quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Nem tanto ao mar nem tanto à terra

"Não me digam que para sermos campeões devíamos ter ficado em 7.º lugar na época passada para não irmos à Europa cansarmo-nos e para apostarmos nos talentos da formação

ALEMANHA, Estados Unidos e Gana são os adversários de Portugal na fase de grupos do próximo Mundial.
Perdi a aposta que fiz comigo. E, por ter perdido, quase posso jurar que o sorteio foi limpo, ao contrário do que se sussurra um pouco por todo o mundo, aquele mesmo mundo onde as teorias da conspiração têm altar próprio e devotos inabaláveis.
Não deixa de ser verdade que a boa estrelinha da França causou inveja nos cinco continentes. Mas partir daí para a conclusão de que Michel Platini tem super poderes, parece-me para o exagerado.
Antes de o sorteio se efectuar, em Salvador da Baía, apostei na certeza da viciação do dito sorteio porque tinha para mim, inabalável, que Portugal cairia no grupo da Argentina. E porquê?
A FIFA, A NASA, o FMI, Hollywood e a banca mundial não poderiam deixar passar a oportunidade, raríssima, do frente-a-frente Cristiano Ronaldo - Lionel Messi, no esplendor das suas respectivas formas, no palco de um Campeonato do Mundo sob todos os holofotes do planeta.
Quanto renderia só no grande mercado audiovisual uma coisa destas?
Nem Messi nem Ronaldo vão para novos e quem sabe se no Mundial que se seguirá ao do Brasil, em 2018, estarão os dois aptos ou com disposição para o evento?
Era agora ou nunca. Argentina e Portugal juntos no mesmo grupo no arranque da competição, jogando pelo seguro os manipuladores do sorteio, já que, caindo em grupos diferentes, seria muito incerto que as duas selecções se viessem a encontrar.
Foi com grande desapontamento que, assistindo ao evento, reconheci que nos tinha calhado a Alemanha e não a Argentina. Uma pífia, Alemanha, imagine-se... Quando bom, genial mesmo, seria a Argentina de Messi. Seria bom para milhares de milhões de telespectadores em todo o mundo e seria genial para o negócio. Ou duvidam?
Posto isto, concluo que o sorteio da FIFA foi limpíssimo. Com muita pena minha, porque também aprecio uma boa teoria da conspiração.
Quem é que não gosta?
Alemanha, Estados Unidos e Gana. Conhecendo o que a casa gasta, diria que é preciso ter muito cuidado e grande concentração no jogo com o Gana, o adversário mais difícil do nosso grupo visto que é o capaz de melhor pôr em evidência um dos nossos piores e mais trágicos defeitos: a sobranceria.
É que, ouvido-vos falar, até parece que já ganhámos aos ganeses.
Perante as manifestações nacionais de optimismo desenfreado no que respeita ao resultado do jogo com o Gana no próximo Verão, no Brasil, lembrei-me imediatamente do caso de Matic em Vila do Conde, quando o resultado já estava escrito, fazendo o sérvio de propósito para levar com um cartão amarelo, certamente porque o jogo seguinte, era com o Arouca, tinha tal grau de facilidade que lhe dispensava os préstimos. Foi assim que entendi a mensagem: o jogo com o Arouca não era importante.
Penso que, pelo contrário, o jogo com o Arouca era muito importante. Gostaria muito de acreditar que, nesta edição do campeonato, o Benfica vai voltar a ter jogos tão importantes como foi de sexta-feira passada com o Arouca.
Voltemos a Vila do Conde.
O momento em si, Matic forçando o cartão amarelo, poupando-se para jogos mais importantes - já que o Arouca, enfim, é o Arouca -, transportou-me para o final da temporada passada.
Precisamente para aqueles momentos de euforia no Funchal, festejando por antecipação um título quando ainda faltava para o garantir, ganhar pelo menos ao Estoril-Praia no Estádio da Luz.
Na última jornada, com tanta ilusão de grandeza, o Benfica comportou-se como uma equipa pequena. Não aguentou a pressão de ser primeiro. Ou de ser segundo, como queiram. Terá sido por isso?
Para o Benfica, também à sua maneira fidalgo, se calhar, ser líder é ser primeiro mas ser primeiro é tão somente estar sozinho no topo da tabela. Não pode haver misturas, nem lideranças bicéfalas como na política.
Vai daí e trata de andar para trás.
É a única explicação plausível.

