quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A catástrofe de Béla Guttmann no "inferno de gelo"

"Em Fevereiro de 1962, o Benfica jogou pela primeira vez na Alemanha. Em Nuremberga, sobre uma placa de gelo, os Campeões da Europa sofreram uma derrota dura. Que provocaria uma vingança terrível...

No dia 1 de Fevereiro de 1962, o Benfica estava na Alemanha. Desde 1912 que o Benfica viajava muito - pela Europa, mas também por África e pela América. Mas era a primeira vez que visitava a Alemanha.
Ainda não tinham decorrido vinte anos sobre a II Grande Guerra e sobre os infames crimes do nazismo. E o Benfica estava em Nuremberga, cidade emblemática de Hitler, em plena Baviera. Jogavam-se os quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. E o Benfica era Campeão da Europa.
Quando pisou o relvado, o treinador Béla Guttmann suspirou:
- Sinto medo! Prevejo uma catástrofe...
O chão estava duro de gelo. Uma camada de gelo espesso que fazia precário qualquer equilíbrio.
É um facto que, nesse ano de 1962, o campeão da Alemanha. Havia ainda coisas bem mais importantes do que Futebol num país tão profundamente destruído.
Mas o Nuremberga era visto com respeito.
Despachara, até defrontar o Benfica, os irlandeses do Drumcondra (5-0 e 4-0) e os turcos do Fernerbache (2-1 e 1-0). Quatro jogos, quatro vitórias! Somaria a quinta...

O Benfica foi gelando...
A previsão de Béla Gutmann cumpriu-se. Foi catastrófico.
O jogo teve início às 13h30 portuguesas. Sob um frio intenso. E o início de jogo dos 'encarnados' foi tão alegre, tão vivo, tão cheio de vontade, que ninguém imaginaria o que viria a acontecer depois. Aos cinco minutos já José Augusto perdera uma grande oportunidade, aos nove minutos já Cavém, na sequência de um lance de Simões, fizera o primeiro golo. Depois, o Benfica foi gelando...
Houve jogadores que pararam por completo. Um deles foi Costa Pereira no lance do empate, por Flanchenecker. Em seguida foi a defesa em bloco. E, aos 38 minutos, Strehl dava a volta ao resultado.
Entre neve e gelo, os homens de Nuremberga impunham-se. Foram muitos os lances de perigo. O Benfica sofria.
Flanchenecker fez o 3-1; o quarto golo bailou junto da baliza do Benfica.
Dizia-se que era o limite dos limites num 'inferno de gelo'...
Ninguém conseguiria fazer melhor.
Ah! Mas faltava ainda metade do caminho a percorrer. Havia Lisboa e outro inferno, o 'Inferno da Luz'. E uma crença infinita entre todos.
- 'Agora é a nossa vez!', exclamava Ângelo que não jogou.
- 'Se aqui marcámos um golo, em Lisboa marcaremos três ou quatro, não concorda?', perguntava António Simões.
- 'O Benfica podia fazer melhor, mas foi prejudicado pelo frio; a passagem da eliminatória ao nosso alcance', asseverava Germano.
- 'Com outro terreno teríamos ganho mesmo aqui', deitava-se a adivinhar Manuel da Luz Afonso, o chefe da delegação.
Belá Gutmann, o 'Mago', que até catástrofes adivinhava, parecia satisfeito:
- 'Nuremberga rendeu mais 50% do que eu esperava. Mas o terreno foi o nosso pior adversário. Acho até que foi um milagre, o comportamento de alguns dos nossos jogadores. Fizemos o máximo. Agora penso que temos amplas possibilidades de eliminar o campeão da Alemanha'.
O Benfica escorregava no gelo de Nuremberga, mas ninguém se dava por vencido. Pelo contrário: uma onda de optimismo tomava conta da equipa e iria empurrá-la para um dos momentos mais extraordinários da história do Clube na Taça dos Clubes Campeões Europeus.
O Benfica vergara, mas não dobrara.
Vinha aí Lisboa e 60.000 gargantas que transformariam a tarde dos jogadores de Nuremberga num momento incrível que jamais esqueceriam.
É fundamental  nunca subestimar os grandes campeões.
Amesterdão ainda estava no horizonte. Seria uma realidade.
Como, aquele extraordinário jogo da segunda mão, marcado para o dia 22 de Fevereiro. Falaremos sobre ele não tarda muito..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Aqui está o penalty que foi sonegado...



