sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sem eficácia, com sofrimento... mas com os 3 pontos


Paços de Ferreira 1 - 2 Benfica

O fado do desperdício continua, hoje falhou-se golos inacreditáveis - mais escandalosos que as bolas aos ferros de Coimbra: Salvio(2), Garay, Enzo, Matic, Lima(2)... -, sendo que depois acabámos com o credo da boca...!!! O segundo golo apareceu alguns minutos 'atrasado', a substituição do Matic pelo Carlos Martins deixou a equipa desequilibrada, e mesmo com a entrada do André Almeida tivemos dificuldade em segurar o meio-campo no final...
Com a excepção da desconcentração dos primeiros minutos (após apagão!!!), e dos últimos 5 minutos, tivemos domínio total, e deveríamos ter goleado...
Uma das últimas farpas usadas pelos anti-Vieira, foi a contratação do Lima... será que eles continuam a pensar o mesmo?!!! O Cardozo é um grande goleador com carateristicas especiais, o Rodrigo é um jovem com enorme potencial, lutador e rápido, mas ambos têm limitações - se fossem perfeitos já não estavam no Benfica -, o Lima também tem os seus defeitos, mas é um oportunista nato, é daqueles jogadores que têm um faro muito especial para aproveitar as sobras na área... hoje provou-o!!!
Defendo que o Nolito é um excelente jogador, quando 'salta' do banco - quando está motivado. Mas quando joga de início, muitas vezes desilude. Nestas primeiras jornadas, muitos, têm criticado a 'não titularidade' do Nolito, espero que o jogo de hoje tenha servido de exemplo... curiosamente já o ano passado, em Paços, o Nolito foi titular, e não fez um grande jogo, bem pelo contrário...

PS1: A arbitragem teve um pouquinho melhor!!! Mesmo assim ficaram 3 penalty's por marcar a favor do Benfica: no lance que o Enzo 'pica' a bola por cima do guarda-redes - e falha o golo -, Lima, ao 2º poste, é agarrado pelo Tony; Garay leva uma cotovelada do Cohene; Cohene 'corta' um remate do Gaitán com o braço!!!

PS2: Grande Zé Augusto, no pós-jogo da BenficaTV - mais uma vez -, para quem acusa o BTV de falta de sentido critico...

PS3: Não me apetece falar da AG de ontem, assim deixo aqui alguns links para artigos que subscrevo 'quase' na totalidade: o Tiago Pinto, no Benfica Dependente; o Cosme, na Travessa do Alqueidão; o João Tomaz, e o Fernando Arrobas da Silva no Benfiquistas desde Pequeninos; o Carlos Alberto, no Benfiliado (também aqui e aqui), e o Gauchos, nos Gauchos Vermelhos...
Para quem utiliza o nome de Cosme Damião para quase tudo - principalmente para criticar os actuais dirigentes -, o comportamento que tiveram na AG, deve ter levado o verdadeiro - aquele que não é instrumentalizado - Cosme Damião, a dar voltas no túmulo!!!

Xistra muito mais decisivo que Hulk

"Carlos Xistra, árbitro de Castelo Branco, conhecido entre amigos meus como sportinguista de coração e portista de profissão, é antigo no seu passado com o Benfica. A forma rápida como todos os escribas portistas vieram defender Carlos Xistra é reveladora do seu grau de afectividade com quem há tantos anos lhes entrega títulos. As bolas no poste são futebol, a arbitragem de Coimbra é mais um episódio de bordel em que se transformou o campeonato português.
Muitos são os escritos que nos levam a pensar que mais grave que a arbitragem, ou mesmo as arbitragens que um mesmo árbitro realiza anos a fio em prejuízo do mesmo clube, é a forma rápida com se aprestam a justificar e relativizar essas arbitragens. Todos nos enganamos, mas os sérios pedem desculpa ou retractam-se, e os que o fazem premeditadamente ou o rogo beneficiam de uma carapaça de justificações.
A venda de Hulk foi benéfica para o FC Porto, libertou meios financeiros. Xistra é muito mais importante e decisivo que Hulk neste campeonato. No início do campeonato escrevi aqui que o campeonato estava viciado. Que a paixão clubista possa inebriar alguns que não vejam, posso relativizar, mas que os responsáveis possam achar normal não aceito.
Em Coimbra, desde a falta sobre Cardozo, com poucos segundos de jogo, até ao apito final houve uma viciação de resultado. O Benfica jogou bem, melhor jogo da época, e mereceu ganhar. Nem o Barcelona ganhava a este Carlos Xistra. O mesmo que validou o golo de Hulk na Luz que deu a meia-final da Taça ao FC Porto há dois anos. O mesmo que expulsou Javi Garcia em Braga e deu o título ao FC Porto. O mesmo da célebre arbitragem de Guimarães que tentou expulsar a equipa toda. Vítor Pereira não deve ser influenciado, mas não pode ignorar. E se é sério, e penso que é, tem que agir em conformidade. Quem adultera campeonatos há anos, tem que ser afastado. Como diria Sofia de Mello Breyner, «vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar»."