O Sporting é o líder isolado do campeonato porque ganhou em Barcelos por 2-0, com dois golos regulares de Montero.
Nas últimas edições da prova houve sempre intrusos na discussão pelo acesso à adorada Liga dos Campeões. Por três vezes coube ao Sporting de Braga desempenhar esse papel e, na época passada, coube a um sensacional Paços de Ferreira surpreender tudo e todos com um terceiro lugar altamente conseguido em função das disfunções dos demais concorrentes.
Ajuizadamente, os sportinguistas combinaram todos entre si jamais dizerem que a sua equipa é candidata ao título. Fazem bem. Nem o Sporting de Braga de 2009/2010, que discutiu o título até ao fim com o Benfica, se atreveu a assumir-se cedo como candidato, preferindo proteger-se com o bem mais leve estatuto de outsider.
No entanto, este ano, toda a gente leva a sério o Sporting, incluindo, naturalmente, os sportinguistas. E ninguém acredita que ao Sporting de Leonardo Jardim satisfaça, saldadas as contas, ser apenas olhado pela História como o Paços de Ferreira de 2013/2014 ou como o Braga de 2010/2011 que até foi finalista da Liga Europa, o que não é para qualquer um.
Voltemos à actualidade.
As três últimas jornadas do corrente campeonato foram riquíssimas em golpes teatrais, sendo que todos se espalharam pelas tábuas, menos o Sporting. Por isso vai à frente e quando olha para o lado não vê ninguém.
Um dos argumentos científicos para explicar a boa temporada em Alvalade aponta para a ausência de jogos das competições europeias como factor de estabilidade e da boa saúde da equipa. Menos jogos, mais treino. Menos viagens, mais treino. E, sobretudo, mais descanso quando a temporada se aproxima do meio.
O futebol é no presente e o que lá vai, lá vai. Esta é uma chamada de atenção para os meus companheiros benfiquistas.
Amigos, se a coisa correr mal este ano, esperamos que não aconteça, não me venham dizer que para sermos campeões em 2013/2014 devíamos ter ficado em 7.º lugar na época passada para não irmos à Europa cansarmo-nos e para, muito principalmente, fazermos uma aposta enérgica e decidida nos jovens talentos da nossa formação.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

ENZO PÉREZ apanhou um jogo de suspensão por ter simulado gestualmente que os ponteiros do relógio do árbitro Rui Costa estavam a precisar de manutenção técnica. Aconteceu já em período de descontos quando os jogadores do Benfica desesperavam por fazer em 4 minutos aquilo que não fizeram em 90.
O castigo fará a sua jurisprudência, naturalmente.
Este ano já ficámos a saber que cuspir num adversário vale um jogo de suspensão, pena igual à de rodar a mão para o árbitro e para as câmaras de televisão.

NENHUMA equipa portuguesa conquistará esta Liga dos Campeões na final marcada para o Estádio da Luz.
Paciência.
E, ao mesmo tempo, uma certa dose de alívio atendendo às mais recentes tendências.

EMITIR através do sistema sonoro do estádio, e bem alto, o Hino da Champions antes de cada jogo do Benfica para o campeonato nacional talvez seja a solução tipo ovo de Colombo para a desgraça que, há anos, vem afectando o nosso emblema: a série de títulos perdidos nos jogos em casa é, admitamos, uma vergonha.
Só nesta temporada, já lá vão 4 pontos com os promovidos Belenenses e Arouca.
Na temporada passada, foi o que foi. Na anterior, a mesma coisa.
É tocarem-lhes o Hino da Champions nos jogos de trazer por casa. Pode ser que resulte. Na terça-feira, contra o PSG, a motivação esteve bem à vista de todos ainda que o jogo fosse para cumprir calendário.

BENFIQUISTAS e portistas terão muito com que se entreter nos próximos dias, atirando uns aos outros a ignomínia de uma eliminação precoce na prova que é rainha na Europa. Já ouvi isto de um portista:
- Pois, o Roberto não abriu o galinheiro e vocês foram à vida.
E logo ouvi a retorquir:
- Oh pá, se não fosse o Hulk falhar aquele penaltizinho contra o Porto vocês nem à Liga Europa iam.
Maldades."

