quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Risco, recompensado !!!

Penafiel 0 - 1 Benfica

Agora no final do jogo, é fácil defender, que o risco valeu a pena...!!! Mas ao mudar praticamente toda equipa - dos actuais titulares só jogou Maxi e Luisão -, o Jesus arriscou muito... e como o estado de graça já lá vai, se as coisas tivessem corrido mal, teríamos um pré-derby muito complicado. Pessoalmente, concordo com esta rotação, acho mesmo que nas últimas épocas, o cansaço da equipa, no pós-Fevereiro, têm-se devido à teimosia do Jesus em não rodar o plantel... Creio que os jogos com o PAOK vão ser o derradeiro teste, para saber as intenções do treinador para esta época... se o discurso - prioridade é o Campeonato... -, bate certo com a prática!!!
Depois das fotos que circularam ontem, o estado do relvado apareceu muito melhor do que se estava à espera, mesmo assim notava-se que não era fácil circular a bola pelo chão com velocidade...
O jogo em si, acabou por ter pouca história, foi literalmente um jogo de sentido único, e a 'emoção' no resultado final deveu-se exclusivamente às falhas na concretização do Benfica... Se é verdade que o Benfica neste momento demonstra uma consistência defensiva melhorada, nos últimos jogos temos marcado poucos golos, e falhado muitos...!!!

Uma nota para o Djuricic, que ainda longe daquilo que prometia, pareceu-me mais solto... e hoje, com a entrada do Rodrigo, jogou alguns minutos num flanco, uma opção que na minha opinião devia ser tentada mais vezes...!!! O Cardozo está a precisar de minutos... A dupla Amorim/Gomes esteve muito bem... E como é óbvio, o destaque maior vai para o Micky (Sulejmani), que entre vários problemas musculares, quando joga, jogando bem ou mal, remata, e até tem marcado golos decisivos...!!!

PS: Hoje, não consegui ver a 1.ª parte na integra. Vi os primeiros minutos, e os últimos. Ao intervalo, fui ao site da Bola, verificar se tinha perdido alguma jogada importante, para surpresa minha, na info/comentário, resumindo a 1.ª parte, dizia: «Jogo dominado pelo Benfica, mas apenas com uma oportunidade soberana de golo, desperdiçada por Jardel...»!!! Eu não sei qual é a definição de 'oportunidade soberana' para os jornaleiros da Bola, mas nos minutos que eu vi, as oportunidades foram várias... mas eles só viram uma!!! Pelo menos não acharam que o jogo estava a ser repartido...!!!
Na Segunda-feira, num programa de referência, uma falta na área do Gil Vicente, foi discutida como se fosse passível de penalty contra o Benfica (não é a primeira vez, num jogo em Guimarães do Benfica, no mesmo canal, o senhor Ribeiro Cristóvão, fez o mesmo exercício!!!)... esta má vontade, contra o Benfica, não é novidade, mas nunca deve ser aceite por nós, como normal...

O futebol de volta

"Fechado o mercado (a não ser na Rússia e arredores onde, inexplicavelmente, há prazos diferentes com que a UEFA convive alegremente), fica evidente que o Sporting é mesmo candidato ao título da nossa Liga. Mesmo que, no clube, evitem responder a esta questão. Foi o mais comprador, desde uma versão séc. XXI de Sabry (com arma diferente, passado-se de sabre para bala) até um cabo-verdiano maritimista, agora sportinguista desde pequenino.
O Porto perdeu o líder no balneário embora já intermitente no relvado, Lucho Gonzalez. Foi repristinar Ricardo Quaresma num sebastianismo que, às vezes, até dá resultado. E tem jogadores muito provavelmente contrariados até ao Verão por terem visto frustradas as suas expectativas monetárias, as que verdadeiramente contam.
O Benfica concretizou agora o que não conseguiu no Verão: notável facturação de 70 milhões (que parte é para o clube?). Perdeu Matic, o mais influente jogador com consequências ainda imprevisíveis. Encontrou um «comprador de aluguer» para Rodrigo e André Gomes. E - dos 3 grandes - foi o único que não foi ao bazar. No entanto terá até ao final da época uma grande aquisição. Salvio (para além de Cardozo que poucos jogos fez até agora).
Na última jornada, o FCP insistiu no cinzentismo baço. O Benfica perde 2 pontos com a omissão na escolha do marcador de um penalty e a ausência, em momento crucial, de Rúben Amorim. O SCP não aproveitou, já algo distante da fulgurância do primeiro terço do campeonato. Depois de ter perdido seis pontos, o FCP recupera quatro face aos empates dos grandes lisboetas.
No domingo, a Luz pode determinar muito coisa. Ou não."

Bagão Félix, in O Benfica

Onze metros

"Não acredito que, no meio do desassossego que estava a ser o jogo de Barcelos, tenha havido um único adepto do Benfica a abominar a ideia de ser Cardozo a avançar para a marca de penalty. Estou certo até de que, naquele minuto 90+4, não terá havido um único benfiquista que, por um segundinho que fosse, não tenha sorrido, confiante, ao vislumbrar a imensa perfeição cósmica do instante: Tacuara, de volta após três meses a recuperar de lesão, estava a ajeitar a lama à volta do circulozinho branco da marca dos 11 metros; ia ser ele a marcar o penalty que poderia desfazer o 1-1 do marcador e, com isso, não só reconquistar moral (em vésperas de novo derby) mas também aumentar para seis os pontos de vantagem sobre o rival FC Porto, derrotado horas antes. E, se não é verdade que todo o coração benfiquista bateu forte de esperança naquele momento, aceito com toda a abertura o contraditório...
Porém, a felicidade de ver Cardozo, qual D. Sebastião, resolver de novo um desafio difícil rapidamente se transformou em desilusão. Tacuara falhou o penalty, o jogo acabava ali a decepção (ou desencantamento) logo acendeu a revolta e a indignação: «Como é possível que não tenha sido Lima a marcar?! Não era óbvio que o Cardozo ia falhar?!»; ou então: «Como pode Jesus ver Cardozo avançar e nada dizer?! Não era óbvio que ia falhar?!»; ou ainda: «Ele vem de lesão, não tem ritmo nem confiança. Por que raios ninguém impediu tal heresia?! Não era óbvio que ia falhar?!»
Ouvi e encarei tudo à luz de uma nova realidade (e do penalty falhado, a da esperança transformada em desilusão) mas continuo a não acreditar que, naquele minuto 90+4, tenha havido um único benfiquista que não tenha gostado de ver Cardozo avançar para a bola. E creio até que se, ao invés, tivesse visto Lima... seriam muitos os impropérios.
O que aconteceu depois é movido mais por verdades lapalissianas típicas de quem se move em rebanho do que propriamente por sentimentos reais. É aquela lógica que leva a que, após as eleições legislativas, nunca se encontre quem tenha votado nos que (des)governam..."

João Pimpim, in A Bola