sábado, 31 de maio de 2014

Grande João Pereira...

Grande resultado do João Pereira na etapa do World Triatlhon Series em Londres. Com a estreia no podium, com um excelente 3.º lugar, num sprint emocionante... com os melhores do Mundo em prova. Estas provas de Triatlo são duras, o calendário, com as viagens, não é fácil, em algumas provas, a lista de participantes é mais 'curta' com algumas das 'estrelas' ausentes, mas hoje em Londres estiveram praticamente todos, e mesmo assim o João Pereira conseguiu o seu melhor resultado de sempre...
Esta época tem sido sempre a 'subir' (18.º em Auckalnd; 9.º Cidade do Cabo; não foi a Yokohama)... parabéns João.
O João Silva também esteve bem, é verdade que em épocas anteriores este resultado (8.º) saberia a pouco, mas este ano, o João tem desistido de várias provas, as mudanças de treinador e de treinos têm tido um impacto negativo (para já), por isso foi interessante ver o João Silva de volta ao pelotão da frente. Só ficou para trás nos últimos 2 Km da corrida...
O Miguel Arroilos também fez uma boa prova terminando na 26.ª posição...

O nosso jovem Pedro Mendes, ainda atleta sub-23, terminou hoje em 3.º lugar o Europeu de Aqualto (natação e corrida), na prova realizada em Colónia, não resistindo a dois Ucranianos!!!


PS: No primeiro dia do Campeonato Nacional de Clubes ao Ar Livre de Atletismo, a nossa secção Masculina está a 'arrasar'!!! Não fosse uma lesão do Tiago Aperta (2.º lugar) no Dardo, e provavelmente tínhamos ganho todas as provas!!! Sou obrigado a destacar a vitória do Sérgio Vieira na Marcha, finalmente conseguiu derrotar o seu irmão!!! Mas o Yazaldes, logo abrir não se intimidou, e mesmo defrontando o Obikwelu, venceu os 100m... Com 10 das 21 provas realizadas, esta é classificação:
Benfica.......79
Sporting.......69


No sector feminino, o Sporting era claramente favorito, e está com uma vantagem confortável. Pela negativa o 2.º lugar da Liliana Vieira na Altura, e pela positiva mais uma excelente prova da Teresa Carvalho, no Comprimento e as vitórias esperadas da Marta Pen, nos 1500m e da Dulce Félix, nos 5Km... Com 11 provas das 21 realizadas, a classificação está assim:
Sporting......82
Benfica......74

Vitórias do Yazaldes Nascimento, nos 100m; Ricardo Santos, nos 400m; Miguel Moreira, nos 1500m; Marco Fortes, no Peso; Sérgio Vieira, nos 5Km Marcha; Marcos Chuva, no Comprimento; Diogo Ferreira, na Vara; Rui Pedro Silva, nos 5Km; e na estafeta de 4x100m.
No feminino, vitórias para a Marta Pen, nos 1500m; a Teresa Carvalho, no Comprimento; e a Dulce Félix, nos 5Km.

Agora venha a Taça...

Braga 1 - 5 Benfica

Despedida do Campeonato com uma vitória tranquila. Agora temos a Final-Four da Taça de Portugal, para internamente, retirar alguma coisa desta época...
Tenho pena que o nosso treinador tenha esperado pela última jornada, para se queixar dos roubos sucessivos que se passam nos pavilhões de Hóquei... Se continuarmos a ser anjinhos, podem contratar os melhores do Mundo, que muito dificilmente vamos lá...
O Valongo sagrou-se hoje Campeão. Muitos vão ficar contentes, porque é uma equipa 'diferente' a ganhar, mas eu não me esqueço da forma como o Benfica perdeu em Valongo na 1.ª volta...  Mesmo com todos os outros roubos, o Benfica só não foi Campeão, primeiro, porque o critério escolhido para o desempate não nos favorece (era o único...!!!), e segundo porque nesse tal jogo em Valongo assistimos a festival de agressões nojentas que passaram em claro... além do faltas, LD e penalty's frutados em catadupa... Mas em Portugal a Corrupção compensa... com, ou sem patins!!!

PS: Parabéns às nossas meninas do Hóquei, que hoje, após o empate, 3-3, em Massamá se sagraram Bicampeãs Nacionais da modalidade... Mas ainda falta a Taça de Portugal!!!

ADENDA: Para os mais esquecidos, aqui fica o video do jogo em Valongo!!!

Eliminação, em mais um festival do desperdício... com algumas 'mãozinhas' !!!

Benfica 1 - 3 Fundão

Nestas coisas do desporto a memória normalmente é muito curta. No inicio da época, após a revolução que foi feita na secção, as expectativas eram baixas... Mas para alguma surpresa os resultados iniciais, até foram bons, inclusive uma vitória em Loures, contra os Lagartos... a meio da época, a equipa baixou o rendimento, mas aguentou-se na discussão do 1.º lugar, e após nova vitória com os rivais, praticamente garantiu o 1.º lugar na fase regular...
A primeira grande desilusão foi na Final da Taça de Portugal, com este Fundão, após um festival de golos falhados... Chegamos a esta Meia-final r a minha confiança era baixa, até porque tínhamos o nosso principal goleador lesionado: Joel!!!
No primeiro jogo o desperdício de golos, teve momentos pornográficos, e hoje voltámos a falhar muito (em menor quantidade...). Ao contrário das vozes que se costumam ouvir nestas ocasiões, não defendo uma nova revolução, mas tem que existir mudanças... Se melhorámos a defender o 5x4, o ataque em 5x4 é ridículo...
Uma nota ainda, para um factor decisivo no jogo de hoje: além da nossa azelhice, juntou-se a roubalheira do costume. Nestas últimas épocas, nos confrontos directos com os Lagartos, nas fases decisivas fomos sempre roubados, e como eu não acredito em coincidências...!!! Hoje, os últimos 9,30m foram vergonhosos: o Fundão estava tapado com faltas, qualquer falta dava livre de 10 metros para o Benfica, mas os apitadores não marcaram uma única falta (contei 7 !!!)... e até tiveram a 'oportunidade' de marcar 3 penalty's, por cortes com o braço pelos jogadores do Fundão dentro da área, um deles, totalmente descarado...!!! A lesão do Bruno Coelho atingiu mesmo o cumulo da Fruta: uma entrada de carrinho, por trás, para Vermelho, lesiona gravemente o adversário, e nem falta marcou...!!!!
Uma coisa não pode invalidar a outra. Fomos incompetentes, demonstramos muita ansiedade, nervosismo... mas a roubalheira atingiu níveis asquerosos!!!
Uma palavra ainda sobre as lesões do Gonçalo e do Joel: já o ano passado no play-off tivemos o mesmo martírio... Se os jogadores não têm condições para aguentar uma época sem lesões, não podem continuar no plantel... Mesmo sendo o Joel, o nosso 'salvador' em muitos jogos, não podemos época após época, chegar ao momento das decisões, e o nosso melhor jogador está no estaleiro!!! 

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Jesus já nos deu três campeonatos

"No rescaldo de tantas vitórias, será bom lembrar, que há méritos nas conquistas deste ano, que mesmo comparativamente com outras de igual valia, fazem deste um ano especial.
O título de campeão nacional não foi conseguido no último segundo como o  de Trapattoni, ou mesmo a oito minutos do fim como o primeiro de Jorge Jesus. Foi com tempo, o que deu tempo a ganhar outros mais. Taça de Portugal, Taça da Liga e a final europeia só foram possíveis porque se tratou primeiro do campeonato. Ganhar a 200 minutos do fim, é melhor.
Jorge Jesus foi decisivo nos últimos três campeonatos do Benfica, e não apenas nos últimos dois, como muito escrevem.
Se o deste ano, e o de 2009/10 foram sob o comando de Jorge Jesus, o de 2004/05, só foi possível porque depois do Benfica perder em Penafiel a duas jornadas do fim, o Moreirense então treinador por Jorge Jesus, conseguiu empatar com o FC Porto, e manteve esse campeonato aberto para as nossas cores. Eu por mim já devo a Jorge Jesus três campeonatos. Todos os deste século.
Bem o basquetebol do Benfica de Carlos Lisboa, com a conquista do tricampeonato, que juntou assim à conquista do voleibol de José Jardim motivos de reforço dum ecletismo vencedor. A aposta nas modalidades é grande e por isso é necessário manter uma exigência de resultados em linha com as obrigações do clube, e com o esforço de investimento. Espero não terminar a época sem dar os parabéns a mais modalidades.
Uma palavra final para o jogo dos meus sonhos, ver o Benfica e o meu Académico do Porto a disputar um título nacional de basquetebol feminino foi para mim, dirigente dos dois clubes, muito especial. Parabéns a ambos, e um sublinhado ao trabalho da direcção presidida pelo Pedro Sarmento, e da secção de basquete, dum clube cheio de História, que tem 700 praticantes em condições difíceis, e que faz milagres pelo desporto na cidade e no País."

Sílvio Cervan, in A Bola

O Eça da Luz

"Não me parece que Jorge Jesus deixe um dia o Benfica para treinar um clube no estrangeiro.

