Nesse Brasil que canta e é feliz...

"Primeira deslocação do Benfica às Américas teve festa a duplicar: cá e lá. E até o Belenenses, Atlético, Estoril e Sporting enviaram dirigentes ao aeroporto para desejarem sucesso à comitiva 'encarnada'.

Antes da partida, a comemoração. Seis títulos nas oito provas principais de Futebol em Portugal: Campeões Nacionais e Vencedores da Taça (categorias de Honra); Campeões Nacionais e Regionais de Juniores; Vencedores da Taça Eng. José Frederico Ulrich (reservas); Vencedores da Taça Dr. Sá e Oliveira (principiantes).
Um Benfica em festa, portanto. Tão em festa que a comitiva que embarcou para o Brasil para disputar alguns jogos particulares numa sensacional estreia no Rio de Janeiro e em São Paulo, viu-se rodeada de gente à chegada ao aeroporto da Portela de Sacavém, agitando bandeirinhas vermelhas e aclamando os jogadores um a um.
Estávamos em Junho de 1955. A viagem do Benfica ao Brasil foi um acontecimento. Os oponentes eram de peso: Flamengo, Peñarol, Palmeiras, América e Corinthians. Todos eles adversários «novos em folha», que o Benfica nunca havia defrontado. Viria, com o decorrer dos anos, a multiplicar esses contactos, e a fazer de alguns deles «gente muito lá de casa». Foi de tal forma um acontecimento, que muitos clubes portugueses fizeram questão de se deslocar ao aeroporto para desejar aos benfiquistas uma boa viagem e uma digressão de sucesso. Sporting, Belenenses, Atlético e Estoril mandaram representantes. E a Federação Portuguesa de Futebol, e a Associação de Futebol de Lisboa.
Festa à partida e festa à chegada. O avião da Panair acabara de aterrar no aeroporto do Rio de Janeiro, depois de uma escala no Recife,e já as rádios brasileiras, com o seu estilo inconfundível, lançavam no éter o relato do que parecia um jogo de Futebol.
Não era. Era só o Benfica que chegava ao Brasil. E punha pela primeira vez o pé nesse Brasil que canta e é feliz, feliz...

Joaquim Bogalho liderou a comitiva formada pelo treinador, Otto Glória, e 17 jogadores Campeões

Samba de um golo só
Os microfones pareciam cogumelos, brotando por todo o lado, questionando jogadores, técnicos e dirigentes. Até no treino, o primeiro, nessa noite no Maracanã, havia magotes de gente como se de um prélio se tratasse. Batem-se chapas, gasta-se magnésio. Mas o jogo que é bom, o jogo que todos esperam, o jogo que qual os atletas anseiam é só no dia seguinte, pelo final da tarde.
O adversário, primeiro adversário desta viagem histórica, era o Flamengo, clube mais popular do Rio de Janeiro e de todo o Brasil. O Benfica perdeu. Não há, como se sabe, derrotas boas, mas o Benfica impressionou os brasileiros. «O Benfica apresentou um bom futebol, trouxe bons valores, e no final deixou grande parte do público com uma dúvida - o empate não teria sido mais justo?». escreveu-se na Tribuna de Imprensa. «O Benfica conquistou o público e caiu como um campeão», titulava A Última Hora.
Aos três minutos, o Benfica já perdia. Golo de Evaristo, golo único do jogo. O mesmo Evaristo que voltaria a defrontar o Benfica, uns anos depois, pelo Barcelona.
As equipas alinham:
Flamengo - Ary; Tornires e Jordan; Serbilho, Pavão e Dequinha; Joel, Rubens, Índio, Evaristo e Esquerdinha.
Benfica - Costa Pereira; Jacinto e Ângelo; Caiado, Artur e Alfredo; Zezinho, Arsénio, Águas, Coluna e Palmeiro.
O Benfica cumpre o seu primeiro jogo nas Américas desferindo ataques sobre o adversário, forçando-o a recuar. Coluna erguia-se em pleno Maracanã como um príncipe etíope, como o poderia ter descrito Nelson Rodrigues. Os tiros de Águas e Palmeiro levam, no entanto, pólvora seca e o resultado não se desfaz. Samba de um golo só.
As equipas saem sob aplausos. O Benfica deixara cair a participação na Taça Latina, que conquistara brilhantemente em 1950, para se lançar na aventura desta viagem longa e demorada. Era tempo de fazer com que o nome do Clube crescesse através do Mundo. E esse é sempre o fantástico destino das grandes viagens..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Um passo de gigante para o título

"Vitória na Madeira torna Benfica "mais" favorito.
Era o grande teste que faltava cumprir aos encarnados antes da visita ao Dragão. Uma eventual escorregadela na ilha tornaria decisivo o "clássico", mas com os quatro pontos a manterem-se de permeio entre os candidatos, o jogo grande arrisca-se, afinal, a ser pequeno, a menos que o "pequeno" Estoril que se segue se árvore em grande e ainda venha a causar problemas. Dos grandes. Mas o melhor é mesmo aguardar pelos próximos episódios.
Para a operação-Funchal, o Benfica não contou com Gaitán nem Melgarejo e Cardozo só jogou a última meia hora. O momento é de contenção, como se sabe, e o Fenerbahce está já aí para a "réprise". Jesus continua a fazer a gestão de recursos, mas não se pode falar em "revolução do plantel", como o técnico havia anunciado. As alterações foram mínimas e, pelos vistos, chegaram para as necessidades.
Começou o Benfica num 4.1.3.2 ambicioso, com Rodrigo e Lima na frente, tendo o apoio de Enzo, e Salvio e Ola John nas alas. Logo aos 5', a fortuna bateu-lhe à porta, com Márcio Rozário a fazer uma tão clara quanto desnecessária grande penalidade sobre Lima. O brasileiro abriu a porta, que é como quem diz, não falhou a transformação e, desta forma, ainda sem ter feito grande coisa para a merecer, a equipa da Luz viu-se em vantagem.
Ficou "encadeado" o Benfica com a proeza? A verdade é que foi o Marítimo a mostrar-se mais empreendedor, como ficou à vista, logo a seguir, num remate do mesmo Márcio ao poste da baliza de Artur. O que parecia ter sido apenas um indício do atrevimento insular constituiu, afinal, o prelúdio de uma fase de franco assédio dos homens da casa.
O meio-campo do Marítimo denunciava solidez e frescura, perante um Benfica que, concedida a iniciativa do jogo, se mostrava mais dado a controlá-lo, agora que o resultado lhe era favorável. No entanto, as surtidas dos funchalenses, com um trio de ataque de respeito, iam deixando a sua marca, pelo que não surpreendeu o golo do empate, tantas foram as vezes que o Marítimo rondou com perigo a baliza de Artur. 
Uma entrada fulgurante de Igor (42'), a explorar alguma apatia dos encarnados na sua defensiva, ditou, por fim, o 1-1 e ficou tudo adiado para uma 2ª parte que prometia. O intervalo e Jesus foram bons conselheiros, pois o Benfica soube arrepiar caminho e, como a Fénix, surgiu renascido das cinzas e pronto para o retomar da luta. Afinal, a equipa ainda tinha bons argumentos para esgrimir.
Lima foi a figura principal, ao assinar assistência de luxo a Rodrigo, e, depois, ao visar por duas vezes os ferros da baliza de Salin. Inconformado, Jesus lançou Cardozo na liça, saindo Ola John, e a consolidação atacante deu os seus frutos, se bem que por linhas tortas, pois um centro de Salvio foi interceptado por Igor para dentro das próprias redes.
Conseguida de novo a vantagem, Jesus voltou a mexer na equipa, fazendo segunda alteração, agora de reposição, digamos assim, uma vez que deixava de ser necessária a presença de três avançados. A hora era de aguentar, por isso saiu Rodrigo e entrou Carlos Martins. E a verdade é que o assunto ficou no 1-2, apesar de Pedro Martins, o técnico da casa, que já tinha apostado em David Simão, ter avançado, nos últimos minutos, com Danilo e Fidélis para o reforço ofensivo. Mas aí falou mais alto a retaguarda visitante, onde Luisão reapareceu e Matic voltou a ser o suporte imprescindível.
Foi um triunfo merecido do Benfica, que, após uma fase de maior "adormecimento", soube reagir a contento (e a tempo), ficando à vista a boa leitura de Jesus, que esteve na base do tal ressurgimento encarnado."

