sexta-feira, 31 de maio de 2013

Desilusão

"Há três semanas, sem exagero, poderia falar-se de uma temporada de fantasia, viva-se na antecâmara de três conquistas, algo que poderia traduzir-se numa das épocas mais conseguidas do historial centenário do Clube, seguramente a melhor das últimas décadas. De repente, contornos atrozes e cruéis à mistura, tudo se desmoronou. Foi um desaire? Foram dois desaires? Foram mesmo três desaires, situação tão anómala quanto imprevista.
Até Maio houve um grande Benfica, a melhor equipa nacional, capaz de se exibir de forma incisiva, convincente, sedutora mesmo. Em Portugal? Em Portugal e na Europa. Ainda assim, os jogadores capricharam (a final perdida da Liga Europa é um exemplo concludente), o técnico manteve um discurso optimista e foi inexcedível na preparação dos embates, o presidente e seus pares não se pouparam a esforços, os adeptos revelaram-se magníficos.
Frente ao Vitória de Guimarães, no Jamor, o colectivo titubeou. Como é possível não ter feito um único remate na metade complementar? Claro que o subconsciente dos atletas, amarrotado pelos mais recentes insucessos, teve influência no défice de discernimento, de convicção, de apego.
Ainda assim, esperava-se mais, muito mais, de um Benfica capaz de fechar o ano com um triunfo que não serviria para mitigar algumas frustrações, mas poderia devolver uma dose razoável de auto-estima ao universo rubro.
No rescaldo da derrota, debaixo de um clima emocional impróprio, ouviram-se considerações que não dignificam a grande instituição que somos. Muitos dos partidários de aplausos recentes enveredaram pelos assobios e até exigências desvairadas. Dir-se-á que são contingências naturais. Mas importa também que se diga que este é um Benfica de liderança forte, insusceptível de ser governado ao sabor dos acontecimentos por mais dolorosos que possam ser."

João Malheiro, in O Benfica

Tristeza e vergonha

"Esta  é das crónicas mais difíceis de escrever em toda a minha colaboração com A BOLA. Diziam os romanos que dos mortos só se fala quando se pode dizer bem. Ora que querem que diga do meu Benfica na final da Taça? Mal, muito mal ou péssimo? Exibição confrangedora que retira qualquer direito moral de censurar uma arbitragem miserável.
O Benfica não tem desculpas para a derrota na Taça de Portugal. Culpas próprias e várias. Recuso-me a negar a evidência. Saí envergonhado do Jamor. (todos os parabéns ao Vitória de Guimarães) Triste pelo resultado e envergonhado pela exibição.
Numa altura de catarse colectiva, saibamos encontrar a força (eu estou com dificuldade) de chegar ainda mais fortes ao início da próxima época. Tenho a angústia, que a época não comece amanhã. Escrever a história apenas com base num desaire é como adivinhar os números do euromilhões no dia seguinte. Mas como os versos de Pablo Neruda, o amor é um espinho de incertezas, e eu fui consolado à saída do Jamor por um miúdo de cerca de 12 anos, que, sentindo a minha tristeza, me abraçou espontaneamente e me disse cantando: «Devemos ser loucos da cabeça / Amamos o Benfica com certeza.» Não sei como se chama, temos até não o reconhecer se o voltar a ver, mas percebi que ele é como eu era aos 12 anos, e eu sou como ele será quando passar os 40, e ambos seremos como o avô que o segurava pela mão se chegarmos aos 70. Por isso, eu como ele, sabemos que só assim vale a pena viver esta paixão saudavelmente doentia. Por isso desconsidero quem esta semana me perguntou se estava tudo bem, e não esqueço quem esta semana me tratou da alma. Na vida detesto o mais ou menos e o tanto faz.
Parabéns ao basquetebol encarnado, que repetiu em Coimbra este ano, o título de campeão nacional que já tinha conseguido no Dragão no último ano."

Sílvio Cervan, in A Bola

Independentemente do vento

"Escrevo estas linhas num momento em que muitos muito discutem se o Benfica deve ou não alterar a liderança do seu futebol.
No mês passado “exigia-se” ao presidente do Benfica que renovasse com o treinador que nos conduzia a uma final da Liga Europa, uma final da Taça e a uma expectável vitória no Campeonato. O Campeonato foi-se num minuto 92 feito de azar e desconcentração. A Liga Europa foi-se num minuto 93 feito de injustiça e revolta. A Taça foi-se em 90 segundos de total absurdo competitivo por parte de alguns dos atletas que mais batalharam ao longo do ano. Ou seja, ficámos, amargamente, no frustrante “quase”. E de “quase” se têm feito muitos discursos de ‘especialistas’ em futebol e em construções de teorias absolutas em torno do momento relativo em que uma bola vai ao poste e, por um mero acaso, sai ou entra. De “quase” se têm feito as convicções de muitos dos que exigem agora que lhes tragam na bandeja a mesma cabeça que há uns dias se preparavam para coroar. Muitos procuram agora mitigar a sede de vitórias com o sangue de uma injusta vingança. Eu acredito hoje, terça-feira, nos mesmos em quem confiava no Domingo, antes da final da Taça. As convicções não mudam ao sabor do vento e as decisões de quem lidera os destinos do Benfica não podem mudar ao sabor dos insultos de circunstância de quem acredita que pode, pela ameaça, impor a sua vontade, feita de emoção, às decisões que se exigem racionais, frias e alheias a chinfrineiras.
Não sei, no momento em que escrevo estas linhas, qual será a decisão tomada relativamente ao futuro do treinador do Benfica, mas sei que, desde a final da Taça, não me saem da memória as seguintes palavras de Torga: «Queima-se ou crucifica-se primeiro o herói ou o santo, joga-se aos dados a sua túnica, e, quando dele não resta nem a sombra das cinzas, aparece um centurião qualquer a dizer: “Verdadeiramente este homem era filho de Deus”»."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Calma, precisa-se

"1. Como se não fossem suficientes as desilusões deste final de época, junte-se-lhe, domingo passado, nova derrota na Final da Taça de Portugal. Não era jogo que salvasse a época, mas seria um triunfo saboroso, capaz de amenizar desgostos anteriores. A época estava a ser óptima, a exibição em Amesterdão foi excelente, a sorte não esteve (nada mas mesma nada) connosco e acabámos por não ganhar nada.
Nesta hora, há que manter a calma e confiar em quem dirige o Clube. Só quem está lá dentro, perto da equipa, tem os dados todos para analisar o que falhou e tomar as decisões adequadas. Eu só tenho uma certeza: o Benfica não inferior ao FC Porto esta época e, mantendo esta linha de rumo, haveremos de ganhar muito.

2. Nem tudo têm sido tristezas, felizmente. A seguir ao Voleibol, já somos Campeões de Basquetebol. No Andebol e no Hóquei em Patins fomos segundos, bem perto dos títulos. E a nossa equipa de Atletismo foi 4.ª na Taça dos Clubes Campeões Europeus, repetindo o feito de 1983... há 30 anos!

3. O Benfica seria Campeão sem os erros graves de arbitragem. Quem o escreve é o Record, através da sua Liga da Verdade. No último jogo, em Paços de Ferreira, o FC Porto foi beneficiado numa grande penalidade e não lhe viria a ser assinalada uma outro na sua área. E, assim, chegou ao fim do Campeonato com saldo nulo, entre benefícios e prejuízos. Ao invés, o Benfica, segundo o Record, foi prejudicado nos jogos com Académica e Nacional e beneficiado frente ao Sporting, tendo um saldo final de dois pontos de prejuízo, que lhe teriam dado o título nacional. Uma curiosidade: o Sporting foi a equipa mais beneficiada ao longo do Campeonato (seis pontos!) e seria 9-º e não 7.º sem essas falhas de arbitragem. Mas quem os ouve...

4. Pinto da Costa foi reeleito presidente do FC Porto por (apenas) 1258 sócios (pelo menos, desta vez, divulgaram quantos votaram, o que nem sequer aconteceu na anterior eleição...), os quais lhe deram 99,13 por cento dos votos. Uma votação ao nível daquelas que se verificam em algumas 'democracias' tipo Coreia do Norte...

5. O Sporting foi mais uma vez enganado pelo FC Porto, que vendeu James e Moutinho por 70 milhões de euros. Os responsáveis do Sporting protestam mas depois esquecem, até serem novamente enganados. Tem sido sempre assim..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Foi apenas isso que mudou, a disposição

"Se a hesitação de Vieira é temer que Jesus vá para o Porto, então deixá-lo ir. A base de sustenção do próximo contracto tornar-se-ia fraquíssima e quase infame

TODA a arte nasce do sofrimento, ensinaram-me os melhores professores. O Benfica é uma obra de arte. E como acontece a qualquer obra de arte, também no Benfica há uma injustiça que o percorre.
Foi isso o melhor que consegui, confesso, e só 25 horas passadas sobre o desfecho da final da Taça de Portugal. Não deu para mais.
Ainda tentei de outro modo, enfim, mais genérico:
O Benfica é como a vida. A vida, por vezes...
Mas logo desisti. Sò ia piorar enveredando por um caminho retórico minado de alçapões.

MUITO sozinho se deve ter sentido Luís Filipe Vieira na tribuna do Jamor quando tudo acabou. Gabo-lhe, no entanto, o fair-play. Deve ter sido o único elemento da comitiva oficial benfiquista que não debandou antes do adversário erguer a taça.
A solidão de um presidente no momento da desgraça nem sequer é uma originalidade. Mas esta não-originalidade era perfeitamente escusada. Vieira tinha 6 milhões de almas com quem desabafar. E que o queriam ouvir. Precisavam de o ouvir, na verdade.

QUARTA-FEIRA, 16h27. À hora em que escrevo, a decisão sobre a continuidade de Jorge Jesus no Benfica prossegue por todo o país e em todas as cátedras. Já lá vão três dias depois da final da Taça. Diz-nos a imprensa que Jesus quer ficar e que Vieira hesita.
Se a hesitação de Vieira é temer que Jesus vá para o Porto se não ficar no Benfica, então deixá-lo ir. Porquê? Porque, assim sendo, terna-se fraquíssima e quase infame a base de sustentação do próximo contracto. E nem Jesus nem Vieira merecem uma anormalidade destas. Nem nós.