Parece não haver muitas dúvidas de que os benfiquistas, de um modo geral, gostaram muito de saber que Jorge Jesus vai continuar a ser o treinador da Luz. Depois de um pequeno (mas significativo) período de tabu, que até parece ter interessado as partes - Jesus, por um lado, talvez a querer testar o quanto era ou é realmente desejado, e o Benfica, por outro, a querer saber o quanto verdadeiramente queria Jesus continuar a estar no Benfica -, lá veio a sagrada palavra do presidente como ponto final na equação.
Jesus fica? Jesus sai? É melhor Jesus ficar ou é melhor Jesus sair? É melhor sair a ganhar ou é melhor arriscar voltar a perder?
As perguntas duraram meia dúzia de dias e nessa meia dúzia de dias Jesus jantou com o número 2 de Berlusconi no Milan e disse um par de vezes que a paixão pelo Benfica não o impedia de ter as malas feitas.
O povo encarnado foi ficando a dúvida até ouvir da boca do presidente que Jesus continuará a ser o treinador encarnado, e ouvir mais ainda, que Jesus continuará a sê-lo pelos anos que desejar.
Pois bem, por agora o povo benfiquista, de um modo geral, parece ter gostado muito de ouvir o que ouviu, sobretudo porque acaba de ganhar tudo em Portugal, esteve de novo numa final europeia, apaixonou-se pelo futebol da equipa e em particular por alguns jogadores e está, parece-me também claro, confortavelmente adaptado ao estilo do treinador, ao modo de falar do treinador, em especial àquele seu lado mais autêntico e menos elaborado com o qual o próprio Jesus se sentirá sempre fatalmente melhor, como é evidente, pela óbvia razão de ser esse o seu lado mais verdadeiro.
«Não sou o Eça de Queiroz... e portanto quero que me julguem como treinador?, foi uma das frases marcantes da muito esperada entrevista que Jesus concedeu ao canal de televisão do clube, e diz bem da intenção do treinador de manter relação extraordinariamente popular com os adeptos, como sabemos, gostam disto, gostam de gente popular, porque gostam mais facilmente de alguém que veste simplesmente a própria pelo e não a de uma qualquer personagem de conveniência.
Jesus, na verdade, tem sido quase sempre como é, cru com todos os seus defeitos de expressão ou linguagem, e mesmo defeitos de atitudes e comportamento.
Como ele próprio o disse, será sempre melhor ouvir alguém dizer as coisas certas com as palavras erradas do que as coisas erradas com as palavras certas, apesar de Jesus ter dito também, aqui e ali, as coisas erradas igualmente com as palavras menos certas.
Parecendo um cliché, a verdade é que faz sentido dizer-se que Jesus cresceu com o Benfica e que o Benfica cresceu também com Jesus.
Está criado no clube um modelo de jogo que agrada aos adeptos - sim, um modelo à Jesus e não um modelo ainda estruturalmente à Benfica -, e a organização do futebol encarnado está hoje muito mais e melhor preparada para o nível de competição que desafia todas as épocas.
Talvez o treinador com que Filipe Vieira vai procurar voltar a vencer na próxima época seja hoje um treinador menos inseguro e menos insensato, apesar de ainda um pouco fanfarrão e ainda um bocadinho solitário e individualista, apesar de mais humilde e mais capaz, apesar de tudo, de valorizar o papel e o trabalho dos que o rodeiam e o esforço e o mérito dos adversários.
Parece-me, por outro lado e até ver, que sendo certamente um grande treinador de futebol, é um treinador mais talhado para maratonas do que para corridas de cem metros, portanto mais vocacionado para vencer campeonatos e menos para ser bem sucedido em decisões de um jogo só.
Por fim, não sei, nem saberei, na verdade, quantos convites recebeu Jesus para deixar agora o Benfica, sei que terá recebido, pelo menos, o convite do Milan, que Jesus diz não o ter impressionado, e sei, sobretudo, o que penso. E o que penso é que Jesus dificilmente irá um dia treinar no estrangeiro.
Procurará ficar no Benfica o mais tempo que puder até um dia chegar, como diz que deseja, a seleccionador.
Jesus pode não ser o Eça de Queiroz. Mas é inteligente. Como Eça.

(...)"

João Bonzinho, in A Bola

O que faz falta ao nosso futebol

"Portugal tem mostrado uma invulgar capacidade na detecção e criação de talentos para o futebol. E são já muitas as centenas de milhões de euros que entraram no País graças à exportação desse bem raro, precioso e altamente cotado. Nesse campo, os clubes têm trabalhado bem, de forma competente e profissional, apostando em infraestruturas de qualidade e rodeando-se de técnicos capazes. Por aí, as coisas vão bem e somos, na verdade, um caso de sucesso na Europa. Porém, no que concerne à criação de condições para uma indústria do futebol que cative mais adeptos e os leve aos estádios, ainda está muito por fazer. Sendo verdade que os principais clubes, ao nível dos quadros superiores, mostram ser capazes de trabalhar em conjunto, não é menos verdade que têm dificuldade em atingir consensos em áreas que podem ser fundamentais para o progresso do negócio do futebol.
O próximo passo, aquele que determinará uma melhoria qualitativa do nosso futebol, será aquele que vai ser dado por uma abordagem conjunta, essencialmente dos grandes clubes, aos problemas que os afligem. À imagem, aliás, do que sucede nas grandes Ligas europeias, onde o exemplo mais perfeito desta filosofia foi dado pelo Bayern de Munique que salvou, há uma dúzia de anos, em nome do negócio do futebol, o arquirival Borussia Dortmund da bancarrota.
É por aí que as coisas, entre nós, deverão desenvolver-se, mais cedo do que mais tarde, de preferência.
As próximas eleições para a Liga de Clubes devem abrir de par em par as portas a uma ideia que leve os clubes a acreditar que o que os une é mais importante do que aquilo que os separa. Porque há vida para além das picardias e da polémica."

José Manuel Delgado, in A Bola

PS: Aquilo que o Delgado não disse, é que para existir este tipo de entendimentos entre os clubes, é preciso que exista confiança entre as instituições... Enquanto as pessoas envolvidas na fabricação de resultados, tanto os corruptores como os corrompidos, continuarem no Futebol, o entendimento é impossível...

Um exemplo para muitos

"A escolha de Jorge Jesus de continuar no Benfica pode constituir um exemplo para muitos profissionais, em especial os jovens jogadores que precipitam a carreira a troco de quimeras. Apesar de todos os interesses que envolvem este meio, o futebol continua a ser uma actividade desportiva e os mais bem-sucedidos têm sido sempre os que melhor conseguem gerir a carreira e não queimam etapas. Sair de um clube como um dos três grandes pode acontecer por razões financeiras claro, mas só se justifica realmente por um projecto desportivo muito ambicioso e sustentado, o que é raro. A nível de treinadores, então tirando as excepções de Artur Jorge e José Mourinho, ninguém conseguiu ir daqui para melhor. A decisão de Jesus pode não ter sido tão afectiva e fácil como está a ser contado, mas ninguém pode acusá-lo de falta de bom senso. Nem de andar mal aconselhado."

Estabilidade e sucesso

"Embora numa organização, para se ganhar um novo impulso, muitas vezes seja aconselhável e até necessário um abanão, um dos bens mais estimáveis de qualquer estrutura, instituição ou empresa é a estabilidade, assim sejam fortes as suas lideranças, pois, caso contrário, como é óbvio, não resistem. Em muitas actividades esse princípio está longe de ser respeitado e na maioria das situações a mudança nem sequer está relacionada com a competência de quem dá a cara pelos resultados. Essa é uma realidade vulgar no futebol, onde a liderança de quem preside pode fortalecer ou fragilizar a liderança de quem treina.
Vem isto a propósito da continuidade de Jorge Jesus no Benfica - que aqui considerei, depois da final perdida em Turim com o Sevilha, como decisão lógica e natural - e da proposta de renovação de contrato que Luís Filipe Vieira está disposto a fazer. O Benfica, no futebol português, é o melhor exemplo de que a estabilidade é um pilar essencial para o sucesso.
Jesus está há cinco épocas na Luz e, durante este tempo, passaram 36 treinadores diferentes pelos restantes 22 clubes que competiram na 1.ª Liga. Neste mesmo período, registaram-se 79 trocas de técnicos, sendo que alguns repetiram experiências mas a maioria aventurou-se noutros bancos - neste caso, os números sobem para 107 rostos diferentes nos 22 clubes durante as cinco épocas da 1.ª Liga. Impressionante, não?
Obviamente, a estabilidade não é só por si garante de sucesso. É claro que se Jesus nada tivesse ganho, não seria ainda hoje tão desejado no Benfica. A qualidade, competência e carisma são as outras chaves para o êxito.
Mas estas últimas cinco épocas revelam outros casos de sucesso em níveis de competição distintos. Exemplos: o Estoril de Marco Silva (três épocas com uma subida e acesso à Liga Europa), o Rio Ave de Carlos Brito e Espírito Santo (os três anos e meio do primeiro seguraram a equipa na 1.ª Liga, o segundo elevou-o a outro patamar), o Marítimo de Pedro Martins (mais de três temporadas a projectar a formação com uma passagem pela UEFA) e o Gil Vicente de Paulo Alves e João de Deus (com triénio do primeiro a conduzir a equipa até à final da Taça da Liga)."

Honra

"1. A realização da final da Liga dos Campeões no nosso imponente Estádio foi uma grande honra para o Benfica, que recebeu a visita de 61 mil pessoas... fora os muitos milhões, em todo o mundo, que assistiram ao jogo pela televisão. Para além das duas equipas intervenientes, o Benfica 'esteve' nesta final. Este orgulho e esta satisfação não impedem, contudo, algum desconforto pela excessiva intervenção que foi feita no Estádio e... fora dele. Quase só faltou tirar a indicação do Museu Cosme Damião... De resto, tudo quando 'cheirava' a publicidade estática foi retirado. Nas próprias bancadas foram alteradas milhares de cadeiras, de forma a ficarem com outro aspecto. E os milhões da UEFA até deram para implantar vários pré-fabricados, um dos quais, enorme, implicando a destruição do nosso relvado sintético. Enfim, problemas deles. Mas espero que o Benfica tenha sido devidamente compensado e que tudo volte, depois, ao lugar...

