terça-feira, 5 de novembro de 2013

Festival do desperdício

Olympiakos 1 - 0 Benfica

Já tivemos jogos parecidos na nossa história, mas na Europa, especialmente fora de casa, não me recordo... Aquele jogo com o Boavista na Luz, no tempo do Fernando Santos, ou a recepção ao Espanhol de Barcelona para a UEFA, nas últimas épocas, talvez sejam os mais parecidos... Costuma-se dizer que no Futebol não há justiça, o que interessa são as bolas que entram, mas se existe cumulo da injustiça no Futebol, este jogo pode ser um bom exemplo disso... Os falhanços foram muitos, mas o Markovic teve em evidência, e nestes momentos ainda a quente, até o primeiro nome do jovem Sérvio serve de bode expiatório: Lazar !!!
Concordo com aquilo que o Jesus disse no final do jogo: '... sair daqui com um empate já seria uma derrota'!!!
Eu sempre fui daqueles - muito poucos - que defendi o Roberto, enquanto jogador do Benfica, portanto não fiquei nada surpreendido com a exibição do Espanhol... ainda por cima, depois da canalhice que os jornaleiros lhe fizeram, duas semanas atrás, no jogo da Luz...!!! No Benfica fez um má pré-época, esteve mal num jogo em Guimarães, mas depois de regressar naquele jogo com o Setúbal, em que o Júlio César foi expulso, fez uma excelente época, que ninguém reconheceu... só em Março, na Xistralhada de Braga, voltou a falhar. O Benfica ficou fora da corrida do título, e o futuro do Roberto traçado... 

Hoje, a estratégia do Jesus foi a adequada, só fiquei surpreendido com o Sílvio, mas acabou por não comprometer e ofensivamente até esteve activo... Só tenho pena, que o nosso treinador não opte mais vezes, pelos três médios, nos jogos de grau de dificuldade mais elevado.
O que falhou?! Os golos... Se na Sexta em Coimbra fomos eficazes, hoje, podíamos estar lá a noite toda e a bola não entrava...
O único erro defensivo que cometemos nesta partida, acabou por ser fatal. E é um erro já velho!!! Já perdi a conta as golos sofridos em pontapés de canto, com a bola a cair na mesma zona... com os jogadores, que devem fazer marcação individual a ficarem a olhar... Todos os nossos adversários sabem como defendemos estas situações, não podemos continuar a cair no mesmo erro..

Estava à espera de uma arbitragem muito pior, admito. Mesmo assim esta não ficou isenta de erros, bem pelo contrário. Começou a perdoar amarelos aos jogadores da casa, e depois foram 3 de seguida para o Benfica, sendo o do Maxi um absurdo. Depois também foi evidente, que a menos de 15 metros da área Grega não havia faltas, principalmente na zona central... E agora mesmo a terminar, depois de toda aquela fita do Dominguez, ameaçou que ia compensar tempo, e não o fez...

A apontar o dedo, temos que apontar à forma como entrámos no jogo da Luz, foi em Lisboa que colocámos a qualificação em risco... e se não fosse a chuva, se calhar nem sequer tínhamos empatado. Estamos novamente próximos de ir parar à Liga Europa - a Champions, matematicamente ainda é possível, mas não acredito... -, algo que nos tem prejudicado financeiramente, e desportivamente com a sobrecarga do calendário em Fevereiro e Março...
Mas mesmo assim, talvez por já estar com pouca fé antes deste jogo - apesar da enorme frustração, que agora sinto, devido à maneira como o jogo decorreu -, o maior temor que tenho neste momento, é a condição física do Cardozo. Porque neste momento, o Cardozo não se pode lesionar!!!

Sabendo do que a casa gasta, não é difícil de adivinhar que tanto internamente como exteriormente, a pressão que vai ser colocada em cima do Benfica, principalmente o seu treinador, nos próximos dias, nas vésperas do jogo da Taça com os Lagartos, vai ser gigantesca. Os Benfiquistas deveriam saber como reagir, mas duvido que isso aconteça...

Em redor de um velho retrato de família

"A propósito de um livro sobre Acácio de Paiva, reencontrei Félix Bermudes. Uma figura grada do Benfica mas também das Letras e da Cultura portuguesa.

