sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sofrido, desnecessariamente...

Benfica 5 - 3 Vila Verde

O jogo menos conseguido desta época, valeu pela vitória, mas contra o último classificado esperava-se mais... é verdade que o Vila Verde fez provavelmente o seu melhor jogo, mas entrar a perder por 0-2, não é aceitável, denota desconcentração.
Além dos 3 pontos, a outra nota positiva da partida, foi o regresso do Gonçalo Alves. Fazia falta, ainda por cima agora, com a lesão do Ricardo Fernandes.

O descrédito

"O número de espectadores por jogo, nos jogos das competições futebolísticas nacionais, é escandalosamente baixo. Os espectadores estão a deixar de ir ao futebol e os motivos são vários: desde a crise profunda em que estamos mergulhados até ao descrédito completo em que caiu o futebol português. As pessoas que gostam de futebol recusam-se a pagar e a fazer sacrifícios para assistir a farsas. Sobram os que pagam o bilhete levados pela paixão clubística. Os erros de arbitragem grosseiros e sistemáticos já não se conseguem travestir de qualquer inocência. Assumiu-se, vencidos pelo cansaço e pela boçal impunidade, que a corrupção no futebol português é uma espécie de fenómeno atmosférico com o qual temos de conviver. Habituamo-nos, resignamo-nos, encolhemos os ombros e deixamos de acreditar que aquele jogo não está viciado. Logo, deixamos de ir ao estádio.
Que não se duvide de que esta é uma (talvez mesmo a maior) das causas para o número confrangedor de espectadores que temos nos estádios portugueses. Os dirigentes dos clubes sabem que assim é e os dirigentes dos órgãos de gestão do futebol português também o sabem. Lemos, ouvimos e vemos declarações de circunstância, outras de pompa, umas quantas de ocasião e uns recados disfarçados de ironia mais ou menos fina oriundos de vários dirigentes de clubes, mas nada, absolutamente nada que sirva realmente para alterar esta triste realidade. Por parte de quem dirige a Liga ouve-se o eco do silêncio. Por parte de quem dirige a Federação ouvem-se umas banalidades perfeitamente inconsequentes e, pontualmente, um desabafo sobre aquilo que realmente o preocupa nos dias que correm: o papel da Benfica TV como entrave à sua cruzada de centralizar (controlar) os direitos de transmissão televisiva.
Esvaziam-se os estádios, mas preenche-se o ego dos verbos de encher que dirigem os órgãos de gestão do futebol luso."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Engenho e laboratório

"O interregno da Liga não pode secundarizar o Benfica. A Comunicação Social vive de Benfica, vende Benfica. A bola não corre? Correm notícias, comentários, previsões, cenários. Corre sempre Benfica numa corrida desigual. Ganha o Benfica? Ganham, seguramente, os jornais, as rádios, as televisões.
Com o balneário reduzido à expressão mínima, tantos são os jogadores envolvidos nas respectivas selecções nacionais, importa acautelar assunto vermelho, que a família consumidora é numerosa e condiciona tiragens e audiências como nenhuma outra na nossa congregação desportiva. Que tema? Que temas? o convite é à inventiva, às vezes também à invenção.
Há dias, cinco jovens da equipa B faziam a manchete de uma prestigiada publicação. Falava-se de talento e de retoma. De rejuvenescimento e de renova. Aos futebolistas em causa eram atribuídos predicados susceptíveis de os conduzirem, a breve trecho, à equipa principal. A pesquisa encerrava alguma precipitação? Verdade. A pesquisa encerrava alguma motivação? Verdade também.
Sem embargo do objectivo do texto, avaliado em termos conjunturais, verdade ainda que permitiu, involuntariamente ou não, destacar o excelente trabalho que o Benfica tem desenvolvido no sector da Formação. Na actualidade, raro é o combinado nacional cujo contingente não tenha uma acentuada matriz benfiquista, por norma maioritária em relação aos emblemas rivais.
Conclusão? Há um Benfica-bebé, há um Benfica-adolescente, há mais Benficas, Benficas com muito engenho e distinto laboratório, que só podem carrear um Benfica de maior qualidade e com maiores soluções, técnicas e afectivas, no futuro imediato."