2. O nosso historiador Alberto Miguéns tem sido um grande defensor dessa tese e não posso deixar de lhe dar razão. A denominada  Taça de Portugal disputa-se desde 1938 e foi sucessora directa do Campeonato de Portugal (1922-1938) - a mesma organização (da FPF). E, em 1938, ao mudar o nome de Campeonato de Portugal para Taça de Portugal, a Federação fez questão de o deixar escrito. O relatório foi claro: 'Por virtude da reforma a que se procedeu no Estatuto e Regulamentos da Federação, os Campeonatos das Ligas e de Portugal passaram a designar-se, respectivamente, Campeonato Nacionais e Taça de Portugal'. E estamos, nós, benfiquistas, tão mais à vontade para defender este ponto de vista quanto é certo que o Benfica ganhou três Campeonatos de Portugal, contra quatro do FC Porto e do Sporting.
Mas a verdade histórica deve ser preservada e, por isso, o Benfica conquistou agora não a 25.ª mas a 28.ª Taça de Portugal, mantendo larga vantagem sobre o FC Porto (20) e o Sporting (19).

3. Mais um título de Campeão Nacional. Depois do Voleibol, o Basquetebol e com larga vantagem, tanto na fase regular como no 'play-off', incluindo a final. Foi o terceiro título consecutivo e o quinto nos últimos seis anos! Somamos já 25, contra 11 do FC Porto e 8 do Sporting, que se seguem. Domínio avassalador! Esperam-se agora os títulos nacionais de Futsal e Atletismo..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

A final de Lisboa

"Gostei da vitória do Real Madrid na final da Liga dos Campeões, disputada no Estádio da Luz, principalmente pelo que o resultado significou para Fábio Coentrão, um benfiquista dos sete costados que não perde oportunidade de  manifestar o seu amor ao Clube que o fez crescer para o estrelato do futebol.
Os jogadores da bola são profissionais e servem um clube como entidade patronal. Importa que sirvam o clube com total entrega e galhardia até ao termo dos seus contratos. Mas também pode acontecer - e acontece com frequência - que um jogador se ligue emocionalmente ao clube que representa pelo tempo previsto num contrato. O Benfiquismo de Fábio Coentrão é no entanto algo mais forte e mais sólido e vem aliás na linha do relacionamento afectivo que muitos outros jogadores que representaram o Glorioso mantém com o Clube que ficou a ser dos seus corações.
Fábio Coentrão - que merece a grande carreira internacional que tem e terá certamente - não perde oportunidade de afirmar o seu desejo de um dia regressar ao Clube do seu coração. De maneira que vi o jogo com a certa isenção, sendo que pela lógica da minha maneira de pensar até seria natural que torcesse pelo Atlético, equipa que tem mais futebol do que estrelas. Mas no final fiquei satisfeito, por ele, com a vitória da equipa de Fábio Coentrão e com  a grande e decisiva exibição de um outro ex-benfiquista, Angel Di Maria.
E de resto fiquei orgulhoso pelo papel insubstituível que o Sport Lisboa e Benfica disputou nesta final fornecendo a estrutura base para a sua realização, a magnífica Catedral da Luz. Durante semanas a fio, ouvimos e lemos sobre 'a final de Lisboa', o que nos poderia levar a crer que o jogo se disputaria no Terreiro do Paço, ou no Campo das Cebolas. Quando a final foi em Lisboa porque é aqui o Estádio da Luz.
Outra coisa será um final vitoriosa com o Benfica. Lá chegaremos. Podem crer."

João Paulo Guerra, in O Benfica

Caras e Coroas

"Depois do Tri(plete) no Futebol, tivemos mais um Tri(campeonato) no Basquetebol, consumando uma temporada extraordinária da equipa de Carlos Lisboa.
Não temos culpa que outros não vão a jogo. O Benfica foi, venceu, convenceu, e muitas vezes encantou. Ganhou tudo o que havia para ganhar, não poupando esforços para aliar as vitórias ao espectáculo.
Junta-se ao Futebol e ao Voleibol, no lote dos campeões nacionais de 2013-14.
Também o Atletismo teve um fim-de-semana em alta, tornando-se vice-campeão europeu de clubes. Padecendo de várias ausências por lesão, fazer melhor era impossível. A secção está de parabéns.
Já no Andebol não pode dizer-se o mesmo. Com um plantel recheado de nomes sonantes, não conseguiu intrometer-se na luta pelo título, deixando um rasto de fracasso em todas as competições em que participou. Não foi apenas uma má época, mas antes a confirmação de um ciclo negativo, que não pode deixar de ter consequências. Ficar em quarto lugar, com uma percentagem de vitórias abaixo dos 70%, não é aceitável, nem está dentro dos parâmetros de exigência de qualquer conjunto de atletas que envergue a camisola do Benfica. Para este nível de resultados, e caso não haja capacidade de investimento com vista à total reformulação do plantel, talvez seja de promover uma aposta mais vincada em jovens da formação.
O Hóquei ficou fora da luta pelo título, tendo agora a Taça de Portugal para conquistar. Do Futsal, espera-se que neste fim-de-semana dê a volta ao resultado negativo trazido do Fundão. Estas duas modalidades ainda podem terminar a temporada em festa. Vamos acreditar. O fim-de-semana passado foi também marcado pela final da Champions League no nosso estádio. Sendo motivo de orgulho, é também de registar o montante entrado nos cofres do Benfica. Lamenta-se, porém, que um evento desta natureza tenha sido promovido de costas voltadas para os portugueses, que tiveram de vê-lo pela televisão, pois nem um só bilhete foi vendido no país (pelo menos em circuitos oficiais)."

Luís Fialho, in O Benfica

Da Liga

"Neste período de uma pós-época que ainda está longe do começo da pré-época, prepara-se a construção de plantéis e equipas técnicas nos diferentes clubes. É um período de renovação da esperança para os mais optimistas e, simultaneamente, uma época de desassossego e ansiedade para os adeptos mais pessimistas. No entanto, independentemente de feitios e estados de espírito, é um período em que os adeptos vivem na expectativa de que algo mude para melhor nos seus respectivos clubes.
Ainda assim, há neste período algo de preocupante e que deveria preocupar quem dirige o futebol português. Avizinha-se uma luta eleitoral pela cadeira de Presidente da Liga de Clubes e de entre todas (e sublinho que são mesmo todas) as candidaturas apresentadas não há nenhuma em quem os adeptos confiem (falo do adepto comum, que paga bilhete e consome informação sobre futebol). Desconfiamos dos interesses que estão a montante das boas intenções que nos são prometidas a jusante. E esta desconfiança é transversal aos adeptos de todos os clubes. Ou seja, preparam-se os 'donos' da bola para entregar mais uma vez um órgão de poder a alguém em quem os consumidores do espectáculo (no sentido amplo do termo) não confiam.
Isto é um facto, independentemente da cegueira que os dirigentes tenham ou não para o encarar."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Enzo renovou !!!

Acabou de ser publicado o Relatório e Contas Intercalar do 3.º Trimestre da Benfica SAD. Que engloba o período entre 1 de Julho e 31 de Março.
O curioso é que a notícia mais interessante não são as 'contas'!!! É a renovação do Enzo Pérez, por mais 2 épocas, até 2018 !!! Algo que aconteceu antes de 31 de Março!!! Isto não quer dizer que ele não vai ser vendido (pessoalmente, não acredito na saída do Enzo...), mas não deixa de ser uma excelente notícia...
Já agora, os resultados operacionais da SAD, somaram 30.535 milhões positivos... para quem quiser uma leitura mais cuidada, aqui fica o link para o relatório.

A paisagem e o agente Reis

"1. O Madaleno tem razão. Direi mesmo mais: o Madaleno tem toda a razão! Diz ele: «Portugal é Lisboa, o resto é paisagem». Não sei se falava de futebol - confesso o que na maior parte das vezes não entendo o que o anoso balbucia -, se de política - logo ele que afirma peremptoriamente não aparecer em fotografias ao lado de políticos. Se era de futebol, depois das festividades marquesinas, das recepções camarárias e da final da Liga dos Campeões, sobra fora de Lisboa a paisagem árida e apodrecida de um pântano de promiscuidades, de conversas pornográficas apanhadas em escutas amaldiçoadas, de árbitros corrompidos. Há que dizê-lo: pode ser paisagem, mas não é nada bonita. Nada mesmo!

2. O agente Reis, esteve de serviço às zonas circundantes do Estádio da Luz nestes dias de Final da Liga dos Campeões. O agente Reis é um daqueles arganazes aos quais a farda transforma num exibicionista da mais pura prepotência e da mais baixa ordinarice. O futebol não tem culpa; a culpa é de quem veste uniforme a tamanha azêmola. Nesse aspecto, o Madaleno continua a ter razão: o resto é paisagem. A paisagem destes acéfalos que deviam servir os cidadãos e comportarem-se como seres civilizados em vez de conspurcarem uma instituição que apesar de ser originária dos quadrilheiros medievais não tem que abrigar gente mais própria de uma quadrilha."