Um jogo para o título

"A forma como os jogadores e equipa técnica do Benfica festejaram o triunfo nos Barreiros é, só por si, significativa e elucidativa. Eles tinham consciência de que a partida frente ao Marítimo era um (ou o?) jogo-chave da fase final do campeonato. Os três pontos conquistados deixam o título exclusivamente dependente dos encontros com Estoril e Moreirense, na Luz, desafios que apenas uma catástrofe difícil de imaginar pode impedir que sejam de consagração.
Mas os festejos dos encarnados derivaram também de outro factor. É que a vitória foi bastante complicada, perante um conjunto madeirense que não perdia em casa desde Outubro do ano passado. Ainda que, curiosamente, o Benfica tivesse entrado em vantagem logo aos cinco minutos. Simplesmente, o resto do primeiro tempo foi um contraste com o arranque.
Jorge Jesus falou de "ansiedade" prematura que terá levado os jogadores a pensarem em gerir o avanço logo ali. Talvez, mas também porque o Marítimo não se sentiu afetado pela infantilidade de Márcio Rozário, que cometeu a grande penalidade. Aliás, ele próprio "respondeu" pouco depois com um remate ao poste da baliza de Artur. Acontece ainda que houve muita coisa que não funcionou como devia na equipa encarnada. 
Os laterais, Maxi e André Almeida (Melgarejo, certamente por prudência, ficou de fora) tiveram grandes dificuldades com os alas madeirenses, vendo-se várias vezes Sami e Heldon a ganhar espaços e a passarem até com alguma facilidade, Ola John distante do jogo e Rodrigo a vaguear sem soluções aproveitáveis. Daqui até ao golo do empate foi um passo, num lance em que toda a defesa do Benfica não está isenta de responsabilidades.
Depois do intervalo, fosse por terem compreendido o enorme risco que estavam a correr no jogo (e, por consequência, no campeonato), fosse por perceberem que sem pressão séria sobre o adversário nunca passariam "daquilo" - ou pelas duas coisas - a verdade é que se registou uma transformação pela positiva dos jogadores encarnados. Lima atirou por duas vezes aos ferros, Salvio assumiu-se como a gazua que faltava, Matic e Enzo passaram a explorar com mais lucidez a zona central do campo e Jesus também ajudou ao retirar Ola John e colocar Cardozo. O Marítimo continuou a ir "lá acima", mas os lances de perigo real diminuíram.
A persistência deu resultado. Foi um autogolo, mas estes também contam. E aqui, sim, foi o momento do técnico encarnado definir a cadência, ao abdicar de um Rodrigo sem chama (Lima e Cardozo davam conta do recado), optando por Carlos Martins e, assim, transmitir equilíbrio à equipa. Roderick, já nos derradeiros minutos, foi mais um para "trancar a porta" em definitivo.
Pode não ser ainda a "autoestrada" para o título, mas o Benfica abriu, pelo menos, uma "via rápida". Basta-lhe vencer o Estoril para "neutralizar" o jogo no Dragão, como sempre pretenderam os responsáveis benfiquistas. Agora, e porque a presença numa final europeia também estava na lista de promessas eleitorais de Luis Filipe Vieira, cabe a Jorge Jesus virar o "chip" dos seus homens para tentarem, já esta época, cumprir o objetivo traçado pelo presidente. Mesmo sabendo que vai ser tarefa árdua.
PS : Como nas últimas jornadas a galáxia portuguesa só sabe falar de arbitragens e, em particular, de grandes penalidades, desta vez a "vítima" foi Cardozo."

Da Colômbia com amor

"A Colômbia é um país bonito. Já lá estive, sei como é.
As gentes são simpáticas, muitas das cidades agradáveis, apesar do desmesurado crescimento. E depois, como qualquer país, tem os seus vícios desagradáveis, mesmo bastante desagradáveis. Como o narcotráfico, por exemplo, uma população empobrecida, o incomodativo hábito dos sequestros e dos assassinatos de figuras políticas. Mas, enfim, seja como for, de repente Portugal descobriu a Colômbia e vice-versa. Portugal? Que digo eu?
O Porto! Afirmou o Madaleno com toda a propriedade que se lhe reconhece que os governantes da Colômbia respeitam mais o Porto, Clube Arregimentado Pelo Regime Vigente, do que os governantes portugueses, algo que me parece manifestamente injusto para um tal de Menezes de Gaia que lhes anda há anos a arrendar por míseros quinhentos euros por mês um centro de estágios da mais alta qualidade. 
Percebe-se: que se lixe o Menezes de Gaia que está à beira de passar a ser Menezes de Parte Nenhuma por via das decisões dos tribunais que vão impedindo esta rapaziada de se candidatarem a tudo quanto é autarquia, de Santiago de Riba a Freixo de Espada à Cinta!
Neste momento, vale a Colômbia. Longa vida à Colômbia e aos seus governantes.
Mas deixo aqui um aviso a todos vocês: não vi elefantes na Colômbia!
Estou certo de que, se exceptuarmos os jardins zoológicos, não há elefantes na Colômbia. Por isso, se quiserem comprar marfim, não vão à Colômbia. Nem vale a pena encomendá-lo pelo correio..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Está quase... quase... quase...

 Acabadinho de fazer...


Agora não lixem tudo tão perto do fim...
 ENTENDIDO?


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Está mesmo ali... ao virar da esquina !!!


Marítimo 1 - 2 Benfica

Pronto, já passei para o Clube dos Optimistas !!! Foi sofrido: só podia ser sofrido... é o nosso fado!!! A equipa está cansada, a ansiedade típica destes momentos também não ajuda, mas hoje tivemos uma entrada na 2.ª parte, de um grupo que quer mesmo ser Campeão... Imagino o discurso do JJ ao intervalo, deve ter sido daqueles com 'bolinha'... os festejos no final da partida, são perfeitamente legítimos, e denotam o trabalho de balneário feito por toda a estrutura, não permitindo que os jogadores se deixassem distrair por outros objectivos.

Aceito a explicação do Jesus, sobre as razões da fraca 1.ª parte - ansiedade, após o penalty -, os adeptos têm normalmente memória curta, mas eu não me esqueço das muitas dificuldades que tivemos nas últimas duas caminhadas para o título, com o Trap e com o Jesus, mesmo contra aqueles adversários que se pensaria serem fáceis, os jogos foram sempre muito complicados (a excepção foi o Olhanense na Luz em 2010, com a expulsão do Delson logo no início da partida).

O Lima com os ferros, e o árbitro com os penalty's que ficaram por marcar, podiam ter oferecido, aos nossos corações, um final de partida, mais descansado, mas assim soube melhor (ou não?)!!!

Temos duas finais: os jogos em casa com o Estoril e o Moreirense são suficientes, se tudo correr bem, e estivermos em Amesterdão na final da Liga Europa, o jogo no antro da Corrupção, será imediatamente antes da final, sendo assim, terá que ser um jogo de gestão - se o Nacional na Choupana, fizer uma graçinha, será de gestão total!!! -, não existe espaço para excessos de confiança, temos que dar tudo dentro do campo, mas temos que ser inteligentes, e frios nas decisões.

O apelo do Jesus para o jogo Quinta-feira com o Fenerbahçe é para ser levado a sério - Catedral lotada, algo que eu infelizmente, duvido !! Os Turcos descansaram praticamente toda a equipa este fim-de-semana. Só o Cristian jogou, todos os outros titulares na 1.ª mão, não foram titulares no jogo do Campeonato (excepto os castigados para a Luz), além disso jogaram no Domingo; nós temos somente 70 horas de preparação... Vamos ter provavelmente o Nico, o Melga e o Tacuara mais folgados, mas só com muito apoio, sem quaisquer reservas, poderemos aspirar à remontada!!! Nunca esquecendo  que a Liga Europa é um brinde, um extra, o objectivo principal será sempre o jogo com o Estoril - que com uma ajudinha divina, poderá ser mesmo a noite da Festa!!!


Do jogo do título a outros títulos...

"A semana que passou espelhou bem a matéria (inerte) de que são feitos os órgãos da dita justiça do futebol português. Se dúvidas houvessem...

Jogo do título, esta noite, no Funchal. Dificilmente os jogadores do Benfica deixarão de sentir a pressão do momento e esse factor será mais inibidor para a sua prestação do que os minutos acumulados ao longo da época e o facto de estarem a meio de uma meia-final europeia. Além da gestão física do plantel - Gaitán ficou em Lisboa - Jorge Jesus deverá apontar baterias à condição psicológica, para que a camisola não pese toneladas e as botas não pareçam carregadas de chumbo.

CEGOS, SURDOS E MUDOS
A semana que passou foi um fartar de vilanagem de pressão sobre o árbitro do jogo de hoje, no Funchal, entre Marítimo e Benfica. Foram os leões da Almirante Reis a agitar o espantalho da arbitragem? Não. Foram os da Luz a escolher essa via? Também não. Foi o Sporting, na sequência do derby? A resposta volta a ser negativa, de Alvalade apenas saiu a legítima defesa das posições verdes e brancas. Mas o ruído foi imenso, só equiparável ao temeroso silêncio da organização de classe aos árbitros, sempre pronta, contra outros protagonistas, a defender os seus; e, muito pior, por parte dos órgãos de alegada justiça do futebol português, que mostraram a matéria (inerte) de que são feitos.

