sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Aguenta coração !!!


Luparense 2 - 3 Benfica

Se no dia anterior, permitimos o empate a 2 segundos do fim - a vencer por 3-0 a 3 minutos do final -, hoje aos 39 segundos de jogo, já estávamos a perder por um 0-1 !!! Como é tradicional 'obrigámos' o guardião contrário a ser o jogador em maior evidência, com 17 defesas - contra 9 do Bebé -, mesmo assim, a meio da 1ª parte empatámos... No início da 2ª parte, o Joel 'resolveu' falhar um penalty, e um pouco mais à frente, voltámos a ficar em desvantagem no marcador... A 7 minutos do fim empatámos, e como a vitória era o único resultado que nos interessava - ainda não sabíamos o resultado do outro jogo do grupo, que terminou com um surpreendente empate!!! -, arriscámos jogar com o guardião avançado - a tal estratégia que eu não gosto!!! -, e foi já com o Marcão na quadra, que 2,30min do fim, o Teka marcou o golo da vitória, após uma assistência do nosso guarda-redes 'avançado'... Foi assim em grande sofrimento, com o Bebé de regresso à baliza - com várias intervenções nos últimos segundos -, que terminou a partida...!!!
O Diece tem jogado, mas de certeza que ainda não está com ritmo de jogo, após uma longa paragem. O Davi não tem jogado, devido a lesão. O César Paulo tem jogado condicionado, hoje por exemplo não fez um único remate à baliza!!! A equipa nos últimos tempos, tem demonstrado algumas fragilidades, e com todas estas condicionantes extra, as dificuldades aumentam...

O empate do Gyor com o Iberia acabou por baralhar as contas, com o Luparense matematicamente de fora, é possível que os Húngaros do Gyor - ex-equipa do Feher!!! - vença os Campeões Italianos na última jornada, no Domingo. Se isso acontecer, um empate com 3 golos - ou mais -, será suficiente para o Benfica garantir o 1º lugar no Grupo e a respectiva qualificação para a Final Four, já que num empate a 5 pontos das três equipas, o critério aplicado válido será o do número de golos marcados nos jogos entre os três - Benfica, Gyor, Iberia!!! No início do Iberia-Benfica já se saberá o resultado do Gyor-Luparense, por isso a gestão será mais fácil, mas a este nível teremos sempre que jogar para vencer, e apesar de todas as dificuldades que vamos encontrar, temos que acreditar...

O gin deixa de saber bem

"Quando se está no Mamounia em Marraquexe, a beber um gin tónico, em fim de semana com bons amigos, parece que nada nos pode tirar a tranquilidade. Por momentos acreditamos que o paraíso existe. Mentira!
Receber um SMS que diz «golo do Beira Mar, 4 minutos... frango do Artur», altera tudo. O gin deixa de saber bem, a bonita menina do bar fica desinteressante, os amendoins já não passam na garganta.
Estar sem ver o jogo, que sabemos estar a correr mal, à distância, a receber SMS preocupados de vários amigos diferentes, é um suplício, é uma tortura do Marquês de Sade. Vejam bem: «Jogo lento», «estamos cansados», «Salvio ao poste», «hoje cheira a drama», «penalti... falhamos», «digam, agora, mal do Cardozo», aqui estão apenas alguns dos publicáveis. Não há cardiologista para isto.
Lá veio, enfim, um que disse «super Maxi goooooloooo» seguido de outro que disse «Rodrigo dois, dois, dois» e a coisa ficou menos dramática. Mas até ao fim houve tempo para os inevitáveis «se não marcamos o terceiro dá asneira» ou «contra o fraco Beira Mar não havia necessidade de sofrer tanto» e finalmente o salvífico «Ufffff acabou».
Lá se pôde escolher o foie gras e pedir o tinto para lentamente descomprimir. É dura a vida de um adepto à distância e manifestamente errado o provérbio «longe da vista longe do coração». Se é certo que estas vitórias podem fazer a diferença nas contas finais e definir campeões, também é verdade que não gostamos de passar por estes sustos em jogos destes.
Com a vitória da Supertaça de voleibol, o Benfica inicia a época com quatro conquistas em modalidades de pavilhão. As vitórias no hóquei, futsal, andebol e voleibol prometem uma época de luxo.
Na próxima quinta-feira há Taça em Freamunde primeiro degrau para o Jamor, já saudoso e demasiado longínquo na nossa memória."

