segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Fim de ano, com vitória... e qualificação muito bem encaminhada !!!

Nacional 0 - 1 Benfica

Tendo como objectivo conquistar a nossa 5.ª Taça da Liga, hoje, na Choupana, o mais importante era não perder. Pessoalmente, sabendo que em caso de qualificação para as Meias-finais vamos jogar fora, no Alvalixo ou no Dragay - muito provavelmente... -, tudo isto no super-carregado mês de Fevereiro - com PAOK e Tottenham se tudo correr bem... além dos Quartos-de-final da Taça de Portugal -, nem me 'importava' com uma não qualificação, mas com a vitória desta noite, será quase impossível este cenário não acontecer...!!!
Aos lesionados, por opção, juntámos mais alguns titulares na lista de ausentes - Luisão, Matic, Maxi... -, mesmo assim, mais uma vez sem deslumbrar, vencemos. Com alguma sorte no golo, é verdade, mas sem que o Nacional - recente 'carrasco' dos Corruptos e dos Lagartos, relembro isto, porque tenho a certeza que nas próximas horas e dias vamos ouvir e ler a habitual campanha de desvalorização do nosso adversário...!!! -, a jogar na máxima força, tivesse criado muitos problemas, com excepção a uma boa defesa do Oblak e uma bola no poste, numa jogada onde cometemos vários erros: mau passe do Sulejmani; Siqueira não tem que subir naquele momento do jogo; Fejsa não consegue 'matar' a jogada, fazendo falta; e o Jardel deixou-se antecipar...!!!
Começamos bem, fomos perdendo gás, permitimos alguns 'contra' perigosos. Voltámos a estar por cima, marcámos, e voltámos a recuar. Mesmo assim fechámos a 1.ª parte com 60% de posse de bola. No 2.º tempo optámos por uma postura mais recuada, o Nacional acreditou, aumentou a agressividade, o Xistra recorreu à velha estratégia de estar vários minutos consecutivos sem marcar uma única falta a nosso favor (além da impunidade disciplinar aos Madeirenses...), mas com a entrada do Rúben Amorim, voltámos a ter controle do meio-campo, e depois de uma longa ausência, voltámos a aproximar da baliza adversária, com alguns remates...
A única surpresa da noite terá sido a aposta do Nico atrás do Lima, uma estratégia muitas vezes reclamada pelos adeptos, mas pouco utilizada pelo Jesus. Com o Matic na equipa, o Enzo pode perfeitamente fazer aquele papel, como fez com o PSG na Luz.
Ninguém merece especial referência, dos menos utilizados, apesar do erro na jogada da bola ao poste, gostei do Jardel... O Lima continua inconsequente; o Markovic continua ingénuo!!! O Nico esteve nas suas sete quintas, se fosse ele a decidir era ali que jogava sempre!!! O Sílvio dá-se melhor na esquerda, o Siqueira entrou com a vontade toda, se calhar demasiada, pois parecia um extremo...!!!

Revolta dos pobres e remediados

"Era uma questão de tempo: a revolta contra o regime de transferências de jogadores de futebol. Depois da coragem de Bosman quanto às indemnizações para possibilitar a mudança de clube, o “sistema” reconstruiu-se à volta do “Regulamento sobre o Estatuto e Transferência de Jogadores” da FIFA, repercutido nos regulamentos das federações internacionais. Uma reconstrução baseada no pagamento de “compensações pela formação” dos atletas, por um lado, e na possibilidade irrestrita de clausular o montante das indemnizações pela “rescisão” unilateral, antecipada e sem fundamento dos contratos de trabalho.
Uma reconstrução que fundou a construção de “direitos económicos” e “direitos desportivos” para a transacção dos “passes” dos jogadores, com a concomitante entrada dos “fundos” na partilha económica. Uma reconstrução que potenciou uma oligarquia de clubes ricos, jogadores “galácticos” (ou perto disso) e empresários opulentos, funcionando numa espécie de oligopólio conjunto. Uma reconstrução que compartimentou “mercados” e “campeonatos”, tendo em conta onde se “recruta”, onde se “valoriza” e onde se “vende” com os valores mais elevados e especulativos das cláusulas de rescisão (ou, se quisermos, “de negociação”).
A FIFPRO (a federação internacional que representa os jogadores profissionais) anunciou neste final de ano o início da batalha contra o “sistema” junto da Comissão Europeia, do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e do Tribunal de Justiça da União Europeia: “uma acção legal bem sustentada” contra o modelo vigente. Um modelo que, segundo a FIFPRO, atenta contra os princípios de liberdade de circulação dos trabalhadores; “cria uma espiral de desequilíbrios que só beneficia os clubes mais ricos e os empresários”, evidenciada com a percentagem residual de 2% dos valores de transferências que chega aos clubes mais pequenos; concentra 28% dos 550 milhões de euros movimentados em transferências anuais nos bolsos dos empresários; gerou um fosso entre jogadores pagos como reis e a horda de trabalhadores sem salários pagos, que, por isso, se tornam “vulneráveis para a indústria de manipulação de resultados e ameaçam a credibilidade das competições”; um modelo em que urge, por fim, corrigir os abusos das “cláusulas de rescisão”. A FIFA e a UEFA parecem não querer avançar com uma reforma global, em que se juntariam as disciplinas dos “fundos” e do fair play financeiro. Seria a melhor forma de prevenir uma nova onda de “desregulação” caso a FIFPRO consiga fazer de “novo Bosman”. Pois a precaução valeria mais que a cura. A verificar em 2014."