A temporada do Benfica acabou como começou, mal.
Começou mal em Dusseldorf com Luisão à peitada num árbitro perante a boa disposição geral da comitiva e acabou no Jamor, com Cardozo a crescer de dedo apontado para Jorge Jesus perante a má disposição geral. No fundo, foi apenas isso que mudou, a disposição.
Porque de resto, quer no principio quer no fim da época, o mesmo básico esteve sempre lá. Ou, provavelmente, nunca lá esteve.
Porque o básico, sendo o patamar mais fácil de atingir por qualquer organização, não existiu em Dusseldorf por cobro à galhofa nem existiu no Jamor, por exemplo, conduzir a equipa ao comportamento devido no momento da sagração dos adversários vencedores.
Os mais piegas dizem-me que enfermo de masoquismo. E que a equipa, pelo que jogou o ano todo, não merecia ser sujeita a uma derradeira provação. Não concordo. Na minha opinião, é preciso acabar com a pieguice no Benfica.

MUITOS parabéns ao bravo Vitória Sport Clube, digníssimo vencedor da Taça de Portugal.

DEPREENDE-SE que a origem do confronto final Cardozo-Jesus foi Melgarejo. Cardozo não terá gostado de ver o seu companheiro de fora do onze titular no Jamor e, no fim do jogo, acusou o treinador de ser o culpado pela derrota.
Mais uma vez, o problema do defesa-esquerdo a assombrar uma temporada na Luz. Entre o defesa-esquerdo adaptado André Almeida e o defesa-esquerdo-igualmente-adaptado Melgarejo, o treinador do Benfica optou pelo português que, em abono da verdade, não esteve particularmente feliz. Se acontece aos de raiz quanto mais não haveria de acontecer aos adaptados...

COM a legítima euforia de um ressuscitado, o presidente do FC Porto foi à RTP meter nojo assim que se apanhou campeão. Nada de espantar, maio foi-lhe milagroso até ao tutano. No espaço de vinte dias, entre 6 e 26, o Benfica perdeu o campeonato, a Liga Europa e, finalmente, a Taça de Portugal.
E, note-se bem, quando Pinto da Costa foi à RTP, ainda o Benfica não tinha conseguido perder a final do Jamor para o Vitória de Guimarães, no dia 26 deste mês do cargo. Faltava esse berloque final.
Mas, afinal, ressuscitado, porquê? O termo, ainda que em sentido figurado, poderá parecer excessivo mas, em boa verdade, o presidente do FC Porto estava morto para o objecto principal da sua actividade - o campeonato - até Paulo Baptista ter apitado para o fim do Benfica-Estoril, no dia 6 do mês que amanhã termina. O presidente do FC Porto entrou em processo de reanimação nesse preciso momento.
No dia 11 à noite no Dragão sofreu pioras profundas, quase letais, à vista de toda a gente. Foi salvo por uma questão de segundos. Um comentador da estação colombiana de televisão que transmitiu o Porto-Benfica da penúltima jornada da Liga portuguesa descreveria o ambiente no estádio nos minutos finais do jogo como o de «um cemitério». Era, de facto, a ideia que dava e muito compreensivelmente. Até Kelvin entrar em acção.
O presidente do FC Porto esteve, portanto, por duas vezes KO, das duas vezes ressuscitou e, agora, exprime-se com alegria de um ressuscitado. Não é legítimo que se sinta extraordinariamente feliz?

TUDO indica que a próxima temporada internacional arranca com menu de luxo, um frente-a-frente José Mourinho-Pep Guardiola. Em Agosto, a final da Supertaça europeia vai convocar para uma grande jogatana no Mónaco os dois treinadores mais mediáticos do mundo e que, ainda há pouco tempo, eram rivais em Espanha ao serviço, respectivamente, do Real Madrid e do Barcelona.
E se Mourinho regressar mesmo a Londres, como garante a imprensa, são mais do que muitas as emoções já antecipáveis para o Chelsea-Bayern de Munique deste verão. Guardiola tem por missão quase impossível não estragar o Bayern que lhe foi deixado, em estado impecável, por Jupp Heynckes. Mourinho não tem uma missão substancialmente menor. É a de não estragar a reputação que soube conquistar na sua primeira e inesquecível passagem por Stamford Bridge.
A principesca discussão entre os dois treinadores de que o mundo fala começa em agosto no Mónaco. Depois, espera-se que a discussão, mais ou menos principesca, continue pelo ano fora tendo por objecto a Liga dos Campeões, o santo graal do futebol europeu. O que se pode querer mais do futebol show business?

A propósito das contas da venda de João Moutinho ao Mónaco, o mais recente dos emblemas obscenamente novos-ricos e ao serviço de quem o melhor médio português da sua geração vai agora, teme-se, desperdiçar o seu talento, registou-se um ligeiro desentendido público entre o FC Porto, clube vendedor, e o Sporting, clube directamente interessado no bom sucesso da transacção.
São negócios entre os dois rivais do Benfica e não cabe à nossa gente pôr-se com opiniões sobre isto ou sobre aquilo, valores, percentagens ou seja lá o que for.
Mas, pensando melhor, o desentendido não foi assim tão ligeiro. Não deixa de ser assinalável a resposta com que Bruno Carvalho, o jovem presidente do Sporting, calou a prosápia do ressuscitado presidente do FC Porto depois deste se ter vangloriado em público dos altos valores por que vendera uma «maça podre».
«Fruta não é connosco, mas não somos bananas», disse Bruno de Carvalho olimpicamente.
E nunca mais se falou no assunto. Julgo ser a primeira vez que um presidente do Sporting dispara com a «fruta« na direcção do suposto rival nortenho. E já passou quase uma década sobre o Apito Dourado e sobre a divulgação das escutas que desnudaram o fulgor de todo um sistema operativo.
Por questões políticas, presume-se, o Sporting colocou-se sempre deliberada e institucionalmente à margem do dito Apito Dourado, dando a ideia de que olhava para a coisa - e que coisa! - como uma ignóbil disputa a dois, Benfica e Porto, abdicando até de tecer juízos morais o imenso folclore inerente ao processo.
Não será a mais infame das especulações daqui concluir que a questão política que afastou o Sporting do desprezível Benfica-Porto do Apito Dourado dos tribuais acabou por ter o seu peso nas questões mais práticas e palpáveis. Como, por exemplo, na questão desportiva. Nos últimos anos passados sobre o último conquistado, tem-se visto o Sporting a olhar para a discussão do campeonato da mesma forma que olhou para a discussão do Apito Dourado. Ou seja, de longe. De muito longe.
E por esta razão causaram espanto as declarações de Bruno Carvalho quando, pela primeira vez no seu ainda curto mandato se viu obrigado a responder a uma ironia do presidente do FC Porto. É que um presidente do Sporting a falar de «fruta» como remoque ao destinatário é coisa que nunca se tinha ouvido na última década do futebol português."

Leonor Pinhão, in A Bola

«...O Benfica de hoje decide em função do interesse do Clube..»

"Em primeiro lugar queria agradecer a vossa presença aqui hoje, porque ela representa um sinal de amizade, de reconhecimento, mas também um estímulo para o futuro.
Mas o estarem aqui - e não na Assembleia da República - significa que sabem exactamente para que serve e para o que não deve servir a Assembleia da República, e isso é algo que deve ser destacado para memória futura.
Estarem aqui significa que o futebol é transversal a toda a sociedade, mas que há fronteiras que devem ser respeitadas, e que quem não percebe isso faz mal à democracia portuguesa.
Esta não foi uma época de sonho, mas foi uma época que nos fez sonhar como há mais de 20 anos não o fazíamos.
É verdade que a tristeza destas últimas semanas é tanto maior quanto o caminho percorrido e as expectativas criadas durante os últimos meses, fruto do trabalho, da dedicação, do esforço dos profissionais desta casa.
Este Clube está habituado a viver na pressão, fruto da sua grandeza, da sua história, daquilo que representa para os portugueses. E o nosso estado de tristeza tem precisamente a ver com o facto de termos estado muito perto de concretizar uma época fantástica.
O que vos digo é que só a morte não se consegue ultrapassar, o resto podemos superar tudo.
Para o ano temos de repetir o que fizemos este ano e escrever, apenas, um final diferente. Temos condições para isso!
Tenho a serenidade de ter dado o melhor de mim a este Clube, a amargura de ainda não ter chegado onde quero chegar, mas a certeza que aquilo que falta para lá chegar é muito pouco.
Somos hoje, no ranking da UEFA, a sexta melhor equipa europeia. Demos nos últimos anos um enorme salto qualitativo e competitivo. Mas é evidente que quando não se ganha temos a tendência suicida de colocar tudo em causa.
A verdade é que se tivéssemos ganho haveria coisas que teríamos de corrigir, mas também é verdade que o facto de não termos ganho não significa que tudo está mal.
Vamos mudar aquilo que tivermos de mudar mas com ponderação, para não estragar tudo o que de bom conseguimos nos últimos anos. Não devemos ter medo das nossas convicções.
O Benfica é vivido, dentro e fora do Clube, durante 24 horas, 7 dias por semana. Os jornais escrevem uma coisa hoje, outra coisa totalmente diferente amanhã.
Escrevem o que julgam saber, o que não sabem e muitas vezes aquilo que gostariam de ver acontecer.
Mas o Benfica de hoje não é um Benfica que se deixe condicionar pela imprensa.
O Benfica de hoje decide em função do interesse do Clube, e em função daquilo que a sua Direcção e o seu Conselho de Administração entendem ser o melhor para o Benfica.
A única garantia que vos posso aqui deixar é que vamos manter o rumo e continuar a trabalhar com a mesma seriedade, o mesmo rigor e a mesma paixão que nos trouxe até aqui.
E para aqueles que só aparecem nas horas más a criticar sem nunca ajudar a construir, os benfiquistas sabem o carácter e as razões que os movem."

