sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Vitória sem razões para festejos
"A vitória sobre o Sporting só terá valor se amanhã se ganhar ao Marítimo. Ganhamos ao décimo e temos que ganhar ao nono. Não estou nada esfusiante com a vitória sobre os leões, festejar muito a vitoria sobre este Sporting é um atestado de menoridade que recuso passar ao Benfica. Primeiro porque foi obtida sobre um rival quase moribundo e de futebol paupérrimo. Depois porque mesmo assim o Sporting esteve a ganhar, falhou o 2-0 e teve uma bola na barra com o resultado empatado.
Foi um jogo interessante de ver, com uma boa arbitragem (que deixava jogar e beneficiava o espectáculo) e onde o Benfica da última meia hora fez por merecer o resultado. Mas até o Sporting, que tem o segundo pior ataque do campeonato, cria oportunidades de golo contra o Benfica. Gostei muito da abordagem ao jogo de Jorge Jesus. Antes valorizando o histórico, sublinhando a dificuldade de jogar num estádio tradicionalmente difícil e sem nenhuma sobranceira ou favoritismo balofo. Depois do jogo, respeitando muito os vencidos, e sublinhando o feito de Cardozo e o jogo do jovem André Gomes, sem acrimónia ou azedume sobre um rival que está no tapete. Bater neste Sporting só qualifica mal quem o faz. Neste Sporting só Insúa e Rinaudo estiveram acima da mediania e pelo contrário neste Benfica quando algum jogador entra na mediania a equipa nota logo porque tem sempre que haver onze jogadores a topo.
Amanhã há um adversário tradicionalmente difícil. O Marítimo vai ser complicado de vencer. Pensar muito no jogo com o FC Porto poderia levar a que lá se chegue com menos aspirações a tudo o que queremos: ganhar. Por exemplo, o treinador portista tem a próxima terça-feira vaga para esse efeito, Jorge Jesus tem que se preocupar com datas para jogar com o Desp. Aves e terá direito a assistir com interesse ao sorteio da Taça."
Sílvio Cervan, in A Bola