... foi sonegado ao Benfica, em campo, e foi sonegado pela realização televisiva... Vi a falta ao vivo, bem à minha frente, fui dos poucos - diga-se -, que reclamou, alto e bom som, mandei um SMS para um amigo para confirmar, disse-me logo que não havia repetições. O jogo terminou alguns segundos depois. Mesmo nos blog's além da minha crónica só me recordo do GondarSlb, fazer referência a este penalty... O mais extraordinário é que o árbitro marcou falta ofensiva!!! Ainda pensei que outro jogador do Benfica, noutro qualquer duelo, tivesse feito uma falta qualquer, mas como se pode ver o único contacto é o empurrão do Abdoulaye ao Garay, mais ninguém dentro da área entra em luta pelo espaço...
Ainda podemos brincar: será este um dos bloqueios que o Sapo Vitó costuma falar?!!! Não, os tais bloqueios, supostamente faltosos, dos jogadores do Benfica, não incluem empurrões descarados... Alguns podem defender que este tipo de lances acontece em todas as bolas paradas, perto das áreas. Estão errados, enfiar as mãos na cara do adversário, não é normal... mas a impunidade repetida, seja com mãos na bola, seja com empurrões, seja com outra coisa qualquer... só dá em mais impunidade!!!

Se

"Se Artur não tivesse errado o Benfica ganharia o clássico?
Dois clamorosos falhanços marcaram o clássico da Luz: o indesculpável erro de Artur que deu o segundo golo ao FC Porto e a perdida de Cardozo a 13 minutos do fim. Mas, sem esses dois falhanços, o Benfica teria ganho o jogo? Duvido.
Sem o erro de Artur, talvez o Benfica não marcasse o segundo golo. Aliás, os dois golos do Benfica surgiram como resposta aos golos do Porto. O Benfica reagiu a esses desaires como um animal ferido, e as bombas de Matic e Gaitán foram explosões “de raiva”.
E a perdida de Cardozo? Se ele tivesse marcado, o Benfica ganharia o desafio? Também não sei. Vendo-se a perder, o FC Porto atirar-se-ia loucamente em busca do empate, e o jogo não acabaria como acabou: num duelo chato a meio campo.
Sobre o falhanço de Cardozo, que tanto desesperou Jesus e os benfiquistas, há sobretudo que tirar o chapéu ao guarda-redes Helton – o qual, com uma agilidade de gato, tocou com a ponta dos dedos na bola, desviando-lhe a trajectória e cortando-lhe o efeito, que a levava direitinha para as malhas.
Quanto ao jogo, ficou claro que, para o FC Porto, as vitórias alcançam-se vencendo a batalha do meio campo. Assim, povoou o meio campo da Luz com uma floresta de pernas e de músculos, onde era muito difícil trocar a bola, obrigando o Benfica a jogar o tal futebol directo que irritou Vítor Pereira. Mas essa aposta no meio campo, se dificulta muito a vida aos adversários, também limita a própria equipa do FC Porto, roubando-lhe agressividade.
Note-se que Artur não fez uma única defesa durante os 97 minutos de jogo, e os dois golos do Porto resultaram dos dois únicos remates à baliza, ainda por cima em lances fortuitos."

Tiraram-lhe o telemóvel!

"O clássico de domingo foi bom. Os guarda-redes fizeram a diferença para o resultado. Entretanto, já se esfumaram as palavras do treinador Pereira-que-nunca-comenta-arbitragens e já vai longe a sua amnésia sobre entradas dos seus meninos em exercícios paramilitares, depois de ter apenas registado a de Maxi - figa-se - foi de igual jaez.
Hoje escrevo sobre uma insólita decisão do Sporting ter mandado cancelar o número do telemóvel do ex-treinador Frank Vercauteren. Terá assim ficado arrumada a questão mais delicada da rescisão do contrato. A do telemóvel. Numa linguagem ora muito usada, eliminou-se uma das gorduras do passivo. Neste caso do passivo externo por causa do roaming.
Não sei a marca do dito e muito menos a linha. Apenas para lhe dizer que, apesar dos maus resultados, foi um treinador educado, com carácter, sério. Certamente a minha chamada teria sido encaminhada para uma caixa de mensagens cheia. Eu que estava convencido que o treinador tinha um plano pós-pago com uma fidelidade que coincidiria com o fim do seu contrato. Mas afinal o plafond estava indexado às vitórias...
Fica-me também a decepção de não ter conhecido a plataforma (móvel, evidentemente) e - passe a publicidade - o pacote de pontos oferecido (e resgatado) ao belga. Se Kanguru Hotspot (com bolsa), Viaminas (à discrição), Best Top (sem dúvida), Moche (não lhe faltará o prefixo a?), ou +Leve? (para quem?).
Diz-se que uma boa imagem vale mais que mil palavras. Mas também um bom silêncio vale o mesmo. De um telemóvel. Sem pontos, Não recarregável."

Bagão Félix, in A Bola