O luto

"Vencedores hoje, derrotados amanhã; um dia, muito convencidos de nós mesmos, no dia seguinte: o luto é um sentimento que, tarde ou cedo, todos temos de saber carregar um dia. (Contando que, pelo menos, seja com a mesma dignidade com que celebramos a alegria.)
Recomenda a prudência que, sobretudo nos momentos mais felizes, nos quais a sobranceria quanto a capacidades próprias nos chega a transportar até à dimensão da divina omnipotência, bom seria que nunca deixássemos de manter devidamente arrumado numa das gavetas do cérebro, algum capital de sensatez - essa medida imensurável, embora precisa e determinante - que afinal, nos torna mais seguros, ante as imprevisibilidades do destino.
Dizem os cépticos que, mesmo na aparente circunstância de uma 'felicidade plena', a mera alegria das curtas vitórias - tantas vezes confundida pelos palermas, com a arrogância, a soberba vaidade, ou um falso sentido da sua própria proporção - é, certamente, um bem precário que não augura nada de bom...
Quando menos se espera, saem-nos pela frente outros difíceis e decisivos desafios.
Desses, em que todas as nossas verdadeiras capacidades e todos os nossos autênticos limites, têm então, de ser postos à prova. Para os ganharmos. E não para nos defendermos apenas a nós próprios.
Em todo o caso, um qualquer, pode optar por viver sem a consciência presente do que, um dia, o luto lhe possa inesperadamente bater à porta.
Num ambiente de competição, podemos até imaginar-nos mais fortes ou mesmo imunes, superiores a todo o sentimento de perda, de vergonha ou dor. Mas um dia, na enganadora arrogância de meras convicções não suficientemente sustentadas, sem que o esperemos, o luto abate-se sobre nós. Implacavelmente.
Hoje incrédulos, chorosos. Até de joelhos no chão e sem pudor. No dia seguinte, porventura ganhadores e campeões. Mas para isso é muito importante que se saiba curtir o luto. O nojo. A tristeza sincera. O que não são sentimentos vãos, apenas mais ou menos vivenciados.
É que o verdadeiro luto cavado é muito útil.
Mas só servirá alguma coisa, se resultar numa sincera reflexão interior sobre o que passámos, sobre o que vivemos. Como vivemos o tempo que passou, ou de que modo passámos o tempo. Umas vezes sozinhos e muitas vezes com os outros.
E nós nunca estamos sós nesta labuta. Quantas vezes não dependemos dos outros que nos cercam, dos outros que dependem de nós, dos outros que correm por nós, dos outros que nos garantem o pão (e as extravagâncias) do dia a dia?
Desse luto obrigatório que nos chama à humilde reflexão interior, até à glória desejada, só vai um passo. Mas que ninguém tenha ilusões: trata-se de um pequeno passo de gigante que só homens grandes, um dia, podem dar."

José Nuno Martins, in O Benfica

A frio

"Na ressaca de três semanas terríveis para o Futebol Benfiquista, confesso que me é difícil expressar uma opinião que fuja à ligeireza para a qual a emoção nos remete. É assim o Futebol, com a sua magia. E são assim os adeptos que, como eu, sofrem apaixonadamente pelo seu Clube.
Importa, neste caso, tentar estabelecer uma barreira clara entre a tristeza - comum a todos os benfiquistas, e perfeitamente natural face aos frustrantes resultados alcançados neste mês de Maio -, e o realismo com que devo ser analisado trabalho desenvolvido ao longo de toda a época.
O Benfica 2012/13 fez-nos sonhar. Fez-nos sonhar muito alto. Porém, devido a uma impressionante série de infelicidades, e devido, também, a alguns erros próprios e alheios, acabou sem os troféus que a qualidade do seu jogo justificava.
Se, na partida do Dragão, o pontapé de um tal Kelvin tem batido no poste, mais taça menos taça estaríamos agora em festa, e ninguém ousaria contestar os méritos daqueles que tudo fizeram para vencer. É preciso não esquecer, também, que não chegávamos a uma Final europeia havia 23 anos, e não íamos ao Jamor havia oito.
Somos cabeças-de-série na próxima Liga dos Campeões, e praticámos, amiúde, um futebol de altíssima qualidade, elogiado por todos, dentro e fora de fronteiras.
É muito ténue, pois, a fronteira que separa os vencedores dos vencidos. É essa fronteira que atribuiu a glória a uns, deixando outros mergulhados no desalento. Não pode, todavia, ser esse exíguo fio a definir méritos e capacidades daqueles que trabalham para o sucesso, naquilo que, sendo um espectáculo, sendo um Desporto, é também - e muitas vezes, principalmente - um simples jogo.
A crise que afecta muitos portugueses, e por consequência, muitos benfiquistas, deixa os ânimos mais quentes, e leva a atitudes nem sempre ponderadas. Infelizmente, também é normal que assim seja. Cabe a quem decide triar todas essas pressões, separar o trigo do joio, e pensar friamente no futuro, e em qual a melhor forma de o preparar."

Luís Fialho, in O Benfica

Circo das facas longas !!!

O Circo não pára... E enquanto a decisão sobre a continuidade do Jorge Jesus não seja anunciada, não vai parar.
O caso Cardozo é um dos melhores exemplos. Logo o Cardozo, que ao longo das várias épocas no Benfica, já teve algumas reacções parvas, contra os adversários, mais principalmente contra os também parvos adeptos que o assobiam... mas desta vez os oráculos, têm a certeza, que os jogadores estão contra o Jesus, que o Jesus perdeu o balneário, que os Capitães não o podem ver, etc, etc... Tudo isto só porque essa teoria encaixa bem, na vontade deles em ver o Jesus fora da Luz... Quando tudo isto se resolve facilmente com uma multa e um sincero pedido de desculpa do jogador em privado, que aliás já aconteceu em público. Esta semana, tivemos um jogador Corrupto que criticou as opções do seu treinador (Defour), tivemos outro (Fernando) que está desertinho para se ir embora (mais uma vez), temos outro que não quer renovar (Atsu), mas aparentemente, ninguém está preocupado com a liderança no balneário Corrupto, nem com a infalibilidade da Organização!!!
Aliás, as crónicas e opiniões covardes têm-se repetido, nos jornais, na Net, nas rádios, e nas Televisões, o odiozinho acumulado ao longo destes 4 anos contra o Jesus, foi todo libertado após a derrota no Jamor. Dos adeptos a quente, ainda podemos compreender (as cenas de violência física que assisti no Jamor, entre Benfiquistas, na bancada, nos minutos finais da partida, já são menos justificáveis!!!), mas de gente que se diz imparcial (nós sabemos que não são...), é intolerável... aproveitaram este momento, para destilarem todo o seu veneno, porque com o Jesus no chão, é mais fácil dar-lhe uns pontapés... Com o Fernando Guerra, mais uma vez, liderando a horda... Mais absurdo, só mesmo os Benfiquistas que pensam que esta gentalha, está preocupada em defender os interesses do Benfica. Mais absurdo ainda, quando daqui a algum tempo, quando o Jesus (no Benfica espero eu...) tiver numa fase positiva, a mesma gentalha, seja recebida na Luz de braços abertos...
Mas como é que nós, Benfiquistas, nos podemos queixar destes vendedores da banha da cobra, quando somos nós os primeiros a ignorar nas nossas analises os golos em fora-de-jogo que sofremos, a compra efectiva (sem metáforas) de jogadores, treinadores e dirigentes por parte dos Corruptos para facilitar a vitórias destes e dificultar as nossas vitórias, além dos Hugo Migueis da nossa vida... aquilo que devia ocupar o nosso tempo, neste momento (além de todos os casos Mafiosos...), era sensibilizar a Direcção e o Pablo Aimar, para o Pablo ficar no Benfica noutras funções (por exemplo, no lugar do Carraça...!!!), além das habituais conversas de reforço do plantel. Mas preferimos andar em recriminações internas, com vinganças saloias, que só nos tornam mais fracos... a discussão sobre o que deve alterado para nos tornar mais fortes, deverá ser feita, com discrição, friamente, e sem precipitações...

terça-feira, 28 de maio de 2013

Avisos

Tal como antevi, a novela Jesus já está a levar demasiado tempo. A decisão já devia estar tomada (qualquer que ela seja), aliás a decisão já devia ter sido tomada, a meio da época. Eu sei que A Bola costuma ser usada como mensageiro das más notícias, sempre que as Direcções do Benfica, querem tomar decisões controversas, espero que o título de hoje, seja somente mais uma especulação jornaleira.
Deixo um aviso: se a SAD do Benfica, julga, que trocar de treinador agora, é fundamental para criar uma nova onda de entusiasmo, que permita vender, com sucesso, a subscrição da Benfica TV, neste Verão. Se o critério for esse, então vão para o caralho...!!!

Quem pensa que o problema do Benfica é o treinador, anda mesmo muito distraído. Por isso concordo, em parte, com o que o Pedro Simões escreveu. Aquilo que neste momento a SAD do Benfica devia estar a discutir, é o reforço, efectivo, do plantel para a próxima época. Já foram anunciados vários jogadores (nenhum confirmado oficialmente pelo Benfica), mas para as posições que necessitam desesperadamente de opções válidas, não existe nenhum sussurro!!! Precisamos de um Defesa Esquerdo titular; precisamos de um Defesa Central que esteja ao nível do Garay e do Luisão; e precisamos de um Médio-Centro ao nível do Matic e do Enzo, de preferência com características mais defensivas (recordo-me que em 2010/2011 sempre que o Jesus queria segurar um resultado, metia o Airton ao lado do Javi. Substituição que resultou quase sempre, este ano não houve nenhuma opção válida... o Roderick para mim é uma não opção!!!). Estas três posições são fundamentais. Ao mesmo tempo, devemos considerar INTRANSFERÍVEIS o Garay, o Matic e o Cardozo. Com o Luisão a caminhar para a reforma, o Garay não pode sair agora. O anunciado Mitrovic, sem o conhecer, não me oferece garantias, nem sei se será para a equipa B. Como já seria esperado a reacção a quente do Cardozo já está a ser aproveitada para destabilizar: o futuro do Jesus no Benfica, não está dependente da vontade dos jogadores; o nosso melhor marcador não pode estar à venda, muito menos por causa de um suposto caso disciplinar, ao contrário do que o Rascord deseja!!!
Como não são lírico, reconheço a necessidade do Benfica em vender jogadores, para equilibrar o orçamento, e ir pagando a dívida acumulada. Creio que os jogadores com 'melhor' mercado, e que mais facilmente podem ser substituídos na equipa, são o Gaitán e o Rodrigo.