Sílvio Cervan, in A Bola

A maioria silenciosa

"Há precisamente 38 anos teve início o Processo Revolucionário em Curso, vulgo PREC, em Portugal. Aproveitando o apelo a uma manifestação de apoio ao então Presidente da República, António de Spínola, convocada por uma maioria silenciosa, para o dia 28 de Setembro de 1974, forças à esquerda do Partido Socialista colocaram na Presidência Costa Gomes e no Governo Vasco Gonçalves. Derrotadas nas urnas, essas forças seriam desalojadas do poder 14 meses depois, a 25 de Novembro de 1975, dia que marca o fim do PREC.
Ao longo desses conturbados tempos, acabou por ser o povo a mais ordenar, com a força do voto, nas eleições constituintes, apontando o caminho de moderação que queria seguir.
Ontem, os sócios do Benfica presentes na Assembleia Geral chumbaram as contas apresentadas pela Direcção e, embora esta decisão não implique efeitos práticos, tem uma leitura política que não pode, nem deve, ser desprezada. A partir de hoje, o presidente do Benfica deverá dar ao que sucedeu uma resposta política, solicitado a antecipação das eleições. Tratar-se-á de um gesto simbólico, uma vez que o acto eleitoral normal deverá ocorrer até ao fim de Outubro.
Se for este o caminho escolhido por Luís Filipe Vieira, o sinal que é dado é democrático, pois é colocado, de imediato, o destino do clube nas mãos dos sócios. Sabe-se que votam, normalmente, no Benfica, cerca de 20 mil sócios, que legitimarão uma Direcção (seja ela qual for e com quem for...) com a maior das forças. Ouvir-se-á, então, a voz da maioria silenciosa. Ou não fosse hoje 28 de Setembro..."

José Manuel Delgado, in A Bola

A arbitragem como o governo

"Ainda sem OGE (Orçamento Geral do Estado) para 2013, mas com a certeza de que seremos todos (excepção para os do costume, os que detêm o poder económico e os milhões longe daqui, e que continuam a enriquecer com a miséria global, mais uma situação própria de países decrépitos e para lá da falência, como é o caso português - só gostava que me explicassem como é que tenho vivido acima das minhas possibilidades se não devo um único cêntimo ao fisco e afins) penalizados em duodécimos - a esperança é que a seguir às palavras de ordem venha mais qualquer coisa -, e com apenas quatro jornadas realizadas da Liga, já a ferver porque não é a qualidade das equipas, muito menos a classe individual dos jogadores, que domina, mas infelizmente as questões arbitrais, bem se pode dizer que Governo e a arbitragem estão ao mesmo nível, reflexo evidente da baixa qualidade do País: ninguém acredita naqueles que nos deviam liderar mas apenas se preocupam em esmifrar-nos até ao osso com sucessivos aumentos de impostos; já ninguém acredita em quem manda do sector (sempre ouvi dizer que pela boca morre o peixe: não foi Vítor Pereira quem admitiu poder trazer para o campeonato árbitros estrangeiros?) e na esmagadora maioria de quem arbitra os jogos, a começar por este fantástico árbitro que é Carlos Xistra, que com tão notáveis desempenhos tem o futuro garantido: será ministro. De quê? Com tanta qualidade nem necessita ter pasta... Já agora: depois de tudo o que se passou nas últimas horas estará Vítor Pereira consciente da nomeação para o caldeirão de Paços de Ferreira? Juro: não queria estar na pele de Marco Ferreira, a quem desejo toda a felicidade do mundo.

Sá Pinto passou com a corda ao pescoço o primeiro teste mas continuo a achar, pela armadilha que lhe montaram, que está a prazo. A não ser que não pare de ganhar. Mas duma coisa tenho a certeza: conhecendo-se o seu perfil, tenho a certeza de que sabe perfeitamente quem é o bombista."

 José Manuel Freitas, in A Bola

Contem-me histórias

"Aos dez anos, deixamos de acreditar no Pai Natal. Aos vinte, deixamos de acreditar na perfeição. Aos trinta, concluímos que não poderemos mudar o Mundo. Aos quarenta (para onde a vida já me empurrou), não acreditamos em quase nada - excepto, nalguns casos, em nós próprios, e naqueles que nos são mais queridos.
Quando li, e ouvi, tudo aquilo que se passou em redor do castigo de quinze dias aplicado a Jorge Jesus (já agora, apenas por ter dito uma verdade), quando li, e ouvi, uma estranhíssima declaração de vencido do presidente do Conselho de Disciplina (por sinal adepto do FC Porto), quando me apercebi do folclore mediático que essa declaração, o castigo, e o também absurdo timing do mesmo (quer por aplicado numa fase sem quaisquer jogos onde se concretizar, quer por terem decorrido seis longos meses desde o facto que lhe deu origem) geraram na comunicação social e nos meios do anti-benfiquismo, sabendo que o caso-Luisão estava a ser tratado numa sala ao lado, percebi de imediato que as coisas, no que diz respeito ao nosso defesa-central, não iriam correr bem.
Como já entrei nos tais quarenta, e como não acredito, nem na Justiça Civil, nem na Justiça Desportiva, nem na seriedade de muitos dos seus agentes, nem, já agora, em coincidências, dificilmente alguém me poderá convencer que uma coisas não esteja relacionada com a outra. Isto é, que um 'castigo' (o do Jorge Jesus, com aspas, com votos de vencido, e gorros do Pai Natal), não tenha servido para preparar terreno ao verdadeiro castigo (sem aspas, nem piedade), que nos vai retirar um dos mais influentes jogadores da equipa por um longo período - que abarca várias jornadas do Campeonato Nacional.

