quarta-feira, 24 de abril de 2013

Águias Vermelhas caçam Canários Amarelos

"Kadikoy é um bairro aprazível da Istambul asiática. Aí nasceu o Fenerbahçe que chegou a sujar o seu nome pela via da corrupção. Em 1975 esteve em Lisboa e perdeu por sete. O grande Didi era o treinador...

No dia 17 de Setembro de 1975, o Fenerbahçe estava em Lisboa. O seu treinador era Waldyr Pereira. Dito assim talvez poucos, o conheçam. Façamos como Nelson Rodrigues: Waldyr Pereira - por extenso Didi. Didi foi enorme. Há quem garanta que foi o inventor da «folha seca», o livre marcado em jeito, a bola caindo, caindo, caindo lá no caminho da baliza. Jogou um pouco por todo o Brasil, no Fluminense, no Botafogo, no São Paulo, também na Europa, no Real Madrid, para onde veio após o extraordinário Campeonato do Mundo que protagonizou na Suécia, em 1958.
Portanto, em Setembro de 1975, Didi era o treinador do Fenerbahçe, adversário do Benfica na primeira eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Coitado! Mal sabia o que o esperava...
O Fenerbahçe Spor Kulubu é de um local aprazível de Istambul: Kadikoy, do lado asiático do Bósforo. Já lá estive por mais de uma vez e vi: esplanadas simpáticas viradas para o mar de Marmara e para as marinas, zonas verdes, passeios largos. Vale a pena.
Foi fundado em 1907 e nunca sofrera tanto como viria a sofrer em Lisboa, nesse mês de Setembro. Veste de amarelo e azul, às listas. Chamam-lhes os Sari Kanaryalar, os Canários Amarelos...
Didi, à chegada a Lisboa, confessava que já tinha tido um tentador convite para treinar os Sporting... Mas o dinheiro falou mais alto, e em turco.

Era Lisboa e chovia...
Não foi uma edição brilhante da Taça dos Clubes Campeões Europeus, essa de 1975/76, para o Benfica. Tombaria com estrondo nos quartos-de-final frente ao Bayern de Munique (0-0 na Luz, 1-5 em Munique). Mas isso fica para mais tarde, o que nos traz aqui hoje é o Fenerbahçe, os Canários Amarelos, que não tarda regressam à Luz tal como ordenou o sorteio de Nyon.
O Benfica tinha problemas na defesa, Messias e Artur estavam de fora, era tempo de avançarem António Bastos Lopes e Malta da Silva, nada que não se resolvesse jogando mão da velha máxima benfiquista que, assim sendo, havia então que atacar. E como atacou a equipa de Mário Wilson!
Sete-golos-sete! Sete-a-zero! As águias vermelhas mastigaram os canários amarelos.
Era Lisboa e chovia, teria escrito Dario de Castro Alves. Chuva chata, de morrinha, encharcando corpos e almas. O Benfica imponente, avassalador, logo com razão de queixa de um penálti perdoado aos turcos iam passados quatro minutos do jogo. Pouco importa. Saiam da frente que temos pressa pareciam gritar os avançados 'encarnados': Moinhos, Jordão, Nené, Vítor Martins e Shéu na ajuda. E duas bolas à trave pelo meio dos golos.
Falemos dos golos: 1-0 por Shéu (22'); 2-0 por Nené (33'); 3-0 por Sabahattin na próxima baliza (43'); 4-0 por Jordão (60'); 5-0 por Nené (72'); 6-0 por Jordão (75'); 7-0 por Jordão (82'). Boas memórias por este lado do jogo, que ainda teve o auxílio ofensivo de Vítor Baptista e de Nelinho, más memórias pela violência turca que desde cedo se fez sentir, com Sahabattin, Alpastar e Rasit a demonstrarem um mau perder a paciência ao mais paciente dos adeptos da Luz.
Anos depois, largos anos depois, o Fenerbahçe sofreu os abalos terríveis de uma investigação levada a cabo no Futebol turco e que considerou alguns dos seus dirigentes responsáveis pela corrupção de árbitros. Nada que, infelizmente, também não exista por cá, com os pobres resultados que se conhecem e com os mesmos vergonhosos presidentes do costume. Houve quem propusesse a devolução dos troféus ganhos de forma suja, uma atitude que fica em dignidade muito para lá do que poderiam imaginar dirigentes corruptos portugueses. Mas a mancha ficará sempre. No Futebol não há lixívia que apague a nódoa da batota.
Em 1976, o Fenerbahçe ainda não estava sujo. Não tinha competência para se bater na Taça dos Clubes Campeões Europeus, mas não era grave. O Futebol turco viria a crescer ao longo das décadas. Agora está de volta. Os tempos são outros. Mas é em cima das memórias que se fazem erguer os contrafortes da esperança.

