quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O Jamor está mais perto...


Académica 0 - 4 Benfica

Quando vi o remate do Cardozo bater no ferro, temi o pior: a repetição do jogo da Liga, com muitas oportunidades desperdiçadas. Quando pouco depois o Cardozo é empurrado descaradamente na área, por alguns segundos reforcei os meus temores, mas felizmente, o Ola John resolveu o 'problema' ao Jorge Sousa - evitou uma Xistralhada!!! -, e na mesma jogada, inaugurou o marcador!!! A Académica 'tentou' jogar o jogo pelo jogo, pensando talvez, que o Benfica ainda tinha as 'pernas' no clássico - mas a ressaca física do clássico, deve-se evidenciar num jogo que será disputado no próximo Sábado, e não hoje!!! -, e assim nunca teve verdadeiras hipóteses de vencer a partida, ainda por cima o Jesus resolveu arriscar o mínimo possível, e fez poucas alterações. Por opção só o Maxi pelo Almeida, e o Gaitán pelo Ola,  nem o Paulo Lopes teve direito a jogar, já que era fundamental recuperar a confiança ao Artur. De resto, a lesão do Luisinho, e os prováveis problemas físicos do Garay - na minha opinião lesionou-se no segundo golo Corrupto e jogou o resto da partida condicionado!!! -,  fizeram o '11'.
Destaque óbvio para o regresso do Luisão, o regresso do Salvio aos golos, e a felicidade com que o Lima festeja os seus golos!!! No Braga quase sempre que marcava um golo, ficava com cara de enterro!!! No Benfica o homem está feliz!!! E eu também... e nem facto de marcar a maior parte dos golos fora de casa - algo normal, pois o Benfica na Luz, tem muito menos espaço para jogar -, me preocupa...
Não vai ser fácil eliminar o Paços, o facto de ser em duas mãos, pode ajudar a rectificar um possível mau jogo, a distância temporal entre os dois jogos não ajuda, a gestão que o Jesus decida fazer, também vai ser importante... mas já cheira a Jamor!!!

Se houvesse justiça estavam todos presos (e também sobre a importância de se chamar Godynho Lopes)

"Se Izmailov se curou por mudar para... Izmaylov, talvez fosse boa ideia Godinho mudar o nome para Godynho. Entre Sporting e FC Porto basta trocar uma letra para tudo funcionar

A última semana foi traumática para três grandes marcas do mercado dos audiovisuais, das telecomunicações e da perfumaria. Samsung, Blackberry e Chanel viveram momentos de inusitada tensão ao ponto de os seus respectivos departamentos de marketing terem sido varridos a demissões, crises de nervos e exigência formal de reparos. Rolaram cabeças, pois rolaram. E ainda vão rolar mais.
Estão ainda de boca aberta com o que se passa em Portugal os publicitários de todo o mundo. Como se não bastasse o momento Samsung da Pêpa e da sua malinha Chanel, que rendeu a semana toda, o domingo não chegaria ao fim sem o não menos surpreendente momento Blackberry de Pinto da Costa exibindo às câmaras o artefacto tecnológico de última geração com a prova de que, nas coisas que verdadeiramente interessam, o FC Porto é sempre prejudicado.
O resultado do jogo propriamente dito terminou empatado. Também em expulsões o jogo terminou empatado, nenhuma para cada lado quando haveria motivos para isso para cada lado. Optou o árbitro por deixar as equipas completas até ao fim mas talvez com um árbitro menos permissivo tivesse recolhido aos balneários mais cedo do que o previsto o fabuloso quarteto de distribuição de fruta constituído por Moutinho, Matic, Fernando e Maxi Pereira.
Agora fruta tem um significado diferente no nosso futebol. Antigamente distribuir fruta era apenas dar paulada. Os tempos mudam e o significado das palavras também. Por exemplo, a expressão «aluga-se meio campo», conhecem?
Normalmente é utilizada quando uma equipa se instala no meio-campo do adversário e não o deixa sair das suas linhas recuadas. Neste Benfica de 2012/2013 a expressão passou a reflectir uma situação completamente diferente e inovadora.
«Aluga-se meio campo» não por pendor ofensivo continuado mas, imagine-se, por falta de material.
O Benfica perdeu Javi Garcia e Witsel no Verão, não procurou substituí-los, raramente contou com Aimar e com Carlos Martins, por motivos de doença, e tem vindo a jogar nesta primeira metade da época com apenas um centro-campista que se veja, Matic. Não é que Enzo Pérez não se tenha desunhado a trabalhar naquela zona que nem será a sua de origem mas verdade, verdadinha «que se veja?, desde Agosto, é o Matic e mais ninguém.
Por isso, bem vistas as coisas, contando com a desvantagem do nosso meio-campo unipessoal e apesar dos 50% de posse de bola para cada lado que as estatísticas do jogo estranhamente reflectem, não parece feito tão genial do treinador do FC Porto ter conseguido que a sua equipa dominasse o jogo no centro do terreno ainda que muito longe da baliza de Artur (aí!). E apenas no período que mediou entre o segundo golo do Benfica e a entrada dos centro-campistas Aimar e Martins. Ainda convalescentes mas já minimamente capazes para vinte minutos de jogo, não mais do que isso.
Também se pode ter dado o caso das estatísticas do jogo terem sido «minadas» nos sites oficiais da Liga e dos jornais pelo mesmo energúmeno de serviço. Quem sabe se não haverá mesmo uma associação criminosa atrás disto? Gente que se entretém a debitar falsidades on-line.
Se houvesse justiça estavam todos presos, os brincalhões.
Voltando à falta de material no meio-campo da Luz. Nestas condições não se pode deixar de considerar assinalável o percurso consistente do Benfica na Liga. Exibe um «aluga-se meio-campo» que até salta à vista e, mesmo assim, atreve-se a disputar taco-a-taco o título com o campeão. Uma raridade destas não está ao alcance de todos.