O meu bisavô materno era uma figura interessantíssima. Nascido em 1863, foi poeta, prosador, jornalista, autor de peças de teatro e letras de canções e fados, grande boémio de Lisboa no início do século passado, Acácio de Paiva trabalhou nas Alfândegas ao mesmo tempo que foi redactor de jornais como «O Século», o «Diário de Notícias» ou «O Mundo». Foi director do «Suplemento Ilustrado» de »O Século», colaborou intensamente noutros jornais, revistas e publicações, destacando-se entre elas e «Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro», a revista «Ilustração Portuguesa» e o «Suplemento Humorístico» de «O Século» e ainda o jornal portuense «Actualidades» e «O Mensageiro», de Leiria, terra de onde era natural.
Escrito por António Almeida Santos Nunes, o livro «Falando de Acácio de Paiva», recentemente publicado pela comemoração dos 150 anos do seu nascimento, define bem a imagem de alguém que escreveu milhares de versos, fundos, pagelas, folhetins, artigos, ecos, crónicas, revistas e peças de teatro.
Cabe aqui dizer, que com base em tudo o que sei sobre o meu ilustra e encantador bisavô, nunca me constou que se tenha interessado minimamente por Futebol, actividade que, aliás, tinha sido recentemente implantada em Portugal e começava aos poucos a conquistar o gosto popular. Mas isso não evita que o tenha trazido a estas suas páginas e por um motivo bem claro que já vai perceber qual é.
O livro de António Almeida Santos Nunes é profusamente ilustrado com recortes de peças literárias e jornalísticas desse meu antepassado, bem como por fotografias baças que o tempo foi comendo mas que as tornam ainda mais interessantes.
Na página 116, uma delas chamou-me particular atenção. Um grupo de rapazes bem vestidos, de bigodes recurvados para cima, estão em pose imponente. Há quatro que se distinguem: Acácio de Paiva, João Bastos, Ernesto Rodrigues e... Félix Bermudes.

Profundidade de Félix Bermudes
NÃO há que estranhar. A legenda fala de um distinto grupo de autores teatrais. E bem. João Bastos, Ernesto Rodrigues e Félix Bermudes formavam um trio que ficou para a história com o nome de «A Parceria», de um óbvio pendor republicano, com deslumbrantes e alegóricas produções revisteiras. A esta «Parceria» dedicaria Acácio de Paiva um soneto aludindo às ligações gastronómicas do grupo, e que começava assim: «Apanham amanhã um bom almoço
E eu não somente aprovo a bela ideia
Mas se alguém propuser jantar a ceia
O alvitre aceitarei com alvoroço».
Ora, ao contrário do meu bisavô, seu amigo, Félix Bermudes era um desportista emérito. Praticou Futebol Atletismo, Ténis, Ciclismo, Natação, Esgrima e o mais que se está para saber. Esteve presente nos Jogos Olímpicos de Antuérpia (1920) e de Paris (1924), disputando medalhas em tiro à pistola. Ah! E, claro está!, foi presidente do Benfica por três vezes: 1916/17, 1930/31 e 1945.
Mas, na vertigem do Futebol e do Desporto, muitas vezes cai no esquecimento a grandeza de Félix Bermudes no campo da Cultura em Portugal. Dramaturgo de excelência, foi autor de grande número de peças teatrais, de comédias e de revistas e de guiões de cinema, o mais famoso dos quais certamente «O Leão da Estrela», realizado por Arthur Duarte, que meteu Sporting e FC Porto mas não meteu Benfica. Tiveram igualmente a sua assinatura obras que os palcos tornaram sucessos: «O Conde Barão», «Sol e Sombra», «Capote e Lenço», «Novo Mundo», «Torre de Babel», «Lua Nova», «O Amigo de Peniche». bem como a obra de estofo «O Homem Condenado a Ser Deus», de uma profundidade filosófica impressionante. Foi autor do hino do Benfica, «Avante, Avante p'lo Benfica», que foi censurado ao tempo do Estado Novo, e da célebre opereta «O Timpanas», grande sucesso à época. Foi igualmente fundador da Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, que viria dar lugar à Sociedade Portuguesa de Escritores.
E assim, em redor de um velho retrato de família do tempo boémio de um bisavô estimado, reencontrei Félix Bermudes, um dos pais do Benfica, figura ímpar das Letras portuguesas. Para o qual o Futebol não resumia a vida. Longe disso...