TESTE AOS SPORTINGUISTAS
Bruno de Carvalho decidiu o rumo que o Sporting vai seguir. A obediência ao orçamento será rígida, os cortes surge, inevitáveis, o emagrecimento dos quadros é um processo já em curso e todas as modalidades verão diminuídos os recursos na próxima temporada. De uma maneira geral, o presidente do Sporting colhe um apoio muito alargado dos adeptos, que percebem a necessidade deste emagrecimento. Porém, na próxima época, se perante menores meios houver piores resultados, no futebol e nas restantes modalidades, os adeptos devem, creio, manter a racionalidade que agora faz com que apoiem o presidente. E é aí que reside o grande teste...

VIVER NA IGNORÂNCIA

Faltam três jogos para terminar a Liga Zon Sagres, há meia dúzia de clubes em risco de descer de divisão e não se sabe como será o processo de despromoções, se há ou não liguilha, se estamos, ou não, a caminho de um alargamento. É mau de mais para ser verdade!


O REGRESSO DOS HISTÓRICOS
Desportivo de Chavez, Académica de Viseu (bem vindo interior!) e Sporting Farense, três emblemas com pergaminhos no escalão principal do nosso futebol, estão de volta às competições profissionais. Clubes com raízes fundas nas sociedades onde se inserem, espero que tenham aprendido com os erros do passado, que intensifiquem as relações com as cidades a que pertencem e que, em termos financeiros, não dêem passos maiores que a perna.

ONZE semanas depois, onde para a polícia?
«O computador portátil de Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, também foi furtado no assalto à sede do organismo»
A BOLA, 14 de Fevereiro de 2013
Recapitulemos: Há mais de ONZE semanas a sede da FPF foi assaltada, pensava-se que só tinham sido roubados dois computadores, do oitavo andar, mas o portátil do presidente dos árbitros, no sexto andar, também desapareceu. O ladrão, de cara destapada, foi caçado pela vídeo vigilância. Deixou um rasto de sangue e impressões digitais. E nada?

(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

Dérbi... no Porto!

"1. Nunca mais esquecerei este Benfica-Sporting. Pelo triunfo, pelo extraordinário 2.º golo e... pelas circunstâncias em que vi o jogo, no Porto, onde motivos pessoais me levaram a estar! Uma vez que encontrei a Casa do Benfica fechada, fui obrigado a escolher um café para ver o jogo. Optei por ficar na esplanada, longe da televisão e com um vidro a separar. Queria estar mais isolado, num ambiente que pensava altamente adverso. Não gostei nada dos primeiros minutos. Os jogadores do Sporting pareciam estar a fazer o jogo da sua vida e a equipa dominava.
Depois, fomos equilibrado a partida, mas nada do que eu esperava: contava com um jogo apenas de ataque, quanto muito com uns contra-ataques adversários. Até que surgiu o primeiro grande momento: golo de Sálvio e... uma parte do café a rejubilar! Afinal, não estava ali sozinho!
Voltei a não gostar do início da 2.ª parte (embora o Sporting nunca tivesse criado verdadeiro perigo) e continuei muito preocupado (este era um dos encontros decisivos, no qual não poderíamos perder pontos). Mas, entretanto, surgiu a fenomenal jogada do 2.º golo. Metade da sala rejubilou e eu não conseguiu conter também a minha alegria. A vitória (difícil) estava consumada. O Benfica não jogou bem, o Sporting esteve muitos furos acima do que vem fazendo. E eu confirmei que no Porto há muitos e bons benfiquistas, bem mais que portistas em Lisboa. Foi hora e meia de alguma contenção, muito sofrimento e a grande alegria de ver mais uma 'final' ganha. A próxima - mais uma vez decisiva - será 2.ª feira, no Funchal.

2. Muito se queixaram os sportinguistas (e os portistas...) da arbitragem de João Capela. Não podem falar. Basta consultarem a Liga da Verdade do insuspeito Record. O Sporting tem sido largamente beneficiado pelas arbitragens neste Campeonato. O FC Porto não tem razões de queixa. E, antes do jogo de domingo o Benfica viu serem-lhe usurpados quatro pontos. Estaríamos ainda mais perto do título sem erros da arbitragem.

3. Casagrande, ex-jogador do FC Porto, admitiu publicamente que se dopou no FC Porto. E, pelos vistos, não era o único. Nada que surpreenda, num clube onde tudo valia...

4. Louvável a posição dos novos responsáveis do Sporting, que responderam positivamente ao convite do Benfica e estiveram no camarote. Nada que ver com a triste actuação de Godinho Lopes na época passada."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Desfaçatez e pressão

"Era sabido. Terminado vitoriosamente o jogo, frente ao Sporting, começaram a ser disparados mísseis falaciosos com origem no Porto. Vale tudo, mesmo tudo. Até vale uma refeição do presidente, Luís Filipe Vieira, com personalidades políticas, denúncia feita por alguém que sempre teve, ele sim, relações promiscuas com dirigentes partidários.
Vale tudo, mesmo tudo. Com um descaramento indecoroso, vale acusações a um árbitro que, melhor ou pior, não esteve envolvido no famigerado Apito Dourado. De resto, o mesmo juiz que expulsou Aimar, na pretérita temporada, num episódio passível de crítica. De resto, um auxiliar que validou, também recentemente, um golo irregular, na Luz, ao FC Porto.
O problema é o próximo jogo na Madeira. O Benfica vai jogar frente ao Marítimo? Vai, mas também vai jogar contra todos os seus detractores. A partida deve ser decisiva no atinente à conquista do título nacional. Com todo o cinismo, quem até se permitiu dar CONSELHOS MATRIMONIAIS a árbitros, virou virgem, virou coisa imaculada. O Benfica está preparado. A pressão é brutal, mas o coletivo está preparado, bem preparado. E os adeptos sabem o que está em causa, sabem que há quem tudo faça, nestas horas que antecedem o embate, para viciar o resultado, para obstar ao triunfo vermelho. São métodos do passado, desse passado que inquinou a Verdade Desportiva, que adulterou resultados, classificações, troféus.
Vamos ganhar na Madeira, vamos dar um passo agigantado rumo ao título. Estamos UNIDOS nesse propósito. Enquanto isso, o desplante continua. As falsas virgens mugem, nós queremos e vamos ganhar. Também contra a prostituição futebolística."

João Malheiro, in O Benfica

Pátio das Cantigas

"Sempre que o Benfica se aproxima da conquista de um Campeonato, logo ouvimos os sons cacofónicos de uma orquestra que procura desvalorizar méritos, encontrar desculpas, e produzir ruídos. Tais ruídos não passam de arrotos causados por uma difícil digestão. Mas, de tão intensos, acabam por deixar que o embuste tome o lugar da realidade, num espaço mediático onde - graças a alianças nada santas - a proporção de forças surge quase sempre invertida face ao enorme peso popular do nosso Clube.
Foi assim em 2005, a propósito de um jogo disputado no Algarve. Foi assim em 2010, quando, no túnel da Luz, os agressores foram convertidos em vítimas, e a verdade convertida em mentira. Voltou a verificar-se o mesmo após o Dérbi do passado fim-de-semana, o qual deixou o FC Porto mais longe de alcançar o único objectivo que lhe resta na temporada, e o Sporting apeado daquela que seria a única ocasião capaz de proporcionar alegria aos seus adeptos (a de nos atrapalhar na corrida ao título).
Desde as bancadas do estádio, assistiu-se a um bom espectáculo, a um excelente golo (na primeira parte), e ao mais belo lance de toda a época futebolística nacional (na segunda). Viu-se também um Sporting motivado - o que não é notícia quando joga contra o seu invejado vizinho -, e feliz por ter evitado uma temida goleada. Presenciou-se uma vitória justa da melhor equipa, e uma arbitragem que, desde o primeiro instante, dentro e fora das áreas, dos dois lados do campo, adoptou um critério largo e equitativo, contribuindo para a fluidez do jogo como poucas vezes se vê em Portugal.
Cometeu erros? No estádio não dei por eles, embora a televisão demonstre um ou outro. Ficaram penáltis por marcar? Dentro do critério seguido pelo juiz, apenas um lance, aos 88 minutos, parece deixar dúvidas. Foi uma arbitragem perfeita? Não. Foi uma boa arbitragem? Sim.
A razão para tanto barulho é pois a mesma de sempre: a dificuldade em engolir os sucessos do Benfica, e em travar uma onda que nos vai tornando imparáveis."

