segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Selo de qualidade

"Em 17 jogos oficiais realizados esta temporada, o Benfica sofreu apenas 11 golos, sendo que no campeonato nacional a baliza das águias já não é violada há 446 minutos. Uma marca muito interessante de uma equipa, que ao contrário de anos anteriores, se tem destacado mais pela coesão defensiva que apresenta do que pelo poder ofensivo com que subjuga os adversários.
Aliás, fazendo uma ronda pelos principais campeonatos europeus e pelos respectivos líedres percebe-se facilmente que as águias são uma das defesas menos batidas, embora também sejam o conjunto que tem menos jogos disputados na principal prova interna. O Barcelona leva 15 golos sofridos, o Manchester United 18 e o PSG 10, isto só para citar alguns exemplos. O registo dos lisboetas ganha ainda mais importância se tivermos em linha de conta que o comandante do sector mais recuado, Luisão, esteve afastado das opções de Jesus durante dois meses devido a castigo disciplinar.
Na ausência do capitão, a defesa foi liderada por Ezequiel Garay, um dos jogadores que está a realizar uma temporada ao mais alto nível, dando de resto continuidade à boa forma que já tinha patenteado na época passada. O argentino conseguiu relançar por completo a carreira na Luz e está a confirmar todo o seu potencial, sendo, nesta altura, um dos centrais mais fiáveis do futebol europeu. Só mesmo o Real Madrid, em mais uma medida desastrosa, conseguiu deixar sair um jogador, que nesta altura seria titular de caras no emblema da capital do país vizinho, podendo assim Sergio Ramos jogar na direita no lugar de Arbeloa.
Ezequiel Garay é um daqueles centrais como há poucos actualmente no Velho Continente: é fortíssimo no posicionamento defensivo, muito difícil de bater no jogo aéreo, sagaz nos duelos individuais e muito assertivo nas decisões que toma. Sabe jogar feio quando é necessário, limpando o perigo por completo mas tem, igualmente, uma classe superior na hora de sair com a bola controlada. Aliás, Garay possui uma grande qualidade técnica de passe, a curta e, principalmente a longa distância. Não são raras as vezes que o argentino corta um lance de perigo e, de imediato, inicia o processo ofensivo da equipa colocando a bola jogável nos companheiros.
Em suma, um defesa completo, que é titular absoluto na selecção argentina e que poderá a breve trecho representar um grande encaixe financeiro para o Benfica, porque não acredito que os grandes europeus estejam desatentos. Certo é que o internacional alviceleste vai continuar a evoluir ainda mais e com isso ganha o Benfica, até porque agora Jesus já tem a sua dupla predilecta de volta."

Imenso Benfica

"É uma bandeira que transportamos com orgulho incontido. A bandeira de ecletismo. O Benfica é Futebol, muito Futebol, mas não é só Futebol. O Benfica, ao longo do seu historial centenário, jamais se demitiu da abrangência desportiva. As modalidades não são, nunca foram, filhas menores do Clube, apesar da sua especial aptitude para o mais popular dos jogos.
Que dizer de José Maria Nicolau, notável ciclista? Que dizer de António Livramento, maior hoquista mundial de todos os tempos? Que dizer de Carlos Lisboa, basquetebolista sem paralelo entre nós? Que dizer de tantos outros? Que dizer dos vários campeões, na paisagem da actualidade, que vestem a camisola rubra?
O Benfica, nos últimos anos, deu um enorme salto qualitativo nas modalidades. Multiplicam-se os títulos colectivos, proliferam as proezas individuais. Nos tempos que correm, difícil é que o nosso emblema, a despeito da modalidade em causa, não lute pela conquista das respectivas competições em que se envolve.
O trabalho tem sido notável. Dirigentes, técnicos e atletas demonstram um apego militante e sem limites à causa vermelha. Não se pense que erguer um edifício assim, nas suas múltiplas inerências, é um empreendimento de fácil consecução. Muito pelo contrário, obriga a um apego inexcedível, obriga a engendrar soluções quase miraculosas, obriga a cultivar um entusiasmo inaudito. O Benfica, no domínio das modalidades, tem dado gozo, tem dado prazer aos adeptos. Tem criado uma onda de afeição e alvoroço que fazem avolumar o alicerce anímico de todos nós. Para além de Futebol, consabidamente há mais Benfica, há cada vez melhor Benfica."

