quinta-feira, 30 de maio de 2013

Calma, precisa-se

"1. Como se não fossem suficientes as desilusões deste final de época, junte-se-lhe, domingo passado, nova derrota na Final da Taça de Portugal. Não era jogo que salvasse a época, mas seria um triunfo saboroso, capaz de amenizar desgostos anteriores. A época estava a ser óptima, a exibição em Amesterdão foi excelente, a sorte não esteve (nada mas mesma nada) connosco e acabámos por não ganhar nada.
Nesta hora, há que manter a calma e confiar em quem dirige o Clube. Só quem está lá dentro, perto da equipa, tem os dados todos para analisar o que falhou e tomar as decisões adequadas. Eu só tenho uma certeza: o Benfica não inferior ao FC Porto esta época e, mantendo esta linha de rumo, haveremos de ganhar muito.

2. Nem tudo têm sido tristezas, felizmente. A seguir ao Voleibol, já somos Campeões de Basquetebol. No Andebol e no Hóquei em Patins fomos segundos, bem perto dos títulos. E a nossa equipa de Atletismo foi 4.ª na Taça dos Clubes Campeões Europeus, repetindo o feito de 1983... há 30 anos!

3. O Benfica seria Campeão sem os erros graves de arbitragem. Quem o escreve é o Record, através da sua Liga da Verdade. No último jogo, em Paços de Ferreira, o FC Porto foi beneficiado numa grande penalidade e não lhe viria a ser assinalada uma outro na sua área. E, assim, chegou ao fim do Campeonato com saldo nulo, entre benefícios e prejuízos. Ao invés, o Benfica, segundo o Record, foi prejudicado nos jogos com Académica e Nacional e beneficiado frente ao Sporting, tendo um saldo final de dois pontos de prejuízo, que lhe teriam dado o título nacional. Uma curiosidade: o Sporting foi a equipa mais beneficiada ao longo do Campeonato (seis pontos!) e seria 9-º e não 7.º sem essas falhas de arbitragem. Mas quem os ouve...

4. Pinto da Costa foi reeleito presidente do FC Porto por (apenas) 1258 sócios (pelo menos, desta vez, divulgaram quantos votaram, o que nem sequer aconteceu na anterior eleição...), os quais lhe deram 99,13 por cento dos votos. Uma votação ao nível daquelas que se verificam em algumas 'democracias' tipo Coreia do Norte...

5. O Sporting foi mais uma vez enganado pelo FC Porto, que vendeu James e Moutinho por 70 milhões de euros. Os responsáveis do Sporting protestam mas depois esquecem, até serem novamente enganados. Tem sido sempre assim..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Foi apenas isso que mudou, a disposição

"Se a hesitação de Vieira é temer que Jesus vá para o Porto, então deixá-lo ir. A base de sustenção do próximo contracto tornar-se-ia fraquíssima e quase infame

TODA a arte nasce do sofrimento, ensinaram-me os melhores professores. O Benfica é uma obra de arte. E como acontece a qualquer obra de arte, também no Benfica há uma injustiça que o percorre.
Foi isso o melhor que consegui, confesso, e só 25 horas passadas sobre o desfecho da final da Taça de Portugal. Não deu para mais.
Ainda tentei de outro modo, enfim, mais genérico:
O Benfica é como a vida. A vida, por vezes...
Mas logo desisti. Sò ia piorar enveredando por um caminho retórico minado de alçapões.

MUITO sozinho se deve ter sentido Luís Filipe Vieira na tribuna do Jamor quando tudo acabou. Gabo-lhe, no entanto, o fair-play. Deve ter sido o único elemento da comitiva oficial benfiquista que não debandou antes do adversário erguer a taça.
A solidão de um presidente no momento da desgraça nem sequer é uma originalidade. Mas esta não-originalidade era perfeitamente escusada. Vieira tinha 6 milhões de almas com quem desabafar. E que o queriam ouvir. Precisavam de o ouvir, na verdade.

QUARTA-FEIRA, 16h27. À hora em que escrevo, a decisão sobre a continuidade de Jorge Jesus no Benfica prossegue por todo o país e em todas as cátedras. Já lá vão três dias depois da final da Taça. Diz-nos a imprensa que Jesus quer ficar e que Vieira hesita.
Se a hesitação de Vieira é temer que Jesus vá para o Porto se não ficar no Benfica, então deixá-lo ir. Porquê? Porque, assim sendo, terna-se fraquíssima e quase infame a base de sustentação do próximo contracto. E nem Jesus nem Vieira merecem uma anormalidade destas. Nem nós.