Luís Fialho, in O Benfica

Fruta da época

"O que o treinador do Porto temia confirmou-se na plenitude: lá ficou mais um pénalti por marcar. O árbitro Carlos Xistra engrossou o seu longo cadastro de grandes penalidades negadas aos adversários dos dragões, resistindo estoicamente ao perigo de negar essa proeza de nível europeu de Hélton realizar todo um campeonato sem ter de enfrentar qualquer pénalti.
O inventário soma e segue e também esta fruta da época, de alto calibre, amadurece no pomar do YouTube. Transitadas em julgado e, sempre, belas peças da grande farsa futebolística:
- 10ª jornada, Braga, Carlos Xistra: mão de Alex Sandro;
- 11ª jornada, Moreirense, Vasco Santos: mão de Alex Sandro;
- 17ª jornada, Guimarães, bis de Marco Ferreira: faltas de Mangala, sobre Baldé e sobre Ricardo;
- 20ª jornada, Rio Ave, Soares Dias: falta de Otamendi sobre Ukra;
- 27ª jornada, Setúbal, Carlos Xistra: mão de Danilo.
Qualquer destas faltas foi mais evidente e incontroversa do que outros lances recentes que tanta indignação vêm suscitado ao desorientado treinador portista, mais até do que os dois assinalados por Jorge Sousa no Porto-Sporting da 6 jornada, que os leões aceitaram com toda a bonomia e sã camaradagem.
Será por isto que o Porto corre por fora na luta pelo título? Serão estes lances diferenciadores da qualidade e competitividade das equipas? É claro que não. Os penáltis constituem uma incidência dos jogos, que podem alterar o seu rumo, mas apenas isso. Atirar a culpa para os árbitros é sempre uma forma cobarde de os treinadores encobrirem o que fazem mal.
Se apesar deste evidente proteccionismo, conseguir perder este campeonato, talvez o Porto deva começar por reflectir a forma como prepara os seus jogadores para a cobrança dos penáltis: 5 falhados em 10, a pior equipa da Liga neste capítulo com apenas 50% de eficácia, contra 90% do Benfica ou mesmo 100% de Estoril-Praia e outros seis clubes."

Desabafos...

"1. ÁRBITROS ABENÇOADO
Há, de facto, árbitros "abençoados"! Por eles, poderia o "sistema" estar descansado...
O mesmo árbitro que, em Coimbra, inventou 2 penaltis contra o Benfica, não conseguiu, hoje, ver duas mãos na área dos "outros"...
Assim se equilibra um campeonato!
À imagem do que tem vindo a acontecer nos últimos 30 anos...

2. FALTA DE CORAGEM
Estive atento à "conferência de imprensa" do treinador que, esta semana, só falou sobre um jogo ... onde a sua equipa não jogou...
E confirmei a falta de coragem de quem, lá estando, não foi capaz de perguntar - pelo menos - sobre qual a análise que esse mesmo treinador faria, agora sim, de lances polémicos que o árbitro decidiu, favorecendo a sua equipa...
O mesmo árbitro, que - é sempre bom recordá-lo - em Coimbra, esta época, inventou 2 penaltis contra o Benfica...

3. SE O ARMSTRONG CORRESSE NUM CLUBE QUE EU CÁ SEI...
Ouvi, esta semana, mais ... escutas do "Apito Dourado"...
Sei que, "por aqueles lados", a vergonha não existe,... como se o facto de não haver condenações legitimasse a imoralidade e justificasse a gravidade dos actos praticados...
Como me espanta que, ao contrário de todo o Mundo, onde quem confessa que se "drogou" para ganhar títulos, é penalizado e banido, em Portugal, quem aparece a confessar que também recorreu a esses métodos, é acusado de... mentiroso...

Ou estare... errado???"

Empatas !!!


Benfica B 1 -1 Arouca

Pois é, o desengonçado e tosco, do Devinho continua a marcar... mas a equipa, teimosamente, continua, a empatar!!! Hoje, sofremos mesmo o golo do empate, no último minuto...!!!

Iniciados - 3.ª jornada - Fase Final

José Gomes

Benfica 2 -1 Corruptos

E à terceira jornada a primeira vitória - os primeiros pontos!!! -, como se costuma dizer já vem tarde, o grande beneficiado deste resultado são os Lagartos, que após a Roubalheira da semana passada, têm 3 vitórias em 3 jogos, e todas as outras equipas têm 3 pontos!!!

Sporting.........9
Benfica.........3
Corruptos.......3
Gafanha.........3

Manter o tribunal do desporto

"O Tribunal Constitucional (TC) pronunciou-se sobre a constitucionalidade de uma das normas da lei que criou o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD): a que consagra, em regra, a insuscetibilidade de recurso da decisão do TAD para os tribunais administrativos do Estado.
Ainda que a lei salvaguardasse a possibilidade de impugnar as decisões para o TC e, ainda, o recurso com base em questões processuais e/ou formais, o TC considerou que estas ressalvas não salvavam a restrição de acesso aos tribunais gizada na definitividade das deliberações do TAD.
Retirar do crivo judicial do Estado a pronúncia do TAD – a última decisão na “arbitragem necessária”, sede da contestação à resolução de litígios federativos e às decisões da justiça desportiva – constitui, para o TC, uma negação do reexame da causa, que atentará contra a “tutela jurisdicional efectiva” no que toca aos actos administrativos finais das federações, enquanto entidades privadas no exercício de poderes públicos de autoridade por delegação do Estado.
O TC escolheu o caminho mais rígido. Essa rigidez é surpreendida na argumentação da Conselheira Maria João Antunes, que votou vencida e fundamentou: a Constituição “prevê a existência de tribunais arbitrais como uma categoria de tribunais, que se constituem precisamente para exercer a função jurisdicional”; não sendo obviamente tribunal do Estado (não exerce função “judicial”), o TAD tem caráter publicístico, pois surge através de lei e não mediante um negócio jurídico privado, e garante princípios de independência e imparcialidade, pois é uma entidade jurisdicional autónoma da justiça desportiva que controla o mérito do exercício dos poderes públicos.
O TAD – resumiu –, inserido “numa ordem constitucional onde não vale o princípio do monopólio estadual da função jurisdicional”, não traduz “demissão do dever estadual de controlo” das decisões federativas. 
Agora, a pergunta seguinte. A posição do TC significa o fim do TAD? Não. Exceto se se optasse por um outro modelo de onerosa compatibilização com as regras vigentes no ordenamento desportivo (como, por ex., o de um tribunal administrativo “especializado em matéria desportiva”), é óbvio que não. É até o próprio TC que oferece a solução: prever a admissibilidade de recurso da decisão arbitral para instância superior dos tribunais administrativos.
E – acrescento – aproveitar para definir o alcance do “caso julgado desportivo” do TAD. É o que racionalmente se seguirá. Ainda assim se ganhará em celeridade e uniformização, ou seja, o busílis de toda esta questão."

sábado, 27 de abril de 2013

ROUBO, mais um GIGANTESCO ROUBO !!!

Oliveirense 4 - 4 Benfica

O Benfica raramente concretiza Livres Directos ou Penalty's (infelizmente, tem sido assim este ano...), mas hoje até os conseguiu marcar, para surpresa de muitos... tanta surpresa que os Ladrões do apito, resolveram, mandar repetir os lances!!! Aconteceu a 5 minutos do fim, mas o López não tremeu: marcou o primeiro, e marcou o segundo!!! Mas a 15 segundos do fim, a Oliveirense chegou à 15.ª falta, e assim ganhámos um LD a nosso favor: o Carlos López voltou a marcar, os Ladrões mandaram repetir, o López, marcou novamente, e os Ladrões anularam o golo e anularam o LD!!! O senhor filha-da-puta Paulo Romão é um digno sucessor dos Pinto, já nos fodeu várias vezes... é muito difícil comentar estas Roubalheiras sem apelar à violência, e fico por aqui...

Domínio, a caminho das Meias...!!!


Lusitânia 65 - 89 Benfica
18-20, 14-27, 14-21, 19-21

Sem espinhas... e com uma boa indicação: o Carlos Andrade, apesar de não ter jogado, já fez parte da ficha de jogo.
Ainda não sabemos qual será o nosso adversário, a Ovarense está em vantagem (2-1) sobre o Guimarães, mas nada está decidido. Seja quem for, temos tudo para seguir em frente...

Derrota com devolução, já na próxima semana...!!!


Sp. Espinho 3 - 1 Benfica
25-21, 25-18, 22-25, 25-23

Entrámos mal... mas conseguimos equilibrar, o 3.º Set correu bem, e quando tudo parecia que ia correr bem no 4.º, com 18-19 a nosso favor, fazemos 3 erros consecutivos, completamente desnecessários, e perdemos a  partida...
No próximo dia 4 de Maio, vamos poder festejar o título, na Luz. Os Benfiquistas já o merecem, os atletas merecem-no e os treinadores também... espero que tudo corra bem...

Difícil de entender !!!


Águas Santas 22 - 20 Benfica

Incompreensível. Uma equipa que estava a fazer uma praticamente perfeita, deita quase tudo a perder numa semana, com duas derrotas parvas, com exibições pobres... Hoje, ainda por cima, até entrámos bem, com 1-7 e 2-9 a nosso favor!!! Ainda dependemos de nós, mas...

