quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Vermelho

"O presidente do Sporting disse, com graça, que «há uma solução simples para (...) começar a resolver os problemas de Portugal: tiramos o vermelho da bandeira e é tudo nosso».
Pondo de lado a sugestão sobre a bandeira e o simbolismo patriótico do seu vermelho, porque não aprofundar os seus desejos íntimos do líder leonino?
Os semáforos vermelhos seriam suprimidos e a Cruz Vermelha mudaria de cor. A Selecção Nacional voltaria ao grená (por sinal, bem mais bonito) e seria decretado o fim do vermelho no sangue (quando ao sangue azul, tenho dúvidas desde que vi o SCP equipar de um tom azulado).
Os grandes deveriam ser proibidos, sob pena de extinção, de ter as contas no vermelho. A começar pelo Sporting, evitando bancos credores com logótipo encarnado.
Quanto à recorrente fruta, a maça vermelha (incluindo a podre) deveria ser toda exportada. A melancia verde por fora e vermelha por dentro seria banida. A cereja em cima do bolo desapareceu ou ficava cor de azeitona. O vinho tinto seria irradiado e só o verde passaria a estar disponível, mesmo que travestido de tinto. Um jogador que ficasse vermelho que nem um tomate seria substituído, excepto no Verão em que se poderia apresentar vermelho que nem uma lagosta. Os cartões vermelhos teriam que ser substituídos por cor de burro quando foge. E Rojo ou muda de nome ou não pode jogar no Sporting.
O touro deveria ser promovido a touro-leão pelo sua dupla aversão ao vermelho.
O lanterna vermelha acabaria, pelo que o último da Liga passava a penúltimo.
O Pai Natal passaria à clandestinidade. E, por fim, Jesus (Cristo) deixaria de ser o Verbo Encarnado para gáudio dos ateus."

Bagão Félix, in A Bola

Estamos em segundo e nem há discussão

"Paulo Fonseca foi aposta do presidente. Terá sido contratado não pelo que fez na 30.ª jornada, quando os dois emblemas se encontraram, mas certamente, pelo que fez nas primeiras 20.

NA noite de sábado, enquanto o FC Porto jogava em Coimbra com a Briosa, dei comigo a pensar em que, na verdade, não sou uma boa benfiquista. Estou, aliás, muito longe desse estado de perfeição.
O desafio aproximava-se do fim com um resultado absolutamente inesperado visto que a Académica ganhava por 1-0. Foi então que o árbitro descortinou e foi mesmo um grande descortinanço tal era a espessura da cortina, uma falta passível de pontapé de grande penalidade a favor dos visitantes e mais não digo. 
Grande alvoroço na sala de estar. Revolta! De penalty poderia o FC Porto igualar facilmente a partida quando já pouco dela restava.
Ao contrário dos meus amigos, zangadíssimos com a iminência do empate limpinho, limpinho, confessei-me logo contente com o 1-1 avant la lettre. Excelente e surpreendente resultado para os interesses das nossas cores, afirmei perante o repúdio geral.
Explicaram-me que, para além da questão pontual – e tratava-se do acesso à eventual co-liderança do campeonato! -, estava também em causa o recorde de invencibilidade em jogos do campeonato nacional, pertença do Benfica de Jimmy Hagan, e que estava à beira de ser batido pelo FC Porto, correntemente de Paulo Fonseca.
Retorqui sem disfarçar o enfado:
- Um empate do Porto já é muito bom nesta altura do campeonato. E estou-me perfeitamente nas tintas para o recorde do Hagan.
Assim que pronunciei a palavra Hagan o guarda-redes da Académica atirou-se para o chão e defendeu com garbo a bola disparada por Danilo da marca de onze metros.
Pela amostra da sala de estar, os bons benfiquistas estavam conscientes de que defender o recorde de invencibilidade em jogos do campeonato, recorde que é nosso, era tão ou mais importante do que, mera circunstância, ver o FC Porto esbulhar pontos à 11.ª jornada da actual edição da prova.
E eu, desatenta aos pormenores da História, já me contentava com o empate. Frouxa.
Hagan, peço-te desculpa.
Jimmy Hagan, um bonito nome.

JORGE JESUS vai ou não vai preso? Esta última semana não trouxe novidades sobre o inquérito em curso. Como é do conhecimento de todos, o treinador do Benfica foi visto em Guimarães a atirar uma tochada que acertou em cheio na cabeça de um polícia. Há imagens que o provam. A televisão passou e repassou o incidente.
Que os braços mais avançados da Justiça nacional não se detenham perante o despautério. Uma agressão, ainda por cima à tochada, a um agente da autoridade não pode passar impune.

QUANDO o Rio Ave empatou o jogo, por Ukra, aconteceu o que é normal acontecer nestas situações. Diz-se mal do guarda-redes.
- O Artur demora sempre cair.
- Já no jogo da semana passada com o Anderlecht demorou a cair no primeiro golo deles.
- Demora a cair?
- Sim, demora a chegar ao chão.
- Ponham-lhe pedras nos bolsos.
É o que dá quando se vê futebol com muita gente.