João Malheiro, in O Benfica

Encomendas

"1. Há as encomendas - de entrevistas, de faixas de Campeão, de árbitros amigalhaços para fazerem os fretes do costume, e há as comendas das ditas encomendas. O presidente da Major República de Gondomar aplicou ao presidente do Porto uma comenda de bem comer ou uma bebenda de bem beber, para o caso pouco importa. Foi bonito. Primeiro porque os personagens se merecem amplamente um ao outro; depois porque foi na comarca de Gondomar que o presidente do Porto se tornou no «Campeão Nacional dos arguidos do Futebol português». O único título, ao que sei, que recusa generosamente e pelo qual, também generosamente, resolveu chamar-me a tribunal.
2. E é através dos tribunais, geralmente situados a Oeste de Pecos, que me vou apercebendo da refinadíssima sensibilidade do presidente do Porto. Aborrecido, amachucado, angustiado (segundo testemunhas suas) por uma frase vaga de um artigo meu, que referia haver gente que continua a meter medo nas redacções dos jornais, seguro de que era o alvo único de tão arrasadora pilhéria, avançou de novo para o colo dos juízos à procura de conforto. Acho que ainda vou ter de afirmar na barra que, na verdade, ele não mete é medo a ninguém.
3. Fico a saber - sim, porque não faço tenções de lá pôr os pés - que o museu do Porto, que já foi inaugurado mas estranhamente ainda não abriu, tem um carro pendurado num dos tectos. A imagem trouxe-me à lembrança uma velha viagem de finalistas a Torremolinos. Havia uma discoteca, chamada Piper's, que tinha uma moto pendurada sobre a pista de dança. Para a canalha com pouco mais de 16 anos era um sucesso. Depois crescemos e a ideia que fica é que é simplesmente parolo. Muito parolo!"

Afonso de Melo, in O Benfica

Ganhar a Taça é obrigatório

"Para Eurípedes, poeta grego que tão bem descrevia o desassossego da alma humana, «a coragem era a prudência». Também para mim este deve ser o espírito da abordagem do Benfica de Jorge Jesus ao jogo da Taça de Portugal em Cinfães.
Ganhar a Taça de Portugal é um objectivo que deixou de ser prioritário e passou a obrigatório desde que saímos do Jamor no último ano. Ganhar no Jamor não acontece há 10 anos. Perdemos duas finais contra os Vitórias de Setúbal e de Guimarães de forma inacreditável e todos sabemos que se o FC Porto teve o seu Torriense e o seu Atlético nós conhecemos bem demais o Varzim e o Gondomar.
Não quero mais que haja Taça, quero é ganhar a Taça.
Quando o treinador do Cinfães diz que no subconsciente dos jogadores está o eliminar o Benfica, diz aquilo que todos sabem. Espero que no consciente dos jogadores do Benfica esteja o perigo de ser eliminado pelo Cinfães. Só haverá uma vitória fácil se o Benfica assumir o jogo como difícil. O jogo contra o Cinfães é mais importante do que o jogo contra o Olympiakos.
Se na Taça de Portugal apenas se aceita como positivo vencê-la, já na Liga dos Campeões a obrigação esgota-se numa prova europeia de prestígio. Assim descrito é fácil verque por mim haveria um 11, no sábado, de garantia total para a eliminatória.
Portugal, com a sua pior Selecção dos últimos 40 anos, não pode exigir a Paulo Bento que faça aquilo que outras bem melhores não fizeram, Cristiano Ronaldo, João Moutinho e pouco mais terão um nível internacional incontestado. O play-off é a nossa realidade e chegar ao Brasil seria um feito a agradecer ao navegador Paulo Bento. Não é fácil, nunca foi, o achamento do Brasil e mesmo há 500 anos foi conseguido com sorte, a fazer fé na história. Venha a Islândia se é possível escolher."