Sílvio Cervan, in A Bola

Objectivamente (restaurantes vs. alternes)

"Ficou mais ou menos definido este fim-de-semana o curso dos acontecimentos na presente Liga de Futebol.
O Benfica tem de jogar sempre no máximo para conseguir os três pontos da ordem. O nosso rival directo só tem de jogar o suficiente porque os deuses abençoam sempre nos momentos de incerteza e nas falhas!
Eu sou dos que apontam sempre os benefícios do FCP mesmo que não joguem contra nós. Não espero pelas decisões de Proença e seus adjuntos ou das paixões de qualquer apitador para criticar o que se vai passando neste triste Futebol português. Este FC Porto-Sporting foi bem elucidativo do que nos espera quando tivermos de defrontar essas «feras»!
Estou muito em querer que, pela amostra, a velha lenda das 60 vitórias e 4 anos sem derrotas no Dragão para o Campeonato interno, se vai manter por mais tempo. Assim, ninguém ali ganha!
Bem se podem queixar os nossos rivais de Alvalade por muito que quiserem levantar a cabeça depois das desgraças que, por culpa própria, têm sofrido nas últimas semanas. Por falar em polémicas, é bom que não se calem Devesa Neto e Guilherme Aguiar, antigo árbitro auxiliar e antigo D.G. da Liga depois de na RDP terem contado histórias antigas - mas muito actuais - sobre favorecimento de clubes por árbitros e de árbitros por clubes. Aguiar, que gosta de dar umas piadinhas sobre «coisas que sabe» pelo ofício que prestou na Liga dele e do Major Valentim Loureiro, teve azar desta vez, pois o visado, Devesa Neto, antigo árbitro auxiliar, respondeu-lhe à letra quando foi acusado por Aguiar de ter recebido no seu restaurante Luís Filipe Vieira como se isso ocorresse nalgum crime! Disse-lhe Devesa Neto que mais vale comer à vista de todos num restaurante frequentado por gente séria que ir a casas de alterne acompanhado por gente duvidosa com objectivos obscuros! Resumindo, era disto que se acusavam. Uma novela que devemos acompanhar até ao desfecho! Promete."

João Diogo, in O Benfica

Trêspontonove

"Num máximo de cinco é excelente, não fossem as contingências. A primeira deixa-nos confusos: trêspontonove em quê? Convenhamos: se a bitola se destinava a premiar a incompetência, foi justo. Mr. X é um incompetente de marca maior. Um dos mais competentes incompetentes que temos visto. Podia ter tido uma nota mais alta, na verdade, mas também é capaz de mais.
A qualquer momento surpreende-nos com uma incompetência superlativa e, aí sim, verá o seu talento recompensado pelos senhores observadores. Mas o tal trêspontonove também pode ter sido na escala da subserviência. De novo nota justa. Mr. X obedece furiosamente aos ditames do seu chefe de cócoras. Gosta de estar bem visto por D. Palhaço e pela sua corte de imbecis. E assim, rasteja. Põe-se a jeito. É preciso agradar o patrão! É preciso deixar o Gaseificado feliz, de sorriso nos lábios. Mr. X faz a vontade. Inventa penáltis, faltas, foras-de-jogo, tudo  que possa fazer do clubezinho de Rio Tinto um comandante isolado.
Mas há mais hipóteses. A escala que notifica Mr. X é a escala da canalhice. De novo, pontuação a condizer. Ratonice levada a cabo com desplante. Esbulho realizado à cara-podre, perante milhares em redor do relvado, e milhões na televisão.
A ladroagem não perdoa. É feita às claras. Merece prémio? Claro que sim! Não é este um País de ladrões e de trafulhas? Palmas para Mr. X! Incompetente, submisso, tafula: que se pode exigir mais do seu labor? Nada. Leva trêspontonove!
Leva trêspontonove por ser aquilo que muitos de nós desprezamos e tantos outros têm como princípio de vida. Quanto ao observador que lhe atribuiu trêspontonove, não tenho dúvidas: leva quatropontonove. Em pouca-vergonha!"