Afonso de Melo, in O Benfica

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Para o ano já temos outra vez treinador

"Já temos outra vez treinador. É outra vez o mesmo. E se ele quiser renova-se já o contrato por mais uns anitos. Que bom. Não há nada como ganhar títulos para dar tranquilidade a uma casa.

NÃO é novidade. Ganhando ou perdendo títulos, em todos os finais de época desde que chegou ao Benfica - e já lá vão cinco anos - os noticiários apontam para a eventualidade da saída de Jorge Jesus. É o romance já habitual do fim da Primavera. Tornou-se um clássico. Tem havido nuances, é certo que sim. Depois de ganhar o seu primeiro campeonato para o Benfica, Jesus, em alta, foi apontado ao FC Porto como mais uma manobra genial de Pinto da Costa. Depois de ter perdido tudo, em 2012/2013, de novo o nome do treinador do Benfica surgiu nos escaparates mas, desta feita, na fraca qualidade de despedido por incompetência.
Antes de ter sido despedido pelos adeptos e pela imprensa, ou seja antes de perdido tudo e quando ainda tudo podia ganhar, Jorge Jesus foi novamente apontado ao FC Porto como, finalmente, mais uma operação genial do presidente do clube rival.
Este ano, depois de ter ganho três competições internas, voltou-se a falar com insistência da iminente saída de Jesus. Não rumo ao FC Porto, que já tem treinador contratado, mas rumo a eventuais potentados europeus e das Arábias.
Sobre este renovado assunto, a imprensa acrescentou pormenores de interesse geral. Os adversários internos do Benfica teriam contratado Jorge Mendes, com quem até andavam desavindos, para que o empresário lhe fizesse um favorzinho do tamanho do mundo: o de colocar Jesus o mais longe possível do Benfica.
Ora, sendo assim, Jorge Mendes é o empresário mais incompetente do mundo visto que Jorge Jesus será o treinador do Benfica na próxima temporada. Isto de acordo com as palavras proferidas pelo presidente do clube na noite de anteontem na RTP. E se o presidente o disse é porque é verdade.
Do meu ponto de vista (e enquanto me lembrar que o mesmo presidente foi o único a defender que a renovação do contrato com o treinador era fundamental depois do fim trágico da penúltima temporada) não vejo motivo algum para duvidar da intenção do discurso de Luís Filipe Vieira. É que o presidente ganhou créditos junto das massas com esta última temporada francamente gloriosa.
A intenção de Vieira foi, não se vislumbra outra, a de acabar com a conversa à volta da continuidade ou nem por isso de Jorge Jesus no Benfica. Não porque seja um tema transcendente, antes pelo contrário, porque já estava a aborrecer.
Conclusão: para o ano já temos outra vez treinador. É outra vez o mesmo. E se ele, o treinador, quiser renova-se já o contrato por mais uns anitos. Que bom. Não há nada como ganhar títulos para dar tranquilidade a uma casa.

NOVIDADE, novidade à séria foi a revelação feita por Luís Filipe Vieira sobre o campeonato nacional dos passivos. É imperioso registar que não foi o presidente do Benfica quem trouxe o assunto à baila, o que nem lhe ficaria bem. Foi o jornalista que o entrevistou quem tocou no tema assumindo ser o dito passivo do Benfica e maior de Portugal.
Vieira, certamente ciente do que disse, corrigiu o jornalista. Em termos de campeonato de passivo estamos, portanto, em segundo lugar. O tal lugar que é o primeiro dos últimos. O seu a seu dono.

NO sábado, o Atlético de Madrid pagou na Luz de modo dramático a factura de ter lutado pelo título espanhol até à última jornada de La Liga.
Na maldição de Bella Guttmann acredita quem quiser, mas no imortal axioma do treinador austro-húngaro - «não há rabo para duas cadeiras» - torna-se muito difícil não acreditar. Embora, naturalmente, haja excepções.
O Bayern Munique, por exemplo, na temporada anterior ganhou tudo o que havia para ganhar mas deve-se dizer que, em princípios de Março de 2013, já tinha no bolso o título alemão pelo que, tranquilamente, se autorizou a desligar-se da Bundesliga para se concentrar exclusivamente na questão europeia.
Ao FC Porto de José Mourinho aconteceu a mesma coisa em 2003/2004. Virtualmente campeão português por alturas do Carnaval, o FC Porto deu-se ao invejável luxo de deitar os olhos exclusivamente para a final de Gelsenkirchen sem nada que o apoquentasse dentro de muros.
Ao bravíssimo Atlético de Madrid nada disto aconteceu. A equipa de Simeone, modelar no seu jogo de entrega física e de solidariedade, para ser campeã de Espanha foi obrigada a lutar até ao último instante da última jornada da longuíssima prova interna, saindo-se de Camp Nou em glória depois de roubado o título ao Barcelona na sua própria casa.
Não é para todos. Mas deixa marcas de cansaço no físico e de extenuação na cabeça.
O golo de Sérgio Ramos, já em tempo de compensação, que levou para prolongamento a final da última Liga dos Campeões decidiu irremediavelmente o vencedor da noite de Lisboa.
O Atlético fez uma excelente primeira parte mas, com toda a franqueza, já tinha desaparecido nos segundos quarenta e cinco minutos.
No prolongamento, como era de esperar, falou mais forte a superior e indiscutível valia das estrelas do Real e mais forte ainda falou a disponibilidade física e mental dos que equipavam de branco. Há semanas que os Ancelottis só tinham olhos para Lisboa. Gozavam o privilégio de já se terem visto livres da discussão pelo título espanhol enquanto os Simeones lutaram - e de que maneira - por esse mesmo título que lhes fugia há quase duas décadas. Moral da história: o Guttmann é que tinha razão.
Como benfiquista, o meu coração balançou e muito nesta final. A vitória do Real Madrid proporcionaria ao Benfica um encaixe extra de 1 milhão de euros (pormenores do contrato de venda de Di Maria= e proporcionaria a Fábio Coentrão, que muito estimamos na Luz, uma noite e um título inesquecíveis. A vitória do Atlético elevaria Tiago, que também muito estimamos na Luz, a um estatuto que fez por merecer em toda a sua já longa carreira.
Quando ainda cedo na segunda parte, Fábio Coentrão saiu para dar o seu lugar a Marcelo, resolveu-se-me o problema ético e, com Tiago em campo do outro lado, desejei a vitória do Atlético sem hesitação. Correu mal, pois claro que correu.
A verdade é esta: este ano cansei-me de perder finais europeias.

A final da Liga dos Campeões foi um sucesso. Correi tudo muito bem. Teria corrido ainda muito melhor se não tivessem prendido o pequeno grupo de activistas da organização Greenpeace que pretendiam exibir durante o jogo uma faixa contra a Gazprom no Árctico. Que mal fazia a faixa?

MINUTOS depois de terminada a final de Lisboa, o Barcelona colocou no seu site oficial uma mensagem endereçando os parabéns ao Real Madrid pelo título conquistado.
Não venham, portanto, com comparações com outras rivalidades de outros países adjacentes. É outra música.

do Brasil onde está a gozar mais do que merecidas, Luisão falou para A BOLA e meteu-se em optimistas previsões: «Vejo-me a jogar mais cinco anos no Benfica», disse.
Logo rejubilou o pessoal aqui do outro lado do Atlântico. Se é verdade que Luisão fez em 2013/2014 a sua melhor temporada numa década ao serviço do Benfica, podemos confiar que nos próximos cinco anos continue a fazer melhor, e cada vez melhor de época para época, num crescendo que não se sabe onde irá parar.
Com mais cinco anos de Luisão e com mais cinco anos de, por exemplo, Oblak, só temos razões para continuar optimistas.

SEMPRE que um jogador da Selecção Nacional dá uma entrevista a dizer que não estava à espera de ser convocado ou, pior ainda, a dizer que os seus pais choraram de alegria quando ouviram o seu nome ser pronunciado, é bom que saiba que só está a arranjar lenha para a fogueira onde muitos querem queimar Paulo Bento por não ter chamado outros jogadores que, porventura, ficassem menos surpreendidos. Não só eles como os respectivos pais."

Leonor Pinhão, in A Bola

Altíssimo risco de Jesus

"A lógica do passo seguinte a tanto êxito. Fulcral: que novo plantel, estando à vista saída de meia equipa titular?...

um ano, quase todo o mundo benfiquista súbita e drasticamente exigia a cabeça de Jorge Jesus, esse falhado que, nas últimas 2 semanas da temporada, conseguira, num jacto, perder 3 finais...
Luís Filipe Vieira teve cabeça fria para priorizar que o Benfica chegara a todas essas finais . e o modo como as perdera - e teve a coragem de fazer exactamente o contrário do que lhe reclamavam: apresentou ao treinador contracto por mais 2 anos.
Jorge Jesus teve audácia para aceitar; decerto filha da firme convicção do que trabalhara bem e de que haveria de virar do avesso gigantescas fúrias contra si, até superiores às de Maomé perante toucinho.
Um ano decorrido, o Benfica de Jorge Jesus alcançou o que nenhum outro conseguira - conquistar tudo em Portugal - e bisou final da Liga Europa (perdendo-a, no desempate de grande penalidade, porque não pôde contar com 4 jogadores essenciais e porque a equipa de arbitragem não viu 2 penalties a sério e até no desempate (!) continuou muitíssimo vesga).
E agora? Dúvida durante algumas semanas - forte possibilidade de Jorge Jesus querer sair em glória - acaba de ser desfeita: será cumprido o contrato em vigor (mais uma época). Ressalvada, digo eu, a certeza de nunca certezas haver nestas matérias...
Evidente: Jorge Jesus hesitou. O peso de continuar após temporada brilhante é enorme. Tal como o aliciante de desafio além-fronteiras. Jorge Jesus possui capacidade técnica de primeiro plano em qualquer país. Mas ele próprio reconhecerá as suas limitações... linguísticas. Creio que, se falasse, ao menos razoavelmente, inglês ou francês, ou italiano - e se tivesse ganho uma das consecutivas finais europeias -, o nível de convites seria muito superior e... irresistível.
Jorge Jesus mantém-se no Benfica. Este nada arrisca; e até respira fundo. Os riscos, elevadíssimo!, são todos do treinador.