Leonor Pinhão, in A Bola

O palco

"Ontem escrevi sobre a paupérrima actuação do Benfica no jogo com o Arouca. Hoje poderia falar sobre a boa exibição contra o PSG. Os mesmos jogadores, incapazes de vencer os remediados, foram depois competentes para vencer os milionários.
Várias explicações (que não razões) para tal. Desde logo, jogando na Champions com 11 e não om 10+ Cortez, o que é de todo diferente. Agora ainda menos percebo a escolha do brasileiro quando, afinal, André Almeida não jogou na Champions.
Depois, o efeito-montra no subconsciente de alguns atletas. O que correu Gáitan no jogo europeu comparado com o frete arouquense! E Markovic acordou de um sono pesado de há dias. Já Matic faz toda a diferença porque além de bom jogador, jogo com a mesma intendidade em todos os jogos, seja qual for o opositor. O mesmo se diga de Enzo Perez e do esforçadíssimo Maxi Pereira.
Por fim, a dificuldade (por vezes aliada à desconcentração) que o Benfica sempre tem contra equipas fechadas a sete chaves, situação que, na Luz, terá que saber ultrapassar com quase todos os adversários na Liga.
Apesar dos 10 pontos conseguidos, fica o regresso à Liga Europa, o seu habitat natural. E ironia das ironias: Roberto impediu o Benfica de golear em Atenas e Saviola marcou os golos decisivos na derradeira jornada.
Acabou o sonho (fantasia) do presidente do SLB de chegar à final pela circunstância (logística) de esta se realizar na Luz. Já agora, a Luz bem merece um relvado em condições que não seja o deplorável estado actual. Não apenas para a gala de Maio mas sobretudo para os benfiquistas.
E que Benfica para Olhão? O arouquês ou o parisiense?"

Bagão Félix, in A Bola

Futuro...

Foi hoje anunciado, que o Bernardo Silva renovou com o Benfica, até 2019. E o Rochinha assinou até 2018.
É curioso, como uma notícia claramente positiva, é imediatamente interpretada das formas mais diversas, tentando sempre, atingir o Presidente ou o Treinador...
Ainda esta semana se falou que o Rochinha ia para os Corruptos, ou para Itália. Se por acaso isso tivesse acontecido, imagino o rol de criticas que seriam disparadas.

Ambos têm uma grande vantagem: são Benfiquistas de coração...!!! O Bernardo, devido à sua presença nas Selecções ganhou muita visibilidade nos últimos tempos, o valor é inequívoco... Se tudo correr bem, para o ano fará parte do plantel principal, e com um bocadinho de boa vontade, até pode ser chamado esta época... Quando vejo a impunidade como as sucessivas faltas sobre ele são cometidas na II Liga, até me arrepio!!!
Admito que tenho mais dúvidas sobre a evolução do Rochinha. Os 5 golos marcados no UEFA Youth League são o seu maior trunfo... tem qualidade, é um '10' que sabe finalizar, mas vamos ver como é que fisicamente vai evoluir...

Depois do Nelson Oliveira - entretanto emprestado... -, depois do André Gomes (que continua a não se impor) - o André Almeida foi formado no Belenenses -, esta época temos o Ivan Cavaleiro a dar os primeiros passos na equipa principal... acredito que o Bernardo será o próximo... A seguir temos o Cancelo, o Cardoso, o Hélder Costa, o Rúben Pinto, o Bruno Varela... todos eles têm potencial para serem chamados, nos Juniores temos o Gonçalo Guedes, o Romário, o Nuno Santos, o João Nunes, o Rebocho, o Alfaiate, o João Gomes... etc., etc.,...
Nas próximas épocas temos seguramente vários miúdos a subirem até à equipa principal, independentemente do Presidente, independentemente do treinador... isto é a consequência de um longo trabalho, que começou com as Escolinhas e depois ganhou 'forma' com o Seixal. Pelo caminho alguns miúdos não vão 'entrar', podemos discordar das opções, mas é a lei do mais apto...

A questão sérvia

"Há um ano e pouco, o Benfica vendeu dois médios de nível europeu – Javi García e Witsel –, mas, passados apenas 15 dias, Jesus tinha refeito a equipa, adaptando Matic à posição de Javi e pondo Enzo Pérez no lugar do belga. Neste ano, o Benfica não vendeu ninguém, comprou uma mão-cheia de jogadores – mas, percorrido um terço do campeonato, ainda não encontrou um onze-base nem um modelo de jogo. 
Só pode haver uma explicação para isto: os jogadores sérvios vieram complicar o que estava feito. Não acrescentaram muito e baralharam o treinador que ainda não sabe bem o que há de fazer com eles: Markovic joga às vezes a extremo onde é fraquinho, Sulejmani é pouco utilizado e Djuricic desapareceu. E esta reduzida utilização deve irritá-los, criando possivelmente problemas no balneário.
Diz-se que o Benfica tem um grande plantel. De facto, é grande, mas não é excecional. Tirando Salvio, que se lesionou, não tem nenhum extremo de classe.
Tem uma molhada de defesas-laterais, mas nenhum também com classe indiscutível. Maxi ainda é o melhor, mas está gasto. E Sílvio e Siqueira estão constantemente magoados.
No meio-campo, após a lesão de Amorim, não houve ninguém para o substituir – e foi necessário mudar a ideia de jogo. E para o ataque há gente a mais: Lima, Rodrigo, Cardozo, Djuricic, Markovic, Salvio, Gaitán, Cavaleiro, Ola John, Sulejmani, Funes Mori… São muitos, mas quando Cardozo se lesiona também não há ninguém que faça aquela posição. Como se vê, o plantel não é nada de extraordinário – e é extraordinariamente desequilibrado.
Tem-se discutido muito a má prestação do Porto, mas eu acho que o caso do Benfica é mais grave. O Porto tem tido um problema de resultados – mas o Benfica tem um problema de identidade. Os resultados é que, ainda assim, têm salvado a equipa. Enquanto o Porto mantém os princípios, o Benfica perdeu-os. Seja por lesões ou por excesso de opções, em cada desafio alinha uma equipa diferente – e o modelo de jogo ressente-se. Aquele grupo alegre e goleador que Jorge Jesus montou quando chegou ao Benfica apenas surge em lampejos. Em Atenas jogou bem, ontem também. Mas percebe-se que o treinador ainda não agarrou uma equipa."