Afonso de Melo, in O Benfica

O Xistema

"1. Se os erros dos árbitros ainda se podem levar à conta de erros humanos, próprios de decisões instantâneas e das dificuldades de visionamento dos lances (embora quando mais frequentes esses erro, piores os árbitros e quanto mais frequentes... para os mesmos lados, mais duvidosa a sua imparcialidade...), os erros dos observadores já são bem mais difíceis de 'engolir'.
Ora, a nota mais atribuída pelo observador à arbitragem de Carlos Xistra no último Académica-Benfica - bem acima da média das melhores -, para além de ser um escândalo, mostra a verdadeira face do Sistema (ou, neste caso, Xistema) e como ele se produzia (e reproduzia) nos anos oitenta e noventa do século passado, quando os árbitros medíocres como os Calheiros, Fortunato Azevedo, Francisco Silva, José Silvano, etc., atingiram posições de relevo graças às notas dos observadores e à protecção dos dirigentes de arbitragem, de forma a estarem depois nos jogos importantes e fazerem o 'trabalhinho'. Pelos vistos, o Sistema mantém-se...

2. O Conselho de Disciplina da Federação arquivou o processo relativo às condições da Caixa de Segurança do nosso Estádio, nascido de queixas do Sporting, cujos adeptos (liderados pelo célebre Paulo Pereira Cristóvão) inauguraram essa estrutura, cada vez mais comum nos estádios europeus e entretanto utilizada (sem protestos) por várias outras claques nacionais e estrangeiras. O desfecho não poderia ser outro. O que se estranha é a demora na decisão quanto aos factos graves que aconteceram no final do jogo nessa mesma bancada...
Curiosamente, no mesmo dia, o Sporting era castigado por sobrelotação de três sectores do seu estádio num jogo com o FC Porto da época passada. Pela boca morre o peixe!...

3. ...E vão quatro Supertaças! Embora só considere positivas as épocas quando ganhamos os Campeonatos Nacionais, não deixa de ser muito bom este início de época das modalidades, com quatro vitórias em outras tantas Supertaças. Só fica a faltar a de Basquetebol!...

4. Uma espécie de 'autocrítica': no nosso Jornal da semana passada, não gostei de ver a notícia da Assembleia Geral na qual o relatório e contas não foi aprovado reduzida a meia-dúzia de linhas. Uma coisa são as opiniões, que devem ser livres (e eu próprio me manifestei nesta coluna), outra são as notícias, que devem ser factuais e completas. Se o relatório tivesse sido aprovado, a notícia teria certamente outro destaque."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Mudando de assunto

"Segundo a comunicação social, Antonino Silva foi arguido no processo ‘Apito Dourado’, por alegada falsificação de classificações dos árbitros, durante a época de 2003-04. Falava-se em alegadas pressões sobre observadores de árbitros e falsificação dos relatórios, para beneficiar alguns árbitros e prejudicar outros nas classificações. Além disso, havia referências a um episódio em que Lucílio Baptista telefonara a Pinto de Sousa mostrando-se descontente com a nota de um exame escrito que contava para a sua classificação final. Alegadamente, pouco tempo depois, o mesmo Pinto de Sousa teria recebido um telefonema de Antonino Silva, membro da Comissão de Análise da Liga, garantindo-lhe que a nota havia “subido substancialmente”.
Mudando de assunto, há relatos recentes, na imprensa, de que Antero Henrique, membro da SAD do FCP, teria tido uma reunião secreta, no dia 14 de Setembro, para vetar os árbitros Duarte Gomes e Bruno Paixão. Essa reunião teria tido como interlocutores o presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Vítor Pereira, o vogal Lucílio Baptista (ele mesmo!) e o vice-presidente… Antonino Silva.
Mudando de assunto, nos últimos 24 (vinte quatro) ‘clássicos’ que envolveram o FCP estiveram presentes nove árbitros. Curiosamente, sempre que o FCP perdeu um desses jogos, o árbitro envolvido nunca mais foi nomeado para clássicos que envolvessem o… FCP. Curiosamente, Jorge Sousa e Pedro Proença apitaram 50% dos ditos jogos.
Mudando de assunto, João Brites Lopes, observador de árbitros, classificou o desempenho de Xistra no jogo Académica - Benfica como Bom (3,9 em 5)… e já passaram quase dez anos desde a referida época de 2003-04."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