Sílvio Cervan, in A Bola

Formação

"1. A semana foi da Selecção Nacional e, embora haja quem se alegre com as suas falhas pois não goste do seleccionador (primeiro Scolari, agora Paulo Bento...), todos temos que fazer força para que ela consiga atingir a Fase Final do Mundial. Foi justamente festejada a estreia internacional de André Almeida, produto da nossa 'fábrica' do Seixal. É certo que têm sido raros os jogadores ali produzidos a chegar à nossa equipa principal e à Selecção. Mas há que recordar que aquele Centro tem apenas sete anos, que se começou do zero e que um jogador não se faz de um momento para o outro. Há mais jovens a dar nas vistas (fala-se agora muito bem em Ivan Cavaleiro), mas há que saber aguardar a melhor altura para o seu lançamento. Também gostaria de ver a primeira equipa com muitos portugueses (sou do tempo em que eram todos!...), mas a realidade obriga-me a não ter muitas ilusões e, neste aspecto, estou menos confiante que o nosso presidente: dificilmente os portugueses deixarão de ser uma minoria na equipa principal, embora seja desejável que neles se aposte cada vez mais.
2. Parece que foi um grande feito: o FC Porto apresentou lucro nas contas da sua SAD. Depois de um saldo negativo de quase 36 milhões de euros no ano anterior, teve agora 20 milhões de saldo positivo. Mas só em vendas de jogadores (Hulk, Álvaro Pereira, João Moutinho, James), receberam 76 milhões. A juntar a isso, o clube teve um ano positivo em termos de receitas da UEFA: mais de 20 milhões. Pois, mesmo assim, o passivo do clube apenas decresceu pouco mais de 3 milhões de euros. Mais: excluindo as receitas com a venda de jogadores, o FC Porto teve um saldo negativo de 18 milhões de euros de resultados operacionais, enquanto o Benfica teve no mesmo período (2012/13) um saldo positivo de 7 milhões. E as receitas de bilheteira do FC Porto caíram quase 40 por cento.
A situação financeira do Benfica não é brilhante mas a do FC Porto, que não teve de pagar centro de estágio e foi altamente ajudado (e de forma até pouco clara...) na construção do seu estádio, também não é brilhante. Apesar destes 'fogachos'...
3. Valentim Loureiro vai deixar a presidência da Câmara de Gondomar e homenageou... Pinto da Costa. Estava ali reunido, em pleno, o Apito Dourado."

Arons de Carvalho, in O Benfica   

Orgulho Benfiquista

"Um estudo da agência Euromericas Sport Mark coloca o Benfica como terceiro clube mundial com mais sócios (outras notícias davam o segundo lugar). No entanto, os números contabilizados pela agência - 198 mil sócios - pecam por defeito. O Benfica corrigiu de imediato, esclarecendo que tem actualmente um pouco mais que 232 mil sócios, o que lhe dá o primeiro lugar, à frente do Barcelona (223 mil sócios), Bayern (217 mil) e Manchester United (189 mil).

MODALIDADES
É certamente motivo de grande orgulho para todos os benfiquistas o prémio atribuído pela Associação dos Jornalistas de Desporto/CNID à equipa de Hóquei em Patins do Benfica como Equipa do Ano. O prémio consagra não só o Campeão Europeu de Hóquei em Patins - título conquistado numa final com outra equipa portuguesa, na casa do adversário, com árbitros internacionais - mas também presta homenagem a uma modalidade de pavilhão que assim disputa um título com o mediatismo todo-poderoso do Futebol. O capitão, Valter Neves, recebeu o troféu e tinha a Nação benfiquista consigo.

O REI
Uma essencial e abissal diferença entre Eusébio e Cristiano Ronaldo é que o Pantera Negra nunca viveu obcecado com a pretensão de ser o maior, o melhor, o Rei do Futebol. É também por essa humildade que Eusébio foi e continua a ser o Rei. Mas a principal razão reside no facto de Eusébio ter sido melhor e ter mais currículo que qualquer outro futebolista português, por muitos golos que tal futebolista tenha marcado ao Azerbeijão. Poderá argumentar-se que, no seu tempo, Eusébio não tinha um Messi a disputar-lhe  trono. Pois não, tinha um Pelé."