Avante, Avante P'lo Benfica
'Todos por um' eis a divisa
Do velho Clube Campeão,
Que um nobre esforço imortaliza
Em gloriosa tradição

Olhando altivo o seu passado
Pode ter fé no seu futuro.
Pois conservou imaculado
Um ideal sincero e puro.

(Refrão)
Avante, avante p'lo Benfica,
Que uma aura triunfante Glorifica!
E vós, ó rapazes, com fogo sagrado,
Honrai agora os ases
Que nos honraram o passado!

Olhemos fitos essa Águia altiva,
Essa Águia heráldica e suprema,
Padrão da raça ardente e vida,
Erguendo ao alto o nosso emblema!

Com sacrifício e devoção
Com decisão serena e calma,
Dêmo-lhe o nosso coração!
Dêmo-lhe a fé, a alma!"

Afonso de Melo, in O Benfica

Lixívia 9

Tabela Anti-Lixívia:
Benfica......20 (-5) = 25
Sporting.....20 (-1) = 21
Corruptos...23 (+5) = 18
Braga.........12 (+2) = 10

Esta semana vou-me concentrar em dois fenómenos Tugas:
1.º- As omissões da SportTV. Não é novidade, mas é sempre bom verificar que continuam a sonegar repetições, nos lances que não convém, esta jornada temos três situações:
- Em Belém, nos descontos, não mostraram repetições numa lance onde foi marcado fora-de-jogo inexistente a um avançado do Belenenses. E ainda foram a tempo, de 'apagar' da memória colectiva uma cotovelada no último minutos dos descontos do Alex Sandro a jogador do Belenenses.
- Em Alvalade, também no último minuto, não mostraram repetições de uma clara Mão (braço) na Bola do Cedric.
É engraçado, ver e ouvir sempre os mesmos, semanalmente, colocar em dúvida a isenção dos jogos transmitidos pela BenficaTV e depois, ver estes tristes espectáculos da SportTV de pura manipulação da opinião pública... Se os restantes jornaleiros fossem profissionais e isentos, as consequências destas jogadas, eram limitadas, mas como a grande parte é incompetente, preguiçosa e corrupta, quando as imagens não são mostradas nos directos, os 'casos' não existem!!!
2.ª - O segundo fenómeno, são os lances exactamente iguais, com conclusões opostas!!!
- Por exemplo, enquanto a cotovelada ao Capel foi uma agressão clara, ficando um Vermelho por mostrar, no lance do Alex Sandro, os poucos que ousaram discutir o lance, afirmam que não foi deliberada!!!
- Enquanto para alguns, o penalty sobre o Montero, é claro... o lance do Cavaleiro em Coimbra, onde o Djavan desequilibra o Ivan - ainda fora da área - agarrando-lhe os ombros, nem sequer merece uma discussão...!!!


Em Coimbra vencemos tranquilamente... não houve muita emoção, o jogo foi realmente calmo, portanto nem deveria falar da arbitragem... Errado. Este é um dos problemas das criticas às arbitragens, na maior parte das vezes, quando se vence, prefere-se não discutir, mesmo quando temos razões de queixa.
Disciplinarmente, foi uma vergonha. Os jogadores da Académica passaram o jogo todo a arrear porrada... com a permissividade constante do árbitro. E para quem foi o 1.º amarelo?! Para o Enzo já na parte final da partida!!!
O lance do Cavaleiro, para mim é penalty. Como já afirmei, o Djavan desequilibra com os braços, fora da área, o Ivan, que ainda consegue o passe, mas depois, o João Real, chega atrasado à bola, e comete grande penalidade.
Para mim, o 2.º golo do Benfica, deveria ter sido anulado, porque o Cardozo sofre falta, e como dentro da área não existe lei da vantagem, penalty!!! Tanto o Goiano, como o Capela, não têm qualquer intenção de jogar a bola de cabeça, a única intenção foi de empurrar o Óscar. Por acaso, num golpe de muita sorte, aconteceu o auto-golo... mas isso, não apaga a penalidade que ficou por marcar...