PORQUÊ elevadíssimos riscos para Jesus? Desde logo, o óbvio: diz a lógica que, após praticamente tudo se ganhar, o passo seguinte é alguma coisa, quiçá a mais importante, se perder.
Antes e depois dessa lógica, eis o fulcro do risco: que novo plantel vai o Benfica ter? Muito previsível: perda de qualidade. Sequela de grande temporada, com muitos jogadores subindo ao palco de irresistíveis apetites.
Rodrigo (devolvido ao nível que prometera 2 anos antes) e André Gomes (precisa de elevar rotações para ser excelente centrocampista) já não são do Benfica.
Saída de Garay é quase certeza. Ora este titularíssimo da selecção argentina tem sido, quando a mim - com licença de Luisão, do meio desorientado Mangala e de Rojo -, claramente o melhor defesa central no nosso futebol. Nesta última época, foi mesmo excepcional. Craveira mundial. A sua substituição será tremenda dor de cabeça.
Enzo Pérez  e Gaitán: dificílimo segurá-los na Luz. Enzo tornou-se médio todo-o-terreno de mão cheia! (sentidíssima na equipa a sua ausência na final de Turim, de tal modo ele acelera, impõe, estabiliza alto ritmo ataque-defesa). Gaitán é o puto talento. Um pouco inconsistente, mas amiúde abre o livro e descobre espaços de ataque onde só ele os viu.
E Salvio ficará? A lesão que o afastou na primeira metade da época talvez agora ajude o Benfica a mantê-lo... (e ele é, para mim, o consistente extremo em Portugal).
Siqueira, o defesa-esquerdo pós-Coentrão que o Benfica demorou anos a encontrar... O Granada exige 7 ou 8 milhões; Siqueira pretende enorme subida salarial e parece ter candidatos que o satisfaçam.
Cardozo: foi-se mais de metade da cotação que tinha há um ano. Ou como o seu fraquíssimo rendimento na última época está mesmo a pedir adeus à Luz. Sem Rodrigo e Cardozo, e com Lima trintão, SOS por pontas de lança.
Saída de 4 ou 5 (se não mesmo 6) titulares é dificílimo, quase impossível, será substitui-los a idêntico nível. Sporting e FC Porto esfregam mãos na perspectiva de Benfica bem inferior ao último.
Jorge Jesus tem valorizado imenso ror de jogadores (não esquecer Di Maria, Coentrão, Javi garcia, ou, embora com menos necessidade, Witsel). Mas - estando à vista começar de novo... - que qualidade de matéria-prima vai ter? Aí está o seu risco... altíssimo."

Santos Neves, in A Bola

Entre tantos

"Acabada a época futebolística a nível de clubes, vem aí, em todo o seu esplendor real e onírico, o convencionado defeso: catadupa de notícias assim e assado, declarações de amor incondicional de quem assina contratos, Torres de Babel que a globalização, o dinheiro e a ilusão sempre constroem no imenso mar de comissões, de cláusulas e de divisões de direitos desportivos e financeiros. E iremos, por certo, continuar a constatar que qualquer promissor jogador português é olhado com desconfiança e baixo retorno de intermediação, enquanto qualquer badameco vindo da Patagónia, Cartagena, Monterrey, Alexandria ou Split será um craque de fazer tremer de medo os outros clubes.
Bem, deixemos por agora e defeso, e detenhamos-nos em curtas notas (nacionais e europeias) sobre a época ora finada e a que aí vem.
Por cá, o mapa do futebol vira mais nortenho e menos sulista: desceu um do sul (Olhanense), subiram 3 do norte (Boavista, Moreirense, Penafiel). A cidade do Porto volta a ter mais do que um clube e a cidade de Lisboa faz o pleno, o que há muito não acontecia. Para além do SLB, SCP e Belenenses, haverá na 2.ª Liga o Atlético que afinal não desce e o Oriental que sobe saborosamente e com mérito. os distritos de Porto, Lisboa e Braga concentram 13 dos 18 clubes da 1.ª Liga.
Lá fora, a grande novidade é o facto inédito de dois colossos não irem a nenhuma competição europeia: Milan AC e Manchester United. Mas, invertendo o adágio popular, não há senão sem bela, pelo que estes clubes, com menor desgaste, podem vir a vencer os seus campeonatos. Ausente vai estar também o Valência agora opado por um ricalhaço."

Bagão Félix, in A Bola

Brasil e o povo, futebol e liberdade

"Os senhores da FIFA mantém um silêncio tão ensurdecedor. Depois do ataque de nervos por verem perigosamente atrasadas as obras de construção dos estádios do Mundial, a desagradável surpresa de verem o povo brasileiro na sua pátria de samba e futebol contestarem, por todo o país, a realização do Mundial.
Importa, aqui, fazer um esclarecimento essencial. Nem essas manifestações significam que o povo brasileiro passou a ser contra o futebol - obviamente que não - nem o povo é contra a realização da Copa no seu país. O povo brasileiro está contra - isso sim - um Mundial despesista, um Mundial de gastos indiscriminados e desproporcionados, um Mundial que - segundo acreditam - abriu, de par em par, as portas da corrupção.
Acresce que as primeiras manifestações surpreenderam de tal forma o mundo, que acabaram por ganhar universal projecção mediática. A partir daí, tudo o que é movimento de contestação no Brasil descobriu que o mundo inteiro toma atenção às manifestações que ponham em causa a Copa. Nas ruas das grandes cidades vimos um pouco de tudo e de todos a manifestar-se. Dos professores aos técnicos de saúde, dos estudantes aos índios, dos sindicatos aos reformados. É, agora, a altura de vir para a rua gritar, porque há a garantia de dezenas de câmaras a registar cada reivindicação popular.
A FIFA está em pânico. Já ouvi dizer que estão a ser programadas manifestações para boicotar a entrada de espectadores nos estádios e sabe que isso pode originar uma terrível guerra urbana. Continua a negociar com os chefes e com todo o tipo de líderes, mas nada garante que consiga evitar a proliferação de movimentos populares autónomos. Custos da liberdade. Não tão grandes como os do Mundial."

Vítor Serpa, in A Bola

O passivo de Vieira

" 'Há um clube em Portugal com um passivo superior ao do Benfica', disse Luís Filipe Vieira esta terça-feira à RTP. O presidente do Benfica não disse qual é, 'não me compete denunciar quem quer que seja'. Mas compete aos jornalistas: Vieira estaria a referir-se ao Sporting.
A questão é simples e é complexa. O Benfica consolida todo o seu passivo na SAD, o Sporting não. Por isso, quando se olha para o passivo de 450 milhões de euros da Benfica SAD, está a ver-se o perímetro completo da SAD e clube. Já quando se vê o passivo da Sporting SAD não se está a ver a totalidade do clube. Ora, e está é a novidade, os auditores do Sporting escreveram uma reserva no relatório às contas segundo a qual, além do passivo do clube de cerca de 210 milhões, há mais quase 300 milhões de passivo. Este relatório de auditoria não é ainda público mas os valores circulam junto de várias fontes do sistema financeiro. Era certamente a este valor que Vieira estaria a referir-se: a dívida do Sporting (clube) somará, neste caso, quase 500 milhões. Sendo assim, é superior à do Benfica.
As sociedades anónimas desportivas trouxeram grande transparência ao futebol, nomeadamente nas cotadas em bolsa. O problema está no que fica de fora. O facto de haver passivo fora da SAD não é ilegal mas é menos transparente. No caso do Sporting, a dívida é antiga. Mas assim se percebe o peso da herança de Bruno de Carvalho. E assim se percebe também por que razão a reestruturação do passivo do Sporting com a banca é tão delicado. Se ficar provado que há perdão de dívida indirecto, os outros clubes também quererão.
Os clubes estão demasiado endividados. O Benfica tem de vender jogadores para baixar a dívida, lucrar e passar os capitais próprios a positivos. O Porto tem de vender jogadores pela mesma razão e está a emitir obrigações. Já o Sporting tem realizado um trabalho notável com Bruno de Carvalho, mas o que falta é ainda muito. E assim os dois clubes de Lisboa voltam a medir-se. Só que, em termos de passivo, ninguém quer ser o maior."

Uma aposta coerente

"Contratar um lateral-esquerdo com qualidade a um preço acessível é um tarefa hercúlea, algo bem atestado em equívocos como Cortez, Luisinho, Emerson, Capedevila e Shaffer. A prevísivel saída de Siqueira coloca o hispano-suíço Benito na rota encarnada. Uma aposta coerente, mesmo tratando-se de um jovem que terá que se adaptar à realidade de um clube que quer vencer em todas as frentes. Disponível e forte fisicamente, o bom jogo aéreo - defensivo e ofensivo - garante-lhe uma boa cobertura do espaço interior, revelando-se muito mais eficaz na antecipação do que no desarme. Veloz e desequilibrador, assume, mesmo não sendo virtuoso, acções de condução e desmarcação. Exibe bons atributos nos cruzamentos - bola parada e corrida - e, no passe: curto e médio."