João Paulo Guerra, in O Benfica

Manifestamente pouco

"Também há benfiquistas desagradados com Paulo Bento. Por causa do Josué. Jogador que cospe num adversário numa semana não pode ser recompensado com a titularidade na Selecção

DEVE ser mesmo muito difícil. Que tarefa hercúlea para Paulo Bento. A tarefa de moralizar os jogadores da selecção para o duplo confronto que vem aí ainda não se sabe contra quem, sentindo-se ele próprio, impossível não se sentir, tão desmoralizado com o que tem ouvido dizer sobre si nos últimos tempos.
Por exemplo, mal Rui Patrício falhou aquele pontapé que deu origem ao golo do empate de Israel, à beira do fim do jogo em Alvalade, desatou logo o presidente do FC Porto que estava longe, em Toronto, a desancar no homem com quem está zangado desde que Paulo Bento veio à baila com a história das «postas de pescada».
Não foi assim há tanto tempo. Provavelmente, as relações entre os dois já não seriam as melhores, desconheço. Adiante.
A verdade é que o segundo de infelicidade de Rui Patrício fez a felicidade de alguma gente. Especialmente, atrevo-me a dizer sem generalizar, entre portistas, sempre solidários com o seu presidente como manda o protocolo, e entre sportinguistas para quem Paulo Bento é sinónimo de quatro segundos lugares consecutivos em quatro Ligas, o que foi considerado manifestamente pouco.
Paulo Bento tem dado argumentos aos seus anti. É o responsável por uma equipa nacional muito bem pontuada em todos os rankings da especialidade e que não conseguiu ganhar nenhum dos dois jogos que fez com Israel na caminhada para o Brasil. Perdeu um e empatou outro. Também é manifestamente pouco, convenhamos.
- Posso jurar que Paulo Bento nunca será treinador do FC Porto! – gritou lá de Toronto, aguçado pelo infortúnio da selecção, o presidente do, precisamente, FC Porto.
- Ah, valente! – respondeu o séquito.
Mas, atenção, também há entre os benfiquistas, mais uma vez sem generalizar, muita gente desagradada com o seleccionador nacional pelas opções que tomou nesta fase final de definição do nosso grupo de qualificação para o Mundial.
E porquê? Ora. por causa do Josué. Pois, para os puristas que estão a par de tudo através dos jornais e da televisão, um jogador que cospe num adversário numa semana não pode, jamais, ser recompensado na semana seguinte com a titularidade na selecção nacional.
- Isto numa Inglaterra nunca acontecia! – dizem em bom português.
E, por esta razão, acusam Paulo Bento de estar a lavar a imagem de um jogador de um clube rival.
É muito difícil contentar esta gente toda.
No que diz respeito à sopa, já lá vamos.

É verdade que a nossa selecção não está a jogar grande coisa. Mas também não está a jogar assim tão mal que leve a França, nossa possível adversária do play-off de acesso ao Mundial de 2014, a desejar calhar connosco no sorteio da próxima segunda-feira. São, portanto, infundados os patrióticos receios de Cristiano Ronaldo. No fim do jogo com Israel, o madeirense de ouro expressou em voz alta o que lhe ia na alma. Não quer jogar com a França porque «pode haver outros interesses». Poder, pode.
Embarcando alegremente na teoria da conspiração, também se pode concluir que aos franceses interessa muito mais jogar com a Islândia, ou mesmo com a Roménia, do que com os portugueses, seus tradicionais fregueses, é verdade, mas sempre capazes, por serem portugueses, de surpreenderem o mundo com uma qualquer originalidade.
Confiemos no sorteio e no Platini, esse grande malandro. A França não vai jogar com Portugal porque não quer. Podermos todos ficar descansados. Os «interesses» deles são iguais aos nossos.
Se, no entanto, sair um França-Portugal, ou vice-versa, lave-se imediatamente a honra do presidente francês da UEFA. Será a prova de que não houve bolas quentes nem bolas frias no sorteio dos play-offs. Ou isso ou a nossa cotação está mesmo muito por baixo.