Afinal era outra a verdade

"(...)
Balanço do Benfica Clube
Sem medo nem rodeios, mas também sem asneiras de demagogos, vamos lá todos analisar a parte do Passivo do Benfica Clube - Sport Lisboa e Benfica, nas últimas contas. Damos de barato para próximas núpcias, o Activo...
Quem reparou com atenção nos números à frente das diversas rubricas que constavam do relatório e contas original, facilmente percebia que, para interpretar esses mesmos números tinha de se ir mais à frente, para os mais incautos, págs.60 e segs. e ler as explicações, numa coisa que se chama 'Notas de Anexo às Demonstrações Financeiras'.
Por isso, para o que nos interessa, tínhamos as notas números 19, 21, 9, 14, 22, 23, 12, 20, 24 e 14. Ora, nem o famigerado jornal matutino se deu a este trabalho, nem ninguém quis saber disto!
Da nota 19, resulta afinal que o montante de €43.880.425 é resultante do Método de Equivalência Patrimonial (questão técnica a ver com as participadas). Nada que um aumento de capital ou a reavaliação do Estádio em termos contabilísticos não resolva logo. Ou seja. É ZERO de relevância real financeira como Passivo.
Da nota 21, resulta que as responsabilidades por benefícios pós emprego são afinal complementos futuros de reforma, sabe-se lá a quantos anos. Por este andar, se as pessoas se reformarem aos 70 anos, serão responsabilidade daqui a 30 anos e se os sócios não querem que os seus funcionários recebam complementos de reforma no futuro, aceitam-se sugestões!
Da nota 9 resulta que a rubrica de impostos diferidos afinal não é nada de nada. É meramente um movimento contabilístico derivado do Benfica Clube estar isento e tal reconhecimento ser exigido pelas normas contabilísticas de relato financeiro. Influência financeira real - ZERO!
Da nota 14, resulta que estamos perante mais diferimentos, ou seja, perante a aplicação do método de que um custo se regista pela factura e não pelo recibo. Contabilizaram-se nessa conta, essencialmente custos de movimentos entre o grupo, mas que não tem em atenção os proveitos, que poderão gerar, pois são diferidos. Daí que influência financeira real - ZERO!
Da nota 22 resulta que afinal o montante de fornecedores corresponde a €12.057.088 de dívidas entre empresas do grupo, restando €2.543.294 de fornecedores gerais. Por isso, influência financeira real - ZERO!
Da nota 23, resulta que o adiantamento de clientes aí previsto resulta afinal de um adiantamento do Sport Lisboa e Benfica Multimédia S.A. Por isso, influência financeira real - ZERO!
Da nota 20, resulta que o valor de empréstimo do Benfica Estádio. Por isso influência financeira real - ZERO! (€5.800.000)
Da nota 24, resulta que o valor correspondente é maioritariamente respeitante ao posto de abastecimento e a empresas do Grupo. São ambos resultantes de obrigatoriedades de movimentações face às normais contabilísticas de relato financeiro. Por isso, influência financeira real - ZERO!
Por último, da nota 12, será a única de jeito. Mas, logo para azar dos críticos, o valor de €2.470.619 corresponde a uma fiscalização efectuada aos exercícios de 1998 e 1999, repito, 1998 e 1999 (lá vem o Vele e Azevedo novamente). A dívida está impugnada mas o Benfica relevou-a por uma questão de prudência. Mais um 'bife' do Mestre das Fotocópias. Curiosamente, é a única que poderá obrigar o Benfica a desembolsar dinheiro, ou seja, a única com influência real financeira. Uma dívida do Vale e Azevedo! Quem diria?
Agora, perante isto tudo, o que querem que vos seja mais dito? O segurança do Bruno de Carvalho que esteve na Assembleia e que por acaso se fez sócio nesse dia e pertence a uma claque dos rivais do Benfica? É isto?!

PASSIVO
PASSIVO NÃO CORRENTE
Provisões.............................................................45.510.814
Responsabilidades por Benefícios Pós-Emprego............3.510.723
Passivos por imposto diferidos.................................10.636.221
Diferimentos.........................................................12.532.756

PASSIVO CORRENTE
Fornecedores.......................................................14.600.382
Adiantamentos de Clientes.........................................850.837
Estado e outros Entes Públicos.................................3.373.280
Accionistas/Sócios......................................................70.113
Financiamentos Obtidos..........................................5.800.000
Outras Costas a Pagar..........................................13.719.438
Diferimentos........................................................41.526.242

TOTAL PASSIVO.............................................€113.403.756
(...)"