A temporada do Benfica acabou como começou, mal.
Começou mal em Dusseldorf com Luisão à peitada num árbitro perante a boa disposição geral da comitiva e acabou no Jamor, com Cardozo a crescer de dedo apontado para Jorge Jesus perante a má disposição geral. No fundo, foi apenas isso que mudou, a disposição.
Porque de resto, quer no principio quer no fim da época, o mesmo básico esteve sempre lá. Ou, provavelmente, nunca lá esteve.
Porque o básico, sendo o patamar mais fácil de atingir por qualquer organização, não existiu em Dusseldorf por cobro à galhofa nem existiu no Jamor, por exemplo, conduzir a equipa ao comportamento devido no momento da sagração dos adversários vencedores.
Os mais piegas dizem-me que enfermo de masoquismo. E que a equipa, pelo que jogou o ano todo, não merecia ser sujeita a uma derradeira provação. Não concordo. Na minha opinião, é preciso acabar com a pieguice no Benfica.

MUITOS parabéns ao bravo Vitória Sport Clube, digníssimo vencedor da Taça de Portugal.

DEPREENDE-SE que a origem do confronto final Cardozo-Jesus foi Melgarejo. Cardozo não terá gostado de ver o seu companheiro de fora do onze titular no Jamor e, no fim do jogo, acusou o treinador de ser o culpado pela derrota.
Mais uma vez, o problema do defesa-esquerdo a assombrar uma temporada na Luz. Entre o defesa-esquerdo adaptado André Almeida e o defesa-esquerdo-igualmente-adaptado Melgarejo, o treinador do Benfica optou pelo português que, em abono da verdade, não esteve particularmente feliz. Se acontece aos de raiz quanto mais não haveria de acontecer aos adaptados...

COM a legítima euforia de um ressuscitado, o presidente do FC Porto foi à RTP meter nojo assim que se apanhou campeão. Nada de espantar, maio foi-lhe milagroso até ao tutano. No espaço de vinte dias, entre 6 e 26, o Benfica perdeu o campeonato, a Liga Europa e, finalmente, a Taça de Portugal.
E, note-se bem, quando Pinto da Costa foi à RTP, ainda o Benfica não tinha conseguido perder a final do Jamor para o Vitória de Guimarães, no dia 26 deste mês do cargo. Faltava esse berloque final.
Mas, afinal, ressuscitado, porquê? O termo, ainda que em sentido figurado, poderá parecer excessivo mas, em boa verdade, o presidente do FC Porto estava morto para o objecto principal da sua actividade - o campeonato - até Paulo Baptista ter apitado para o fim do Benfica-Estoril, no dia 6 do mês que amanhã termina. O presidente do FC Porto entrou em processo de reanimação nesse preciso momento.
No dia 11 à noite no Dragão sofreu pioras profundas, quase letais, à vista de toda a gente. Foi salvo por uma questão de segundos. Um comentador da estação colombiana de televisão que transmitiu o Porto-Benfica da penúltima jornada da Liga portuguesa descreveria o ambiente no estádio nos minutos finais do jogo como o de «um cemitério». Era, de facto, a ideia que dava e muito compreensivelmente. Até Kelvin entrar em acção.
O presidente do FC Porto esteve, portanto, por duas vezes KO, das duas vezes ressuscitou e, agora, exprime-se com alegria de um ressuscitado. Não é legítimo que se sinta extraordinariamente feliz?

TUDO indica que a próxima temporada internacional arranca com menu de luxo, um frente-a-frente José Mourinho-Pep Guardiola. Em Agosto, a final da Supertaça europeia vai convocar para uma grande jogatana no Mónaco os dois treinadores mais mediáticos do mundo e que, ainda há pouco tempo, eram rivais em Espanha ao serviço, respectivamente, do Real Madrid e do Barcelona.
E se Mourinho regressar mesmo a Londres, como garante a imprensa, são mais do que muitas as emoções já antecipáveis para o Chelsea-Bayern de Munique deste verão. Guardiola tem por missão quase impossível não estragar o Bayern que lhe foi deixado, em estado impecável, por Jupp Heynckes. Mourinho não tem uma missão substancialmente menor. É a de não estragar a reputação que soube conquistar na sua primeira e inesquecível passagem por Stamford Bridge.
A principesca discussão entre os dois treinadores de que o mundo fala começa em agosto no Mónaco. Depois, espera-se que a discussão, mais ou menos principesca, continue pelo ano fora tendo por objecto a Liga dos Campeões, o santo graal do futebol europeu. O que se pode querer mais do futebol show business?