Bento; Malta da Silva, Barros, Eurico, Bastos Lopes; Vítor Martins (Nelinho, 79'), Toni, Shéu (Vítor Baptista, 69'); Moinhos, Jordão, Nené"

Afonso de Melo, in O Benfica

Dez na Taça !!!

Benfica 10 - 0 Ac. Espinho

O jogo começou calmo, mas com o tempo o Benfica foi dilatando o marcador, tal como se esperava... Bom treino para o próximo jogo no Campeonato, em Oliveira de Azeméis  talvez o jogo mais complicado que temos, além da visita ao antro Corrupto!!! O Ricardo Silva não jogou, está engripado... o Pedro Henriques apesar do pouco trabalho, demonstrou confiança...
Na próxima eliminatória - Quartos-de-final -, vamos a Valongo - pavilhão sempre muito difícil... -, e em caso de vitória, nas Meias-finais, vamos defrontar - na Luz, creio... - o vencedor da partida Candelária-Corruptos!!!

Semana histórica

"Passadas as emoções do dérbi (que tiveram a originalidade de vermos Pinto da Costa a queixar-se dos árbitros, mostrando que alguma coisa está a mudar no futebol português), o Benfica entrou numa das semanas mais decisivas da sua história.
Em 4 dias, pode ganhar ou perder tudo. Se conseguir um bom resultado na Turquia e vencer na Madeira, fica em óptima posição para fazer a tal ‘’época de sonho’’. Se perder os dois jogos, pode antecipar uma descida aos infernos.
Mas, nesses 4 dias, o Benfica não joga só a época: joga o regresso ao topo da Europa e o possível início de um novo período de hegemonia no futebol português.
A esperança é enorme, mas o risco também. E é para isso que os benfiquistas terão de estar preparados. Deverão preparar-se para a derrota – isto é, para não perderem a cabeça caso percam os jogos.
A dupla Luís Filipe Vieira-Jorge Jesus já recuperou muito caminho em relação ao FC Porto – deixando perceber que, mais tarde ou mais cedo, ultrapassarão o rival. Mesmo que não seja ainda este ano, está escrito nas estrelas que tal vai acontecer. As queixas de Pinto da Costa já são um prenúncio disso.
Ora, é essa dupla de sucesso que o clube tem de preservar, independentemente dos próximos resultados. Pior do que as derrotas, seria os sócios perderem a confiança nesses dois homens que reergueram a águia – um dando-lhe estabilidade e equilíbrio, o outro agressividade e espectáculo dentro do campo. Refira-se que, na próxima época, o Benfica partirá como o 6.º clube do ranking europeu, só atrás do Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester United e Chelsea. Há quantos anos isto não acontecia?"

Liga para quê?

"Sempre tive dúvidas sobre a existência de uma Liga de Clubes. Não enquanto instituição defensora dos clubes e da salvaguarda dos respectivos direitos e deveres, mas antes como se desenvolveu.
Em grande parte, na sua génese esteve propósitos de legitimação de poderes pessoais, desportivos e zonais que orbitam no futebol, que crescentemente lançaram confusão no que deveria ser sempre cristalino.
Hoje, a Liga deixou de ter qualquer poder na área da disciplina e justiça, não comanda o sector da arbitragem, é inconsequente na gestão dos direitos televisivos e, por fim, foi dominada pela obsessão de alargamentos inconsequentes das competições.
Aproveitando a boleia da decisão sobre o Boavista, reincide-se no inchamento. Num país de rastos, com diminuição assinalável da bilheteira e publicidade, com a maioria dos clubes com enormes dificuldades em solver os seus compromissos, e em particular os salários, com a conivência formal no faz-de-conta da normalidade, institucionaliza-se a pobreza alargada e conflitua-se com a Federação.
Para isso, decreta a impossibilidade de se jogar uma temporada com um número ímpar (17) de clubes (caso o Boavista consiga as condições de regresso), como se isso fosse uma heresia aritmético-futebolística. Não satisfeitos os clubes - decidindo em causa própria por proposta de um presidente que ascendeu ao lugar em função dessa mesma causa - resolvem desvirtuar a verdade desportiva com uma inconcebível liguilha decidida a 5 jornadas do fim do mesmíssima época.
Este modelo chegou ao seu estertor. Reduza-se a Liga ao quer sempre deveria ter sido. Tudo ficava mais claro e lógico."