Rui Malheiro, in Record

PS:  Não sei se é verdade, a contracção do Loris Benito pelo Benfica. Não conheço suficientemente o jogador para ter uma opinião. Recordo-me do particular em Setúbal, onde Portugal venceu por 5-2 a Suíça, com muitas facilidades defensivas, e com um Cavaleiro muito inspirado. E até me recordo de 'brincar' com o nome do Benito!!! Mas não tomei atenção no desempenho do jogador. Agora, acho estranho este tipo de apostas... E não compreendo como por exemplo o Raphael Guerreiro, defesa-esquerdo, que foi titularíssimo no Lorient, 9.º classificado, do Campeonato Francês (muito mais competitivo do que o Suíço), com excelentes prestações, principalmente a atacar... foi inclusive titular no último jogo da nossa Selecção de sub-21 na Macedónia, onde defensivamente esteve bem, jogador que até já declarou publicamente o seu Benfiquismo... e mesmo assim, continua fora do radar do Benfica!!!
Também será prematuro pensar que esta contratação (a ser verdade) é para substituir o Siqueira. Pode ser para o lugar do Sìlvio, que mesmo ficando, só estará disponível, lá para o final do ano civil!!!
Sobre o Siqueira, acredito que a novela só vai acabar no final da janela de transferências, porque ninguém vai dar 14 milhões de euros (100%) por um defesa-esquerdo de 28 anos, ninguém... nem os malucos dos Árabes ou Russos!!! E mesmo os 7 milhões por 50% do passe, duvido que alguém ofereça isso... O Siqueira com a idade que tem, sabe que está na altura de fazer o contrato da 'vida', mas o Benfica só tem que se manter calmo, e esperar... Se este Benito, tiver qualidade, e se for uma precaução, para um eventual não-acordo com o Siqueira, então tudo bem...

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O riso do Bruno Mentiroso!!!

Quando ontem o Vieira, tentava explicar muito devagarinho, ao Huginho, que havia clubes em Portugal que escondiam o passivo real, nos seus relatórios e contas, com a passividade total por parte da CMVM... Quando o Vieira alertava para o tratamento de excepção que a Banca esverdeada deu a um desses Clubes... O Presidente de um desses Clubes, vendo a entrevista no seu portátil, depois de ter sido denunciado como mentiroso, achou piada e riu-se... como ele próprio admitiu!!!
Temos imagens exclusivas da noite de ontem:

Toto... para sempre!!!



Não o digo levianamente, o Salvio é um jogador que pode fazer a sua carreira no Benfica, à imagem do Luisão e do Maxi... Tem inteligência, coração, talento, e Benfiquismo para isso.

Tempo útil, inútil e fútil

"A final da Champions na Luz foi vibrante, ainda que nem sempre bem jogada. Ganhou a equipa dos artistas treinada por um senhor, perdeu a equipa dos operários treinada por um líder.
Nestas finais ganha-se ou perde-se por pormenores. De génio, de azar ou de erro. O primeiro erro - quiça decisivo - foi Simeoni ter confiado em Diego Costa ou este ter posto as ganas à frente da racionalidade. O segundo erro - salvo in extremis - foi o dislate de Casillas que permitiu o golo do Atlético, impróprio até para um sofrível guarda-redes.
O Atlético também sofre do trauma europeu dos últimos minutos. Já havia sido assim na final contra o Bayern em 1974. Mas desta vez teve na sua origem um despropositado erro por volta dos 82m que o pode ter conduzido à fatalidade de ver escapar a orelhuda por dois minutos. Os colchoneros provaram do veneno que é o oposto do seu modo de jogar. Explico: o seu estilo advém da hipérbole gregária de trabalho, denodo, suor, vontade e inconformismo. Como foi na Luz, com sucesso até ao minuto 93. Minuto que, em regra, é o último, se só houver substituições e não houver paragens de jogo assinaláveis. Pois já perto do fim, Filipe Luís caiu, certamente exausto, mas simulando mais do que isso. Demora a sair e a ser substituído. O jogo pára 1m 52s. Fatais para o Atlético que, talvez sem essa pequena batota do seu defesa, estivesse a comemorar um feito histórico...
No melhor pano cai a nódoa. Uma lição para o teatro que amiúde se vê no futebol. Quando se jogará só com tempo útil? E se põe de parte o tempo inútil e até o fútil? Ganhariam todos: o jogo, os espectadores e a ética."

Bagão Félix, in A Bola

Será que a novela Jesus vai acabar?!!!


Entrevista típica de fim de época, que tal como o Presidente afirmou, só aconteceu, para 'tentar' terminar com a pseudo-novela Jesus!!!
Pessoalmente, acho que o local escolhido para a entrevista foi muito mal escolhido... Porque vai obrigar a um intenso programa de desinfestação depois da presença do Huguinho no Museu Cosme Damião!!!
Impressionante a quantidade de 'piadinhas' anti-Benfica que o avençado vomitou, tipo: Jesus, igual, a Wenger!!!
Neste longo defeso, espero que as futuras entrevistas do Presidente e do Treinador sejam dadas na Benfica TV.

PS: Deixo aqui a versão reduzida!!!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Na hora de fazer a contas com a Dona da Pensão da Vida

"Não foi a primeira vez que o Benfica decidiu uma final europeia em Itália. A outra foi em 1965 e foi infame! Frente o Inter, em Milão, em pleno S. Siro. Ficou para a lenda!

O título não é meu: roubei-o. Ou melhor: pedi-o emprestado. A frase é do Miguel Torga que sabia da vida como ninguém. Vinha a calhar, logo, não hesitei. Roubei-o ou emprestá-o, faça o leitor o juízo que bem lhe apetecer.
Contas, sim, porque chegámos à altura de fazer contas.
Não foi perfeito? Não. A perfeição existe? Respondem-me vocês que eu não sei. Mas, se não foi, foi quase.
Estive em Turim. Estádio bonito, arrumado. Dizem que leva 40 mil pessoas mas não esteve nem perto. Dir-se-ia estranho. Não pelas pessoas que vinham de Lisboa e de Sevilha e não da própria Turim que ignorou olimpicamente a sua final sem Juventus. Estranho porque conheci o Comunale, o Dell'Alpi, que sendo feios como o Demo, tinham algum do gigantismo, que se atribui à Velha Senhora. Pois. Em Turim está-se como em Braga, em Guimarães. Maneirinho... Mas Turim também é tão maneirinha...
A Dona da Pensão da Vida é uma mulher velha como o Mundo. Convém ter as contas certas com ela. Talvez nisto tudo se veja um sinal de modernidade à mistura com decadência, com a verdade dos novos tempos.
Também estive na Luz com 120 mil pessoas. Que digo eu? Com 130 ou 140 mil, vá lá saber-se. Ninguém controlava bilhetes, entrava-se pelos portões com os pés no ar, entalado na multidão excitada e incontível. Era um tempo muito para além deste tempo, já complicado de lembrar quanto mais de afirmar.
Turim foi o Alcácer-Quibor desta época do Benfica. Uma derrota quase vitória. Mais: um empate quase vitória. O ir sendo não sendo.
O que falhou? Aqueles que pelo caminho se perderam em cartões amarelos e vermelhos. Estamos todos ou quase todos de acordo. (Há sempre uma réstia de inveja mesquinha em comentadores e articulistas de meia-tigela). O Benfica-de-todo-inteiro teria ganho. Senão fácil, confortável. Mas não houve Benfica-todo-inteiro. Houve o Benfica possível na noite impossível. Se me garantirem que nem daqui a mais de 52 anos o Benfica ganhará uma taça da Europa, eu acredito. Não creio no Destino (assim mesmo, com maiúsculas, mas aceito que a Dona da Pensão da Vida embirra com as contas como qualquer matrona embirrenta que gere o negócio do marido que já morreu).

E o domingo tornou-se segunda-feira
Três dias depois estive em Wembley, na final da Taça de Inglaterra. Arsenal-Hull City. Estavam quase 90 mil pessoas num gigante admirável. Metade vestia com o amarelo e negro às riscas do Hull. Dizem as estatísticas que Kingston-ipon-Hull tem 250 mil habitantes. Estaria lá um quarto? Ficaram em casa os velhos, as crianças e os entrevados? Não sei. Mas o novo Wembley comparado com o pequenino novo Juventus Stadium (mas passa pela cabeça de alguém baptizar assim um estádio italiano?) é motivo para ironia maior do que a do Camilo no Eusébio Macário. Num lugar e no outro estive com amigos velhos e estreitos, e encontrei gente que há muito não via. Até de Águeda. De um lugar ao outro vi a festa de uns e a tristeza dos outros. Em Turim a tristeza tinha uma cor: o vermelho.
Finais perdidas: na Europa demasiadas finais perdidas. Oito, se não contarmos com a Taça Latina; nove se contarmos com aquela de Santiago Bernabéu, frente ao Real.
Talvez (repito, talvez) não nos caiba ver o Benfica ganhar uma taça europeia. Nós, os da geração que entra nos 50 anos. O Eusébio não voltou a ver, o Coluna também não. Mas a grandeza dos clubes não se reduzir à estatística meramente mecânica de comparar provas a esmo como se valessem todas a mesma coisa. Haverá outros tempos e outras coisas para ganhar. Quem de quatro tira uma, ficam três. Foi uma época única, invejável.
Antes da final de Wembley, um adepto do Arsenal desabafava-me: «Tomáramos nós o lugar do Benfica. Há nove anos que não ganhamos coisa nenhuma». Ganharam. A festa foi vermelha em Londres. É esse o caminho dos vencedores, mesmo quando passam temporadas esquecidos das vitórias. Depois vêm mais sábados e domingos de euforia pelas ruas. É assim a vida: faremos nós todos (mas todos sem excepção!) contas com a dona da sua pensão.
Em Turim o Benfica, verdadeiramente não perdeu: fez apenas um pequeno intervalo no vício de ganhar.
E por isso o domingo se tornou segunda-feira..."