Pragal Colaço, in O Benfica

Uns de calcanhar, outros de bicicleta, outros nem por isso

"Há uma malta do Sporting que pelo menos duas vezes por ano dá-lhe a vontade bacteriologicamente impura de unir esforços com o Benfica contra os malandros dos árbitros

DE calcanhar e de bicicleta. Foi assim que o FC Porto e o Benfica se desembaraçaram dos seus adversários do último fim-de-semana nos jogos respectivos a contar para a Liga portuguesa.
Na Luz, o Beira-Mar deu muito mais trabalho ao Benfica do que no Dragão o Sporting deu ao FC Porto.
Na Luz e no Dragão aconteceu um episódio idêntico e curioso. Os dois emblemas beneficiaram de duas grandes penalidades muito, muito duvidosas, e os chamdos a converter, Rodrigo e Lucho González, falharam cavalheirescamente os seus pontapés, desaproveitando as oferendas.
Um amigo que tenho, agnóstico, aproveitou logo o desaproveitamento de Rodrigo e de Lucho para proclamar que se Deus existisse era sempre assim que as coisas se passavam com as grandes penalidades muito duvidosas.
Outro bom amigo, cuja fé é o Sporting, querendo-me sensibilizar para a sua causa quase me gritou aos ouvidos que a segunda grande penalidade a favor do FC Porto, que foi convertida com sucesso por James, nem sequer nasceu da vontade do árbitro em prejudicar o Sporting.
Tentei dizer-lhe, com todo o respeito, que tal não seria preciso porque ninguém prejudica mais o Sporting do que o próprio Sporting.
Nem me ouviu. Pretendia convencer-me que o árbitro tinha inventado aquele penalti com o intuito de prejudicar o Benfica visto que se o resultado passasse para 2-0 passaria o FC Porto para a liderança do campeonato por ter melhor diferença de golos.
Nem lhe respondi. Há uma malta do Sporting que pelo menos duas vezes por ano dá-lhe a vontade bacteriologicamente impura de unir esforços com o Benfica contra os malandros dos árbitros.
É inevitável. Acontece-lhes sempre que jogam com o FC Porto e normalmente perdem e normalmente apresentam no fim de cada jogo uma lista interminável das malfeitorias de que foram vítimas.
Depois passa-lhes logo. Até ao próximo jogo com o FC Porto, evidentemente.
Francamente, não consigo afirmar sem hesitação que Boulahrouz está inocente no lance com Jackson Martínez que o árbitro entendeu ser merecedor de castigo máximo. É muito provável que esteja... mas... no entanto...
O que acontece com Boulahrouz é que o holandês é aquele tipo de defesa espadaúdo que, inocente ou culpado, tem sempre cara de penalti.
Na sequência da derrota no Dragão e de todo o processo em curso da substituição de Sá Pinto no comando técnico da equipa, veio a público o presidente do Comité Olímpico Português, Vicente de Moura, deixar no ar que gostaria de se candidatar à presidência do Sporting mas que sendo um cidadão comum não o pode fazer.
Explicou muito bem porquê:
-Qualquer pessoa que não tenha ao seu dispor quantias muito elevadas não o pode fazer. E eu não tenho capacidade financeira ou crédito junto dos bancos.
Disse uma grande verdade que se aplica ao Sporting e muitos outros clubes nacionais. A brutalidade dos passivos afasta liminarmente o cidadão comum do sonho da presidência dos seus clubes.
Olimpicamente, Vicente de Moura continuou a explanar os motivos que o impedem de avançar:
-Para poder beneficiar do trabalho de muitos sportinguistas, o Sporting, no mínimo, tem de ter as suas finanças equilibradas. Caso contrário, só indivíduos ricos, demagogos ou oportunistas estarão em condições para o fazer.
É precisamente por este conjunto de razões que do outro lado da rua, refiro-me à Segunda Circular, Luís Filipe Vieira pode partir para mais um acto eleitoral sem adversário à vista, o que não é bom para o Benfica nem para o próprio Luís Filipe Viera.
Sim, também eu li que Rui Rangel poderá anunciar a sua candidatura até ao final da semana. Mas até ao final da semana podem acontecer tantas coisas que o melhor será aguardar antes de concluírmos que o actual presidente vai ter concorrente à cadeira.
Por este caminho qualquer dia deixa de haver eleições nos clubes de futebol. Aquele velho pormenor democrático a cada três anos está a transformar-se numa coisa obsoleta, sem cabimento prático perante o avolumar dos passivos em montantes astronómicos e tilitantemente dissuasores.
Rogério Alves, que já foi presidente da assembleia geral do Sporting, ainda no princípio desta semana falou sobre o assunto, dissuadindo os seus consócios da exigência de eleições no clube para mudar o presidente.
-Temos o tique das eleições como se isso resolvesse alguma coisa - disse à Antena 1.
O «tique das eleições», expressão triste, tristíssima, que sintetiza a realidade: a inoperância da velha democracia dos clubes de futebol, tal como os conhecemos e vemos evoluir ao longo de décadas.
Enquanto isto do «tique das eleições» for só no futebol ainda há esperança.
Mas se passar para a política é que estamos mesmo tramados.

