguns maus momentos a meio da época, com duas vitórias claras sobre os Lagartos, a vantagem deveria ter sido maior!!!
Vamos para o Play-off com a moral em cima, mas nada está decidido... se tudo correr normalmente a Final será com os Lagartos, e nós já sabemos as manobras que as Osgas costumam empregar nestas alturas decisivas, portanto, muito atenção fora do campo, e muita garra lá dentro...!!! Mas para já, o nosso próximo adversário é o Belenenses...

Bem encaminhado...

Benfica 102 - 69 Barcelos
28-20, 19-12, 22-21, 33-16

O jogo parecia decidido na 1.ª parte, mas um mau início do 3.º período, permitiu que o Barcelos se tivesse aproximado, chegou mesmo a baixar dos 10 pontos de diferença, tudo isto com alguma desconcentração nossa, mas também com muita ajuda do trio de arbitragem, que como é comum no Basket, quis equilibrar o jogo!!! Mas depois, quando o critério passou a ser igual para os dois, a vantagem voltou a alargar...!!!
Com 2-0, a eliminatória tem tudo para ficar decidida no próximo jogo em Barcelos... Destaco ainda os 17 pontos do Carlos Andrade, no segundo jogo após longa paragem, e só jogou metade dos minutos!!!

Iniciados - 2.ª jornada - Fase Final

Zé Gomes
Benfica 2 - 0 Leiria

Mais um jogo agradável da nossa equipa de Iniciados, contra um adversário que derrotou os Corruptos a semana passada, e que hoje, no início até vinha com vontade em complicar a vida ao Benfica. O avançado do Leiria, é tão chorão, como bom jogador!!!
Dois grandes golos do Zé Gomes, e um João Filipe demasiado individualista... Gosto também do Lamba, do Luís Silva, e do Soares...
As próximas duas jornadas são novamente no Seixal, com mais duas vitórias em casa, temos tudo para sermos Campeões, mas pelo que vi dos nossos adversários, temos potencial para vencer todos os jogos!!!