Bagão Félix, in A Bola

O problema dos direitos televisivos

"1. O grande problema nas negociações dos direitos televisivos não está em eles serem colectivos ou subjectivos, está na repartição do bolo, isto é, no tamanho da fatia. É por isso que os critérios variam substancialmente de país para país. É lícito, no entanto, sublinhar que as dificuldades são bem maiores nas duas únicas Ligas (Portugal e Espanha) onde esses direitos ainda são vendidos individualmente. Entre nós, agora tudo vai mudar. Com a ruptura entre o Benfica (o clube com maiores audiências) e a Olivedesportos, nada vai ficar como dantes.
Tenho para mim que ambos vão ficar a perder, mas não há nada melhor do que saber esperar. Pode ser que a alteração dos dados venha a acelerar a solução que a Liga tanto deseja, a de ser ela a negociar em nome de todos. Penso, aliás, que se justificaria a intervenção do secretário de Estado do Desporto no assunto. Em Espanha, então, o escândalo atinge proporções incríveis. Enquanto o Real Madrid e o Barcelona se locupletam com 140 milhões de euros cada um (46,5% do total de 602 milhões), o resto da plebe com o remanescente. Não creio que a disponibilidade dos merengues e culés (pressionados pela Liga) para reduzirem a sua quota para 34 por cento seja suficiente para se chegar a um consenso.

2. A atribuição da organização do Mundial-2022 ao Catar tem sido objecto de grandes controvérsias nas quais tanto a FIFA como a UEFA não se livram de serem acusadas de corrupção pelas muitas tropelias cometidas e consentidas. Agora é o maior sindicato do mundo (ITUC) a denunciar que o Catar é um estado esclavagista que - para a construção dos 12 estádios (7 dos quais em apenas duas cidades, 4 em Al Rayyan e 3 em Doha) e de outras infra-estruturas - recrutou milhares de operários (grande parte do Nepal) a quem não garante segurança no trabalho (já morreram algumas centenas), paga salários de fome, confisca os passaportes e trata como animais (no espaço de 4 dormem 18!). E remata: «Não se pode acolher um evento dos séc. XXI num país parado no séc. XIX»."

Manuel Martins de Sá, in A Bola

Doping: o que todos sabem, o que ninguém diz


"Acho que ninguém tem dúvidas que há doping no desporto. Em todas as modalidades. Por exemplo, por incrível que pareça o bilhar é, em Portugal, uma das modalidades com mais casos de doping.
Não vamos falar de ciclismo pois é uma droga dura.
O doping no futebol português sempre foi um caso tabu. Quase sempre pois a SIC um dia levou uma câmara oculta ao consultório do médico Luís Lourenço e aí garantiu uma série de produtos. O caso foi a julgamento e a SIC condenada. Luís Lourenço é o atual médico do Rio Ave.
Contaram-me um dia um caso de um famoso jogador que até nos treinos se injetava com medo de perder o lugar.
Um dia também experimentei quando almocei no restaurante de uma equipa de futebol. Foi um dia de euforia, embora controlada.
Como se costuma dizer, o doping anda sempre um passo à frente do controlo anti-doping. Não sou eu que o digo mas o homem que, em 1987, foi o médico de Casagrande e que até já pertenceu ao Comité de Anti-Doping da UEFA.
Um conhecido treinador acabou mesmo despedido de um clube depois de uma goleada no estrangeiro. Disseram-lhe que ia haver controlo mas não houve.
Mais tarde, um clube emergente viu um seu jogador ser apanhado só porque o "massagista" estava doente e alguém trocou os frascos.
Jogadores em campo a vomitar, outros a desmaiar...tudo normal, de Felgueiras a Cacela-a-Velha.
Os profissionais chamam-lhe "milho".
Ora, o milho é sempre para os pardais.
Os passarões nunca são apanhados e continuam por aí."