A propósito das contas da venda de João Moutinho ao Mónaco, o mais recente dos emblemas obscenamente novos-ricos e ao serviço de quem o melhor médio português da sua geração vai agora, teme-se, desperdiçar o seu talento, registou-se um ligeiro desentendido público entre o FC Porto, clube vendedor, e o Sporting, clube directamente interessado no bom sucesso da transacção.
São negócios entre os dois rivais do Benfica e não cabe à nossa gente pôr-se com opiniões sobre isto ou sobre aquilo, valores, percentagens ou seja lá o que for.
Mas, pensando melhor, o desentendido não foi assim tão ligeiro. Não deixa de ser assinalável a resposta com que Bruno Carvalho, o jovem presidente do Sporting, calou a prosápia do ressuscitado presidente do FC Porto depois deste se ter vangloriado em público dos altos valores por que vendera uma «maça podre».
«Fruta não é connosco, mas não somos bananas», disse Bruno de Carvalho olimpicamente.
E nunca mais se falou no assunto. Julgo ser a primeira vez que um presidente do Sporting dispara com a «fruta« na direcção do suposto rival nortenho. E já passou quase uma década sobre o Apito Dourado e sobre a divulgação das escutas que desnudaram o fulgor de todo um sistema operativo.
Por questões políticas, presume-se, o Sporting colocou-se sempre deliberada e institucionalmente à margem do dito Apito Dourado, dando a ideia de que olhava para a coisa - e que coisa! - como uma ignóbil disputa a dois, Benfica e Porto, abdicando até de tecer juízos morais o imenso folclore inerente ao processo.
Não será a mais infame das especulações daqui concluir que a questão política que afastou o Sporting do desprezível Benfica-Porto do Apito Dourado dos tribuais acabou por ter o seu peso nas questões mais práticas e palpáveis. Como, por exemplo, na questão desportiva. Nos últimos anos passados sobre o último conquistado, tem-se visto o Sporting a olhar para a discussão do campeonato da mesma forma que olhou para a discussão do Apito Dourado. Ou seja, de longe. De muito longe.
E por esta razão causaram espanto as declarações de Bruno Carvalho quando, pela primeira vez no seu ainda curto mandato se viu obrigado a responder a uma ironia do presidente do FC Porto. É que um presidente do Sporting a falar de «fruta» como remoque ao destinatário é coisa que nunca se tinha ouvido na última década do futebol português."

Leonor Pinhão, in A Bola

«...O Benfica de hoje decide em função do interesse do Clube..»

"Em primeiro lugar queria agradecer a vossa presença aqui hoje, porque ela representa um sinal de amizade, de reconhecimento, mas também um estímulo para o futuro.
Mas o estarem aqui - e não na Assembleia da República - significa que sabem exactamente para que serve e para o que não deve servir a Assembleia da República, e isso é algo que deve ser destacado para memória futura.
Estarem aqui significa que o futebol é transversal a toda a sociedade, mas que há fronteiras que devem ser respeitadas, e que quem não percebe isso faz mal à democracia portuguesa.
Esta não foi uma época de sonho, mas foi uma época que nos fez sonhar como há mais de 20 anos não o fazíamos.
É verdade que a tristeza destas últimas semanas é tanto maior quanto o caminho percorrido e as expectativas criadas durante os últimos meses, fruto do trabalho, da dedicação, do esforço dos profissionais desta casa.
Este Clube está habituado a viver na pressão, fruto da sua grandeza, da sua história, daquilo que representa para os portugueses. E o nosso estado de tristeza tem precisamente a ver com o facto de termos estado muito perto de concretizar uma época fantástica.
O que vos digo é que só a morte não se consegue ultrapassar, o resto podemos superar tudo.
Para o ano temos de repetir o que fizemos este ano e escrever, apenas, um final diferente. Temos condições para isso!
Tenho a serenidade de ter dado o melhor de mim a este Clube, a amargura de ainda não ter chegado onde quero chegar, mas a certeza que aquilo que falta para lá chegar é muito pouco.
Somos hoje, no ranking da UEFA, a sexta melhor equipa europeia. Demos nos últimos anos um enorme salto qualitativo e competitivo. Mas é evidente que quando não se ganha temos a tendência suicida de colocar tudo em causa.
A verdade é que se tivéssemos ganho haveria coisas que teríamos de corrigir, mas também é verdade que o facto de não termos ganho não significa que tudo está mal.
Vamos mudar aquilo que tivermos de mudar mas com ponderação, para não estragar tudo o que de bom conseguimos nos últimos anos. Não devemos ter medo das nossas convicções.
O Benfica é vivido, dentro e fora do Clube, durante 24 horas, 7 dias por semana. Os jornais escrevem uma coisa hoje, outra coisa totalmente diferente amanhã.
Escrevem o que julgam saber, o que não sabem e muitas vezes aquilo que gostariam de ver acontecer.
Mas o Benfica de hoje não é um Benfica que se deixe condicionar pela imprensa.
O Benfica de hoje decide em função do interesse do Clube, e em função daquilo que a sua Direcção e o seu Conselho de Administração entendem ser o melhor para o Benfica.
A única garantia que vos posso aqui deixar é que vamos manter o rumo e continuar a trabalhar com a mesma seriedade, o mesmo rigor e a mesma paixão que nos trouxe até aqui.
E para aqueles que só aparecem nas horas más a criticar sem nunca ajudar a construir, os benfiquistas sabem o carácter e as razões que os movem."