Benfica........6
Leiria..........3
Sporting......3
Corruptos...0

O comboio vermelho para Lisboa

"Isso de amor à distância. Há quem diga que é possível. Dizem que não conhece fronteiras nem tempos. Dizem que resiste e inocentemente acredita-se nisso, mesmo sabendo todos nós que a vida real nos prova que o amor é proximidade.
O comboio do Benfica arrancou de Braga e chegou à Estação da Campanhã, no Porto, às 15.52 no dia do Benfica - FC Porto para a meia-final da Taça, anteontem. A BOLA entrou também: rumo a Lisboa.
Na gare, que guarda segredos dos amantes, últimos beijos, manchas de lágrimas no cimento, os benfiquistas vão-se despedindo de quem fica.
Ela subiu, sentou-se. Estava com ar triste. O namorado acabara de descer nas escadas rolantes e ela ainda lhe disse um último adeus pela janela. Ele sabia que ela ia ter com outro amor. Ele parecia compreender isso. Ela, uns 25 anos, já dentro do comboio, não quis falar para a A BOLA, pediu desculpas, nem nos disse o nome, não quis dizer nada, parecia dividida entre o amor que deixa e o amor que ia ver a Lisboa. Respeitemos a dor.
Quem falava por ela era um grupo mais à frente, refrescado por mínis, jogando à sueca em cima de uma geleira que ocupava a passagem da carruagem. Também falavam de amores, mas cantando: «Tu és o meu amor, Benfica! Seja onde for, Benfica. Tu és o amor da minha vida».
Maria Teresa Rocha Beleza, 69 anos, ao contrário da nossa misteriosa amiga do início da viagem que se despedia do namorado, já não tem problemas em falar de amores. Sorria - o amor às vezes é só sorrir - vestida de um cor de rosa que ela própria diz que é um «vermelho mais elegante», maquilhada, viajava com uma amiga. É portuense, entrou na Campanhã. Mas é muito mais do que portuense.
«Sou filha de um ex-vice-presidente do FC Porto. O meu pai chamava-se José Alves da Rocha Beleza, era dirigente do FC Porto no tempo do Américo de Sá. Acaba por ser estranha esta minha paixão pela Benfica. Afinal, quando era miúda, cheguei a estar em reuniões de dirigentes do FC Porto na sala de estar lá de casa. Aconteceu. Ainda bem que me aconteceu. Gosto assim. Gosto muito do Benfica. E nunca na família, que é toda portista, houve problemas com isso. Nessa altura também eram outros tempos. Benfica e FC Porto não tinham um relacionamento tão mau como agora. Lembro-me de ter ido a Lisboa ver o Benfica, 1 - Marselha, 0, na meia-final e de ter chegado a casa ao Porto e ler uma nota que o meu pai me deixou. Dizia: Golo de Vata, mão de Deus. Boa viagem para Viena'. Na verdade, perguntem-me muitas vezes como é isso de ser benfiquista portuense e acho que é o mesmo que ser benfiquista lisboeta ou alentejana. Há a distância, sim. Há amores mais difíceis à distância. São possíveis, mas dão mais trabalho», explica Maria Beleza, ainda detentora de um lugar de fundador no Estádio da Luz que há dez anos lhes custou cinco mil euros.
 Vão-se abrindo onde saem cheiros de comida. Ouve-se o gás a sair de latas de refrigerantes também. A viagem vai a mais de meio e as colinas do Norte já desapareceram há muito e deram à lezíria do Ribatejo. E ao Tejo, tangente ao carril, cicerone da capital, verdadeiro amante de Lisboa.
Perto de Maria Beleza, três amigas de Braga iam dizer coisas também mas ficaram a ouvir a história da senhora mais velha, aprendendo qualquer coisa sobre isso do amor ao Benfica. Diana Azevedo, 21 anos, Andreia Pinheiro, 20 anos, e Ana Maria, 19 anos. Esta última nunca tinha ido sequer ao Estádio da Luz. Estava nervosa.
«Ansiosa, sim. Estou ansiosa, pois estou. É normal, não é? Qual a minha expectativa? Não sei. Não sei bem. Talvez o estádio. Sim, ver o estádio. Estou ansiosa, pois estou».
Na carruagem seguinte há uns benfiquistas de uma ala mais pesada. Um deles tem ar de demónio. Tem um saco vermelho que ocupa o lugar ao lado do dele e quando se lhe pergunta, já com a mão no saco, se se pode sentar ali para conversar um pouco ele de repente não parece tão mau. Diz: «Sim, sim, sente-se. Faça favor». É o diabo de Gaia. Chama-se Carlos Santos. Já um dos adeptos mais reconhecidos do clube, sempre na bancada vestido com corninhos e com uma barba de Belzebu.
Arrisca-se perguntar:
- Aposto que você se inspirou naquele adepto do Tour, não?
- Não. Nada disso. Tudo começou com uma bandolete da minha filha.
- Como?
- Há uns anos valentes, lá em casa, ela tinha um fato de Carnaval que era um diabo e vesti aquilo e usei um lenço na cabeça e a bandolete para fazer corninhos. Toda a gente achou piada. Sabe como é: aquelas brincadeiras de família.
-Pela roupa é evidentemente diferente de muitos outros benfiquistas. Mas acha-se, por ser de Gaia, diferente dos benfiquistas de Lisboa?
- Sim, claro que sim. Basta dizer que em todos os dias de jogo na Luz eu tenho de apanhar um comboio às 8 da manhã. Tirando este comboio que é de tarde. Faz parte.
Estação de Benfica, 19.45 horas. Saem todos do comboio. Amantes novos e vellhos das águias. Tímido e extrovertidos, novos e velhos, anjos e diabos. Entram em autocarros para a Luz. Vão todos rever o amor distante. O Benfica a todos dirá que sim, que é possível um relacionamento à distância. Que para o Benfica não há espaço nem tempo. E todos acreditam a sério nisso. O amor tanto são as despedidas chorosas nas gares das estações como os encontros três horas e tal depois em Lisboa. Às vezes é a viagem que importa. Ir ao encontro pode ser ainda melhor do que encontrar propriamente.

LEITÃO ENCOMENDADO
Há uma família em Barcelos que, já habituada a estes comboios especais do Benfica, encomenda um leitão na Mealhada. Lá aparece um senhor na gare com um porquinho embrulhado para abrilhantar o lance. Entre a família havia uma portista. Bem tratada por todos. Evidentemente.

