terça-feira, 9 de outubro de 2012

Unidade

"O Benfica lidera isolado a Liga. Descuido na afirmação? Nem pouco mais ou menos. O Benfica lidera isolado, MORALMENTE, a Liga. Mais até, com o pleno dos pontos. O que se passou no jogo inaugural, frente ao Sporting de Braga, na Luz? Como foi possível anular aquele golo limpo a Cardozo? O que se passou duas jornadas volvidas, frente à Académica, em Coimbra? Como foi possível sancionar duas penalidades inexistentes?
O Benfica lidera, MORALMENTE, a Liga. De que se serve a liderança moral? Serve, no mínimo, para que se entenda quantos obstáculos já se nos depararam e, por certo, irão deparar no futuro. Serve, no mínimo, para unir as hostes, para reforçar a vigilância ao antibenfiquismo que grassa no Futebol indígena. Serve, no mínimo, para fortalecer a convicção de que temos argumentos para um ano competitivamente bem nutrido.
O Benfica lidera, MORALMENTE, a Liga. Chega? Não chega. Não existem vitórias morais, títulos morais, troféus morais. Mas existem imoralidades que têm de ser combatidas. Qual é o caminho? A unidade, a unidade benfiquista. A unidade pode ser a razão do êxito, de resto não há êxito sem unidade. As divergências podem ser a razão do fracasso, de resto há sempre fracasso com divergências.
No essencial, impõe-se um Benfica unido. Nem todas as opiniões no seio da gigantesca família são iguais? Também ninguém o esperava e até não era democraticamente saudável. Só que naquilo que importa, que importa mesmo, a vontade deve ser una. E o sucesso fica mais próximo."

João Malheiro, in O Benfica

Homens de negro

"Com a arbitragem de Carlos Xistra em Coimbra, foi aberta a época da caça ao Benfica, e à possibilidade de este se sagrar Campeão. É assim, ano após ano, quase sempre em momentos cirúrgicos, e quase sempre pela mão, e pelo apito, dos mesmos personagens.
Da análise que faço ao Futebol português, e às vicissitudes mais obscuras dos seus bastidores, quer-me parecer que o problema maior reside hoje, precisamente, ao nível dos árbitros e assistentes - eles mesmos, em pessoa -, e já não tanto no âmbito de qualquer supra-estrutura tutelar que, formalmente, os condicione, ou empurre em determinado sentido. Cada vez mais, a percepção que tenho é que o Sistema, tal como o conhecíamos nos anos noventa, e na primeira década deste século, deu lugar a um modus operandi mais disperso, assente num conjunto de árbitros e árbitros-auxiliares, que, em nome de cumplicidades pessoais (e favores externos) continuam a influenciar a seu bel-prazer o andamento das competições.
Há quem se queixe de Vítor Pereira, há quem aponte o dedo a Fernando Gomes, ao presidente da Liga de Clubes, aos observadores, e também, claro, ao clássico Joaquim Oliveira, e à sua Olivedesportos, como responsáveis máximos daquilo que continua a passar-se no Campeonato português. Cada um deles, por actos ou omissões, terá certamente o seu grau de culpas, presentes, ou passadas. Mas responsabilizá-los acima do razoável por farsas como a que vimos em Coimbra, será, creio, embarcar numa ilusão de óptica, disparar ao lado de raiz do problema, e esquecer que quem entra verdadeiramente em campo, quem toma as decisões que nos penalizam, quem, sob o manto de uma falsa isenção, encaminha Campeonatos para um lado, e os retira do outro, são... os próprios árbitros, e os seus auxiliares.

São eles
Alguns juízes do quadro nacional (composto, na totalidade, por cerca de 25 árbitros e 50 assistentes) são oriundos dos negros tempos do Apito Dourado, e trazem com eles as cumplicidades daí decorrentes. São esses, não por acaso, que preencham o grosso da lista de internacionais. E esses, ou alguns deles, parecem tacitamente fugir já à tutela das instâncias nacionais, mantendo redes de influência externa que lhe vão garantido os pergaminhos.
Falo, por exemplo, de Pedro Proença ou Olegário Benquerença, cujas carreiras além-fronteiras vão abafando os golpes cometidos intuamuros, sem que aparentemente haja forma de alguém os confrontar com aquilo que vão fazendo por cá. Poderia juntar-lhes Carlos Xistra, embora, mas não menos zelo na perseguição interna ao Benfica.
É pois para os árbitros, e respectivos auxiliares, que nos temos de virar no momentos de apurar responsabilidades por aquilo que se passa nos relvados portugueses. São eles, sobretudo eles, os responsáveis pelas decisões que tomam, pelos erros que cometem (sempre justificados por 'desconcentrações', 'distrações', ou pelas centenas de decisões correctas - sempre alegadas em auto-defesa - que qualquer criança seria capaz de tomar ao dirigir um desafio de Futebol), e pelas consequências dos mesmos.
Há que ressalvar, porém, que nem todos são iguais. Falei justamente de um trio que, ostensivamente, prejudica o Benfica todas as épocas, e sempre que a ocasião se lhes depara. Como disse, há 25 árbitros no primeiro escalão, e seria injusto confundir alguns deles com Proença, Benquerença ou Xistra, ainda que uma segunda linha de juízes aparente pretender seguir pelo mesmo trilho. Incluiria neste lote, Cosme Machado e Hugo Miguel, por exemplo.
É verdade que o Benfica tem sido prejudicado por muitos outros árbitros. Mas há que distinguir aqueles que o fazem sistematicamente, e de forma mais desassombrada, dos que, errando, não transmitem uma sensação de tão grande parcialidade. É pois necessário entendermos bem quem, e porquê, tanto nos prejudica.
(...)"

Luís Fialho, in O Benfica

PS: Creio que o Fialho se esqueceu do Jorge Sousa, do Soares Dias, do Bruno Esteves, do Rui Costa, do Rui Silva, do Marco Ferreira, do Capela, do Vasco Santos... e mais alguns!!!