O luto

"Vencedores hoje, derrotados amanhã; um dia, muito convencidos de nós mesmos, no dia seguinte: o luto é um sentimento que, tarde ou cedo, todos temos de saber carregar um dia. (Contando que, pelo menos, seja com a mesma dignidade com que celebramos a alegria.)
Recomenda a prudência que, sobretudo nos momentos mais felizes, nos quais a sobranceria quanto a capacidades próprias nos chega a transportar até à dimensão da divina omnipotência, bom seria que nunca deixássemos de manter devidamente arrumado numa das gavetas do cérebro, algum capital de sensatez - essa medida imensurável, embora precisa e determinante - que afinal, nos torna mais seguros, ante as imprevisibilidades do destino.
Dizem os cépticos que, mesmo na aparente circunstância de uma 'felicidade plena', a mera alegria das curtas vitórias - tantas vezes confundida pelos palermas, com a arrogância, a soberba vaidade, ou um falso sentido da sua própria proporção - é, certamente, um bem precário que não augura nada de bom...
Quando menos se espera, saem-nos pela frente outros difíceis e decisivos desafios.
Desses, em que todas as nossas verdadeiras capacidades e todos os nossos autênticos limites, têm então, de ser postos à prova. Para os ganharmos. E não para nos defendermos apenas a nós próprios.
Em todo o caso, um qualquer, pode optar por viver sem a consciência presente do que, um dia, o luto lhe possa inesperadamente bater à porta.
Num ambiente de competição, podemos até imaginar-nos mais fortes ou mesmo imunes, superiores a todo o sentimento de perda, de vergonha ou dor. Mas um dia, na enganadora arrogância de meras convicções não suficientemente sustentadas, sem que o esperemos, o luto abate-se sobre nós. Implacavelmente.
Hoje incrédulos, chorosos. Até de joelhos no chão e sem pudor. No dia seguinte, porventura ganhadores e campeões. Mas para isso é muito importante que se saiba curtir o luto. O nojo. A tristeza sincera. O que não são sentimentos vãos, apenas mais ou menos vivenciados.
É que o verdadeiro luto cavado é muito útil.
Mas só servirá alguma coisa, se resultar numa sincera reflexão interior sobre o que passámos, sobre o que vivemos. Como vivemos o tempo que passou, ou de que modo passámos o tempo. Umas vezes sozinhos e muitas vezes com os outros.
E nós nunca estamos sós nesta labuta. Quantas vezes não dependemos dos outros que nos cercam, dos outros que dependem de nós, dos outros que correm por nós, dos outros que nos garantem o pão (e as extravagâncias) do dia a dia?
Desse luto obrigatório que nos chama à humilde reflexão interior, até à glória desejada, só vai um passo. Mas que ninguém tenha ilusões: trata-se de um pequeno passo de gigante que só homens grandes, um dia, podem dar."