Fora da Taça


Braga 3 - 2 Benfica

Infelizmente, este resultado já não é surpresa!!! Não vi o jogo, mas tendo em conta a derrota para o Campeonato no mesmo pavilhão, mesmo com a melhoria na atitude que houve após a troca de treinador, nota-se que os jogadores não estão bem... não sei se são somente problemas fisícos, mas uma equipa que o ano passado ganhou tudo, tem que jogar mais...

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Benfica! Benfica! Benfica!

"Esta edição do nosso Jornal é publicada numa conjunção simbólica fortíssima, incomum. Se não mesmo, verdadeiramente singular.

PRIMEIRO, porque se refere à semana do 25 de Abril que ontem celebrámos. precisamente num momento da história portuguesa em que voltámos a viver num clima de indesmentível inquietação social, com laivos daquele desesperador ambiente que caracterizava o final do marcelismo, as graves circunstâncias do presente português trazem claramente à memória daqueles que viveram os tempos de 73-74, algumas das mesmas razões que levaram a que um grupo de bravos - então, genericamente despojados da cupidez do poder - viessem resgatar um país triste e pobre e lhe dessem ensejo à Liberdade, à Paz e à Democracia. Mesmo sabendo tudo quanto nos acontece agora, todas as homenagens continuam a ser devidas aos nossos Militares de Abril: não são eles os culpados.

DEPOIS, porque o Jornal O Benfica publica hoje a edição n.º 3600, mais de setenta anos depois do primeiro Director José Magalhães Godinho ter subscrito o seu editorial de fundação, em 11 de Novembro de 1943. Era a época do décimo sétimo presidente do Benfica - o dr. Augusto da Fonseca Júnior, um médico ilustre e ex-atleta do Glorioso, que já havia anteriormente sido eleito por diversas vezes, Presidente da Assembleia Geral do Clube. Foram dois cidadãos notáveis, ambos tendo mantido corajosos percursos de oposição muito activa e persistente ao regime salazarista. O seu ilustríssimo antecessor e mestre Magalhães Godinho, advogado célebre, falecido há 19 anos, entre muitas outras assinaláveis actividades públicas e pessoais, fundaria em 1943, com amigos seus, o Movimento de União Democrática Antifascista e, em 45, o Movimento de Unidade Democrática e vindo a redigir, em 1961, o famoso Programa para a Democratização da República que provocaria a incontida ira do ditador beirão. E juntamente com o Presidente Augusto Fonseca, além de ambos terem desenhado n'O Benfica os fundamentos primordiais que ainda hoje constituem o desígnio rigoroso do nosso Jornal, nunca temeram participar de modo constante, em sucessivas candidaturas para a Presidência da República - Norton de Matos (1949), Quintão Meireles (1953) e Humberto Delgado (1958), quando, no Portugal-sem-outras-cores e em tempos tão difíceis, o Benfica já era, como hoje se mantém, um impressionante bastião da Liberdade e da Democracia.

E POR FIM, porque nesta fase absolutamente crucial da época, estamos a viver de novo uma exaltante circunstância, com os nossos atletas, técnicos e estruturas, a terem voltado a elevar a fasquia da nossa esperança em muitas modalidades e torneios.
Mas não estão sozinhos no seu esforço.
Na Luz e em todos os estádios ou campos, nos nossos pavilhões e nas casas dos outros, cabe agora aos Sócios e aos adeptos do Benfica, desempenharem o papel mais honrado e importante, que é próprio dos que sentem e vivem com paixão as vitórias da nossa Glória.
Como exemplo de unidade e de comum entrega, até à rouquidão, também se nos exige, a cada um de nós o nosso próprio esforço nas bancadas: BENFICA! BENFICA! BENFICA!"

José Nuno Martins, in O Benfica

Mota para o título !!!

A notícia do dia é a nomeação do Manuel Mota para o jogo do Funchal. Pessoalmente, acho que podia ser muito pior!!! A única coisa, que me incomodou foi mesmo o acto de 'adivinhação' do 'Rui Benfiquista':



A carreira do Manuel Mota é curta, até agora para a Liga apitou dois jogos do Benfica, ambos com o Beira-Mar!!! O ano passado na Luz, esteve mal mas foi coerente - estilo Capela!!! Deixou jogar, teve um critério larguíssimo, mas esteve muito mal no critério disciplinar, onde perdoou mesmo um vermelho directo a um Aveirense (tenho que realçar que este jogo com o Beira-Mar foi no meio da Grande Roubalheira, entre o jogo em Guimarães e o jogo do Alvalixo. Neste período foi praticamente a única arbitragem 'mais ou menos' decente!!!). Esta época, apitou o Beira-Mar - Benfica, onde até marcou um penalty - descarado - a favor do Benfica. Na altura pareceu-me que a indicação foi do fiscal-de-linha, mas marcou... é verdade que ficaram mais dois penalty's por marcar a favor do Benfica - um por braço na bola, e outro quando o Lima foi agarrado pelo Camará!!! Recordo-me também que houve vários foras-de-jogo mal assinalados (ou não assinalados erradamente!!!), mas isso é responsabilidade dos fiscais, e não sei se serão os mesmos...
Também tem poucos jogos dos Corruptos, e dos Lagartos... e tudo sem grande polémica. Recentemente ficou marcado pelo Feirense-Sporting B, onde expulsou 3 jogadores da Feira - o primeiro aos 4 minutos -, o que é estranho, sendo este um árbitro, que usa normalmente o tal critério largo!!!
O tal critério largo, pode ser negativo, já que vai permitir ao habitual caceteiro meio-campo do Marítimo distribuir porrada em grande quantidade... mas sem a tal notícia da nomeação 'antecipada', até ficaria semi-confiante, mas com os dados que agora são públicos, o Benfica tem que fazer pressão alta...

Todos os olhos postos no Funchal

"Na segunda-feira o Estádio dos Barreiros vai ser palco de um jogo que pode decidir a Liga. Uma vitória do Benfica coloca a equipa de Jorge Jesus na autoestrada do título; um empate ou derrota dos encarnados projeta as contas finais para a penúltima jornada, no Estádio do Dragão. É esta realidade que ajuda a compreender várias coisas que estão a passar-se no futebol português: do lado do Benfica, apesar de tratar-se de uma meia-final da Liga Europa, Jorge Jesus não apostou todas as fichas no duelo com o Fenerbahçe, reservando trunfos frescos para lançar no Funchal; do lado do FC Porto, a máquina de comunicação do clube seguiu em ordem unida a palavra do presidente e tomou por suas, amplificando-as, as dores do Sporting relativas ao 'derby'.
É em alturas como esta que a mais famosa das frases de Pimenta Machado recupera atualidade: «O que hoje é verdade, amanhã é mentira.» Há não muito tempo, era possível ouvir do presidente do FC Porto que «os burros é que falam de árbitros». Hoje, diz que «o Marítimo é difícil mas Portugal é um país de Capelas.» E pensar como é ténue a linha que separa esta frase da pressão sobre a arbitragem, que tem punição prevista nos regulamentos disciplinares! De facto, os riscos que Pinto da Costa corre e faz correr o FC Porto ao patinar sobre gelo tão fino mostra bem o que vale o jogo do 'caldeirão' dos Barreiros...
PS - Vítor Pereira, treinador FC Porto, disse ontem: «Somos do norte, estamos habituados a lutar até ao fim, sem atirar a toalha ao chão.» Estará a falar de quem? Helton, Danilo, Otamendi, Alex Sandro, Fernando, Lucho, James e Jackson são da América... do Sul; Moutinho é de Portimão e Varela de Almada. Deve estar a falar de Mangala, que nasceu nos arrebaldes de Paris..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Amargo mas acredito na final

"Sempre defendi, ao contrário da generalidade dos adeptos, que considerava o jogo da Madeira o mais difícil para o Benfica. No jogo contra o Sporting, em casa, dificilmente se perderiam pontos. Bem sei que um derby tem encantos e motivações que podem mudar o rumo da história, mas como diz um sportinguista amigo meu, o Sporting jogou como nunca e perdeu como sempre.
Um híper motivado Sporting, e um Benfica menos inspirado, deu 2-0 para os encarnados. A diferença de qualidade, colectiva e individual é grande. Muito faz Jesualdo com esta equipa. Justo dizer que o sonho europeu do Sporting, a manter esta entrega, pode bem ser alcançado. Este Sporting está num patamar muito acima daquele com que se arrastou nos primeiros dois terços do campeonato. Vai ser uma luta a cinco com boas hipóteses para os de Alvalade. 
O Benfica joga na Madeira o verdadeiro jogo do título. Tem que se vencer o cansaço, as viagens e Marítimo para se conseguir vencer o Campeonato.
Este FC Porto, e bem, não dará tréguas. O 'Twitter' de Luisão no fim do jogo contra o Sporting disse tudo: «Foi espectacular. A luta continua. Todos juntos», o girafa sintetizou tudo para quem quer ser campeão.
A Liga Europa seria difícil de conquistar com todo o plantel disponível, mas sem Luisão, Enzo e André Almeida fica missão impossível.
No entanto como sabemos do filme com o mesmo nome por vezes conseguem-se feitos impossíveis. Desta velha Constantinopla, com linda vista para o Bósforo o Benfica traz um resultado amargo. Não deixa de ser semânticamente ilícito que o Benfica possa ter perdido a Liga Europa na Ásia. O Benfica 'normal', aquele a que nos habituamos é muito melhor que o Fenerbahçe tem tudo para estar em Amesterdão. O resultado não foi bom mas acredito que estaremos na final, dia 15. Na quinta-feira, todos na Luz a empurrar o Benfica."