João Malheiro, in O Benfica

Clubes e clubes

"Hóquei em Patins: Campeões Nacionais, vencedores da Supertaça, líderes do Campeonato sem derrotas, vencedores de duas competições europeias nas últimas três temporadas.
Basquetebol: Campeões Nacionais, vencedores da Supertaça, líderes do Campeonato só com vitórias, vencedores do Troféu António Pratas, três vezes Campeões Nacionais nas últimas quatro épocas.
Futsal: Campeões Nacionais, vencedores da Taça de Portugal e da Supertaça, cinco vitórias em seis jogos no Campeonato, Campeões Europeus em 2010.
Andebol: Vencedores da Supertaça, líderes isolados do Campeonato com 11 vitórias em 11 jogos, apurados para a terceira eliminatória da Taça EHF, finalistas europeus há duas épocas.
Voleibol: Duplos vencedores da Taça de Portugal e da Supertaça, vice-campeão nacionais nas últimas três temporadas, líderes isolados do Campeonato com dez vitórias em dez jogos, 112 vitórias nos últimos 127 jogos.
Atletismo: Bi-Campeões Nacionais, com o único Campeão Olímpico português dos últimos quinze anos na nossa equipa.
Nas cinco modalidades de pavilhão em 2012/2013, o balanço é até ao momento de 52 vitórias, três empates e duas derrotas (uma fora do País), em 57 partidas oficiais realizadas. Seis troféus foram já arrecadados. Para além do Futebol, estamos presentes em importantes competições europeias de mais quatro modalidades.
Há ainda a acrescentar presenças em modalidades como Râguebi, Ténis de Mesa, Bilhar, Judo, Boxe, Artes Marciais, etc.
Perante tão eloquente panorama, como é possível alguém ousar discutir ecletismo connosco?
Houve um Joaquim Agostinho (que ainda me lembro de ver brilhar no Tour ao serviço de equipas francesas). Houve um Carlos Lopes.
Mas são nomes (grandes, é certo) do passado. Não há, hoje, qualquer comparação possível entre a força desportiva do Benfica, entendida em toda a sua diversidade, com a de qualquer outro clube português. A diferença é avassaladora, e só quem não tiver a noção do ridículo a pode ignorar ou pretender subverter."

Luís Fialho, in O Benfica

Mangas arregaçadas

"1. Voltei a gostar do Benfica que se apresentou no campo do Moreirense. Uma equipa de mangas arregaçadas e... bom futebol. Gostei particularmente da atitude, lutadora, agressiva (no bom sentido), não deixando o adversário passar do meio-campo. Falta concretizar mais (continuamos a perder demasiadas oportunidades de golo) e... aguentar essa pressão até final (depois de mais um 'apagão', a equipa não foi a mesma). Mas estamos no bom caminho e espero a confirmação frente ao Celtic (escrevo antes do jogo).

2. O Sporting sempre se queixou muito dos árbitros. Dias da Cunha, faça-se-lhe justiça, ainda tentou lutar contra o Sistema, não temendo afrontar Pinto da Costa e Valentim Loureiro. Mas os seus sucessores preferiam prestar vassalagem ao FC Porto a alinhar contra o Sistema e, por vezes, sofreram as consequências. Este ano, porém, apesar de sucessivas lamentações, o Sporting não pode queixar-se... antes pelo contrário. A avaliar pela classificação do insuspeito Record, que considera as pontuações alteradas pelas decisões graves dos árbitros, o Sporting está não a meio da tabela mas... em último lugar da classificação, isolado, a dois pontos dos penúltimos. Já saiu beneficiado em nada menos de cinco pontos das decisões dos árbitros neste Campeonato. Refira-se que o Benfica (tal como o FC Porto), segundo esta mesma tabela, tem já um prejuízo de quatro pontos.

3. Já admirava Paulo Bento como homem e como treinador (para além de jogador, claro). A sua resposta da semana passada a Pinto da Costa está na linha do homem sério, frontal e sem medo que me habituei a admirar. Poderia ter ficado calado, como muitos outros. Mas não. Respondeu e... calou o presidente do FC Porto!

4. Não sei quem tem razão no diferendo entre a Olivedesportos e a Liga. Mas há uma clara diferença entre o passado a que nos habituámos - a empresa de Joaquim Oliveira a 'salvar' os clubes, avançando com verbas (e, claro, novos contractos) - e a actualidade, ao que parece com dinheiros em atraso, com ou sem justificação.

5. Apenas milhar e meio de espectadores, se tanto, nas bancadas do campo do Nacional, frente ao FC Porto. Na véspera, estiveram umas seis mil no campo do Moreirense, a larga maioria benfiquista. 'Pequenas' diferenças..."

Arons de Carvalho, in O Benfica