Belo futuro de Gaitán e Capela

"No balanço da importante jornada 26, o presidente do FC Porto resumiu o seu estado de espírito perante repórteres solícitos com o augúrio de um belo futuro para o árbitro João Capela. E assim, na sua visão pessimista do próximo futuro do Benfica, o máximo dirigente do actual campeão aproveita a boleia do mal-estar leonino para etiquetar o título.
Seria mais difícil reconhecer o mérito da equipa de Jorge Jesus que, num dos seus piores jogos da temporada, chegou e sobrou para um Sporting de outro campeonato. Na complexa contagem dos penáltis não assinalados, meio País tenta ignorar a diferença abissal de classe entre as duas equipas lisboetas e será mesmo a única zona irredutível em condescender que os lances capitais do dérbi foram os dois espectaculares golos, em particular o segundo, que anda em tournée mundial há 24 horas como um dos mais belos do ano.
Sim, tal como João Capela, também se pode afirmar com toda a segurança que Gaitán, entre outros jogadores do Benfica, terá um belo futuro, mais cedo do que os jovens lançados por Jesualdo Ferreira, aos quais faltam os três ou quatro anos de trabalho dedicado com um treinador estável e responsável.
O FC Porto recuperou muito bem da derrota na Taça da Liga e também não deve temer o futuro, pela qualidade da sua equipa-base, embora precise claramente de subir o nível dos seus reservistas para aqueles jogos em que Fernando, Lucho, Moutinho ou Jackson não estejam tão bem. Em Moreira de Cónegos, estiveram óptimos, e isso fez toda a diferença, muito mais do que um penálti ou outro por assinalar."

Leitura obrigatória...

"(...)
Existe um pacto tácito pelo silêncio. O recente caso de Lance Armstrong, lenda do ciclismo mundial, mostra bem a desfaçatez que impera nesse campo minado. Sabia-se já havia algum tempo que o heptacampeão da Volta da França fazia uso de substâncias proibidas, o que ele negava veementemente, com indignação capaz de comover até inimigos. Jurava inocência e ameaçava processar quem lhe imputasse tal desonra. Por ter voltado a vencer a prova mais importante do ciclismo internacional depois de se recuperar de um câncer nos testículos, posou como herói até ser desmascarado. Somente quando surgiram provas materiais, incontestáveis, ele meteu a bicicleta no saco e se retirou de cena.
Apesar dessa cortina de fumaça, Casagrande não pode se furtar a assumir uma passagem relevante em sua carreira. A intenção não é denunciar ninguém, nem difamar qualquer clube —até porque já se passou muito tempo, e a vida segue em frente. Depois de ter admitido tantos pecados publicamente, não faria sentido esconder a própria experiência com doping. Por precaução, para evitar qualquer viés acusatório, vamos omitir nomes e lugares. Afinal, o que importa são os fatos. Em todos os anos que actuou na Europa, Casagrande foi dopado para jogar quatro vezes. Nunca quis, foi sempre contra, mas aconteceu.
“Em geral, injetavam Pervitin no músculo. De imediato, a pulsação ficava acelerada, o corpo superquente, com alongamento máximo dos músculos. Podia-se levantar totalmente a perna, a gente virava bailarina... Isso realmente melhorava o desempenho, o jogador não desistia em nenhuma bola. Cansaço? Esquece... se fosse preciso, dava para jogar três partidas seguidas.”
Esse procedimento acontecia abertamente no vestiário, sem a menor preocupação de escondê-lo de qualquer integrante da agremiação. “Era uma coisa oficial: do treinador ao presidente do clube, todo mundo sabia.” Só havia o cuidado de acompanhar o atleta até a eliminação da droga pelo organismo, tanto para prestar socorro, caso alguém se sentisse mal ou tivesse algum efeito colateral, quanto para liquidar as provas, embora exames antidoping fossem raros naqueles tempos. “O clube não deixava a gente ir pra casa depois do jogo. Ficávamos concentrados e dormíamos no hotel. No dia seguinte, fazíamos sauna de manhã e dávamos uma corridinha ao redor do campo. Só depois disso nos dispensavam.”
O uso da substância não era exactamente opcional. Embora não houvesse um aviso formal de obrigatoriedade, isso estava implícito, e quase todo mundo seguia o script. “Estava sempre à nossa disposição, mas, nos jogos importantes, parecia obrigatório. Tomar ou não tomar poderia definir a escalação, pelo menos essa era a sensação geral.” Ele não se deparou com essa prática em outros clubes europeus nos quais jogou, é bom ressaltar, porém sabia ser algo comum pelas conversas com jogadores que actuavam em outros times. Além disso, chegou a constatar a troca de informações entre departamentos médicos de clubes de países diferentes, quando descobriram um estimulante mais avançado, que seria mais difícil de detectar num eventual exame antidoping. A despeito de ter passado por essa experiência poucas vezes, o assunto traz desconforto a Casagrande até hoje. O uso de doping é totalmente contra seus princípios, por ferir a lisura esportiva. “Além de ser moralmente condenável, aquilo não me trouxe qualquer benefício, muito pelo contrário. Em um daqueles jogos, eu me machuquei e permaneci no campo por mais algum tempo, porque a droga mascarava a dor. Poderia ter agravado seriamente a lesão. Eu era jovem, não necessitava de aditivos para render bem fisicamente e ainda me expus a riscos desnecessários.”
(...)"