MATIC foi o homem do jogo. Pelo que jogou e pelo incrível golo que marcou. É provável que o Vítor Pereira, treinador do FC Porto, descreva o golo do sérvio como o resultado feliz de mais uma daquelas jogadas típicas do «grande Benfica»,  pontapé para a frente à procura do Cardozo e à procura da sorte e de nada mais.
Sabemos que não foi assim. Foi antes uma exibição livre de bilhar aéreo na área do FC Porto culminada com um pontapé fenomenal de Matic que ainda teve que se torcer todo antes de se fazer ao tiro.
Mas foi bonito, estas coisas são sempre bonitas e caem bem, aquele momento em que, na flash-interview, Vítor Pereira mencionou «o grande Benfica», palavras suas.

DAS tentativas, consumadas ou não, de golpes de estado no Sporting entenderão os os sportinguistas que, certamente, bem dispensam as análises caridosas dos adeptos dos clubes rivais.
Das tentativas consumadas de incêndio, a história já é outra porque envolve um emblema rival. Aliás, e tudo para isso aponta, envolve o «único» emblema rival visto que com o outro suposto rival a base da relação existente deixou de ser, objectivamente, a da competição desportiva directa e passou a ser, subjectivamente, a de um entendimento cordial expresso a vários níveis, desde a salutar troca de jogadores à troca de solidariedade nos momentos maus, desportivos e institucionais, de um ou do outro emblema.
A verdade é que agora, neste novo regime, Sporting e FC Porto saem sempre a ganhar e dão-se por satisfeitos. Nada a obstar. Aparentemente a coisa até é fácil de ser desfrutada.
E desfrutem só que basta mudar uma letra para tudo ficar concertado entre os dois. Veja-se o caso de Izmailov que em cinco anos e meio de Sporting nunca esteve apto para jogar um minuto que fosse no Estádio da Luz e que, ao fim de três dias no Porto, com umas corridinhas no Olival e mais um truque básico de grafismo - passou a chamar-se Izmaylov, trocando um «i» por um «y» -, logo fez a sua estreia no campo do Benfica com 20 minutos em campo, ainda que a custo.
Haverá, certamente, sportinguistas a quem estas coisas causam muita impressão. Mas também haverá quem entenda ser este o caminho a seguir. O da troca de letras que tudo resolve a contento. Para estes últimos, e respeitando todas as opiniões, a melhor e mais instantânea solução para o momento que o clube atravessa é, definitivamente, convencer Godinho Lopes. E assim já nem vale a pena haver assembleia geral.
Tudo isto, peço desculpa se me estiquei, vindo a propósito da tentativa consumada de incêndio de uma bancada do estádio onze Izmaylov se estreou na noite de domingo e cuja factura de reparação foi, finalmente, entregue ao Sporting mais de quatrocentos dias depois do sinistro.
Não pretendo reavivar o assunto, muito menos tecer considerações filosóficas sobre as motivações dos incendiários, a extensão dos danos, a lentidão da justiça ou mesmo sobre o valor atribuído pela Liga à devida indemnização. Não é isso que importa, mais euro menos euro.
Significativo foi o valor dado ao referido episódio por Godinho Lopes quando, no ocorrer daquela rábula pré-derby que tão mal correu, apareceu dizendo que o presidente do Benfica não lhe atendeu o telefone nem quis adiar o jogo por «motivos ridículos como o incêndio da Luz».
Motivos ridículos? Mas será que Godynho Lopes também tem aquela maluquice por ver Lisboa e arder?