Numa temporada que leva 11 meses, o Benfica esteve muito bem durante 10 meses e meio!!! A bipolaridade tem limites (e por isso concordo com o Sérgio), não acredito que os jogadores e o treinador que nos tanto orgulhou em Amesterdão - apesar da tristeza da derrota -, duas semanas depois, seja o maldito... Quem não reconhecer o crescimento futebolístico do Benfica, na última época, só pode ser cego. Sim, falhámos nas decisões, com uma equipa desgastada, com azares normais de um jogo de futebol, e com arbitragens vergonhosas - 2 golos decisivos em fora-de-jogo, penalty em Paços... -, aquilo que nos devia estar a preocupar, não é recomeçar tudo de novo, ou apostar no escuro mais uma vez, aquilo que nos devia preocupar era como evitar voltar a fraquejar, nas últimas duas semanas da temporada... E com humildade reconhecer, que este Benfica, mesmo sem títulos, é o mais forte desde do Eriksson. Estar sempre a repetir frases feitas, sobre as conquistas do Benfica no passado - anos 50, 60, 70 e 80 -, é bom para o ego, mas não ajuda a ganhar jogos nos dias que correm. O futebol é diferente, e principalmente o contexto Corrupto é outro... O Benfica nesta época foi efectivamente a melhor equipa nacional. O Benfica nas últimas 4 épocas foi efectivamente a melhor equipa nacional. O ranking da UEFA é um indicador precioso (e as arbitragens na UEFA também não são perfeitas, longe disso, mas mesmo assim a diferença é assinalável... O reforço do plantel, a contratação do melhor treinador do Mundo (seja o Jesus ou outro qualquer), não nos garante o título, nós não compramos títulos, mas garante que o Benfica esteja na luta, até ao último segundo, tal como tivemos esta época. Isto não é mostrar satisfação com os 2.ºs lugares, no Benfica a vitória é a única ambição, mas não podemos continuar a viver de sonhos irreais... com o perigo, de em todos os finais de época, entrarmos num período de suicídio assistido.

Como já escrevi, o momento decisivo da época, foi a não qualificação para os Oitavos-de-final da Champions. A Liga Europa enfraqueceu-nos internamente (e o Jesus avisou... e foi gozado e insultado por muitos!!!). O ciclo de 4 jogos: Turquia, Barreiros, Fernabaçhe na Luz, e o Estoril, foi-nos fatal. E se antes o Jesus tinha rodado a equipa, nestes 4 jogos, principalmente nos últimos 2, não fez praticamente nenhuma rotação. É isso que é preciso alterar para o ano: em primeiro lugar garantir um dos dois primeiros lugares no grupo da Champions; e em segundo lugar garantir que temos opções válidas para todas as posições. E para isso não podemos voltar a vender jogadores, nas últimas horas da janela de transferências. Internamente deverá ser colocado um limite temporal para as principais vendas. Por exemplo, 31 Julho, a partir desta data, não podemos vender jogadores importantes. Para dar tempo, em caso de necessidade, de serem substituídos. Mesmo que isto signifique perder alguns milhões no braço de ferro das negociações.

Talvez, só os Benfiquistas Cornos Manso, me conseguem irritar ainda mais, do que toda esta novela!!! Vir defender que aquilo que os Corruptos têm, é cultura de vitória, e que aquilo que falta ao Benfica, é exactamente a tal cultura de vitória... e que o Apito Dourado e afins, são teorias da conspiração, é um insulto ao Benfica. Esta gente devia ser proibida de falar ou escrever em nome do Benfica. Esta gente merece perder todos os títulos nos próximos 100 anos, e ser enrrabada a sangue-frio ao mesmo tempo!!!
O diagnóstico do Gauchos é perfeito. Os problemas principais do Benfica, são por ordem de importância: Arbitragens, Disciplina/Justiça (desportiva e civil), Comunicação Social. Os temas em cima da mesa, nas reuniões SAD deviam ser estes. A estratégia passa por um ataque cerrado a estas estruturas. Se existe um acordo, entre Vieira e Fernando Gomes, que obriga o Benfica a manter o silêncio, já devia ter sido renunciado à muito tempo. O erro político que o Benfica cometeu (denunciado por mim desde do início), já devia ter sido rectificado. Continuar a discutir treinadores e mesmo jogadores é absurdo, e contraproducente... Se alguém pensa, que por vir um dos treinadores da moda, promovidos pelos jornaleiros avençados, vai resolver algum problema, podem tirar o cavalinho da chuva...
É aqui que discordo, com alguns comentários (do Pedro por exemplo). É óbvio que o Jesus não é insubstituível, mas no actual cenário externo (Corruptos) e interno (Finanças), a troca de treinadores no Benfica, será muito prejudicial... E se o Jesus, ficando, não teria margem de erro, qualquer outro treinador que possa vir, também não terá...

Hordas e ordeiros

"1. Diz o povo, na sua proclamada infinita sabedoria, que as gentes do Porto são ordeiras e hospitaleiras. Sempre duvidei de infinitas sabedorias, sejam elas do povo ou do Presidente da República. Ano após ano após ano, hordas de ordeiros lançam-se como os hunos de Átila sobre aqueles que têm a desgraça de serem obrigados, pela regra dos calendários desportivos, a demandar a cidade das tripas enfarinhadas. Ao contrário do que acontece com as visitas portistas à capital, sempre sublinhadas com um passeiozinho vivificante no Parque Eduardo VII, ai do atrevido que caia no erro de meter o nariz de fora da janela do autocarro - voam pedras e garrafas, blocos de cimento, pedaços de viadutos. As autoridades, tal como o nome indica, autorizam. É para isso que existem. Deter, identificar, autuar, levantar processos não faz parte da sua competência. Limitam-se a olhar, entretidos, o voar dos calhaus. É mais do que certo que este adjectivo hospitaleiro vem de hospital...
2. Hordas de ordeiros atacaram barbaramente dois jornalistas da Antena 1 que saiam do Estádio das Antas. Tal como sempre acontece, as autoridades autorizaram. A barbaridade passará, mais dia menos dia, a fazer parte da lamentável lista de agressões a jornalistas perpetradas no Estádio das Antas de há 30 anos a esta parte. Lamentou o ordeiro clube a incidência? Apresentou desculpas às vítimas? Não. Não faz parte da sua cultura ordeira... Razão tinha o árbitro, Vítor Correia, quando dizia que desde que vira um porco andar de bicicleta acreditava em tudo. Imaginem se ele tivesse visto um a bailar..."

Afonso de Melo, in O Benfica

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Instabilidade vs. Putas e Fruta !!!

Defendo há muito tempo, que as consequências das Roubalheiras sistemáticas que assistimos no Futebol Português têm consequências, que vão muito além dos 90 minutos, de cada jogo.
Este trágico final de época do Benfica, é um perfeito exemplo. Mais do que os três troféus perdidos, nas últimas 2 semanas da época, a pior derrota para o Benfica este ano, é a instabilidade que foi efectivamente criada.
Depois de tudo o que foi dito, sobre a renovação do Jesus, com quase todos a exigirem a continuidade do treinador (desde Fevereiro, pelo menos....), neste momento quase todos querem sangue. E sangue, é a não renovação do contracto. Imagine-se se o Vieira tem renovado com o Jesus em Março, e agora tivesse que pagar um indemnização para o mandar embora!!! Mas não acredito que fique por aqui, porque vai haver Assembleia Geral para aprovar o Orçamento, e tenho a certeza que vamos voltar assistir às palhaçadas do costume... e já falta pouco, para começar a ouvir os gritos, dos mesmos de sempre, a pedir eleições. Tudo isto independentemente da decisão do Vieira, sobre o futuro do Jesus!!!
Enquanto aqueles que vencem, constantemente, devido às Putas e à Fruta, têm estabilidade directiva, ao nível dos treinadores, e dos jogadores, fabricam receitas, tanto na Champions como na venda de jogadores, tornam ainda ao mesmo tempo, o clube da fruta mais apetecível para os jogadores (e empresários) que se querem valorizar...
O inverso acontece no Benfica. Instabilidade constante, a todos os níveis, perca de receitas, etc, etc... é verdade que nas últimas 4 épocas, isto tem sido atenuado, com o título de 2010 e com um bom futebol praticado, na grande maioria dos jogos. Mas este sádico final de época, parece ter voltado a por tudo em causa, novamente. Corremos o sério risco de ter que recomeçar tudo do zero, novamente.
Por isto tudo é que concordo com tudo, o que o MLeal escreveu no Benfiquistas desde pequeninos. O Jesus nos Corruptos (só para exemplificar...), internamente, não perderia uma única final (e mesmo lá fora, não sei...), o mesmo Jesus que no Benfica, não tem estaleca para os momentos decisivos. Continuamos a cair na mesma esparrela, ano após ano. Talvez seja cedo para dizer isto, mas temos que nos interrogar, qual foi a última vez que chegámos às últimas duas semanas da época, com a possibilidade de vencer tudo? Obviamente que o 'quase' para o Benfica não chega, todos queremos ganhar, mas temos que ter consciência do contexto em que as competições nacionais são jogadas...
E ninguém tenha dúvidas, a saída do Jesus do Benfica, será festejada com Champanhe nas casas de Putas, pelos mesmos de sempre (publicamente até podem dizer o contrário, mas eles sabem perfeitamente as dificuldades extra que tiveram nestas últimas 4 épocas), mais festejada mesmo que o último título que eles compraram... Pessoalmente não acredito que o Jesus vá treinar os Corruptos, simplesmente porque o próprio Jesus não o vai querer, mas a sua saída do Benfica, iria facilitar em muito os trabalhinhos...

domingo, 26 de maio de 2013

E tudo o vento levou !!!