Sílvio Cervan, in A Bola

Tudo em aberto

"1. A primeira mão das meias-finais da Liga Europa deixou tudo em aberto para o Benfica e colocou o Chelsea a um pequeno passo do jogo decisivo em Amesterdão. Os encarnados sentiram enormes dificuldades em Istambul mas têm legítimas esperanças de virar o resultado na próxima quinta feira. Na Luz, já vão ter Enzo Pérez, enquanto o Fenerbahçe estará privado de jogadores importantíssimos como Topal, Webó e, tudo indica, Raul Meireles.
2. Embora ainda em luta com o Benfica pelo título nacional, os responsáveis do FC Porto já começam a encontrar desculpas para uma eventual perda do título para o grande rival. A arbitragem de João Capela no último dérbi, que não assinalou dois penáltis favoráveis ao Sporting, foi providencial. Identificou-se um culpado e amplificou-se um caso, como já acontecera em 2010, com o famoso episódio do túnel da Luz. Mas encontrar justificações para o fracasso, neste caso para o possível fracasso, está longe de constituir um exclusivo portista. Na última época, foi Pedro Proença o bode expiatório dos encarnados, o responsável por um campeonato que a águia deixou fugir entre os dedos. E se algo correr mal até final, haverá, por certo, alvos a abater. Carlos Xistra, pelo desempenho no Académica- Benfica, está em banho-maria, mas, nas 4 jornadas que faltam disputar, surgirá facilmente um vilão que faça com que se explique um eventual descuido da equipa dentro de campo.
3. 0 Sporting encontra-se em reestruturação. Saem os antigos apoiantes de Godinho Lopes para entrarem, num futuro próximo, os de Bruno de Carvalho. Também como funcionários, claro está. A vida é dura para um ex-jogador de futebol em tempo de eleições. Quem apostar no candidato certo tem emprego. Quem ficar com o perdedor está desgraçado. E o sistema não contempla abstencionistas. No período pré-eleitoral começa a contagem de espingardas, com os convites a serem feitos a todas as antigas glórias. "Sim" é a única palavra que vale. Dizer "talvez" ao vencedor significa, desde logo, o purgatório.
4. Na Liga dos Campeões, os colossos espanhóis foram literalmente atropelados na Alemanha e só muito dificilmente estarão na final de Wembley. Bayern Munique e Borussia Dortmund mostraram argumentos demasiado eloquentes ao nível técnico, táctico e físico. Se a Bundesliga não estivesse tão escondida em termos mediáticos, se calhar a surpresa era menor."

Uma questão de dimensão

"Na última jornada, o nosso Benfica ultrapassou mais um obstáculo, mais uma “final”, para obter o desejado título de campeão. Faltam quatro jogos para terminar o campeonato e, até ver, faltam-nos três vitórias para podermos cumprir o principal e prioritário objectivo da época.
Terminado o referido jogo, foi interessante ver o esplendor da manifestação dos complexos dos nossos vizinhos da Segunda Circular. Num acesso histérico de delírio psicótico, insistem em forçar a realidade em função da ilusão. O estado de negação da realidade fá-los repetir à exaustão uma cantilena patética e bem ensaiada pelo clube do Sr. Costa, o tal que nas últimas décadas tem servido de conselheiro, modelo e amparo para os sucessivos insucessos desportivos e financeiros dos do Lumiar. Enquanto gritam pela marcação de grandes penalidades, à dúzia, em função de correntes de ar e achaques oportunos dos seus avançados, esquecem-se de que têm como elemento mais consistente no seu sector defensivo um lateral emprestado pelo… Beira-Mar. Enquanto demonstram à saciedade o seu complexo para com o Benfica, fingem não ver que têm menos pontos conquistados (33) do que os pontos que os separam do Glorioso (37). Enquanto choram por não terem cumprido o seu único objectivo de todas as épocas – tentar evitar o sucesso do Benfica – esquecem-se de que conseguiram (na 26ª jornada) cumprir o único objectivo que a realidade insiste em atirar-lhes à cara – garantir matematicamente que não descem de divisão. E ainda há quem estranhe que nós, benfiquistas, não entremos em euforia com vitórias de circunstância sobre rivais que cantam orgulhosamente, como um feito, um ignóbil incêndio provocado na nossa casa…
Fomos habituados a festejar apenas as conquistas de títulos e, uma vez que ainda não conquistamos nenhum dos três que estamos perto de vencer, não festejamos em euforia vitórias contra um clube que se põe em bicos de pés, para que ninguém se aperceba de que está algures pelo meio da tabela."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

O Benfica não é o Arouca («O futuro de Capela é ser o Pedro Proença do Sporting»)

"É de temer que o futuro de Capela seja suceder a Proença como melhor árbitro de Portugal, da Europa e do mundo num curto espaço de tempo.

não bastava o Capela. Agora também o Jô Soares é do Benfica. Para quem não conhece Jô Soares informo que se trata de um artista brasileiro (que já não é propriamente um rapaz novo), um homem do espectáculo, enorme comunicador e finíssimo humorista, apresentador do Programa do Jô na TV Globo lá do outro lado do Atlântico. 
Jô Soares é um figura a tal ponto popularíssima no Brasil que o seu programa leva o seu nome porque assim mesmo, curto e directo, basta como selo de garantia.
Lamentavelmente, e não se sabe porque estrondosos motivos, desde o Verão passado, que o Programa do Jô se vem transformando no Programa da Águia Vitória.
E até parece que lá longe, sem ter nada a ver com o assunto, há um Jô todo ele vermelhão, tal e qual como o Vítor Pereira cá dos árbitros, que também faz o seu trabalhinho para levar o Benfica ao colo sabe-se lá até onde.
E isto não é especular.
Em Julho o Jô convidou o Deco para ir ao Programa da Águia Vitória. Para quê, caramba?
Para que Deco, já reformado e salvaguardado pela imensidão de um oceano inteiro, debitasse uma versão final do incidente da bota atirada ao árbitro Paulo Paraty, versão essa que, bem analisada, é um bocadinho contrária à versão que acabaria por vingar perante a justiça e perante a opinião pública do insólito e já distante acontecimento do ano de 2003.
Como se já não bastassem o Deco em Julho e o Capela no domingo, ma segunda-feira passada, menos de 24 horas passadas sobre o derby e provavelmente ainda empolgado com o goleco do Lima, o mesmo Jô convidou Walter Casagrande, outro ex-jogador do FC Porto, para ser entrevistado no tal Programa da Águia Vitória na TV Globo. E para quê?
Para que Casagrande, reformadíssimo e também ele salvaguardado pela imensidão do oceano anteriormente referido, viesse debitar acusações contra um qualquer no name enfermeiro que lhe terá ministrado quatro injecções que o deixaram com uma «disposição acima do normal» para jogar à bola no ano (do século passado) em que o FC Porto foi pela primeira vez campeão europeu.
Bonito serviço, Jô Soares. Duas vezes, bonito serviço, não haja dúvida.
Bonito serviço de dar a palavra a um tipo como Casagrande que não é de confiar. Os seus antigos problemas com drogas das chamadas sociais são sobejamente conhecidos no Brasil e que credibilidade pode ter um tipo que por andar nessa vida até escreveu um livro sobre isso?
Quanto ao Jô, o do Programa da Águia Vitória, é com certeza outro carocho. Lançando o tema das drogas, o entrevistador brasuca começa logo a conversa com Casagrande de modo, cá para mim, bastante suspeito.
«Maconha para jogar... imagina o tempo que leva um lançamento», diz o Jô todo sorridente.
Ai é? Ai «imagina»? Como é que ele sabe desse propalado fenómeno da distorção do tempo que pode ser provocado, dizem os cientistas de ponta, pelo uso da maconha?
É porque o já experimentou, com certeza. E, se calhar, até experimentou mais do que uma vez. Concluindo-se que o Jô também não tem credibilidade alguma.
É isto o Terceiro Mundo.