Em Belém, num relvado areado (vergonhoso, não interessa que neste caso o prejudicado tenha sido os Corruptos...), o Manuel Mota, condicionado com a fama que ganhou (parece impossível mas este é daqueles árbitros que os Corruptos, juram a pés juntos, beneficiar o Benfica!!! Principalmente após o Marítimo-Benfica da época passada!!! Onde por acaso fomos prejudicados!!!), não foi capaz de tomar nenhuma decisão 'contra' os Corruptos.
Pelos jogos que vi deste árbitro, é daqueles onde se nota uma intenção para deixar jogar, e não marcar faltas a todos os contactos, só por isso, deixo o benefício da dúvida ao árbitro no suposto penalty do Otamendi... existe contacto é verdade, mas... em Inglaterra nunca seria penalty, por exemplo!!1
Agora, no fora de jogo ao Sturgeon a culpa é toda do auxiliar, o jogador está atrás da linha de meio-campo... e logo a seguir, o Alex Sandro agride o adversário. Os movimentos do Brasileiro são ostensivos, são dois ou três movimentos bruscos com o braço, e no último acertou na cara do adversário... aqui tanto o árbitro, como o fiscal tinham que ver...

No Alvalixo, os Lagartos, mesmo com vários lances em seu beneficio saíram de lá a chorar baba e ranho por causa do árbitro.
Não vi o jogo, só vi os resumos, portanto não posso analisar a tendência geral do Bruno Esteves, mas nos lances capitais, os Lagartos só se podem queixar da não expulsão do Rúben Ferreira, porque de resto deviam estar caladinhos.
- Penalty do Marcelo, sobre o Sami. Bem marcado, não existe intenção do Marcelo em derrubar o adversário, mas a lei nestes casos não existe um acto deliberado.
- Expulsão perdoada, ao Rúben Ferreira. O Capel tem a mania de andar sempre com a cabeça em baixo, e muitas vezes põem-se a jeito, mas desta vez foi mesmo de propósito. Até porque os dois jogadores tinham-se desentendido segundos antes... e o Madeirense quis mandar um recado!!!
- Gegé fez penalty. O jogador vai ao lance com os braços atrás das costas, a rotação de corpo é normal, mas a bola bate-lhe no cotovelo, dando a ideia que o jogador do Marítimo aumentou a volumetria do seu corpo com o movimento... Existiram outros lances parecidos com este, durante a partida - para os dois lados -, o 1.º golo do Marítimo nasce de uma falta idêntica marcada, são todos lances discutíveis, mas mantendo o critério, o árbitro tinha que marcar este...
- Penalty sobre o Montero inexistente. Não existe empurrão, no máximo existe um agarrar do braço, mas não é suficiente para a marcação do penalty. Que só foi marcado devido à pressão vinda das bancadas, acumulada com as decisões anteriores...
- Cedric faz penalty. No início fiquei com dúvidas, só no Dia Seguinte, é que vi uma repetição por trás da baliza, onde é evidente o toque no braço, sendo evidente também, os olhos do Cedric na bola, durante toda a jogada. O Luso-germânico ficou mais preocupado em afastar o avançado do Marítimo da jogada, do que numa atitude preventiva afastar o braço... tinha todo o tempo do Mundo para tirar o braço. É uma jogada desnecessária?! Sim, mas não deixa de ser falta por isso.

Em Braga o Juju continua a lavar os dentes, com derrota atrás de derrota !!! Não vi o jogo, mas ninguém se queixou da arbitragem, nem os Vila-condenses, que em amarelos perderam por 7-0 !!! E todos na 2.ª parte...!!!