Bom

Benfica B 3 - 1 Sporting B

Mais uma grande vitória da equipa B, hoje num jogo menos intenso do que a recepção aos Corruptos B, mas com uma boa reacção à desvantagem, permitida mesmo antes do intervalo.
Houve momentos que a equipa me pareceu amorfa, principalmente a defender, pouco agressiva, mas nos momentos decisivos, perto da área, fomos objectivos.

Os 'reforços' foram os Centrais e o Funes Mori, mas em contrapartida além do Cavaleiro e do André Gomes, também não jogou o Hélder Costa, que ultimamente tem demonstrado estar em forma. No outro lado também havia vários jogadores que já jogaram na equipa A do Sporting: Dier, Mané, Esgaio, Fokobo, Marcelo...

Dois grandes golos (1.º e 3.º), e um desvio inteligente do Steven no 2.º. Nota-se que a equipa está unida, motivada, e não fosse aquela rotação do plantel algo errática que o Hélder decidiu fazer durante algumas jornadas, e a classificação seria ainda melhor...

O Varela voltou a estar bem, sem erros. O Mitrovic e o Steven estiveram razoáveis... Nota-se no Cancelo, uma maior preocupação em defender bem, gerindo melhor as cavalgadas ao ataque. O Gianni esteve bem, mas admito que depois dos jogos da Selecção do Uruguai esperava mais. O Lindelof parece-me fora de forma... Em sentido contrário o Rúben Pinto nestas novas funções está a renascer, mais um grande jogo a '8', coroado com um excelente golo. O Urreta é outro dos jogadores que com os minutos, tem vindo a subir de rendimento. O Flip Markovic fez um jogo fraquinho. O Bernardo mais um grande jogo, decisivo, mesmo levando muita, mas mesmo muita porrada... a impunidade como se dá porrada ao Bernardo, assusta. O Funes Mori estava a fazer um jogo fraquinho, até que marcou um bom golo, e mais tarde ainda assistiu o Rúben para o 3.º golo!!! Do banco vieram três carraças: Lolo, Rojas e João Teixeira... tenho gostado da evolução do Teixeira nos últimos jogos, está a pedir um jogo completo.

Para finalizar tenho que falar das agressões. Em primeiro lugar tenho que realçar um mistério: como é que o Fokobo não foi expulso durante a partida?!!! Só dá porrada, incrível.
A cena final, começou uns minutos antes, quando o treinador do Sporting, andou a empurrar e quase a rasteirar o Lolo, numa bola que saiu pela linha lateral, a partir daí, as picardias - que estavam contidas nas faltas sobre o Bernardo... - alastraram-se!!!
No último lance da partida, a entrada sobre o Lindelof é criminosa. Num país civilizado, com uma CD com tomates, o jogador Lagarto não levava menos de 10 jogos... O Mitrovic inicialmente teve uma reacção normal, dentro do contexto, e só quando o banco do Sporting entra dentro do campo liderado pelo guarda-redes suplente, é que o caldo se entornou... Se o cartão vermelho ao Mitrovic até se aceita - que peitada tão bem dada...!!! -, como é que é possível, mais uma vez, o Fokobo não ver o Vermelho directo?!!! Como é que é possível o Luís Ribeiro não ter visto o Vermelho directo?!!! E se o árbitro não viu, então agora temos as imagens da Benfica TV, ou não se pode usar as imagens para castigar os Lagartos?!!!
Na NBA existe um regra muito simples, qualquer jogador do banco que entre dentro do campo, num cenário de agressões, é expulso!!! Basta pisar a linha lateral... Problema resolvido.