Afonso de Melo, in O Benfica

A nossa Paula Rego

"Jorge Jesus ainda vai ganhar muitos títulos e vai perder outros tantos. É este o destino de um treinador competente. Como sabemos, será incensado nas vitórias, e como o próprio confessou, ao recordar a subida da escadaria do Jamor no ano passado, após a derrota com o V. Guimarães, será, muitas vezes, insultado. Quando se fizer o balanço, estou certo que se fará justiça.
Nas vitórias e nas derrotas, haverá uma dimensão da sua carreira que ficará para os anais da história. Passarão muitos treinadores pelo Benfica, alguns - poucos - com mais sucesso, mas nenhum será capaz de fazer das conferências de imprensa momentos como os que Jesus nos oferece. Não o digo com ironia.
Claro que o modo como Jesus fala se presta a alimentar a inspiração infindável dos humoristas, mas arrisco afirmar que nunca ninguém em Portugal falou de forma tão atabalhoada para dizer sistematicamente coisas tão acertadas. Como o próprio disse, num vídeo mítico, trata-se de 'dizer coisas certas com palavras erradas'.
O pináculo das declarações de Jesus à comunicação social foi atingido recentemente, com a referência a Paula Rego, após a vitória na final da Taça. Para Jesus, o trabalho de um treinador compara-se ao de um artista: um trabalho invisível que torna possível a criação de um todo, ao mesmo tempo, harmonioso e belo (a nota artística). Ao contrário do que pode parecer, Jesus não estava a sublinhar as virtudes da ética do trabalho. O ponto era outro: a competência de uma equipa tem necessariamente uma dose de inspiração individual, mas no essencial só muito trabalho discreto é que cria espaço para que o talento se possa revelar.
Em todo este episódio houve um lado igualmente simbólico - a visita que Jesus fez à inauguração de uma exposição de Paula Rego. Num abraço terno, ficou retratado o lado congregador e universal do Benfica. De um lado, a sofisticação de recorte pueril mas aterrador da pintura de Paula Rego; de outro, a sabedoria popular mais repleta de ensinamentos subtis de Jesus. A grandeza única do Benfica também radica nesta combinação de opostos."

A revolução das apostas

"O projecto-lei das apostas desportivas está prestes a ser levado a Conselho de Ministros, talvez já depois de amanhã, por imposição da troika e, espera-se, para satisfação do desejo esfaimado dos agentes desportivos. Desde a tentativa das corridas de cavalos de Ponte de Lima, há uns 25 anos, que as apostas lutam contra  monopólio da Santa Casa, que tem estrangulado uma importante fonte de receita, ao proibir a publicidade aos sites online, impedindo que estes devolvessem ao desporto e aos media uma parte dos milhões que lucram com a utilização dos nomes de clubes, atletas e competições. Mesmo que a carga fiscal leve alguns dos sites a desistirem de operar em Portugal, diminuindo o interesse de muitos apostadores, a regulação deste mercado e a desejável abertura a outros operadores nacionais aliviariam a crise financeira do desporto. Será desta?"

O jogador da época 2013/14

"Enzo Pérez foi a imagem mais deslumbrante de um campeão intenso, equilibrado, racional, autoritário, que dominou todos os princípios do futebol que praticou. Ninguém como ele foi tão relevante para a equipa, domínio dos seus princípios, estilo e orientação táctica.
1. Nem sempre os jogadores são apreciados pelos melhores e mais correctos motivos. Correr, por exemplo, só é um valor sólido se respeitar duas orientações (quando e para onde), embora muitos sejam elogiados pela tendência, tantas vezes demagógica, de quererem estar em toda a parte, sem perceberem que causam um problema (ou vários) onde deviam levar a solução. Dessa doença não sofre Enzo Pérez. O extremo de mediana classe, que Jorge Jesus fez evoluir para médio-centro de nível mundial, é a prova de que, por mais que nos queiram convencer do contrário, no grande futebol não cabem futebolistas que os treinadores utilizam como ferramentas sem cérebro. Por ser inteligente e ter as ideias no lugar, há muito que eliminou a parte mais venenosa do êxito (a vaidade) e do fracasso (o conflito).
2. O seu jogo de vistas largas leva equilíbrio, segurança, inteligência e soluções tácticas que reforçam a equipa e permitem mantê-la sempre organizada. São muito raros na história os jogadores que, em patamares de exigência máxima, conduzem os seus exércitos à vitória com armas de gregário (empenho, simplicidade e disciplina) e a arte dos grandes intérpretes (técnica, visão e magia); que despojam o futebol de toda a superficialidade quando se ocupam da defesa de um espaço ou da vigilância a um adversário e são eloquentes nos argumentos que apresentam para intimidar à frente; que têm espírito para perseguir quem os ataca e brilhantismo para, logo a seguir ao roubo da bola, inverter a energia e causar danos, alguns irreparáveis, na estrutura do adversário.
3. Sem bola é o mau da fita, que nunca se distrai e recusa desviar-se um milímetro que seja do caminho traçado; quando toma iniciativa tem mais que fazer, não perde tempo com malabarismos e ziguezagues que só atrapalham. Tem personalidade para parar um comboio, visão para organizar o plano e talento para concretizar todas as ideias que transporta. De resto, bola que lhe passe pelos pés sabe várias coisas antecipadamente: que não receberá uma carícia como prenda; por norma ficará ali pouco tempo e terá sempre o destino correto, seja a um toque ou após aventuras individuais deslumbrantes – lindo de ver, dificílimo de travar. Tudo quanto decide e faz rejeita o adorno e revela eficácia sem pompa. Prova de que domina de olhos fechados a diferença entre exibicionismo e a sublime técnica individual.
4. Enzo Pérez foi o jogador da época 2013/14, porque foi a imagem mais deslumbrante de um campeão intenso, equilibrado, racional, autoritário, que dominou todos os princípios do futebol que praticou. Podia ter sido qualquer das torres defensivas (Luisão e Garay) ou o génio mais desequilibrador (Gaitán); mas nenhum como Enzo foi tão relevante para a equipa, domínio dos seus princípios, estilo e orientação táctica. A seu favor pesa ainda a capacidade para ser sempre importante, mesmo quando surge muito desgastado, como sucedeu na final da Taça de Portugal: quando tem a bola, porque dispõe de armas tremendas para a criação; quando não a tem, porque é solidário e comprometido; quando ganha, porque o êxito não o embrutece; quando perde, porque a derrota em nada o diminui. É um craque da cabeça aos pés.

Porque o penálti não se teatraliza
Por mais que execute pontapés dos 11 metros durante a semana, às dezenas todos os dias, nunca o jogador conseguirá teatralizar verdadeiramente a situação que vai encontrar em jogo. No fim de um treino, sem pressão, perante guarda-redes descomprimidos, é muito mais fácil ter sucesso do que em estádios cheios, na decisão de uma competição europeia. Dizia o jornalista brasileiro Armando Nogueira que o penálti é uma execução em que o carrasco pode ser a vítima. Para mal dos pecados encarnados, foi o que sucedeu a Cardozo e Rodrigo em Turim.

Sete conquistas em cinco anos
Jorge Jesus confirmou temporada quase perfeita. Mais importante ainda do que os três títulos de 2013/14 é o balanço de cinco anos à frente da águia: duas Ligas, uma Taça de Portugal e quatro Taças da Liga. Se quisermos encontrar o mesmo número de troféus recuando no tempo, contas feitas, chegamos ao campeonato de 1990/91, isto é, há 23 anos. Jesus é o melhor treinador encarnado desde Eriksson e um dos melhores de sempre. “Acardite” mais ou menos; mastigue 20 ou 40 pastilhas elásticas por jogo; tenha a Alemanha ganho um, três ou 33 Campeonatos do Mundo.

(...)"

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Goleada... sem consequência!!!

Benfica 12 - 0 Valongo

Matematicamente fora da corrida pelo título, contra um adversário que independentemente do resultado tinha (e tem) que ganhar na última jornada, na recepção aos Corruptos, para ser Campeão... e que por isso, esta noite resolveu poupar os titulares, o Benfica acabou por golear, tranquilamente...
Este resultado tem pouco significado, mas não deixa de demonstrar como este Campeonato foi mal perdido... bastava, o Roubo de Valongo não ter acontecido, e o Benfica estava a uma jornada de se tornar Campeão!!! É verdade que alguns empates, não deveriam ter acontecido, mas esse é o tal velho argumento, no qual ser melhor não chega, temos que ser perfeitos!!!
A época ainda não acabou, vamos ter a Final Four da Taça de Portugal, onde quase de certeza vamos defrontar os Corruptos na Final... em condições normais diria que temos tudo para ganhar, mas como estamos de falar de Hóquei em Portugal: depende!!!

