quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Complicado


Benfica 70 - 66 Algés
16-10, 20-20, 17-18, 17-18 

Depois do jogo na Madeira, este foi o 2º jogo 'apertado' da época... Na pré-época, tendo em conta o nosso orçamento e os planteis dos adversários, muito estariam à espera de 'capotes' em todos os jogos, mas  o jogo de hoje prova que o Benfica não vai vencer jogos antecipadamente.
Tal como hoje, vamos encontrar, sempre: equipas super-motivadas - então se tiverem ex-jogadores do Benfica!!! -; e tal como hoje, vamos encontrar equipas que com poucas armas no jogo interior, vão apostar em defesas à zona, e em muita mobilidade no ataque, obrigando o Benfica a mudar o plano de jogo normal...!!! Com o Benfica a atacar mal, a zona adversária - apostando tudo nos triplos, com uma percentagem baixíssima -, e a retirar os Postes do jogo, deixando o Doliboa 'sozinho' a fazer os 40 minutos, corremos o risco sério de não ganhar este jogo... 

Invictos


Sp. Caldas 0 - 3 Benfica
11-25, 14-25, 15-25

Sem forçar, a rodar todo o plantel, mantendo a invencibilidade...

Um fiscal de linha de fora dos prémios

"Bem faria Maicon em dividir o Dragão de Ouro com o fiscal de linha Ricardo Santos, em sinal de respeito pela justiça e pelos direitos de autor ficava cada um com metade do troféu

QUALQUER centrocampista que entrasse agora na equipa do Benfica arriscava-se a ser considerado genial. Foi isto o que tive de ouvir assim que André Gomes marcou o terceiro dos três golos com que o Benfica venceu tranquilamente o Gil Vicente e o seu segundo golo nos dois jogos consecutivos em que alinhou pela equipa principal: em Freamunde, para a Taça de Portugal, e em Barcelos, para o campeonato.
Entende-se o remoque. O Benfica andou a jogar com falta de material no meio do campo desde que Javi Garcia e Axel Witsel se foram embora e desde que Carlos Martins e Pablo Aimar encostaram no estaleiro. Foram muitos jogos assim. Com Matic a desdobrar-se em vários papéis e com Enzo Pérez às aranhas tentando segurar toda uma zona vastíssima que não é genuinamente a sua.
Talvez um dia, mais tarde - e era bom que assim acontecesse - venha André Gomes, já feito uma vedeta do panorama internacional, recordar que teve as suas primeiras oportunidades no Benfica beneficiando de um momento raro de sorte na carreira de um jovem talento nacional sem espaço para se afirmar.
-Tive a sorte de estar no Benfica quando a equipa perdeu todos os seus centrocampistas de uma penada! - poderá dizer um dia, quem sabe?
A verdade é que André Gomes beneficiou do agravamento dessas circunstâncias e agarrou muitíssimo bem as duas oportunidades que lhe foram concedidas por Jorge Jesus. Os factos do presente provam até que o jovem Gomes, que tem 19 anos, nem sequer precisou de «tempo de adaptação». Entrou e fez logo dois golos, um em cada jogo. O que se pode pedir mais a um miúdo?