Benfica 1 - 2 Guimarães

Terá sido, muito provavelmente, a época mais sádica da longa história do Benfica!!! E a única boa notícia do dia, é que já acabou!!!
Não me vou alongar em analises, tenho a certeza que nas próximas horas e dias, muita coisa vai ser dita... Deixo só seis notas:
1) Defendi à 3 dias no Forum do Ser Benfiquista: «Oblak regressa, e é para ser titular». O Artur este ano, na Liga valeu 8 pontos perdidos - Corruptos, 4; Nacional, 2; Estoril, 2 -, no confronto directo com os Corruptos. Até podiam não ser decisivos, mas o Benfica não tem margem de erro para estas coisas... Juntando os erros do Melga na 1.ª jornada com o Braga, perdemos 10 pontos, por erros individuais, perfeitamente evitáveis - além da Taça, esta tarde... -, com os pontos perdidos devido a outras variáveis - mais concretamente os apitadeiros -, são demasiados erros, da nossa parte...
2) Mesmo prevendo muitas ofensas, continuo a defender a renovação do Jesus. O Vieira já se arrependeu, várias vezes em público, do despedimento do Fernando Santos. Este é o teste decisivo, para saber, se aprendeu com o erro, ou não... Amanhã, no máximo até Terça, para não alimentar novelas.
3) Voltámos a sofrer um golo, decisivo, em fora-de-jogo. Não me recordo de coisas destas acontecerem com os outros, com tanta regularidade... A favor do Benfica, só me lembro de um golo do Saviola em Coimbra, na época 2010/2011, em fora-de-jogo, depois disso, não me lembro de outro!!!
4) Já temos um Consultor Motivacional, mas falta um Bruxo!!! E dos bons... !!! Neste momento, nenhuma piada tem graça, mas duvido que consigamos ter uma época tão frustrante como esta, mesmo se quisermos. Entre perder todos os títulos no Natal (ou antes), estilo Lagartos, ou perder tudo no último jogo, no último segundo, a resposta lógica parece óbvia... mas o coração diz o contrário!!! Felizmente (sim felizmente!!!), logo a seguir ao jogo, todos nós, tenho a certeza, começamos a receber SMS's dos nossos 'amigos' Lagartos (ou afins), gozando... felizmente, porque assim podemos colocar a nós mesmo, a pergunta existencial mais adequada: Preferias estar a mandar SMS's, ou preferias perder tudo mesmo no finalzinho, numa época que teve tudo para ser quase perfeita, e acabou por ser tristemente sádica?!!!
5) Também não serve de nada, recordar as finais perdidas pelo Bayern de Munique, nos últimos anos, e também não serve de muito, recordar a grande época do Borussia de Dortmund, que acabou sem um único título...
6) Nós, os adeptos não merecíamos, um final destes, mas muito sinceramente os jogadores também não mereciam, começando pelo Matic... Independentemente, das opções tácticas, das substituições, dos bons momentos e dos maus momentos, das fintas ou das perdas de bola, dos jogos melhores ou jogo piores, dos jogos de ataque total, ou de gestão de esforço, independentemente de tudo isso, muito sinceramente nunca notei falta de atitude... Espero, muito sinceramente, que a maior parte dos jogadores, deste plantel, regresse para o ano, e espero, que depois de tudo aquilo que passámos, depois de todo este sofrimento, exista, desde do primeiro segundo da próxima época, a vontade herculiana, de mudar a nossa fortuna, e de atingir os títulos que todos nós merecemos.

Hoje, apesar da minha critica ao Artur, perdemos todos. Isso de ser do Benfica nas vitórias é fácil, quando vencemos, vencemos todos, e quando perdemos, perdemos todos. Acredito, mesmo, que estes desgostos, nos podem fazer mais fortes, mas tem que haver clarividência... revoluções de plantel e afins, não ajudam...

ADENDA: Ontem, não quis falar muito da arbitragem, podia parecer mais uma desculpa, mas como este post irá ficar para memória futura, e independentemente de tudo o resto que se passou, não posso deixar de evidenciar mais uma roubalheira que fomos vitimas. E se no lance do 1.º golo sofrido, o fora-de-jogo poderá ser sempre desculpado, como um lapso, um erro humano, um lance difícil, muito rápido, ou ainda que a culpa foi do Artur (já agora, minutos antes, já tinha passado outro fora-de-jogo descarado ao Baldé)... Agora o critério disciplinar ao longo de toda a partida, não foi um lapso. Houve clara premeditação, e o critério disciplinar é a prova definitiva. Os nossos principais recuperadores de bola, na 1.ª falta que fizeram foram amarelados, sem qualquer justificação, enquanto os jogadores do Vitória foram vendo perdoados cartões atrás de cartões, sendo que o primeiro amarelo para o Guimarães só apareceu aos 70m !!! E mesmo tecnicamente, a dualidade foi gritante. Foi preciso quase 15 minutos para ver uma falta a favor do Benfica, além das já habituais faltas ofensivas marcadas ao Benfica, principalmente ao Cardozo (antigamente era ao Nuno Gomes). Neste jogo foi bem evidente a diferença de tratamento entre o Baldé e o Cardozo. Aliás, a substituição do Cardozo (que eu critiquei no Estádio), dá-se exactamente porque o Jesus viu que todos os lances que o Cardozo disputava, era sempre falta contra o Benfica. Mas mesmo assim, o símbolo máximo do critério torto, foi a falta marcada ao Lima, por jogo perigoso, quando o Douglas saí da área, fazendo jogo perigoso...
Resumindo, mais um trabalhinho executado com sucesso. Um bom exemplo para comprovar que o manual publicado pelo Marinho Neves funciona!!! E neste caso especifico, com consequências que vão muito além deste jogo:

Bicampeões


Académica 77 - 91 Benfica
24-12, 11-25, 16-23, 26-31

Com um dia de atraso, o Benfica sagrou-se Bi-Campeão Nacional de Basquetebol. O 4.º título, em 5 anos. Devido à minha presença no Jamor, não vi o jogo, mas analisando os parciais, percebe-se que voltámos a entrar a dormir!!! Mas felizmente, no resto do jogo, não demos hipóteses. Era provável uma quebra física por parte da Académica... os números também dizem que tivemos uma percentagem 'normal' nos Triplos (33%), e voltámos a dominar nas tabelas, ao contrário de ontem.
Este título era obrigatório, a ausência de um adversário do nosso nível, assim obrigava. Admito que não é fácil, motivar estes jogadores, sabendo da diferença entre o Benfica e os restantes clubes, mas exigia-se mais espectáculo. O Benfica durante a época, denotou sempre, pouca fluidez ofensiva, na maior parte das vezes, foram as individualidades a decidir (Betinho ou Dunn). É verdade que tivemos muitas lesões, mas mesmo assim exigia-se mais... Aliás, creio que tem que haver algumas alterações no plantel. Gosto muito do Heshimu, mas se as costas, não aguentam uma época 'suave' como a nossa, não pode continuar na equipa... Jogámos toda a época sem um base titular, o Carreira teve vários problemas físicos, e o Franklin ficou muito aquém daquilo que fez no Lusitânia na época anterior...
Um dos jogadores que esteve apagado durante a época foi o Dunn, devido aos muitos problemas físicos, mas nesta Final foi claramente o MVP, grande jogador, não vai ser fácil segurá-lo, mas... depois da saída do Ted Scott acho mesmo que ficámos melhor servidos!!! O Gentry depois de muitos problemas burocráticos, com a sua naturalização, também foi decisivo neste final de época. Conseguiu substituir o Doliboa, algo que eu duvidava!!!
Uma palavra para a Académica, com muitos jogadores formados no Benfica, que enquanto teve pernas deu muita luta. Aliás esta época, jogou com o Benfica, em praticamente todas as finais... Espero ver o Arnett de novo com a camisola do Benfica, nas próximas épocas!!!

PS: Aquela derrota com o Guimarães para a Taça ficou 'atravessada'!!! A história às vezes repete-se!!! Este ano no Volei (com muito azar à mistura!!!), também perdemos com os mesmos, para a Taça!!!

4.º lugar


A equipa do Sport Lisboa e Benfica, ficou em 4.º lugar na Taça dos Clubes Campeões Europeus de Atletismo em Pista, no sector masculino. Prova realizada este fim-de-semana em Vila Real de Santo António. Depois do 5.º lugar do ano passado, este ano tivemos um pouco melhor, mesmo com muitas limitações. O Jorge Paula, o Arnaldo Abrantes, e o Vital da Silva fizeram falta (só aqui perdemos cerca de 15 pontos!!! O Jorge Paula provavelmente faria os 400m planos e os 400m barreiras...), além disso temos vários atletas longe do seu melhor como o Nélson Évora, o Marcos Chuva, o Rui Pedro Silva, o próprio Marco Fortes. O erro do Ruben na Vara também não ajudou. É perfeitamente possível, no futuro próximo lutar pelas medalhas. Destaque merecido para o Rasul Dabo, o único Benfiquista a conseguir o 1.º lugar na sua prova, os 110 barreiras. Aqui fica as classificações:
100m - Yazaldes Nascimento, 3.º, 10,83s
400m - António Rodrigues, 8.º, 50,13s
1500m - Hélio Gomes, 3.º, 3.48,46s
5000m - Rui Pedro Silva, 2.º, 14.02,30
Altura - Paulo Conceição, 5.º, 2,11m
Comprimento - Marcos Chuva, 4.º, 7,75m
Peso - Marco  Fortes, 2.º, 19,14m
Martelo - Flávio Azevedo, 8.º, 50,56m
Dardo - Tiago Aperta, 3.º, 72,61m
4x100m - Acuaim Lopes/Bruno Fernandes/Ricardo Monteiro/Yazaldes Nascimento, 4.º, 40,27s
110m Barreiras - Rasul Dabo, 1.º, 13,79s
200m - Yazaldes Nascimento, 4.º, 21,69s
800m - Miguel Moreira, 6.º, 1.52,62
3000m - Rui Pinto, 4.º, 8.16.16
3000m Obstáculos - Alberto Paulo, 2.º, 8.40,47
Triplo - Nelson Évora, 3.º, 16,33m
Disco - Jorge Grave, 5.º, 55,44m
Vara - Ruben Miranda, NC, Sem marca
4x400m - Luís Neves/António Rodrigues/Ricardo Monteiro/Jorge Paula, 5.º, 3.15,81