Areia para os olhos
Simulacro de decisões condenatórias é coisa que não falta na história do nosso Futebol. Lembro-me, por exemplo, dos seis pontos retirados ao FC Porto por corrupção desportiva, alguns anos depois dos factos, mas precisamente no momento em que o clube corruptor levava a maior vantagem pontual de que desfrutou na última década. Ou seja, com o Campeonato, com esse Campeonato (o de 2007/08), já totalmente resolvido.
Ainda assim caiu o Carmo , a Trindade, e a Torre dos Clérigos, e com ela tombou também o homem que havia tomado a 'corajosa' decisão. Não, como seria lícito esperar, pela total inconsequência material da plena aplicada. Sim, porque, segundo os do costume, o FC Porto e Pinto da Costa estavam a ser perseguidos por Ricardo Costa - figura que, de resto, também nunca  me comoveu particularmente. Resultado: zero! O Apito Dourado e o Apito Final passaram à história, o FC Porto acumulou campeonatos, e vive feliz como se nada fosse. Para o Benfica, principal vítima das fraudes verificadas durante anos, ficou apenas a fama de um falso ressarciamento, e a indignação dos adeptos mais atentos. A babilónia processual e formalista da Justiça comum encarregou-se do resto, matando de vez qualquer esperança de reposição da verdade (aspecto em que, diga-se, se vai especializando com cada vez mais fulgor).
Se essa decisão pretendeu fechar a porta da verdade, o castigo recentemente aplicado a Jorge Jesus procurou abrir a da mentira. Foi o prelúdio perfeito para preparar o terreno ao golpe-Luisão, desarmando argumentos contestatários, e alimentando uma falsa, ilusória e enganadora equidade.

Enganem outros
Mas os benfiquistas não se deixam enganar. Tenhamos mais ou menos de quarenta anos, estamos todos já demasiados escaldados com histórias de golpadas obscuras nos bastidores do futebol português. Há muitos anos que convivemos com isto, e já estamos fartos de ser tomados por parvos. Desde 1983 que, em Portugal, andam a gozar com o Futebol, e com os adeptos que devotamente o alimentam. E, passado tanto tempo, não há máscaras que resistam.
O caso Luisão é um caso de injustiça gritante, sobretudo comparado com outros que a memória ainda não apagou (Deco, Belluschi, etc). E o cozinhado que lhe serviu de 'couvert', por mais elaborado que fosse, por mais requintados que fossem os ingredientes utilizados, sabe-nos já a azedo. Com papas e bolos, só enganam os tolos."

Luís Fialho, in O Benfica

O Pinto dos Apintos

"Muito pia o Pinto dos Apintos! De bico adunco e perfil de anão, usa o seu covil esconso nas vizinhanças de Medancelhe para receber, em festa, os apintadores mais sinistros. Esta gente é assim: fascina-se pela incompetência e pela má-fé. Logo, há que premiá-las. O Juiz-de-linha-que-não-quer-ver levanta a bandeirola como se estivesse numa estação de comboios e comete um crime? Pois faça-se uma homenagem que ele bem merece! E ele aproveita o bochinche para cuspir um ror de porcarias, revelando bem a estrutura de que é feito. Para tal mamífero, roubar não é crime: crime é roubar e não saber fugir. E como soube fugir, sente-se ilibado. E como o Pinto dos Apintos se apressou a organizar uma pândega saloia em sua honra, até se sente orgulhoso do saque.
Sabemos todos que Portugal não é propriamente um local bem frequentado. Mas estes sicários ultrapassam o mínimo admissível. São cultivadores da pilhagem, da traficância, da espoliação e da mentira. Príncipes negros da iniquidade. Riem-se em público das suas canalhices e o Pinto dos Apintos recebe-os com abraços tão felizes como insanos. O Azeiteiro-da Cabeça-d'Unto não podia faltar.
Dificilmente arranjariam um sem-vergonha cara-de-pau mais a jeito para alegrar a banbochata. Traz sempre consigo meia-dúzia de vulgaridades para encher páginas de jornais, envolto numa empáfia tão genuína que nos faz perguntar em que raio de espelho se mira ao acordar para não perceber o quão alambicado é? Frívolos, risíveis, prolongam a festa até às tantas. Os próximos esbulhos estão aí ao virar da esquina. E as próximas homenagens também."

Afonso de Melo, in O Benfica