Capital mundial

"Lisboa foi a capital mundial do futebol. Recebeu a final da Liga dos Campeões aproveitando para mostrar ao mundo as coisas boas de Portugal. Foi brilhante e devem os responsáveis do Turismo agradecer ao futebol esta oportunidade fantástica.
Os 100 anos da FPF proporcionaram este momento único em termos desportivos mas também de enorme impacto económico. As contas só se fazem no fim, mas este foi mais um momento marcante que deve fazer pensar os que estão sempre contra a realização de eventos desportivos em Portugal com a habitual arrogância pseudo-intelectual e preconceitos contra o futebol que uma vez mais injectou muitos milhões de euros na nossa economia.
Lisboa assistiu a um derby que fica para a eternidade deixando Madrid quase deserta, pois houve invasão ao nosso país, com e sem bilhete. A festa foi bonita e espalhou-se por toda a cidade.
A FPF mostrou que a sua equipa está preparada para todo e qualquer desafio organizativo e António Costa, da Câmara de Lisboa, apostou e ganhou no apoio dado ao evento.
Tive o privilégio de assistir a momentos únicos e inesquecíveis. Platini a falar em português, bem como os presidentes de Atlético e Real abraçados, dizendo que são bons amigos fora do campo mostrando fair play, respeito e desportivismo acima da média e transformando o futebol numa festa espectacular e única.
Esta final fica para a história por diversos motivos. Um é seguramente o recorde de Cristiano Ronaldo que voltou a marcar, somando 17 golos em 11 jogos. Soberbo, é de outro mundo. Pepe, Fábio Coentrão e Cristiano Ronaldo estavam eufóricos e Tiago triste apesar da réplica dada pelo Atlético enquanto teve pernas.
Parabéns a todos pela bonita festa. Parabéns, FPF!"

Hermínio Loureiro, in A Bola

A Champions e os nossos...

"Final da Champions no estádio da Luz aguçara apetite do Benfica e até do FC Porto. Mas era sonho sem pernas para andar. Mesmo para o Benfica que saiu mal da fase de grupos, com 10 pontos - habitualmente suficientes para qualificação - e saber a injustiça no 1-0 na Grécia, quando jogou bem, atacou muito e esbarrou em fantástica exibição do seu ex-guarda-redes Roberto. A verdade é que, para lá de quartos de final na Champions, qualquer sonho lusitano passou a ter foros de quimera desde que, na última mão cheia de anos, tanto se agravou o fosso entre os clubes riquíssimos (e têm-se multiplicado...) e os remediados, quando mais face aos que, nesta crescente bitola, nem remediados chegam.
Portugal/Lisboa/Luz; especial alvoroço de 5 finalistas. Mais do que o luso-brasileiro Pepe (que lhe deu para festejar com a bandeira de Espanha?!), Ronaldo (finca-pé em desforra no estádio onde perdeu a final do Euro-2004) e, claro, Tiago, Coentrão e Di Maria, trio de ex-Benfica. Di Maria tanto se inspirou que foi o gigante desta final. Ali, onde ele e Coentrão, após 2 anos no Benfica jogando quais brinca na areia, tiveram a sorte de encontrar um senhor treinador que os virou do avesso: Jorge Jesus."

Santos Neves, in A Bola

Lisboa: a cidade da décima

"Depois das festas de Madrid, é o arranque definitivo da operação Mundial. Com Cristiano Ronaldo a 'exigir' merecido repouso.

1. (...)

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4. Tive o privilégio de assistir, ao vivo, às duas finais da principal prova europeia de clubes que se realizaram em Portugal.Em 1967, menino e com farda impecável do Colégio Militar, vivi a vitória, nunca esquecida, do Celtic. Dois a um. E vitória escocesa contra o Inter de Milão. Foi, de certa forma, o fim de um ciclo europeu construído a partir de 1956 e totalmente dominado inicialmente pelo Real Madrid - com seis conquistas até 66 -, Benfica - duas - e Milão e Inter da mesma cidade. Depois foi o Manchester United e o início do período holandês, em especial do Ajax. A que se sucedeu o ciclo alemão - Bayern de Munique - e de imediato, o ciclo de seis conquistas inglesas, com Liverpool (3), Nottingham Forest (2) e Aston Villa. A partir da época de 1985, surgem novos vencedores, como, entre outros, o Futebol Clube do Porto, a Juventus, o PSV, o Estrela Vermelha, o Marselha, o Borussia de Dortmund ou, mais tarde, o Chelsea. Agora, num Estádio da Luz acolhedor e caloroso, uma disputa renhida entre as duas principais equipas de Madrid. O jogo de sábado mostrou, a quem tinha dúvidas, que valeu a pena construir o novo Estádio e que o futebol é um fenómeno de massas, bem único e bem singular. Um fenómeno global como sentimos em Lisboa. Ali estavam os grandes nomes das finanças do mundo e do futebol global. Os grandes treinadores e os grandes jogadores que nunca esquecemos. E que foram nossas referências. Os grandes empresários da indústria do futebol e, naturalmente, os principais actores políticos conexos com as equipas participantes. Mas permitam-me uma nota bem pessoal. Ter o privilégio de assistir à final de sábado passado bem próximo - e escutando os seus sábios comentários - de antigos campeões europeus como António Simões, José Augusto ou Ângelo ou de um grande senhor da cultura portuguesa e europeia como o Professor Eduardo Lourenço é, em definitivo, como refere Matthew Arnold: «A cultura é a busca da nossa perfeição total mediante a tentativa de conhecer o melhor possível o que foi dito ou pensado no mundo em todas as questões que nos dizem respeito». Em todas as questões, sublinho! Que privilégio!

5. (...)

6. Lisboa foi mesmo o centro da Europa na semana passada. O hino da Liga tão bem cantado pela Marisa foi escutado por centenas de milhões de cidadãos desta nova vizinhança global. E Lisboa ficará, sempre, ligada à conquista da décima pelo Real de Madrid. Como ficou com a singular conquista do Celtic. São estes momentos únicos que também ajudam a escrever a história. Já que ela também é repositório de factos. E nestes, e respeitosamente indo a Fernando Pessoa e à sua Lisboa: o que o turista deve ver, lá passará a estar para os fervorosos adeptos do Real de Madrid o Estádio da Luz. O local onde conquistaram, com dificuldade e mérito a Décima! A décima Taça de melhor da Europa!"

Fernando Seara, in A Bola

domingo, 25 de maio de 2014

Vice-Campeões Europeus...

Vice-campeões da Europa de Atletismo de Pista... grande resultado para o Benfica. Com a desistência dos Russos, o caminho para a Prata foi facilitado. Mas os Checos e os Espanhóis prometiam luta... os Italianos, têm uma equipa muito superior, por isso o 1.º lugar esteve sempre longe. Ontem no final do 1.º dia estávamos em 3.º, mas hoje demos a volta... mesmo com várias ausências por lesão. Parabéns a todos os atletas, e parabéns à Ana Oliveira, a principal responsável pela secção de Atletismo do Benfica ter voltado aos grandes palcos... Mas é impossível não destacar as vitórias do Marcos Chuva, do Diogo Ferreira, do Marco Fortes, e da estafeta dos 4x400... desta estafeta fez parte o jovem Ricardo dos Santos, atleta que promete muito, para o futuro próximo...
Não será fácil no futuro próximo conseguir o título (este resultado resulta essencialmente de algumas contratações cirúrgicas, para algumas 'posições' chave!!!), mantendo a actual política de contratações (vários Clubes de outros países, acabam por contratar vários atletas internacionais para estas competições), se o Benfica quiser ser Campeão Europeu só com a prata da casa, não vai ser fácil, mas não é impossível... mas tem temos que ter todos disponíveis, no máximo de forma...!!!
Em Viena a Dulce Félix, venceu novamente, desta vez numa corrida citadina de 5 Km... Parabéns!!!

1.º - Fiamme Gialle (Ita)                         - 124,5
2.º - Benfica (Por)                                      - 111,5
3.º - Playas de Castellon (Esp)                  - 106
4.º - Dukla de Praga (Che)                        - 92
5.º - Shaftesbury Barnet Harriers (Eng)       - 88
6.º - Enka (Tur)                                     - 85
7.º - Maccabi Tel Aviv (Isr)                      - 60
8.º - Entende Francoville (Fra)                  - 48

100m - 3.º - Yazaldes Nascimento - 10,70s
110m Barreiras - 2.º - André Costa - 14,40s
200m - 5.º - Yazaldes Nascimento - 21,75s
400m - 2.º - Ricardo Santos - 46,66s
400m Barreiras - 2.º - Jorge Paula - 51,05s
800m - 3.º - Miguel Moreira - 1:48, 08min
1500m - 4.º - Hélio Gomes - 3:49,31min
3000m - 2.º - Rui Pinto - 8:14,32min
3000m Obstáculos - 4.º - Alberto Paulo - 8: 49,91min
5000m - 4.º - Tiago Costa - 14:13,28min
4x100m - 5.º - Ancuiam Lopes, Arnaldo Abrantes, Diogo Antunes, Yazaldes Nascimento - 40,81s
4x400m - 1.º - Arnaldo Abrantes, António Rodrigues, Jorge Paula, Ricardo Santos - 3:11,23min
Altura - 5.º - Paulo Gonçalves - 2,09m
Comprimento - 1.º - Marcos Chuva - 7,79m
Triplo - 5.º - Marcos Caldeira - 15,61m
Vara - 1.º - Diogo Ferreira - 5,37m
Martelo - 6.º - António Vital da Silva - 63,76m
Dardo - 8.º - Tiago Aperta - 61,99m
Disco - 4.º - Jorge Grave - 56,21m
Peso - 1.º - Marco Fortes - 20,43m