NINGUÉM de bom senso pode admitir ou acreditar que Vítor Pereira tenha mandado no domingo para a Luz o fiscal de linha Ricardo Santos para compensar a sua espectacular desatenção no lance do célebre golo do Maicon da época passada.
A lei da compensação tal como a lei do critério largo não constam dos regulamentos do jogo.
Também não é de crer que a nomeação do árbitro João Capela tenha sido para compensar a polémica expulsão de Cardozo no derby do ano passado na Luz, decisão tomada a meia hora do fim do jogo obrigando o Benfica a recuar para defender a magra vantagem de 1-0, o que foi conseguido com brilhantismo e espírito de sacrifício.
Estarão porventura recordados de que Óscar Cardozo foi expulso no Benfica-Sporting de 2011/2012 por ter protestado contra uma decisão de João Capela dando uma vigorosa palmada na relva. Acresce que estava sentado.
No Benfica-Sporting, este último, Cardozo foi (muito bem) substituído na segunda parte do jogo e assim que, extenuado, se sentou no banco dos suplentes aplicou uma grandíssima palmada no assento da cadeira vazia que tinha ao seu lado. Viu-se muito bem na televisão. Já o árbitro não viu porque estava atento ao que se passava dentro das quatro linhas. E nem tinha que ver. Desta vez não era nada com ele.
Adiante.
Pior ainda e totalmente inverosímil é que a nomeação de João Capela para o Benfica-Sporting tenha ocorrido para compensar, por portas travessas, o Futebol Clube de Arouca.
O Futebol Clube de Arouca? - dirão os senhores pasmados.
Esse mesmo, o Arouca que luta garbosamente pela subida à I Liga e que vai bem lançado. Dizem os arouquenses que poderiam ir melhor lançados nessa luta pela ascensão se no jogo em casa com o Sporting B o mesmo João Capela não tivesse assinalado duas grandes penalidades a favor dos visitantes, o que lhe permitiu virar o resultado tangencialmente desfavorável e vencer por 2-1 em Arouca.
O jogo acabou com os ânimos muito exaltados, com uma invasão de campo, com a fuga do árbitro Capela, com a polícia a fazer o seu trabalho (isto ainda foi no tempo em que o policiamento era obrigatório) e com o director desportivo da equipa da casa Joel Pinho, a ameaçar que o Futebol Clube de Arouca poderia deixar as competições profissionais «porque não vale a pena».
Felizmente, para o futebol, o Arouca reconsiderou esse propósito de abandono, deitou para trás das costas e percalço e prosseguiu na luta pelos seus objectivos que são altos e respeitáveis. E hoje está no lugar em que está com muito mérito. Quanto aos penalties de Arouca, bons ou maus, passaram à História como passam todas as coisas, nomeadamente os penalties.
Voltando ao derby e a Capela. O Benfica não é o Arouca.
Se houvesse intenção por parte de quem nomeia árbitros de compensar o Futebol Clube de Arouca pelo sucedido no jogo com o Sporting B, saber-se-ia certamente esperar com toda a tranquilidade pela próxima época para, já em 2013/2014, mandar João Capela ou para o Arouca-Sporting B, dando-se o caso de o Arouca não subir, ou para o Sporting A-Arouca, dando-lhe o caso inverso.
Mandá~lo para o Benfica A-Sporting A de 2012/2013 é que não faz sentido se a intenção era a de compensar por causa de um jogo de um escalão inferior a que o Benfica foi 100 por cento alheio.
Teremos, assim, nós benfiquistas, de agradecer ao Futebol Clube de Arouca, por portas travessas, os (no mínimo  quatro penalties perdoados por Capela ao Benfica?
Dizem que sim.
E que futuro para João Capela? O presidente do FC Porto diz que vai ser grande e, atenção, trata-se de um especialista a falar. Do lado do Benfica só se ouvem elogios ao futuro de Capela, o que se compreende. Do lado do Sporting, teme-se que venha a acontecer aquilo de que já muito boa gente suspeita. Isto:
O futuro de João Capela, depois do jogo da Luz, é transformar-se no Pedro Proença do Sporting e, provavelmente, suceder-lhe como o melhor árbitro de Portugal, da Europa e do Mundo num curto espaço de tempo.
Tenho dito.

GILBERTO FREYRE, um sociólogo, antropólogo e historiador brasileiro, tão brasileiro quanto Jô Soares, publicou em 1933 um ensaio maravilhoso, que se devora como um bom romance, sobre a dominação colonial portuguesa. O livro chama-se Casa Grande & Senzala.
Esta semana, na pátria dos antigos colonizadores, tivemos Casa Grande e Capela em todos os escaparates.
Também poderia chamar-se, sempre dentro do ramo das mansões de luxo, Casa Grande, Capela e Piscina. Mas isso já era meter o Capel ao barulho."

Leonor Pinhão, in A Bola

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Caminho difícil... mas com tudo para ganhar !!!


Fenerbahçe 1 - 0 Benfica

Já não estávamos habituados ao sabor da derrota, creio que já ninguém se lembra muito bem do mau jogo que fizemos em Moscovo (principalmente na 1.ª parte)!!! Além da derrota, aconteceu outra raridade: não marcámos golos!!!
As minhas expectativas para este jogo, eram baixas, por várias motivos, portanto o resultado acaba por não surpreender, apesar de preferir ter perdido com um golo marcado, pelo menos!!! Analisar a exibição do Benfica, sem compreender a dificuldade gigantesca, que é manter a equipa concentrada no Campeonato e Liga Europa, é um exercício parvo, canalha se for premeditado...!!! É óbvio, que em condições normais, temos equipa para vencer o Fenerbahçe em qualquer campo, mas neste momento, vivemos um momento excepcional ..!!!
Os Corruptos quando venceram a Liga Europa, na prática sagraram-se Campeões nacionais na 1.ª semana de Março, e foram matematicamente Campeões no início de Abril, tiveram todo o tempo do mundo, para preparar os jogos Europeus. O próprio Fenerbahçe com a derrota no Campeonato na última jornada, ficou 'só' com a Liga Europa, como objectivo...
Hoje, poupámos o Lima, o Enzo, e o Luisão (espero que seja mesmo poupança...), o Nico poupou-se 45 minutos, e até o André Almeida pode ser opção no Funchal, portanto podemos entrar contra o Marítimo com 5 jogadores frescos (ou meio-frescos)... quem achar tudo isto, um exagero, é porque deve ser surdo!!! Toda a conversa sobre os Capelas desta vida, tem um só objectivo: condicionar o jogo dos Barreiros. Se o jogo já seria difícil, depois do jogo com os Lagartos, ficou muito mais difícil...!!!
Analisando o jogo, podemos afirmar que até tivemos alguma fortuna com os postes, mas sofrer um golo, num canto, que não devia ter sido - ainda por cima com um erro individual... -, acaba por ser frustrante... Também podíamos ter marcado - o poste também não ajudou!!! -, mas foi uma exibição que deixou a desejar... ainda falta 90 minutos.

Sim, só estamos no intervalo, dar a volta à eliminatória é perfeitamente possível, mas ao contrário daquilo que vai ser dito, não será nada fácil. Primeiro, nós jogámos na Madeira na Segunda-feira, vamos ter muito pouco tempo de recuperação. Em segundo lugar, o 1-0 é um resultado manhoso, porque se os Turcos marcam, tudo se tornará mais difícil... Essencial será o apoio dos adeptos, só com uma Catedral cheia, a empurrar a equipa para frente, sem mestres do assobio, será possível triunfar...!!!
Durante o dia de hoje, na antevisão do jogo, que foi feita em vários canais, assistimos a mais um desfile de inimputáveis!!! (excepto o António Pedro Vasconcelos) Os mesmos que nos últimos dias têm destilado azia, com o resultado do derby, demonstrando claramente as suas costelas anti-Benfiquistas, foram os escolhidos para dar a sua opinião sobre esta eliminatória. E sem surpresa, a tónica foi na desvalorização do Fenerbahçe!!! Como se viu hoje, os Turcos, têm jogadores muito bons (ainda faltou o extremo esquerdo, que estava castigado), até no banco tinham jogadores titulares, em praticamente qualquer equipa Portuguesa, quase todos Internacionais pelos seus países... A estratégia é conhecida, só estranho que alguns Benfiquistas, deixem-se levar pela conversa!!! Recordo a maneira como o Bayer Leverkusen foi tratado, pelos 'aziados'... se calhar agora depois do 'baile' que os Alemães deram aos Espanhóis  mudem de opinião. Ou talvez não!!! Uma equipa que chega às Meias-finais da Liga Europa, sem derrotas na fase a eliminar, com adversários valorosos, não pode ser fraca, tudo isto não passa de uma tentativa de diminuir os triunfos do Benfica, e de 'castigar' o Benfica em casa de derrota...

Tenho muita, mas mesmo muita, vontade em vencer uma final Europeia, mas neste momento, na vida do Benfica - incluindo todo contexto nacional -, o que realmente interessa, acima de tudo resto - nada mudou, portanto -, é o jogo com o Marítimo, o resto é milho para os pardais...