PARCEIRA ENTRE BENFICA E CP JÁ LEVOU 15 MIL ADEPTOS À LUZ
Viagens a preços convidativos e bilhetes à venda nas casas do clube são fórmula de sucesso
Para o jogo com o FC Porto viajaram 631 adeptos do Benfica. Entraram em Braga, no Porto, em Coimbra, Santarém... Um comboio a encher-se de entusiasmo.
Jorge Jacinto, director do departamento de Casas do Benfica, explicou a A BOLA o alcance da parceira com a CP.
«Esta iniciativa demonstra a grandeza do Benfica. Toda a gente, quer seja sócio ou não - no fundo qualquer adepto - pode comprar estes bilhetes nas Casas do Benfica, não nas bilheteiras da CP. São viagens a preços muito convidativos e que variam consoante a estação onde se entra e dependendo de se ser ou não sócio do Benfica. É uma forma que os adeptos do Benfica têm de rendibilizar os bilhetes de época ou outros», disse Jorge Jacinto.
Para o jogo com o Olhanense, por exemplo, haverá três comboios: linha do Norte, linha do Sul e linha da Beira Baixa. Um Benfica cada vez mais espalhado pelo País.
«Nesses três comboios viajarão 2500 pessoas. Só nesta época, com esta parceira com a CP, já vieram 15 mil pessoas à Luz nestes comboios especiais», acrescentou Jorge Jacinto.
Do lado da CP, Ana Portela, directora de comunicação da empresa, também sublinhou os méritos da ligação ao Benfica.
«Desde Maio de 2013 que dura este acordo. Já fizemos 21 comboios especiais. Tem corrido muito bem. A CP tem igualmente uma preocupação especial com o desporto. Naturalmente que há abertura para acordos com outros clubes, claro que sim. Com o Benfica tem corrido tudo de forma extraordinária», disse Ana Portela."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Surreal, mais uma vez !!!

Benfica 25 - 26 Corruptos

Mais um final de jogo completamente surreal, perder um jogo, que se estava a ganhar a poucos segundos do fim, só podia acontecer a esta equipa!!!
Não me vou estender muito, para não me arrepender... A secção de andebol do Benfica precisa de uma Revolução... aquilo que foi feito no Futsal do Benfica, no último Verão, é bom exemplo, do que deve ser feito.
É verdade que as arbitragens são quase sempre Mafiosas, principalmente as duplas de Leiria (Metralha Martins e Caçador/Nicolau), é verdade que a culpa não é toda do treinador, mas são demasiados objectivos falhados. Esta época, será mais uma época, sem qualquer troféu... Aquela que é a equipa com melhores condições de treino (e monetárias) do Andebol português, não se pode dar a este luxo!!!
A evolução que tem existido na Formação, tem sido espectacular, excelentes resultados, vindo quase do nada... mas a equipa principal, é uma desgraça.

As melhoras para o Elledy que foi vitima de mais uma agressão, que teve que ser transportado ao Hospital, depois de perder a consciência, ainda na 1.ª parte. Aquele que tem sido o nosso melhor marcador em todos os jogos, e que hoje estava novamente a ser a nossa principal arma ofensiva.

Expulsão fatal...

Corruptos B 4 - 1 Benfica B

Jogo decidido aos 17 minutos (0-0) com a expulsão do Lindelof. Mais uma expulsão para a coleção, que já vai longa... logo contra uma equipa que continua sem ter jogadores expulsos!!! Deve ser coincidência... Mesmo em inferioridade numérica, tivemos oportunidade de fazer o 2-2, mas os Corruptos a jogar em contra-ataque (sim, em contra-ataque) mataram o jogo antes do intervalo...