PS: Já que aparentemente o Pintinho 'desapareceu' - se calhar foi mesmo para a Galiza, como diz o Carlos Alberto!!! -, e assim ninguém lhe pode pedir para comentar as palavras do Casagrande, deixo aqui algumas imagens, com declarações suas, com a sua habitual coerência - e alguma 'grossa ironia'!!!

Opinião 'aziada' do milénio !!!

Não encontrei a citação exacta, mas na noite da 'tourada' de Segunda-feira, não tive paciência para assistir aos programas dos paineleiros aziados... mas não resisti a um rápido zapping!!! Foi o destino, no momento que passei pelo Prolongamento, lá estava o doutor dos maus-fígados a destilar baba e ranho, quando não sei porquê, resolveu partilhar com a audiência um momento mágico!!! Disse ele, qualquer parecida com o seguinte:
«...o golo Lima, foi um bom remate, foi uma jogada rápida, mas não vejo justificação para tanto elogio... foi um remate mais ou menos, só isso...»!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Não compreendo como é que um cirurgião, desconhece a utilidade dos Rennie's desta vida!!!

O caso Aziz

"O Sp. Espinho empregou, entre 1987 e 1990, um futebolista marroquino chamado Aziz Doufikar. Que a seguir se transferiu para os holandeses do Fortuna Sittard. E que depois voltou a Portugal. E à Holanda. E de novo a Portugal, onde supostamente terminou a carreira em 1999, no Esmoriz. Durante essa verdadeira ponte aérea entre Portugal e o país onde o consumo de drogas leves é legalmente tolerado, Aziz resolveu dar uma entrevista à 'Voetbal International', revista especializada em futebol. E o conteúdo não podia ter sido mais inesperado: havia doping em Espinho! os jogadores do plantel consumiam à vontade! Confrontado com as ondas de choque que as suas declarações provocaram em Portugal, Aziz veio a retractar-se, dizendo que o jornalista o tinha percebido mal. Um clássico visto e revisto com outros artistas.
Mais de 20 anos depois, a história repete-se. Walter Casagrande, um dos futebolistas mais polémicos do Brasil, agora na primeira linha da actualidade, depois de ter publicado a biografia na qual confessa a sua dependência em relação às drogas, afirmou no programa de Jô Soares que utilizou substâncias ilícitas quando foi jogador do FC Porto. Em quatro ocasiões (só fez 6 jogos, em 1986/87). De livre vontade.
O depoimento do antigo internacional brasileiro, feito na televisão brasileira, quando está em fase de ajuste de contas com o passado, é de alguém frustrado com o destino a que voluntariamente se entregou. E estará condenado à incredulidade geral do sistema - bem nos lembramos todos de quando Harold Shumacher, guarda-redes alemão que denunciou o uso generalizado de doping na Bundesliga, foi obrigado a emigrar para a Turquia...
Desta vez há uma diferença: Aziz falou a uma revista e desmentiu; Casagrande jamais o poderá fazer - passou na televisão, está gravado."