NA quarta-feira da semana passada, Cristiano Ronaldo marcou três golos ao Ajax, para a Liga dos Campeões e, no fim, o árbitro nem hesitou em oferecer-lhe a bola do jogo como mais do que merecida recordação pelo feito em Amesterdão.
No último domingo, o Real Madrid saiu de Barcelona como entrou, com 8 pontos de atraso para o líder do campeonato. Do mal, o menos. O Real esteve ganhar, esteve a perder, empatou já perto do fim graças, uma vez mais, à pontaria de Cristiano Ronaldo.
Safaram-se, portanto, os brancos à justa de regressar a casa 11 pontos atrás do rival da Catalunha e isso sim,seria penoso, quase um absurdo porque o duelo Ronaldo-Messi, que entusiasma meio planeta, não faria grande sentido prático e comercial com o Madrid fora da discussão pelo título espanhol quando ainda faltam dois meses e meio para o Natal.
José Mourinho não podia ficar aborrecido com o empate. E na verdade não ficou, como se depreende das suas palavras no fim do jogo. A 8 pontos do Barça e não a 11, como podia ter acontecido, o pragmatismo deu lugar aos mind games que fizeram do treinador português um dos mais discutidos, amados e odiados do mundo. Aliviado, Mourinho entendeu que era aquele o momento para dizer o que na realidade pensa sobre o tal duelo entre o astro português e o astro argentino.
-Devia ser proibido dizer quem é o melhor jogador do mundo - afirmou com uma distância que surpreendeu muita gente. Melhor dito, com uma distância que surpreendeu quase toda a gente.
A ocasião era a ideal para Mourinho descer à terra e confessar com humildade que nem ele, que é especial, consegue escolher, entre um e o outro, o que mais lhe agrada na qualidade de espectador equidistante dos dois fenómenos em causa.
Em termos da questão Messi-Ronaldo, ou vice-versa, o último clássico de Espanha foi nitidamente um exagero. Dois golos para cada um fizeram o resultado do jogo.
Pena foi, para os amantes das sensações fortes do futebol, que não tenham sido três golos para cada um. Com dois hat-tricks em Camp Nou, seria bonito de ver cada um levar para casa a sua metade da bola do jogo, cortada ao meio ainda no relvado pelo árbitro munido de canivete.
As palavras ajuizadas de José Mourinho sobre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi caíram muito mal em Madrid porque, no pé de guerra corrente, não é suposto vir o treinador da grande casa branca inverter o discurso da afición com uma tirada de notável bom senso sobre o assunto.
Iker Casillas foi o primeiro do balneário a vir defender o português. «Eu escolho Cristiano Ronaldo porque é um jogador que nos tem dado muito e que convite connosco todos os dias», disse o guarda-redes e capitão do Madrid, provando mais uma vez que há certas homenagens que são sempre contra alguém, neste caso, contra o seu treinador.
Sobre o diferendo Mourinho-Sérgio Ramos, Casillas também mostrou a sua opinião: «De que lado estou? Do lado do Sérgio porque apoio um companheiro que estava num mau momento e do lado do mister porque olha pela equipa», disse.
Com o devido respeito, mas o Casillas de tão judicioso ainda se arrisca a que um dia destes lhe passem a chamar o Marcelo Rebelo de Sousa do balneário. Isto se em Espanha conhecessem o professor...

JACKSON MARTÍNEZ, o avançado que o FC Porto foi buscar à Colômbia, leva cinco jogos consecutivos na Liga a marcar golos. É obra. Martínez tem, sem dúvida, muita qualidade.
Na verdade, tem tanta qualidade que até admira e causa impressão que não tenha sido primeiro descoberto, referenciado e negociado pelo Benfica, tal como aconteceu com os seus compatriotas Radamel Falcao e James Rodriguez, para acabar no FC Porto.
Onde é que falhámos desta vez?"

Leonor Pinhão, in A Bola