Mesmo assim algumas notas:
- O Cancelo continua a confirmar que dificilmente será jogador de futebol!!! Uma coisa é talento, outra coisa é ser profissional, um jogador tem que usar os pés, e a cabeça, e no caso do Cancelo as decisões são quase sempre as erradas... Como extremo, talvez, agora como defesa, nunca...
- O Bernardo e o Varela continuam a destacar-se como as apostas mais sérias desta equipa...
- A defesa do Benfica B é o sector mais fraco, mas o Benfica ao contrário de outras equipas é composto quase na totalidade por jovens da formação. O único jogador mais experiente é o Carlos Martins, e a única contratação internacional a jogar é o Lolo... ao contrário dos Corruptos...
- Foi uma estreia azarada, mas mesmo assim parabéns ao Gonçalo Guedes pelos poucos minutos que esteve em campo. Pessoalmente, até acho que as exibições na Suíça não mereciam este prémio, mas...
- O jogo ficou decidido cedo, mas mesmo assim na 2.ª parte, ainda tivemos o 'privilégio' de ver mais uma cacetada monumental que o Bernardo levou, e como é tradicional, foi o Bernardo que levou amarelo!!! Não tinha nada que se meter no caminho do adversário...!!!
- Inacreditável como é que uma equipa, tão limitado como esta dos Corruptos, pode ser Campeã da II Liga...

Deixem-me festejar

"Bem sei que o Benfica ainda não ganhou nada esta época, mas talvez seja esta a última semana que esta frase é verdadeira, por isso deixem-me festejar. Sei, também, que o campeonato era o principal objectivo da época, mas deixem-me festejar a Taça de Portugal, se a conquistar, com igual alegria. Sempre defendi a importância da prova e temos menos exemplares destes nas nossas vitrinas, é mais rara que campeonatos. Há mais de dez anos que não ganhamos a Taça.
Os clubes têm direito a festejar vitórias e heróis improváveis. Fico com a ideia de que o André Gomes é melhor e tem mais futuro que o Kelvin, mesmo que demore mais tempo a ser peça de museu.
No FC Porto não posso deixar de registar o nível e categoria do seu treinador. Num clube onde perder nunca tem muitas desculpas, onde a ambição (muitas vezes acima das possibilidades) é sempre máxima, Luís Castro voltou a ter declarações impecáveis, após uma derrota que deixa feridas na forma, no momento e na expressão.
O Benfica reduzido a dez, sem cinco dos teoricamente titulares (Oblak, Luisão, Fejsa, Markovic e Lima), sem Rúben e Sílvio suplentes de luxo hiper-utilizados, teve uma noite magnífica. Correu bem, mas se tivesse corrido mal, ficava a sensação que não se tinha feito tudo para ganhar. Detesto não fazer tudo para ganhar. Ganhar assim dá gozo, mas seria um gozo não ganhar a este FC Porto.
Provado que não tenho razão, estou rendido a um superlativo Enzo Pérez e à alma de quem o acompanhou.
Quaresma é tempo de Jesus e por isso neste momento (como em vários outros) dou-lhe graças.
Acredito que daremos início a um período, espero longo, de vitórias e títulos. Domingo é altura de começar pelo principal, ser campeão nacional pela 33.ª vez, com ambição de continuar.
Porque na verdade se continua a ouvir bem alto:
«Sou de um clube lutador que nuca encontrou rival neste nosso Portugal»."

Sílvio Cervan, in A Bola

A ressurreição!

"Alguém pode ficar indiferente à forma notável como Jesus, atirado ao tapete há um ano, carregou a cruz e sobreviveu?

AINDA na digestão eufórica da vitória encarnada sobre o FC Porto, eis o que ouvi de uma conversa entre dois benfiquistas, um mais crente do que o outro.
- Já viste, pá, que podemos assistir à ressurreição do Jesus logo num Domingo de Páscoa e festejar o 33.º título? Sabes com que idade morreu Jesus Cristo? Com 33 anos. Não achas que é um sinal?

- Um Sinal de quê, pá?!
- Se não é coincidência só pode ser um sinal.