MAIS uma situação que me vem demonstrar como não sou uma boa benfiquista. E esta é grave, ao que suponho.. Cá vai:
Aceito estar em segundo lugar no campeonato e, com toda a franqueza, até levo a mal quando me dizem que é o Benfica o primeiro da tabela por causa disto ou por causa daquilo.
Estamos em segundo e ponto final. A discussão é de um mau gosto atroz e só diminui quem nela participa. 
Estamos em segundo, estamos em segundo e estamos em segundo! – repito.
Por mim, nem há conversa.

A rua mais falada em Portugal desde o último fim-de-semana é a rua Paulo Fonseca. Em inglês, Paulo Fonseca Street.
Estas coisas da rua, rua, rua, como se sabe, acontecem em todos os clubes. Mais nuns do que noutros, também é verdade.
Amigos portistas atiram-se agora com unhas e dentes ao seu treinador porque não tem dimensão para comandar tamanha nau e atiram-se também aos jogadores, nomeadamente aos contratados ao Paços de Ferreira e ao Estoril, exactamente pelas mesmas razões. A tal questão da dimensão do homem e da dimensão da nau.
Parecem-me injustos estes ataques.
Há que confiar no líder.
Paulo Fonseca foi uma aposta pessoal do presidente do FC Porto. Na época passada treinou o Paços de Ferreira com muito sucesso levando a equipa da Capital do Móvel à Liga dos Campeões.
Terá sido, certamente, contratado pelo FC Porto não pelo que fez na 30.ª e última jornada – quando os dois emblemas se encontraram – mas pelo que fez nas primeiras 29 jornadas da prova.
Tal como terá acontecido com Licá e com Josué. Não se transferiram para o FC Porto graças às exibições que os dois assinaram quando, respectivamente, ao serviço do Estoril e do Paços de Ferreira deram nas vistas na antepenúltima e na última ronda do campeonato de 2012/2013.
Nada disso. Josué e Licá são hoje jogadores do FC Porto pelo muito que fizeram nas demais 29 jornadas da Liga anterior.
O problema, portanto, não está na estrutura.
São fases.
E continuo a acreditar firmemente que o FC Porto, mesmo depois deste valente tropeção, continua a ser o mais forte dos candidatos ao título. No sábado teve mais um benfiquista a ajudá-lo embora de nada lhe valesse, por incompetência exclusivamente própria.
Por estes dias tem corrido grande debate entre benfiquistas. Trata-se da questão do momento a que ninguém fica indiferente:
- Proença ou Capela, quem é o maior benfiquista?
As opiniões dividem-se, esgrimem-se argumentos de um lado e do outro.
A meu ver, uma perda de tempo.
Mas alguém consegue ser prior nesta freguesia?

O FC Porto esteve, de facto, em maré de falhar penaltis no fim-de-semana passado. Até no jogo da sua equipa B, precisamente contra o Benfica B, com 0-0 à meia hora, o juiz da partida descortinou um castigo máximo contra os vermelhos que os azuis se encarregaram de desperdiçar.
O clássico dos B’s terminou com uma robusta vitória do Benfica (3-1 é robusto, não é?) e, na minha opinião, com três factos dignos de relevo:
1 – Tratou-se de um Benfica-FC Porto que não foi dirigido por Pedro Proença, coisa raríssima de se ver.
2 – Hélder Costa, um jovem benfiquista, marcou um golo sensacional, o terceiro, ultrapassando em corrida Reyes, uma das contratações milionárias do último defeso portista. Parecia um foguete o Hélder Costa que tanto joga a extremo como a lateral, sempre do lado esquerdo.
3 – O melhor momento do jogo, filosoficamente falando, aconteceu com o resultado já feito e quando o guarda-redes do FC Porto acudiu em auxílio de um jogador do Benfica que se estatelou na área portista e não ficou em bom estado. O jogo prosseguiu mas as câmaras da Benfica TV por mais de uma vez mostraram o atleta do FC Porto a fornecer os primeiros socorros ao adversário e colega de profissão.
Só sevandijas é que não gostam deste género de coisas.

ANTEONTEM, A Bola noticiava na sua primeira página que o portista Danilo «custou mais do que todo a equipa do Sporting». Que péssima semana para se fazer este tipo de comparações com o infeliz Danilo."

Leonor Pinhão, in A Bola

PS: Não questiono o Benfiquismo da Leonor, nem depois de saber que não se importava com o empate dos Corruptos em Coimbra no penalty inventado pelo Capela, muito menos por achar que a discussão sobre quem está actualmente em 1.º lugar, é absurda (aliás concordo)... Agora, já é mais grave ter confundido o Jimmy Hagan com o John Mortimore !!! São ambos Ingleses, e ambos deixaram boas memórias aos Benfiquistas... sendo assim, só temos que perdoar o deslize... O treinador do Benfica durante os 56 jogos invictos do Benfica foi John Mortimore: entre a 6.ª jornada de 76/77 e 1.ª jornada de 78/79 !!!