Geral por equipas:
1.º - Fiamme Gialle (ITA)..............................................126
2.º - Luch Moscovo (RUS)............................................122
3.º - Playas de Castellon (ESP).....................................107
4.º - SL Benfica (POR)................................................92
5.º - Shaftesbury Barnet Harriers (GBR)...........................80
6.º - Entende FranconVille Césame Val d`Oise (FRA)..........77
7.º - Fernebaçhe (TUR)................................................58
8.º - Sparta AM (DIN)..................................................51

Juvenis - 4.º jornada - Fase Final


Benfica 4 - 1 Sporting

Vitória relativamente fácil, depois do 4-1 em Alcochete não se esperava outro resultado. E que golaços: grande trabalho do Romário no primeiro; recepção remate do Guga no segundo; bomba do Guedes no terceiro; e livre lateral perfeito do Guga, para Hildeberto encostar.
Na próxima jornada vamos ter o jogo decisivo no Olival, uma vitória ou empate, e somos logo Campeões. Uma derrota e a coisa fica preta!!! O desempate pontual é feito pelo confronto directo, portanto não podemos perder por dois golos de desvantagem, nem por 0-1 (já que no Seixal vencemos por 2-1), se isso acontecer ficamos dependentes do resultado em Alcochete entre o Sporting e os Corruptos. Na 1.ª volta, os Lagartos no Olival, só perderam por 1-0, num penalty polémico, mas não podemos confiar na lógica.
Além disto, o Benfica tem equipa para vencer os Corruptos, temos jogadores muito rápidos na frente, será muito difícil o Benfica não marcar golos...

Benfica............12
Corruptos...........9
Sporting............3
Braga...............0

sábado, 25 de maio de 2013

Vitória pouco convincente !!!


Benfica 3 - 2 Académica

Não concordo com o treinador, jogámos mal, creio mesmo que faltou atitude. Não sei se as notícias sobre possíveis contratações, terá desmotivado os jogadores, também não sei a expressão 'limpeza de balneário' anda a ser usada... mas isso não pode justificar as muitas desconcentrações. É verdade que o Beto (guarda-redes da Académica), foi o melhor em campo, com várias defesas impossíveis, como já é habitual contra o Benfica, mas o Bebé também teve muito trabalho, e os Estudantes foram muito perdulários. Ainda por cima hoje, os apitadeiros, cometeram erros para os dois lados - portanto também beneficiámos de alguns!!! -, algo raro. Também é verdade que o Gonçalo, e o César estão a recuperar de lesões, e nota-se falta de ritmo. O Joel e o Teka ainda estão de fora. O Marinho teve lesionado durante a semana. Mas exigia-se mais... a equipa continua com pouco dinâmica ofensiva, com jogadores muito parados. Parece que ficam à espera, que o colega resolva as coisas individualmente.
Neste momento o Diece parece-me, finalmente recuperado, e em forma... o patinho feio Diego Sol, também tem sido muito importante...

A jogar assim, contra o Rio Ave, nas Meias-finais, será muito difícil ganhar. Impossível mesmo!!! Os Vila-condenses têm uma equipa cheia de Internacionais, experientes - incluindo o Porco-mor... -, portanto ou acordam, ou nem sequer vamos à Final.

2.º lugar


Benfica 31 - 30 Sporting

Boa vitória, garantindo o 2.º lugar, teria sido demasiado cruel o Benfica ser ultrapassado na última jornada, por este Sporting. O Benfica entrou bem no jogo, com atitude, esteve quase sempre à frente, mas com vantagens curtas. Sendo que ao intervalo a diferença só não foi maior, porque passámos grande parte da 1.ª parte, com 4 jogadores de campo (!!!) - esta dupla de 'Babyfaces' é acima de tudo incompetente, mas... -, a exclusão do Inácio é absurda, isto pouco minutos depois do David Tavares ter levado um murro na barriga, no ar, no momento do remate... e nem sequer falta foi marcada.
No 2.º tempo o equilíbrio voltou a ser a regra, mas nos últimos minutos o Benfica conseguiu uma vantagem boa (30-27), e partir daqui o Benfica tentou controlar o marcador, e mais uma vez, a coisa correu mal... o Sporting empatou (após vários erros nossos) e teve que ser o Carneiro numa penetração aos 6 metros a marcar o golo da vitória, nos segundos finais...
É preciso recuperar o Dario, e o Pedroso para a Taça. Hoje, não jogou o Álamo, o Candeias até esteve bem em grande parte da partida, mas nos últimos minutos esteve mal... Uma nota: será que só agora, no final da época, o Cutura apreendeu a rematar de 2.º linha?!!!

PS: No Andebol, os Juvenis sagraram-se Campeões Nacionais. Mesmo perdendo em casa dos Corruptos, conseguiram manter a vantagem no confronto directo... o trabalho nas camadas jovens, está a começar a dar triunfos.

Bronze e merdices...!!!

Mais um bom resultado para a Telma Monteiro. 3.º lugar no Masters que decorre na Rússia. Onde participam os 16 melhores Judocas por categórica. Começou por derrotar a Americana (Malloy), que derrotou a Telma nos Jogos Olímpicos, depois foi derrotada pela Francesa (Pavia), que nos últimos tempos tem sido 'chata'!!!  Nas repescagens, venceu o 1.º combate por falta de comparência, e na Final para o Bronze, derrotou a velha conhecida Yamamoto, garantido o 3.º lugar (depois do Ouro em 2011, e da Prata em 2012). Parabéns Telma!

PS: Hoje, decorreu em Vila Real de Santo António, o 1.º dia da Taça dos Clubes Campeões Europeus de Pista, em Atletismo. O Benfica representa Portugal no sector masculino, a meio da prova está em 4.º lugar entre os 8 finalistas. Sem lesões, e com todos os atletas no pico da sua forma, seria possível lutar pela vitória, mas isso é muito complicado, mas o pódio já seria um grande resultado, depois do 5.º lugar do ano passado.
Mas além das contingências normais, o senhor Luís Horta e os seus muchachos resolveram, mais uma vez, prejudicar o Benfica, explico: a ADOP fez um controle anti-doping surpresa, o nosso Vital da Silva (lançamento do Martelo), nesse dia faltou ao treino (como é óbvio não sabia do controle), por acaso no dia anterior no Campeonato Nacional o Vital da Silva tinha sido controlado, aparentemente com um resultado negativo. Mesmo assim a ADOP resolveu suspender o atleta, não podendo representar o Benfica nesta importante competição!!!

Amanhã há mais !!!


Académica 79 - 74 Benfica
20-19, 16-12, 16-26, 15-10, 12-7

Tivemos o pássaro na mão, e nos últimos 2 minutos do tempo regulamentar, ele fugiu !!! O jogo não foi brilhante, voltámos a estar mal no ataque, mas a defesa foi aguentando a equipa... no 3.º período tivemos muito bem, com fluidez no ataque, e quando parecia que íamos partir para um vantagem superior a 10 pontos, os apitadeiros quiseram manter o jogo 'apertado'!!! Mesmo assim, os primeiros 8 minutos do 4.º período foram nossos, mas quando deixamos de atacar o cesto, e passámos a gerir o jogo, a coisa correu muito mal... e de falta em falta a Académica conseguiu empatar... Com 3/24 nos triplos, é difícil ganhar jogos. Com os turnovers infantis, é impossível.
A Académica teve 2 jogadores excluídos por faltas (nós também), mas com critérios imparciais, todos os principais jogadores da Académica, tinham sido todos excluídos, todos... principalmente o poste estrangeiro. Não tenho paciência quando os árbitros, acham que é o dever deles equilibrar aquilo que é desequilibrado. Quando vi o Betinho a ser placado, e empurrado para o chão, violentamente, nos primeiros minutos, e a ser marcada uma simples falta, fiquei esclarecido, a Académica sabe que só consegue equilibrar os jogos, com muita agressividade (tudo normal), agora os árbitros têm é que marcar as faltas, e hoje, foram constantemente ignoradas... e quando em cima disto tudo, ainda se armam em super-zelosos quando é para marcar técnicas ao Benfica...
Como eu já escrevi aqui, o Benfica chega a este final de época, com vários jogadores condicionados. Hoje, o Heshimu não jogou, e o Andrade está claramente diminuído... além da ausência do Seth... somos obviamente favoritos, mas não temos todas as opções disponíveis.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Taça de Portugal não salva a época

"A final da Taça de Portugal é um objectivo importante em si mesmo. Não serve para apagar a desilusão do campeonato, nem para sublinhar o orgulho da prova europeia já não sentida há mais de duas décadas.
Lembro-me bem da tristeza de perder a última final do Jamor contra o Vitória de Setúbal. O Benfica tinha sido campeão oito dias antes no Bessa e, ainda assim, a derrota foi amarga.
Mas lembro-me também da última vitória contra o FC Porto campeão europeu de Mourinho. O Benfica tinha perdido o campeonato para o FC Porto e ainda assim a alegria foi imensa.
A Taça de Portugal vale por si mesmo, não serve para salvar épocas ou para fazer retoques de palmarés. Ganhar a Taça é um objectivo sempre presente no Benfica que desejo e que defendo. No Jamor, palco renovado e já anunciado por Hermínio Loureiro como terreno obrigatório para as próximas edições, exijo um Benfica ao melhor nível. Este será o travo que ficará na boca de todos os benfiquistas durante o defeso.
Acabamos a ganhar ou a perder. Mais que sair do Jamor para o Marquês de Pombal, queremos sair do Jamor para dois meses de esperança a satisfação. O Jamor é também o bilhete para uma desforra, dia 10  de Agosto, com o nosso rival. Domingo, no Jamor, joga o Benfica muita coisa, mas acima de tudo o moral e o ânimo dos seus adeptos.
Parabéns pelo título de juniores, conseguido em Vila do Conde, título que fugia há nove anos (umas vezes em campo outras na secretária).
Na Liga dos Campeões deixo a minha absoluta preferência pelo Bayern, estou cansado de ver o antifutebol a vencer provas. Este Bayern é uma delícia, um hino ao futebol. Na reforma de um Jupp Heynckes que já foi nosso treinador, gostava que ganhassem os vermelhos, essencialmente para defesa do futebol e da justiça."