- Realmente parece demasiado para ser mera coincidência. Ressurreição de Jesus um ano depois de quase ter estado morto pelos benfiquistas? E logo num domingo de Páscoa? E ganhando o campeonato 33? No ano em que dissemos adeus ao Eusébio? E ao Coluna? É pá, até estou a arrepiar-me...
- Então, não achas que é um sinal?
- Mas um sinal de quê, pá?
- Um sinal de que os astros estão finalmente com o Benfica, pá. Até já conseguimos ganhar um jogo decisivo ao FC Porto...
- Lá isso é verdade. E acho mesmo que ganhámos muito mais do que um jogo. Ganhámos muito mais do que uma eliminatória.
- E não achas então que a possível ressurreição de Jesus logo num Domingo de Páscoa só pode ser um sinal?
- Espero que seja sinal de que o Benfica ganhará este ano tudo o que perdeu o ano passado. E se assim for, converto-me.
Por estes dias, esta é uma das conversas mais correntes entre os benfiquistas, justificadamente felizes com a carreira desportiva da equipa, agora na final da Taça de Portugal, na meia-final da Liga Europa e a um passo - a uma vitória - de conseguir o 33.º título de campeão nacional.
Ao bom futebol da equipa, à qualidade indiscutível dos jogadores e à determinação do treinador, parecem os benfiquistas ver agora agora alguma razão para lhes juntar o lado místico que tantas vezes ajuda a explicar... o inexplicável.
Mais ou menos dados a essas coisas da crença, da fé ou da metafísica, a verdade é que não serão poucos os benfiquistas que sentirão um inexplicável sinal mágico numa semana de reencontro com a chama imensa, não deixando, ainda assim, de atribuir ao presidente, ao treinador e aos jogadores a responsabilidade maior por aquela que poderá ainda vir a ser uma época de intenso sucesso.

TEM aquele benfiquista razão ao afirmar ter ganho o Benfica muito mais do que um jogo, quarta-feira, ao eliminar o FC Porto.
Ganhar ao FC Porto ganhou o Benfica de Jesus por 1-0 na 1.ª volta do campeonato que conquistou em 2010; por 2-0 na 1.º volta deste campeonato que está à beira de poder voltar a conquistar quatro anos depois; e por 2-0 na 1.ª mão dos quartos de final da Taça de Portugal de há dois anos, vindo depois a ser eliminado na Luz, por 3-1.
Ou seja, sempre que se tratou de levar a melhor sobre o FC Porto no chamado jogo decisivo o Benfica de Jesus falhou. Falhou nos jogos com os portistas nos últimos três campeonatos (2010/11, 2011/12 e 2012/13) e tinha falhado sempre que se tratou de jogos a eliminar. Até quarta-feira.
E por isso o jogo desta quarta-feira era, para o Benfica, muito mais do que um jogo e muito mais até do que uma eliminatória, e mais até do que o último passo para mais uma final da Taça.

VENCER, desta vez, o FC Porto representava para o Benfica vencer o fantasma de não ser capaz de derrubar o FC Porto por KO.
Passe o exagero da expressão, não deixa de ser adequado dizer-se que no confronto com o FC Porto, nos últimos três anos, sempre que se tratou de matar ou morrer... morreu o Benfica, excepção feita à meia-final da Taça da Liga, em 2012, que os encarnados acabaram por ganhar aos portistas por 3-2, depois de em 2010 já terem batido os dragões na final da prova, por 3-0.
Mas, enfim, sempre a tal famigerada Taça da Liga, que pareceu nunca compensar os adeptos benfiquistas das tremendas desilusões dos três últimos campeonatos... a suprema das quais, evidentemente, chegaria em forma de golpe final na última jornada da Liga passada.
Resumindo, o Benfica de Jesus, mas também o Benfica de outros treinadores, a bem da verdade, vinha carregando há anos o estigma de ser incapaz de vencer o FC Porto por KO.
O mérito de o ter conseguido quarta-feira, numa emocionante partida de futebol, parece indiscutível e acabou, no fundo, por dar nova prova de que o Benfica é, agora, a melhor equipa portuguesa, a que joga o melhor futebol, a que tem jogadores em melhor condição táctica, técnica, física e psicológica, e a que justifica, por tudo isso, o destacado 1.º lugar na Liga, a final da Taça de Portugal, e a presença nas meias-finais das outras duas provas em que compete.
Em bom rigor, o Benfica fez uma grande época em 2012/13 e volta a fazer outra grande época em 2013/14. Claro que o rigor cai por terra porque o Benfica venceu zero o ano passado e voltaria a cair por terra agora se o Benfica viesse eventualmente a não ganhar de novo qualquer título.
Claro que desta vez, e como as coisas estão, dificilmente algum benfiquistas deixará de acreditar na conquista do título de campeão já este Domingo, quando faltar pouco para as oito da noite.