A Bósnia qualificou-se directamente para o Mundial. Foi a nossa adversária por duas vezes, nos play-offs para o Mundial da África do Sul, em 2010, e para o Europeu da Polónia-Ucrânia, ou vice-versa, em 2012. O crescimento da Bósnia como selecção pertinente parece sustentado. Nos últimos três torneios de qualificação em que participou ficou por duas vezes em segundo lugar e por uma vez em primeiro lugar, esta, a mais recente.
Tal como a Bósnia exibe um padrão de crescimento, é de desejar que o padrão da selecção portuguesa não seja o diametralmente oposto. Depois de uma série de qualificações directas consecutivas, dois play´-offs e… e… e o que for soará.

OS sócios do Olhanense não aceitam ir ver os jogos da sua equipa em casa ao Estádio do Algarve, esse mono em terra de ninguém, uma das inutilidades saídas do erário público para alimentar o festim de construção do Euro 2004. Perdoem-me o moralismo.
Olhão é uma cidade especial, múltipla, orgulhosa, cheia de raça e de História. Olhão é tudo menos banal. Filhos de quem são, os sócios do Olhanense optaram por uma muito expressiva iniciativa de protesto contra a marcação do jogo com o Arouca, o próximo compromisso dos algarvios, no tal estádio que pouco serviu para o Euro’2004 e que, depois disso, para quase nada serviu ou serve.
Leio na edição de sábado deste jornal que, à hora do Olhanense-Arouca «duas mil pessoas ficarão no Estádio José Arcanjo a ouvir o relato do jogo que se disputa no Estádio do Algarve» à beira da A22, trata-se de uma autoestrada.
O Estádio José Arcanjo é a casa do Olhanense em Olhão, desde 1984, é o digno sucessor do mítico Estádio Padinha e é, naturalmente, o lugar onde os olhanenses se sentem bem e em casa. Alguém de bom senso lhes poderá levar a mal recusarem-se a uma deslocação forçada com o mesquinho intuito de pintalgar de seres vivos as quase virgens bancadas, em plástico japonês, do mono?
Claro que não. Desejo o maior sucesso ao protesto dos olhanenses.

DEPREENDE-SE de uma notícia da edição de A BOLA de segunda-feira que o Gaitán está amuado porque ambicionava a camisola 10 de Aimar. Para desconsolo seu, a dita camisola foi parar ao cacifo do sérvio Djuricic. É este o teor da notícia, resumidamente, como se exige a todos os teores.
Nico Gaitán é, porventura, um dos jogadores mais talentosos actualmente ao serviço do Benfica. Mas, sinceramente, não vejo diferença alguma, no capítulo da qualidade e da entrega ao jogo, entre o Gaitán pré-camisola-10-para-Djuricic e o Gaitán pós-camisola-10-para-Djuricic. Diria até que é exactamente a mesma coisa.
É uma pena, um pecado, que um jogador como Gaitán, jogando ou não na posição que prefere, nos tenha habituado a olhá-lo com a complacência com que se olha para um jogador sazonal. Ou seja, para aquele tipo de jogador que em cada estação do ano assina uma maravilhosa exibição. É pouco. É pena.

NÃO me importa se a sopa estava a ferver, ou morna, ou fria. Não me importa se o basquetebolista Marçal do Maia Basket é o mesmo basquetebolista Marçal do FC Porto que tanto se enervou quando o Benfica foi ganhar o campeonato da modalidade na casa do Dragão. Já passou, já lá vai.
O que se passou no restaurante Terceiro Anel, para além do pecado do desperdício, foi mau. Mau para o Benfica que, alheio ao incidente como ninguém duvida, vê o seu bom nome envolvido numa cena a todos os títulos lamentável.
Pela parte que me toca, e eu não estava lá, peço desculpa ao basquetebolista Marçal. Faço-o com toda a franqueza. Não sou nem mais nem menos benfiquista do que os discóbolos da sopa. Sou apenas pelo Benfica e pela civilização. As duas coisas ao mesmo tempo, de preferência."

Leonor Pinhão, in A Bola