Sílvio Cervan, in A Bola

O «Rato Atómico» e »Pipi»

"Quatro golos de Rogério desfizeram o entusiasmo dos estudantes numa tarde em que Lisboa fervia de calor. O Benfica dava chapa 5 na final da Taça de Portugal. Voltaria a repetir a façanha nas duas edições seguintes...

NO dia 10 de Junho de 1951, o Benfica venceu a Final da Taça de Portugal, no Jamor, batendo a Académica, por 5-1. No dia 15 de Junho de 1952, o Benfica venceu a Final da Taça de Portugal, no Jamor, batendo o Sporting, por 5-4.
No dia 28 de Junho de 1953, o Benfica venceu a Final da Taça de Portugal, no Jamor, batendo o FC Porto, por 5-0.
Três conquistas consecutivas, todas rematadas a chapa cinco.
Três que podem muito bem ser consideradas quatro, já que em 1950, por via da disputa em Lisboa da Taça Latina, não houve lugar à Taça de Portugal. E no dia 12 de Junho de 1949, o Benfica venceu a Taça de Portugal, no Jamor, batendo o Atlético, aí apenas, por 2-1.
Mas desse jogo já falámos na semana passada, vamos então aos três-vezes-cinco, algo que dificlmente se repetirá na história do Futebol português.
No dia 10 de Junho de 1951, Lisboa viu-se invadida por estudantes. As capas negras brilhavam ao sol e a romaria começou cedo em direcção ao Vale do Jamor. O calor era sufocante, demolidor. Escrevia-se na imprensa da época: «Não foi um grande jogo, sem dúvida. Teve, todavia, aqui e ali, além de laivos de emoção e toques de bola factura de futebol. A A.A. sempre que procurou baixar a bola, deu melhor seguimento ao seu jogo ofensivo. O Benfica, com um Rogério em tarde de brilho, teve quem ordenasse o jogo vindo de trás, de uma defes segura, em regra. Moreira, Arsénio e Rogério, escalonando-se, recebiam a bola vinda da retaguarda e logo lhe davam o devido destino. Para a frente. Mas nem sempre, digamos. Houve muitos lances de rendilhado, sem progressão no terreno (...) O Benfica tirou, pois, boa desforra de há doze anos. Conquistou a Taça por mérito próprio, fazendo na final o suficiente para chegar a uma marca robusta, expressiva, eloquente. (...) Quando terminou o desafio, os 'benficas' seram largas ao seu entusiasmo. Por momentos tivemos a sensação da famosa final da Taça Latina de 1950. Quando Francisco Ferreira apareceu na tribuna de honra com a taça recolheu fartos aplausos. Os benficas deram então largas ao seu contentamento».

A arte de Rogério
PARA chegar à final de 1951, coube ao Benfica afastar o Sporting da Covilhã (4-1 em casa, 5-5 fora), o Marítimo (3-0 fora, 2-1 em casa) e o Atlético, finalista da última edição (5-3 fora, 1-0 em casa).
Depois, na final, os tais cinco-a-um. E os golos enfileiraram-se desta forma: 1-0 por Arsénio, aos 5 minutos; 2-0 por Rogério »Pipi», aos 14 minutos, de grande penalidade; 2-1 por Macedo, aos 26 minutos; 3-1 por Rogério «Pipi», aos 55 minutos; 4-1 Rogério «Pipi», aos 63 minutos; 5-1 por Rogério «Pipi», aos 77 minutos.
Quatro golos de Rogério - quatro! Nem o famoso Bentes, do lado coimbrão, o Dr. Bentes, o «Rato Atómico», foi capaz de ofuscar o brilho de »Pipi».
«O labor de Rogério, ontem em dia de abrir o livro», escrevia-se no «Diário de Lisboa». E prosseguia-se: «Se o seu segundo golo, terceiro do Benfica, fora extraordinário, o que se lhe seguiu andou na mesma bitola. Uma série de fintas, driblando para a direita e para a esquerda, terminando o 'bailado' com um chuto que chegou às malhas».
Com o seu talento, Rogério »Pipi» desfazia a última resistência dos estudantes. Falava-se em révanche. Fora contra a Académica que o Benfica perdera a primeira edição da Final da Taça de Portugal, em 1939. A vingança servia-se fria num prato com cinco golos. Desiludidos, os rapazes das capas negras regressavam às margens do Mondego. Sem razões para lamúrias. Nos anos que se seguiram, o Benfica voltaria a aplicar a receita dos cinco a Sporting e a FC Porto em novas finais do Jamor. Ficam aqui prometidos os pormenores dessas cenas dos próximos capítulos. Até já!"

Afonso de Melo, in O Benfica

Além do imediato

"Nós, Benfica, perdemos o campeonato no final e a final da Liga Europa também no final. Para a história e estatística fica a frieza do registo e poucos se recordarão das circunstâncias de tais desfechos. Entre o azar, as falhas próprias e os méritos alheios ficou o testemunho de que a justiça não se compadece com o destino. Testemunhámos também que, para além da frieza dos números, há toda uma envolvência que, de forma estranha e praticamente inaudita, levou a que, mesmo no momento de dois duríssimos golpes, tivéssemos visto milhares e milhares de benfiquistas reagir à adversidade, amparando os seus atletas numa comunhão raramente vista nos momentos de ausência de vitória.
Confundir este amparo aos nossos com falta de exigência ou falta de ambição por parte dos benfiquistas é enviesar a leitura da realidade. Nenhum benfiquista se sentiu minimamente satisfeito com o desfecho da época. Todos os benfiquistas ambicionam muito mais do que o que colhemos da época que agora finda. No entanto, também foi notório que a família benfiquista soube reconhecer o empenho e o mérito do caminho percorrido pelos nossos futebolistas e por Jorge Jesus. Só assim se explica que a esmagadora maioria dos benfiquistas defenda a continuidade do treinador. Isto é muito estranho para a realidade do futebol português. É de tal forma inovador que deveria levar os opinadores que acusam os benfiquistas de falta de ambição a tentar ver para além da miopia do imediato. Se assim o fizessem, perceber-nos-iam, pois, pela primeira vez na história do nosso futebol, vemos uma massa adepta feita de milhões de pessoas a olhar para o futebol para além do óbvio. Ou seja, somos agora acusados por fazermos na prática o que esses teóricos andam a pedinchar há anos: termos cultura futebolística para perceber que o futebol não pode ignorar o resultado, mas que não se esgota nos números do mesmo."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Objectivamente (....a saga continua.)

"E a saga continua. Os títulos da Imprensa que ignora ano após ano as malfeitorias do clube das riscas elogia: nove títulos em 11 anos! Tricampeão, outra vez, etc, etc.
Bom, aquilo que se pode dizer depois de mais um dia em que os adeptos do nosso rival não festejaram a sua conquista mas antes a derrota do Glorioso SLB, é que começa a ser redutor ter de engolir com fair-play tudo o que se passa à nossa volta, observando os situacionistas que sempre estão de acordo com tudo o que se passa sem escalpelizar as razões das sem vergonhices do Futebol português!
O FC Porto ganhou mais um Campeonato com ajuda dos árbitros. A época passada foi com um golo em fora de jogo de Maicon no jogo da decisão na Luz. Este ano foi com um penálti assinalado, fora da área, com menu completo: expulsão do adversário e golo! James - que simulou a falta, como se vê em várias imagens elucidativas tropeçando nele próprio, continuou em campo sem amarelo por simulação. O árbitro, Hugo Miguel, continuará de certo a merecer os elogios do Papa por ser tão agradável... trabalho feito sempre em prol da seriedade do Futebol português!
A pouca vergonha continua ano após ano enquanto se eternizar o poder de quem domina o Futebol português. É vergonhoso manterem em competição equipas que não pagam ordenados há meses e conseguem documentação de «limpeza» com a conivência das autoridades da Liga. É vergonhoso manter a impunidade dos árbitros e seus dirigentes quando ano após ano beneficiam sempre o mesmo clube no dia das grandes decisões.
O Benfica terá sempre de jogar três vezes mais que os adversários para ganhar. E ainda bem que é assim. O que não pode acontecer é que o nosso rival ganhe pontos e jogos com ajuda de erros de árbitros como acontece há muitos anos! Alguém tem de parar isto!"