LUÍS FILIPE VIEIRA vai ser o presidente do Benfica nos próximos quatro anos e estabeleceu para si próprio uma agenda ambiciosa no plano desportivo e no plano político.
Pode-se dizer que a agenda desportiva do presidente do Benfica - 3 campeonatos, 1 final europeia e 50 títulos nas modalidades - não causou qualquer tipo de apreensão ao rival FC Porto. O dragão não vê motivos para descrer da longevidade dos princípios que lhe têm garantido o domínio no campo dos resultados.
Sem a ironia do costume (não sei se repararam...), o presidente do FC Porto limitou-se a dizer que não queria comentar as promessas do presidente do Benfica porque não era pessoa de fazer promessas. O que não é bem verdade. Ainda há coisa de três anos ouvimos Pinto da Costa prometer um título a José Maria Pedroto e, mais recentemente, ouvimo-lo garantir que Hulk não sairia do clube por valores abaixo da cláusula de rescisão de 100 milhões de euros.
Também para Maicon as promessas de sucesso desportivo do presidente do Benfica pouco ou nenhum significado têm. O jogador brasileiro foi agraciado na noite de segunda-feira com um Dragão de Ouro por ter sido considerado o «futebolista do ano», distinção que só se justifica, num ano em que Hulk foi rei e senhor, pelo facto de Maicon ter marcado ao Benfica aquele golo que lançou o FC Porto para a revalidação do título. E se a razão foi essa, como parece, bem faria Maicon em dividir o Dragão de Ouro com o fiscal-de-linha Ricardo Santos, em sinal de respeito pela justiça e pelos direitos de autor ficava cada um com metade do troféu.
Maicon também se pronunciou sobre a tal promessa de Vieira dos 3 campeonatos em 4 anos sem se mostrar impressionado. Disse o jogador que, pela parte dele, iria fazer tudo para ajudar o FC Porto a ganhar 4 campeonatos em 4 anos, o que faz todo o sentido.
A agenda política de Vieira não viria, no entanto, a suscitar qualquer tipo de reacção por parte dos rivais. O presidente do Benfica anunciou a 48 horas da sua reeleição que o contracto de concessão de direitos televisivos com a Olivedesportos não iria ser renovado. Esta vai ser uma questão fulcral do mandato de Vieira. Os benfiquistas e os outros todos que não são benfiquistas aguardam com muito interesse pela evolução deste extraordinário acontecimento. E sobre o assunto o silêncio já pesa. Aguardemos.

O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas foi um dos convidados da gala dos Dragões de Ouro. Lá esteve sentado na primeira fila da plateia, em lugar de destaque entre a nomenclatura, aparentado boa disposição. Pode pôr mais esta no seu currículo.
Falta só saber quantas equivalências para licenciatura, no curso superior, ganhou Miguel Relvas com a sua presença atenta no Coliseu do Porto. E já agora, falta saber o nome do curso.

RESPEITEM-SE sempre os critérios dos árbitros, mas a expulsão de Enzo Pérez em Barcelos não cabe na cabeça de ninguém. Nem meio-cartão amarelo fizeram por merecer as duas faltas que somadas haveriam de ditar a expulsão do extremo argentino. Ou do médio argentino, como preferirem.
O Benfica já ganhava por 3-0 e da decisão do árbitro não veio mal ao mundo, ainda bem. Menos um mau assunto para as discussões. E mais mais uma vez ressaltou a grande evidência: se o Benfica resolver em campo, em bom tempo e com golos os problemas com os adversários, difícil será que venha um árbitro com critérios ou sem critérios estragar-lhe o jogo e o resultado.
No fundo, trata-se de jogar à bola.

NA época passada, o Benfica foi eliminado de maneira muito parva e displicente da Taça de Portugal perdendo com o Marítimo, um jogo em que ganhava ao intervalo, logo nas primeiras andadas da prova. Que não se repita a brincadeira agora no jogo com o Moreirense, é o que todos os benfiquistas desejam.
A Taça de Portugal é uma competição muito bonita e antiga, obrigatória de respeitar. Foi difícil não detectar, na segunda-feira, a onda absurda de optimismo que varreu os espíritos dos nossos adeptos assim que se soube ser o Moreirense o próximo adversário do Benfica na corrente edição da Taça de Portugal.
Estou contra. A ideia peregrina de que o Moreirense que eliminou o Sporting será uma presa fácil para o Benfica «porque sim» está instalada entre os das nossas cores. Desenganem-se. Ao contrário do que se possa pensar, em prol do prazer puro e mesquinho da rivalidade, o Benfica não vai entrar em Moreira de Cónegos já a ganhar o jogo só porque o Sporting lá se perdeu na mesma prova.
Este ano gostava de ir ao Jamor.