OS erros do passado parecem ir longe, a equipa revela um foco tremendo no que precisa realmente agora de fazer para chegar ao sucesso dos títulos, como aliás bem claro ficou quarta-feira, num épico triunfo sobre um FC Porto que já deve saber muito bem o que lhe falta para retomar o caminho competitivo dos últimos largos anos.
Mas da mesma maneira que não será fácil ao FC Porto recuperar o ADN perdido nas muito discutíveis opções para esta época, também o mais difícil será já ao Benfica devolver aos adeptos a alegria do titulo; o  mais difícil será mesmo conseguir com que esta época não seja, no fundo, a mera repetição do que foi a primeira época de Jesus - uma época fantasticamente só.
Não cabe aos adeptos pensar, agora nisso, nem lhes cabe fazer contas, sejam eles adeptos do Befnica, do FC Porto ou do Sporting.
A paixão nunca é um número e aquilo que o futebol profissional do Benfica testemunhou, mais uma vez, Domingo passado em Aveiro não deverá deixar nenhum observador indiferente e muito menos deixará algum profissional encarnado sem se sentir tocado.
É um dos aspectos notáveis da época encarnada a força com que os adeptos voltaram a reerguer o apoio à equipa depois do que sucedeu em 2013, tal como notável não pode deixar de ser esta ressurreição de Jesus, um homem atirado ao tapete há um ano e duramente submetido a um castigo emocional a que poucos, certamente, teriam sobrevivido, capaz de mostrar, afinal, do que é verdadeiramente capaz do ponto de vista psicológico e da determinação com que, de forma obstinada, profissional e destemida, voltou a desafiar o destino. Nem sempre com as melhores atitudes, nem sempre dizendo as coisas mais acertadas, nem sempre com as mais nobres intenções, mas sempre, ou quase sempre, de forma genuína e confiante.

DE repente, o benfiquismo parece recuperar todo o sentido do que escreveu há quatro anos, sobre o Benfica, o mágico Javier Saviola, esse enorme talento argentino que celebrou um título na Luz, no livro autobiográfico que dedicou ao pai.
«Ao longo da carreia, encontrei vários tipos de adeptos. Dos fanáticos de Sevilha, aos 'lou profile' do Mónaco. Mas como também já referi, não encontrei nenhuns com a genuína paixão dos benfiquistas. É quase inexplicável. Sente-se olhando fundo nos lhos das pessoas. Sente-se nas manifestações espontâneas nas ruas, nos restaurantes, no estádio. Sente-se nas cartas que recebemos (...). Quem já passou pelas mesmas situações - em países diferentes, com clubes diferentes e adeptos diferentes - sabe distinguir claramente os sentimentos. Aqui é distinto. Garanto!(...)
O Benfica é um clube muito especial. Não digo isto para ser politicamente correcto ou conquistar o coração de quem quer que seja. Aliás, antes de vir para Portugal, posso confessar que desconhecia em absoluto esta grandeza. O Benfica foi-me conquistando e convencendo com factos. É daqueles clubes que te surpreende dia após dia.
Quando conto isto a alguns colegas de outros clubes eles estranham. Como é que alguém que passou pelo Real Madrid ou Barcelona se pode surpreender? A explicação é simples. O Real ou o Barça são como teatros gigantescos e nós, os jogadores, somos os actores principais de uma grandiosa encenação. No Benfica é outra coisa, mais ligada ao sentimento, ao povo, à paixão. Vem das raízes, é genuíno.
Os adeptos conseguem transmitir-nos exactamente o que lhes vai na alma. Sentimos essa força na pelo. (...) Cheguei a dizer ao Jorge Jesus: 'Mister, isto nem no Madrid!'
O mesmo já tinha acontecido num estágio na Suíça. No meio das montanhas, num local que nem vem no mapa, havia centenas de benfiquistas a apoiar-nos. Após o primeiro treino, liguei à minha mãe e disse-lhe: 'Mãezita, este clube é impressionante!'»
Jesus também já o sabe."

João Bonzinho, in A Bola