João Diogo, in O Benfica

Orgulho

"1. Foi a palavra mais ouvida aos benfiquistas nos dias que se seguiram à final da Liga Europa. E logo a seguir ao jogo eu já a havia eleito para título da crónica de hoje. Ao longo do jogo, dei por mim a pensar várias vezes: de certeza que os milhões de telespectadores deste jogo por esse Mundo fora estarão neste momento a elogiar o nosso Clube: pelo excelente jogo praticado e pelo entusiasmo dos nossos adeptos. Só faltaram os golos que a exibição da equipa plenamente justificava. E como quem não marca normalmente sofre, eis que acabámos de perder o jogo naquele fatídico minuto 92. Um jogo que merecíamos ter ganho. O Chelsea, campeão europeu em título, foi completamente subjugado. Mas a categoria dos seus jogadores permite-lhes aproveitar qualquer oportunidade, qualquer distracção. Custa perder assim. Mas sentimo-nos orgulhosos da equipa, dos adeptos que lá estiveram. Foram todos uns heróis.
Outra constatação agradável, apesar da derrota: sentimos que o Clube está cada vez mais forte e que a nossa 10.ª Final europeia não tardará. Esperando que, então, não continuemos a ter a sorte como adversária. A sorte que nos tem perseguido: depois dos dois títulos europeus de 1961, com o Barcelona (com alguma sorte, reconheça-se), e de 1962, com o Real Madrid (indiscutível), houve a lesão de Coluna (atingido por um adversário); em 1963, com o Milão (jogámos praticamente com 10 homens - não havia substituições); houve o 'frango' e a lesão do guarda-redes Costa Pereira em 1965, com o Inter, em... Milão (teve que ir o defesa-central Germano para a baliza!); houve o falhanço incrível de Eusébio mesmo no final do tempo regulamentar em 1968, com o Manchester, levando o jogo (disputado em... Londres) para prolongamento; houve o desempate por grandes penalidades em 1988, com o PSV, jogo em que não contámos (por lesão dias antes) com Diamantino, então jogador fundamental. Só em duas outras finais não temos razão de queixa: na Taça UEFA, com o Anderlecht, e na Taça dos Clubes Campeões Europeus, com o Milão de Baresi, Costacurta, Maldini, Ancelloti, Rijkard, Gullit, Van Basten...
A sorte não estará sempre de costas voltadas nas nossas finais europeias.

2. Última jornada do Campeonato. Jogo decisivo. Aos 20 minutos, falta inexistente e fora da área é transformada em grande penalidade, com expulsão do defesa da equipa adversária, que fica 70 minutos (mais os descontos) a jogar com menos um. É mais um título 'à FC Porto'!..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

quinta-feira, 23 de maio de 2013

91 minutos à Benfica

"Tenho para mim que enquanto esta geração de árbitros do apito dourado se mantiver de pé até ao último homem, o Benfica só ganha um campeonato de cinco em cinco anos.

TENHO dado por mim a pensar com alguma frequência numa certa coisa. Precisamente nisto: no futuro, mais ou menos próximo e traga ele o que trouxer, como recordarão benfiquistas esta época de 2012/2013? 
Calma. Escusam de me vir lembrar, pressurosamente, que ainda falta a final da Taça de Portugal. Eu sei. É já no próximo domingo à tarde no Jamor, como manda a tradição.
O Benfica vai jogar a sua última final da época com o Vitória de Guimarães de Rui Vitória. Só dizer isto, o Vitória de Guimarães de Rui Vitória é, podem crer, expressão franca de elogio ao trabalho de um treinador que fez renascer a alma vimaranense para as emoções maiores do futebol.
Para cúmulo chama-se, ele próprio, Vitória de apelido.
Nos momentos de maior pessimismo que, inevitavelmente, se seguiram e se continuam a seguir aos injustos desaires no campeonato nacional e na Liga Europa tem havido ocasiões em que até o apelido do treinador do Vitória de Guimarães me causa, confesso, calafrios.
E nem é preciso dar grandes largas à imaginação. Basta só deitar-me a imaginar o dia seguinte, em caso de vitória do Vitória de Rui Vitória, e as grandes parangonas nas primeiras páginas dos jornais com VITÓRIA & VITÓRIA em letras garrafais sobre um fundo de festivos papelotes brancos e pretos, as cores de Guimarães no que ao futebol diz respeito.
Esqueçamo-nos por momentos da final da Taça de Portugal. Até porque já sabemos o que nos espera. Se o Benfica a ganhar, como espero que aconteça, com todo o respeito pelo Vitória de Guimarães, os nossos rivais vão imediatamente desvalorizar o troféu porque é do seu interesse acentuar e pôr toda a tónica na desdita que nos caiu em cima nos jogos com o Estoril, com o FC Porto e com o Chelsea (por esta ordem). 
Se o Benfica ganhar a Taça de Portugal, coitada da Taça de Portugal, lá se vão os pergaminhos da vetusta competição que, na retórica, passa a ter menos importância do que a Taça da Liga num abrir e fechar de olhos. A acontecer, não se enervem benfiquistas. Seria precisamente o que faríamos, sem dó nem piedade, aos nossos rivais passassem eles por semelhantes tormentos.
Se o Vitória de Guimarães sair vencedor do Jamor, também já sabem o que nos espera, não é verdade? A Taça de Portugal é promovida a Liga dos Campeões. E nós bem tramados com o que vamos ter de ouvir. 

SÃO estas razões mais do que suficientes para deixar de lado, e já não era sem tempo, a questão da Taça de Portugal – que seja uma festa, um grande jogo e que vença quem for melhor! – e voltarmos ao assunto do início.
No futuro, venha o que vier, como recordarão benfiquistas esta época de 2012/2013?
O 92 virá inapelavelmente à colação. O Benfica perdeu o campeonato nacional ao minuto 92 no Porto e perdeu um título europeu que persegue há mais de meio século ao minuto 92 na Arena de Amesterdão. Por não trazer qualquer espécie de novidade nem acrescento de monta a esta conversa, nem é preciso grande demora a elogiar todo o saber estar dos nossos adeptos nestas horas más. Foram maravilhosos. Já se sabia. 
Aliás quanto mais o Benfica é do Benfica e quanto mais está entregue ao Benfica, melhor é o Benfica. Isto também já se sabia mas convém sempre recordar.
E de árbitros? O que dirão, no futuro, os benfiquistas dos árbitros de 2012/2013? Julgo que, por exemplo e para variar, Pedro Proença vai passar incólume. Deve agradece-lo e muito a James Rodriguez que, já perto do fim do clássico no Porto, falhou escandalosamente no frente-a-frente com Artur depois de uma arrancada em posição, convenhamos, de flagrante irregularidade.
Poderão, porventura, referir-se, no futuro, a este título do FC Porto como o do ano das cinco mãos ou, de forma mais personalizada, como o campeonato do Hugo Miguel. Mas para quê? No futuro, benfiquistas, não percam tempo com essas coisas que só nos ficam mal porque esse continuado lamento até nos passa um atestado de incompetência (crónica).
Hugo Miguel é um árbitro como outro qualquer. Tem dias bons e tem dias maus. De acordo com um antigo balanço feito pelo Público ao processo de corrupção que abalou o nosso futebol, Hugo Miguel foi um dos árbitros sobre os quais caíram vagos indícios dourados mas a situação acabou por ser arquivada porque a má qualidade de som da escuta impediu que a matéria em causa pudesse ser analisada pela equipa de peritos.
Irrelevâncias. E dal forma irrelevantes que não impediram o árbitro em causa de vir a ser promovido à primeira categoria. Há coisa de um ano, Vítor Pereira, o presidente dos árbitros, não o treinador do FC Porto, afirmou numa entrevista que «esta geração de árbitros já não é a dos quinhentinhos». Tem toda a razão. Não é mesmo.
No entanto, ainda é de forma substancial a geração do apito dourado. Tenho para mim, por ser supersticiosa, que enquanto esta geração de árbitros contemporânea do apito dourado se mantiver de pé até ao último homem, o Benfica só ganha um campeonato de cinco em cinco anos. Oxalá me engane.

TENHO, no entanto, por certo que os benfiquistas recordarão, no futuro próximo e no distante, que a época de 2012/2013 coincidiu com a passagem pelo Benfica de um jogador sérvio absolutamente notável chamado Matic. Tivesse o Benfica sobrevivido ao minuto 92 no Porto, posso garantir que estaria agora a escrever que este tinha sido o campeonato do Matic.
Como não sobreviveu, vejo-me forçada a escrever, com muita pena, que este foi decididamente o campeonato do Kelvin, pela importância astronómica dos golos do jovem brasileiro nos jogos contra o Sporting de Braga e contra o Benfica. Antes isto do que passar os próximos meses a chorar o campeonato do Hugo Miguel.
Os benfiquistas mais inclinados para as questões prementes da equipa de futebol – e julgo que serão todos – recordarão esta época como aquela em que o Benfica não colmatou minimamente as inevitáveis vendas de Javi Garcia e de Axel Witsel e entregou durante o ano inteiro o trabalho no miolo a dois homens – ao tal Matic e ao adaptado Enzo Pérez.
Ambos deram tudo o que tinham e também o que não tinham. Obrigada. Mas sempre que foi preciso ir buscar ao banco gente para os substituir, a coisa correu mal porque nem Carlos Martins nem Pablo Aimar alguma vez se mostraram em condições de estar ao nível da primeira linha.
Muitos recordarão assim esta época em que o Benfica jogou com autoridade e brilho durante meses a fio mas em que viria a claudicar nos momentos decisivos porque a sua segunda linha, quando foi chamada, ficou muito longe da primeira linha por razões que saltaram à vista. E nem percam tempo a apontar o dedo a Roderick no golo de Kelvin nem a Jardel no golo de Inanovic. Não é com estas coisas que se deve perder tempo.
Quanto ao passado, estamos conversados.
Quanto ao futuro, ninguém o conhece, excepção feita ao bruxo de Fafe. Mas dá-me ideia de que o bruxo de Fafe está comprado porque apita sempre para o mesmo lado.
Sei, no entanto, como gostaria de recordar, daqui a alguns anos, esta época do Benfica. Assim:
Como a última época antes da grande viragem, a época em que se estreou André Almeida como titular, a época em que se aprendeu que são dispensáveis conferências de imprensa a dizer mal dos árbitros quando o Benfica até seguia na liderança com 4 pontos de avanço a poucas jornadas do fim e depois da Capelada do derby, a época em que os nossos adoráveis adeptos confortaram os nossos jogadores nas horas de infortúnio, a época em que, depois de tanta lágrima, o presidente renovou o contrato com o treinador porque sabia que estava no caminho certo. E o tempo deu-lhe razão.
E já faltou mais tempo. Este ano estivemos perto. Depois de uma longa caminhada já chegámos ao patamar dos 91 minutos à Benfica. Penso que com mais 2 ou 3 minutinhos dá-se a volta à coisa e não tarda."

Leonor Pinhão, in A Bola