ESTA noite o Benfica joga em Coimbra com a Briosa um dos desafios mais importantes da temporada. Trata-se dos quartos-de-final da Taça de Portugal, a segunda prova em importância do nosso calendário oficial.
A Académica é a detentora do troféu e mesmo que não fosse era a mesma coisa. A Académica é a Académica, um emblema histórico, um clube com uma mística muito própria, uma equipa sempre capaz de surpreender. No ano passado, por exemplo, surpreendeu estrondosamente o FC Porto e o Sporting no quadro da mesma competição que hoje se volta a jogar em Coimbra.
Esta é uma eliminatória que mete realmente respeito. Surrealmente é de temer que o Maxi Pereira e Matic, se não tiverem juízo, sejam expulsos nos primeiros cinco minutos do jogo. Digo isto por superstição, obviamente."

Leonor Pinhão, in A Bola

PS: A Leonor consegui escrever o título com a resposta, que todos nós queríamos dar ao Madaleno, após a rábula do pós-jogo, mas ao mesmo tempo, protegeu-se de uma potencial acusação de calúnia... como dizia o outro: Genial, Leonor, genial...!!!

O jogo sem balizas

" «Em qualidade de jogo fomos iguais a nós próprios. Quisemos fazer o nosso jogo de trocas de bola, de posse, de envolvências, de oportunidades de golo. Estamos satisfeitos com a nossa prestação».
Vítor Pereira, a seguir ao clássico da Luz

Esta coisa do Barcelona parece mesmo andar a fazer escola. Cada vez mais o futebol parece ser um jogo sem balizas, em que a maior preocupação é ter a bola o máximo de tempo possível e não correr qualquer risco para chegar à área adversária. Para mim é uma estratégia defensiva. Aliás, alguns jogos com maior posse de bola do Barça foram aqueles mais difíceis em que, a vencer, decidiu congelar o futebol.
Aparentemente, o FC Porto, na Luz queria fazer o mesmo. Vítor Pereira disse (no pouco que falou) que a sua equipa foi igual a si própria em qualidade de jogo. É preocupante se realmente pensar assim. Afinal, em 90 minutos, os dragões fizeram apenas dois remates perigosos - parabéns à eficácia, num lance de bola parada e aproveitando uma oferta de Artur, mas parece-me pouco para justificar a frustração com o empate. Do que vi, o FC Porto fez ainda menos que o Benfica para tentar ganhar.
Realmente, na primeira parte o FC Porto teve muito mais posse de bola que o Benfica e conseguiu anular as principais armas adversárias. Não acho que tenha tido grandes envolvências e muito menos oportunidades de golo, mas enfim. Já quanto à segunda parte faz-me confusão que possa deixar qualquer treinador satisfeito.
E depois admira-se Vítor Pereira que, com registos iguais na Liga, a maior parte das pessoas considere o Benfica mais espectacular - não necessariamente melhor, porque aquela forma aborrecida de jogar é muito eficaz para não sofrer golos. Disse o treinador do FC Porto que o Benfica só sabe jogar no pontapé para a frente. E assim marcou dois golos e teve as duas outras ocasiões do clássico."

Hugo Vasconcelos, in A Bola

A+B

"Tinha alguma desconfiança quanto às equipas B. Sobretudo quando jogando no 3.º escalão, como há anos, eram uma espécie de purgatório por onde passavam jogadores que ou iam para o degredo ou transitavam para uma qualquer sofrível equipa. No fundo, a equipa B era uma prateleira cara (embora não dourada) e uma esperança sempre adiada. Um frete sem alma, sem resultados, sem retorno.
Falando do meu clube, naquela altura defendi a ideia de se acabar com simulacros de equipa B, apostas na formação, rescindir com jogadores entalados entre a primeira equipa onde não estavam e a equipa B onde não jogavam, e reduzir a legião de um Benfica municiador de empréstimos a outros clubes.
Com a promoção das equipas B ao 2.º escalão (onde, em média, a qualidade dos jogos não difere muito da que se pratica na 1.ª Liga), parte das críticas que fiz foram objectivamente removidas.
E, no caso do Benfica, tem havido um competente aproveitamento e entrosamento entre equipas. Ora rodando jogadores, ora descobrindo talentos, ora potenciando a prata da casa que finalmente pode ser vista como reforço para o conjunto global. Sem equipa B, quem se lembraria de André Gomes ou André Almeida? Sem equipa B como se poderia manter o ritmo competitivo de jogadores suplentes que, em fases críticas de lesões e castigos, são chamados à titularidade (o caso da defesa é o mais presente).
Assim a equipa A+B é mais forte que a equipa A. Não se aplica aqui a propriedade comutativa pois que A+B não é igual a B+A, mas se juntarmos os escalões de formação, as propriedades associativa e distributiva da adição fazem cada vez mais sentido."

Bagão Félix, in A Bola