Telma de Bronze


Depois da desilusão dos Jogos Olímpicos, era importante a Telma conseguir uma medalha nestes Europeus, não só para voltar a ter confiança nas suas capacidades, mas também para mostrar aos 'outros', que não está acabada, e que ainda tem muito para dar ao desporto Português... A final esteve perto, mas a Francesa acabou por ser mais forte, nas Meias-finais...
Em 8 presenças em Europeus, a Telma tem 4 Ouros, 1 Prata, e agora 4 Bronzes... Extraordinário... Parabéns Telma!

Ainda o alargamento

"A nossa Liga é cada vez menos competitiva. Se já assim é com 16 clubes, imagine-se com 18.
Os números são elucidativos. Citando apenas alguns: Benfica e o Porto juntos têm, à 26.ª jornada, mais pontos do que todos os obtidos pelos últimos seis classificados. O actual 5.º classificado (com acesso à Liga Europa) tem metade dos pontos do Benfica (35 versus 70). Este Sporting tem 70 pontos a menos do que, em conjunto, têm o Benfica e o Porto. Das 16 equipas só as primeiras cinco têm mais golos marcados que sofridos. Lima e Cardozo marcaram mais golos do que o total de 10 equipas (incluindo o Sporting). Excluindo o Benfica, Porto, Paços de Ferreira e Braga, todos os outros competidores têm mais derrotas do que vitórias. Para oito delas (incluindo o Sporting) as vitórias não chegam a 1/3 dos resultados obtidos. Em contrapartida o líder Benfica alcança 90% dos pontos possíveis (22 vitórias e 4 empates) e o Porto (também sem derrotas) 85%.
Temos assim uma Liga a dois para encontrar o vencedor (só assim se percebe, aliás, que um clube com 22 vitórias e alguns poucos empates ainda não seja campeão), uma maioritária liguinha de empates para ver quem (não) desce e uma liga intermédia de uns poucos para encontrar um candidato a uma eventual qualificação para a milionária Liga dos Campeões e prémios de consolação para a Liga Europa onde a honra de a atingir é superada pelo prejuízo de a jogar.
E tudo isto com fartura de jogadores de toda a parte e míngua de jogadores portugueses, quase sempre preteridos por um qualquer banal sul.americano. Mas para quem manda, tudo isto não é problema. É feitio."

Bagão Félix, in A Bola

O melhor golo que nunca foi

" «Tive a sorte de poder fazer aquela jogada, que felizmente terminou em golo, porque se não o fosse hoje não estaríamos a falar disso. Mas para mim o mais difícil foi feito por Lima, porque não foi só um golo - foi um grande golo!»
Gaitán
ontem, em conferência de imprensa

Não, não foi apenas modéstia - Gaitán, acertou na mouche, ontem, quando falou da fantástica jogada do Benfica frente ao Sporting que culminou no segundo golo das águias no derby de domingo. Porque se a bola não tem entrado teria sido apenas mais uma boa jogada; assim, foi provavelmente o melhor golo do ano.
E se a bola não tem entrado provavelmente não estaria eu a escrever esta crónica sobre aquela magnífica jogada e sobre o melhor golo que nunca o foi, e no qual não pensava há anos, e que só me assaltou a memória depois das declarações do argentino.
14 de Dezembro de 1996. Qualificação para o Mundial-1998, Portugal-Alemanha, Estádio da Luz. Já não me lembro (tem tanta razão Gaitán...) se estava na bancada ou a ver o jogo pela televisão. Jogo aborrecido. Até que aos 79 minutos (sim, Gaitán, tive de ir à procura do vídeo no youtube) João Pinto arranca com a bola num slalom fabuloso em que finta meia equipa germânica até entrar na área para remate e grande defesa de Kopke (também fui confirmar se ele o guarda-redes...). No mês seguinte, sempre que via esse lance, achava que a bola ia entrar. Era o que a jogada merecia. João Pinto, durante aqueles segundos, foi Maradona contra a Inglaterra (no golo a sério, não aquele com a mão), foi a equipa inteira do Brasil no golo de Carlos Alberto em 1970, foi ele próprio a marcar o 2-2 contra Inglaterra no Euro-2000.
A bola não entrou, Kopke defendeu. Já passaram 17 anos, sim. Mas daqui a 17 anos lembrar-me-ei melhor do golo de Gaitán (perdão, de Lima) contra o Sporting de que me lembro hoje do melhor golo que nunca foi..."

Hugo Vasconcelos, in A Bola

O tri inédito do Benfica

"A história desta época do Benfica, conduzida por Jesus, trouxe confiança e orgulho aos seus adeptos, apesar de ainda nada ter ganho. Só não vê quem não quer que a sua equipa tem uma identidade vincada, é organizada, tem sentido estratégico e talento de sobra, independentemente de jogar este ou aquele.
É por qualquer uma destas razões que poucos são aqueles que duvidam da sua resposta afirmativa nos dois próximos jogos – Fenerbahçe e Marítimo –, onde se decidirá, já amanhã, com o primeiro, boa parte da sua presença na final da Liga Europa e, quatro dias depois, frente ao clube da Madeira, sobre se a nossa Liga fica ou não por aqui quanto à atribuição do título.
Semana a semana, o Benfica tem vindo a aumentar as expectativas dos seus adeptos, sendo altura de o plantel corresponder às exigências destes, que, ao fim de mais de 50 anos, querem saber o que é sentir as emoções vividas na década de 60, quando o clube levava o seu bom nome aos quatro cantos do Mundo. Esse exemplo pode ser agora reeditado, reforçado até por um tri inédito – vitórias no campeonato, Taça de Portugal e competição europeia (Liga Europa) na mesma época – e as condições nunca foram tão favoráveis, tornando-se, contudo, indispensável que os jogadores saibam manter a honestidade e a responsabilidade em cada um dos seus actos. Princípios que, sinceramente, não devem ser colocados em causa tanto no desafio com os turcos como no da Madeira, ou não fosse Jesus um treinador competente na mentalização.
O mais certo pois é que o Benfica ultrapasse essas barreiras com sucesso, embora com evidentes dificuldades, apresentando-se a do Marítimo como o último obstáculo na corrida pelo título nacional, uma vez que ninguém acredita que seja possível ao Estoril ou ao Moreirense travarem-lhe o passo. Se assim for – e não se veem razões para que o não seja –, o clube cumprirá uma época excepcional  onde a força da solidariedade associada à vontade ganhadora têm sido fundamentais. Se juntarmos a estes atributos um Jesus trabalhador, que sabe ver o futebol pelos seus próprios olhos, fica encontrada a razão de o Benfica ter vindo a ganhar nos últimos meses.
É também por aqui que deve ser justificada a continuidade do treinador no próximo projecto de Vieira, pois se houve vontade em mantê-lo quando o Benfica perdia, então haverá muito mais caso o clube vença como tudo indica que sucederá. Mas mesmo que o Benfica não ganhe nada, o que é improvável, Vieira só fará bem em renovar-lhe o contrato, pois começar do zero seria um atraso de vida, para além de que o Benfica é a cara chapada do seu treinador. Inclusive quando não reconhece favores da arbitragem."

Força Benfica!

"Hoje o Benfica vai possivelmente disputar o jogo mais difícil de toda a época. Não será apenas o ambiente infernal que se espera no estádio na Turquia, é a qualidade e a força do Fenerbahçe, aditivada por um chorudo prémio de jogo (3,8 milhões de euros para a equipa em caso de qualificação para a final!), que pretende amedrontar a equipa portuguesa. O Benfica, este ano, ainda não teve medo de ninguém. Esperemos que não comece hoje.
É o prestígio de Portugal que também está hoje em jogo. Há adeptos tão fervorosos do seu clube que serão sempre contra o rival, mas hoje devemos todos torcer pelo Benfica, da mesma maneira que há um ano devíamos todos torcer pelo Sporting e que amanhã devemos todos torcer pelo Porto ou pelo Braga nas competições europeias. Hoje, mais do que nunca, a reputação internacional de Portugal anda nas lonas e de cada vez que um clube ergue mais alto a nossa bandeira há um resgate de orgulho no país. Para mais, até em termos económicos essas vitórias são boas: trazem capitais do exterior, pelos prémios recebidos e pela venda de jogadores, que pelas vitórias se valorizam.
O Benfica tem fortes probabilidades de cumprir uma época histórica. A vitória no fim de semana passado contra o Sporting – que foi indiscutivelmente prejudicado por uma arbitragem que, se não quis fazer o favor, foi pelo menos muito incompetente –, lançou o Benfica para a conquista do campeonato. Na Europa, contra as expectativas de muitos, a equipa mostrou uma resistência assinalável. O Benfica está a jogar bem e tem merecido a sorte.
Assim seja hoje. Que os “póqueres” dos dois últimos dias na Champions não inspirem a equipa da casa nem inibam a equipa visitante. Este Benfica merece ir à final da Liga Europa. Este Portugal também."