José Nuno Martins, in O Benfica

A frio

"Na ressaca de três semanas terríveis para o Futebol Benfiquista, confesso que me é difícil expressar uma opinião que fuja à ligeireza para a qual a emoção nos remete. É assim o Futebol, com a sua magia. E são assim os adeptos que, como eu, sofrem apaixonadamente pelo seu Clube.
Importa, neste caso, tentar estabelecer uma barreira clara entre a tristeza - comum a todos os benfiquistas, e perfeitamente natural face aos frustrantes resultados alcançados neste mês de Maio -, e o realismo com que devo ser analisado trabalho desenvolvido ao longo de toda a época.
O Benfica 2012/13 fez-nos sonhar. Fez-nos sonhar muito alto. Porém, devido a uma impressionante série de infelicidades, e devido, também, a alguns erros próprios e alheios, acabou sem os troféus que a qualidade do seu jogo justificava.
Se, na partida do Dragão, o pontapé de um tal Kelvin tem batido no poste, mais taça menos taça estaríamos agora em festa, e ninguém ousaria contestar os méritos daqueles que tudo fizeram para vencer. É preciso não esquecer, também, que não chegávamos a uma Final europeia havia 23 anos, e não íamos ao Jamor havia oito.
Somos cabeças-de-série na próxima Liga dos Campeões, e praticámos, amiúde, um futebol de altíssima qualidade, elogiado por todos, dentro e fora de fronteiras.
É muito ténue, pois, a fronteira que separa os vencedores dos vencidos. É essa fronteira que atribuiu a glória a uns, deixando outros mergulhados no desalento. Não pode, todavia, ser esse exíguo fio a definir méritos e capacidades daqueles que trabalham para o sucesso, naquilo que, sendo um espectáculo, sendo um Desporto, é também - e muitas vezes, principalmente - um simples jogo.
A crise que afecta muitos portugueses, e por consequência, muitos benfiquistas, deixa os ânimos mais quentes, e leva a atitudes nem sempre ponderadas. Infelizmente, também é normal que assim seja. Cabe a quem decide triar todas essas pressões, separar o trigo do joio, e pensar friamente no futuro, e em qual a melhor forma de o preparar."

Luís Fialho, in O Benfica

Circo das facas longas !!!

O Circo não pára... E enquanto a decisão sobre a continuidade do Jorge Jesus não seja anunciada, não vai parar.
O caso Cardozo é um dos melhores exemplos. Logo o Cardozo, que ao longo das várias épocas no Benfica, já teve algumas reacções parvas, contra os adversários, mais principalmente contra os também parvos adeptos que o assobiam... mas desta vez os oráculos, têm a certeza, que os jogadores estão contra o Jesus, que o Jesus perdeu o balneário, que os Capitães não o podem ver, etc, etc... Tudo isto só porque essa teoria encaixa bem, na vontade deles em ver o Jesus fora da Luz... Quando tudo isto se resolve facilmente com uma multa e um sincero pedido de desculpa do jogador em privado, que aliás já aconteceu em público. Esta semana, tivemos um jogador Corrupto que criticou as opções do seu treinador (Defour), tivemos outro (Fernando) que está desertinho para se ir embora (mais uma vez), temos outro que não quer renovar (Atsu), mas aparentemente, ninguém está preocupado com a liderança no balneário Corrupto, nem com a infalibilidade da Organização!!!
Aliás, as crónicas e opiniões covardes têm-se repetido, nos jornais, na Net, nas rádios, e nas Televisões, o odiozinho acumulado ao longo destes 4 anos contra o Jesus, foi todo libertado após a derrota no Jamor. Dos adeptos a quente, ainda podemos compreender (as cenas de violência física que assisti no Jamor, entre Benfiquistas, na bancada, nos minutos finais da partida, já são menos justificáveis!!!), mas de gente que se diz imparcial (nós sabemos que não são...), é intolerável... aproveitaram este momento, para destilarem todo o seu veneno, porque com o Jesus no chão, é mais fácil dar-lhe uns pontapés... Com o Fernando Guerra, mais uma vez, liderando a horda... Mais absurdo, só mesmo os Benfiquistas que pensam que esta gentalha, está preocupada em defender os interesses do Benfica. Mais absurdo ainda, quando daqui a algum tempo, quando o Jesus (no Benfica espero eu...) tiver numa fase positiva, a mesma gentalha, seja recebida na Luz de braços abertos...
Mas como é que nós, Benfiquistas, nos podemos queixar destes vendedores da banha da cobra, quando somos nós os primeiros a ignorar nas nossas analises os golos em fora-de-jogo que sofremos, a compra efectiva (sem metáforas) de jogadores, treinadores e dirigentes por parte dos Corruptos para facilitar a vitórias destes e dificultar as nossas vitórias, além dos Hugo Migueis da nossa vida... aquilo que devia ocupar o nosso tempo, neste momento (além de todos os casos Mafiosos...), era sensibilizar a Direcção e o Pablo Aimar, para o Pablo ficar no Benfica noutras funções (por exemplo, no lugar do Carraça...!!!), além das habituais conversas de reforço do plantel. Mas preferimos andar em recriminações internas, com vinganças saloias, que só nos tornam mais fracos... a discussão sobre o que deve alterado para nos tornar mais fortes, deverá ser feita, com discrição, friamente, e sem precipitações...