De Nico Gaitán a Lionel Messi

"É uma bênção dos deuses do futebol que os grandes jogadores continuem a decidir jogos. O futebol evoluiu muito nos últimos cem anos, tornou-se mais físico, mais resistente, criou grandes atletas e chega-se muitas vezes a discutir, até, se, por este caminho, o futebol não precisará de rever, um dia, o número de jogadores em campo, tal a maneira como as equipas conseguem controlar o espaço no terreno de jogo. 
Penso, porém, que a melhor resposta a quem propõe alterações de regras para ter mais espectáculo é dada, da forma mais eloquente, sempre que um artista do futebol concebe com a maior criatividade lances que culminam em golos, como sucedeu no último derby com Nico Gaitán.
Visto e revisto pelo mundo inteiro, os lances de Gaitán que estiveram na origem dos dois golos do Benfica foram, de facto, obras de arte que, por si só, se apresentam como verdadeiros hinos ao futebol espectáculo e por isso foram apreciados em todo o planeta.
É, de facto, um bem essencial ao jogo a preservação da espécie muito rara dos grandes jogadores, como são os casos mais celebrados de Ronaldo e de Messi. Por isso, o mundo inteiro torce para que o génio argentino do Barcelona esteja em condições de defrontar hoje o Bayern, em Munique, naquele que se prevê ser um dos maiores e mais belos desafios do ano. Porque sendo o Barcelona uma equipa de notável qualidade, não é a mesma sem Lionel Messi e se é verdade que o Barça, mesmo sem Messi, é capaz de vencer quase todas as equipas da Terra, precisa do pequeno grande génio no seu melhor quando o adversário é o Bayern que, legitimamente, se candidata a provar ser a actual melhor equipa do mundo. O que só provará se conseguir destronar o Barcelona de Messi."

Vítor Serpa, in A Bola

Gaitán e outras pérolas

"O Benfica tem garantido um encaixe milionário no final da época, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos, especialmente desde a entrega do comando técnico a Jorge Jesus. Garay, Matic e Gaitán são os principais candidatos a encher os cofres da Luz, mercê da valorização que os encarnados lhes proporcionaram e, como é óbvio, do próprio talento que não desperdiçaram.Agora é o avançado argentino a estar na ordem do dia, fruto das últimas exibições de grande nível que produziu.
O dérbi de domingo voltou a oferecer ao público o melhor de Gaitán, muitas vezes desaparecido durante a temporada, principalmente nos jogos menos mediáticos. Afigurando-se como certa a saída do ex-Boca Juniors, e de mais uma ou outra pérola da Luz, importa aos dirigentes do Benfica encontrar soluções para prosseguir este ciclo de compra para valorização e posteriormente venda, mediante uma considerável mais-valia. A avaliar pelos dados existentes, mas que ainda podem ser alterados em caso de colapso no último mês de competição, os encarnados foram especialmente bem-sucedidos na época em curso.
As saídas de Javi García e Witsel não originaram o rombo na estrutura que se chegou a prever. E o facto de os encarnados terem colmatado lacunas, e até mesmo melhorado o seu rendimento competitivo, muito se deveu à competência de Jorge Jesus, que puxou por Matic, habitual suplente do internacional espanhol, e “inventou” Enzo Pérez como médio-centro, fazendo esquecer a venda de Witsel, as constantes lesões de Carlos Martins e a idade avançada de Aimar.
Para prosseguirem o supracitado ciclo de compra e venda, depois de tirado o devido rendimento desportivo de cada jogador, é necessário que os encarnados assegurem também a continuidade do treinador que os tem valorizado. Neste sentido, Jorge Jesus já deu todas as provas. Falta-lhe “só” ganhar títulos importantes com regularidade. Mas a balança poderá reequilibrar-se dentro de muito pouco tempo."