PS: Nos últimos dias tive uma discussão com um adepto Corrupto na caixa de comentários da anterior Lixívia (8). Quando defendi que a influência Corrupta das arbitragens chegava aos jogos da UEFA, foi-me dito que estava a sonhar. Nem de propósito, a UEFA do Platini, do Colina e do Angel Vilar, resolveu nomear para o jogo desta noite em Atenas, um dos maiores ladrões Europeus, de seu nome Skomina. Dos três jogos que apitou do Benfica, só o jogo da Luz com o Man United teve uma arbitragem menos má... os outros dois em Marselha e Stamford Bridge, foi dos serviçinhos mais descarados que alguma vez vi fazer... E tal como o amigo Coluna, também me recordo da defesa intransigente feita pelo Alguidar do Dia Seguinte, logo a seguir ao jogo do Chelsea, profetizando um grande futuro ao seu afilhado!!!

ADENDA: Esqueci-me de referir mais um episódio de agresões envolvendo jornalistas, Rui Cerqueira, e os Corruptos... como sabem não é a primeira vez, é a enésima, e como também é natural, passou praticamente despercebido da (des)comunicação social desportiva Lusa!!!

Anexos:
Benfica
1.ª-Marítimo(f), D(2-1), Jorge Sousa, Prejudicados, (2-2), (-1 ponto)
2.ª-Gil Vicente(c), V(2-1), Paulo Baptista, Prejudicados, Sem influência no resultado
3.ª-Sporting(f), E(1-1), Hugo Miguel, Prejudicados, (0-2), (-2 pontos)
4.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-1), Paixão, Nada a assinalar
5.ª-Guimarães(f), V(0-1), Bruno Esteves, Prejudicados, Sem influência no resultado
6.ª-Belenense(c), E(1-1), Jorge Tavares, Prejudicados, (2-0), (-2 pontos)
7.ª-Estoril(f), V(1-2), Manuel Mota, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8.ª-Nacional(c), V(2-0), Jorge Ferreira, Nada a assinalar
9.ª-Académica(f), V(0-3), Hugo Pacheco, Prejudicados, Sem influência no resultado

Sporting
1.ª-Arouca(c), V(4-1), Rui Costa, Nada a assinalar
2.ª-Académica(f), V(0-4), Soares Dias, Beneficiados, Sem influência no resultado
3.ª-Benfica(c), E(1-1), Hugo Miguel, Beneficiados, (0-2), (+1 pontos)
4.ª-Olhanense(f), V(0-2), Benquerença, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
5.ª-Rio Ave(c), E(1-1), Xistra, Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
6.ª-Braga(f), V(1-2), Paulo Baptista, Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(4-0), Duarte Gomes, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8.ª-Corruptos(f), D(3-1), Soares Dias, Nada a assinalar
9.ª-Marítimo(c), V(3-2), Bruno Esteves, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar

Corruptos
1.ª-Setúbal(f), V(1-3), João Capela, Beneficiados, Impossível contabilizar
2.ª-Marítimo(c), V(3-0), Jorge Ferreira, Beneficiados, Sem influência no resultado
3.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-1), Rui Costa, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
4.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Hugo Pacheco, Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
5.ª-Estoril(f), E(2-2), Rui Silva, Beneficiados, Prejudicados, Impossível contabilizar
6.ª-Guimarães(c), V(1-0), Proença, Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
7.ª-Arouca(f), V(1-3), Vasco Santos, Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Sporting(c), V(3-1), Soares Dias, Nada a assinalar
9.ª-Belenenses(f), E(1-1), Miguel Mota, Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)

Braga
1.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-2), Bruno Paixão, Nada a assinalar
2.ª-Belenenses(c), V(2-1), Xistra, Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Gil Vicente(f), D(1-0), Vasco Santos, Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Estoril(c), V(3-2), Capela, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Arouca(f), V(0-1), Marco Ferreira, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
6.ª-Sporting(c), D(1-2), Paulo Baptista, Nada a assinalar
7.ª-Nacional(f), D(3-0), Soares Dias, Nada a assinalar
8.ª-Académica(c), D(0-1), Benquerença, Beneficiados, Sem influência no resultado
9.ª-Rio Ave(c), D(0-1), Jorge Tavares, Nada a assinalar

Jornadas anteriores:

Épocas anteriores:

Ele estava lá

"Na noite da última quarta-feira europeia abateu-se sobre Lisboa um dilúvio: uma precipitação de 85 mm por metro quadrado fez com que na cidade chovesse mais, naquele dia e naquela hora, que em todo o mês de Outubro até aquele dia.
Na Luz, jogava-se uma partida dramática, com os visitantes gregos a vencerem, por 1-0, e a bola a deixar de correr no relvado depois do intervalo. Foi então que uma equipa despertou e se ergueu contra a adversidade do resultado, do temporal e de si própria. E, no momento certo, quando a bola sobrevoou e passou a muralha da baliza grega, lá estava o pé de Óscar Cardozo para meter o pé e fazer o golo.
Naquela noite, Óscar Cardozo, o Tacuara, confirmou-se não apenas como o goleador de excepção - apesar de toda a impaciência dos benfiquistas quando ele falha -, mas também como um atleta de superiores características de velocidade e resistência. Naquela noite de temporal sobre a Luz, Cardozo subiu ao quinto lugar dos futebolistas que mais quilómetros percorreram nos três jogos já disputados da Liga dos Campeões: 35,291 Km em três jogos, 11,7 Km por jogo. Esta marca é extraordinária para um jogador da sua idade (30 anos), peso (90 Kg), altura (1m 92cm) e posição atacante: todos os outros atletas dos 10 mais em Km percorridos na Champions jogam no meio-campo.
Quer isto dizer que o Tacuara acrescentou a mobilidade e a endurance às suas características físicas e técnicas de potência do remate, finalização, desmarcação e sentido da oportunidade que fazem dele o goleador que marca, arrasta os defesas, abre e procura os espaços e está nas oportunidades como só os excepcionais conseguem fazer.
Na noite do dilúvio, a verdade do Tacuara veio uma vez mais ao cimo da água. Ele estava lá.
Ainda bem que o temos no Benfica."

João Paulo Guerra, in O Benfica

A união Benfica-Sporting

"O voluntarismo programático do presidente da Liga de promover um levantamento contra o poder de Joaquim Oliveira e suas empresas conduz o futebol nacional para uma crise perigosa. Talvez a mais importante e profunda das últimas décadas, mas, seguramente, uma grande oportunidade para mudar toda a filosofia da organização. Ninguém pode dizer que este extremar de posições seja surpreendente, depois de tantos meses com Mário Figueiredo a provocar e a prevaricar em territórios tidos como sagrados.
Eleito, sufragado e escrutinado em sucessivas assembleias, o presidente da Liga foi conseguindo manter o seu rumo em busca de soluções meio utópicas, com realce para a centralização de direitos de televisão - ou seja, retirar os direitos à central de Oliveira. Ao longo de mais de dois anos, enquanto se afastava ideologicamente de uma maioria de clubes dependentes do dinheiro adiantado pelo empresário, o presidente da Liga não conseguiu finalizar os seus propósitos, mas nunca deixou de lutar. Neste momento, sabemos quem são os opositores declarados, sempre com o FC Porto à cabeça, numa assunção comovente da defesa dos interesses de Joaquim Oliveira, pois os amigos são para as ocasiões.
Sabemos de que lado está o FC Porto, mas ainda se aguarda que Benfica e Sporting saiam da sua posição envergonhada. Os grandes foram derrotados na eleição de Figueiredo, mas agora preferem ficar longe das polémicas e do desgaste que o tema sensível vai provocar nos próximos tempos. E os leões, depois de terem renegado uma coexistência pacífica de décadas com o FC Porto, também se colocaram numa posição incómoda, de equilíbrio impossível, dada a sua dependência económica de Oliveira. A união Benfica-Sporting, ainda virtual, mal assumida e mal percebida pelos adeptos respectivos, é toda uma nova perspectiva para os próximos tempos. Como no conceito proverbial de Voltaire, mais uma vez os bons espíritos encontram-se na esquina da vida e estão condenados a entenderem-se.
Involuntariamente, Mário Figueiredo contribui para separar águas entre os clubes de Lisboa e do Porto, os renovadores e os conservadores. Os interesses são antagónicos no negócio da televisão, mas têm o denominador comum da oposição directa ao FC Porto e ao seu sistema de controlo obsessivo da indústria nacional do futebol. Mais importante do que o futuro de Mário Figueiredo é saber se Benfica e Sporting conseguirão unir esforços em prol do objectivo comum de instalar uma nova ordem pelo primado da verdade desportiva."