LÊ-SE nos jornais que o presidente do Sporting, no âmbito das medidas de reestruturação que está a tomar, convidou Luís Figo (esse mesmo!) para ingressar no clube de modo a poder atrair com o seu nome os capitais dos investidores que fazem tanta falta em Alvalade e um pouco por toda a parte. Noutros jornais lê-se que o convite feito a Luís Figo vai no sentido da colaboração do ex-jogador com o projecto de expansão internacional da Academia do Sporting.
Nada leva a crer que Figo não fosse de grande utilidade para o Sporting quer numa área quer na outra. De todo o universo do Sporting, Luís Figo, hoje um reputado dirigente do poderoso Inter Milão, é, sem qualquer espécie de dúvida, o único rosto carismático leonino em acção que garante o respeito devido a uma enorme figura nacional e internacional.
Melhor ideia do que esta ideia que o presidente Godinho Lopes teve ao convidar Figo para atrair capital ou para formar jovens talvez fosse convidá-lo para presidente. Ou não?"

Leonor Pinhão, in A Bola

A 'Refundação Televisiva'

"Hoje, 1 de Novembro, todos-os-pecadores usufruem do direito ao descanso no último feriado do Dia de Todos-os-Santos.
Pondo de lado os direitos celestiais, este meu pontapé-de-saída tem mais a ver com outros direitos bem terrenos. Se ontem falei da poupança, hoje trato da cobrança. De uma cobrança sui generis.
Refiro-me a essa anomalia de, em tempos de globalização e louvaminhas à concorrência, haver, em Portugal, um monopsónio relativo aos direitos televisivos dos jogos de futebol. Durante muito tempo, assim se foi forjando uma teia de um sistema que tudo veio condicionando (e por aqui me fico...), de uma prática de «regime parabancário» que adiantando fundos aos clubes em estado de necessidade os colonizou e amordaçou e de uma ironia jamais desmentida de certos contratos indexados ao maior, o do SLB.
Por isso, saúdo a decisão corajosa e verdadeiramente fracturante do sistema anunciada pelo presidente do Benfica de cortar com este estado de coisas e ir ao coração do sistema (embora não tenha apreciado ter sido usada como arma eleitoral, pois mandam as boas práticas que, em período eleitoral, o candidato incumbente de limite à mera gestão corrente!).
Não se conhecem os detalhes do que se vai seguir, mas com esta medida vai revolucionar-se o futebol luso. Será no curto prazo e em tempo de crise económica, uma decisão de alto risco. Estamos a falar de 15 jogos da Liga e mais uns poucos que terão que render uns largos milhões de euros. Tarefa ciclópica. Mas, a médio prazo, esta refundação dos direitos televisivos será uma aposta ganha, espero. Pelo meu clube e pela verdade desportiva."

Bagão Félix, in A Bola

A coragem de JJ

"Jorge Jesus entrou no relvado de Barcelos, onde estava obrigado a ganhar, com três estreantes absolutos na 1.ª Liga (Luisinho, André Gomes e Ola John). Isto define a coragem de um treinador.
Jesus faz no Benfica o que treinadores como Ferguson ou Mourinho fazem nos maiores clubes europeus: lançar novos valores em jogos de risco.
A grande diferença é que, enquanto os outros podem depois conservar as estrelas, o Benfica tem de as vender, por razões de sobrevivência económica. Imagine-se o que seria se Jesus tivesse hoje à disposição Ramires, Di María, David Luiz, Javi García, Fábio Coentrão e Witsel. Aí, sim, poderia sonhar com uma final europeia.
Mas isto mostra que há agora no Benfica um rumo, uma orientação, o que só é possível com tempo e tranquilidade. Muito mais importante que conquistar um campeonato ou uma taça, é hoje consolidar esta estratégia.
Passando a notas individuais, Luisinho é um excelente jogador. Já tinha reparado nele: tecnicamente bom, seguro a defender, rápido a subir. André Gomes ainda não tem ritmo de 1.ª Liga, perdeu várias bolas em zona proibida, mas tem um invulgar sentido posicional. Está sempre no lugar certo. Ola John está muito verde. Pode jogar contra adversários macios, mas a alto nível é um risco enorme.
Lima é hoje o melhor avançado do Benfica. Disse-o quando ainda não era titular e tem-se visto. Uma nota triste: depois de S. Petersburgo, Rodrigo nunca mais foi o mesmo. Perdeu o seu principal trunfo, a capacidade de explosão, e é hoje um jogador quase vulgar. “Bruto” Alves deveria ter esse peso na consciência."