domingo, 9 de setembro de 2012

"É no Benfica que sou feliz"


"...
- Como analisa, no plano futebolístico, o seu início de época, no regresso ao Benfica? É o que esperava?
- Está a ser ainda melhor. Não esperava começar tão bem e por isso estou ainda mais satisfeito. Marquei no primeiro jogo, frente ao SC Braga, e foi uma sensação linda. Espero dar sequência aos grandes jogos até final da época.

- Quem é que fez mais força para regressar ao Benfica?
- Todas as partes. Eu sempre quis voltar. Nunca quis sair depois de ter estado aqui uma época (2010/2011). Hoje estou feliz. A minha mulher também sabia que aqui é que eu era feliz. O clube também fez um esforço para que eu voltasse e agradeço esse esforço.

- Isso de ser o jogador mais caro de sempre do clube é uma grande responsabilidade?
- Nem penso nisso. Estou muito tranquilo, estou no Benfica com a mesma esperança de ganhar de todos os meus colegas, com os mesmos objectivos e tentarei ajudar a equipa ao máximo.

- Já notou diferenças entre 2011 e 2012?
- Nos jogadores que não conhecia. Mas o que não mudou foi aquilo que é o Benfica: a grandeza do clube. Há muita gente de fora que não sabe o que é o Benfica. Felizmente tive a oportunidade de conhecê-lo e por isso quis regressar.

- O que lhe oferece o Benfica que outros clubes não lhe dão?
- Uma felicidade única, talvez só comparável aos tempos em que comecei a jogar na equipa principal do meu clube, o Lanús. E depois há essa oportunidade de jogar na Champions: é a melhor competição, na qual quero chegar o mais longe possível.

- E o que mudou em si, além de ter sido pai?
- Na forma de jogar não sei... Bom, eu tento sempre evoluir e crescer como jogador e como pessoa. E com a chegada do meu filho Valentino a minha vida mudou, mas para melhor.

IMPRESSIONADO COM RODRIGO
- Dos jogadores que só agora conheceu, qual deles o impressionou mais?
- Witsel. Mas Rodrigo também é um grande jogador. Na minha primeira época só fiz três treinos com ele (o avançado foi entretanto emprestado ao Bolton, de Inglaterra). É muito bom jogar com ele.

- Jorge Jesus já admitiu a possibilidade de você jogar a avançado. Testou-o na frente com Rodrigo e gostou muito dessa solução. O que pensa dessa hipótese?
- Não penso muito nessa hipótese porque gosto mais de jogar a extremo-direito, embora não tenha quaisquer problemas em jogar como avançado. Porque é um lugar onde joguei no Atlético Madrid, no Lanús e nos juniores da selecção argentina. Não tenho problemas, porque estou mais perto do golo, mas...

- ...prefere actuar nas alas, é isso?
- Sim. Mas, como disse, não terei problemas se o mister decidir colocar-me a avançado porque é uma posição que posso fazer.

«PRIORIDADE É VENCER O CAMPEONATO»
- Volta à Champions. Na sua primeira época as coisas não correram bem na prova. O que espera em 2012/13?
- Ajudar a equipa ao máximo, para torná-la competitiva. Vamos tentar chegar o mais longe possível numa competição onde estão as melhores equipas. Na época passada o Benfica teve uma participação muito boa mas espero que este ano façamos ainda melhor.

- Qual a prioridade do clube?
- Com a grandeza que tem o Benfica, temos de conquistar muitos títulos. O grande objectivo é ganhar o campeonato e o máximo de títulos que possamos vencer.

- Gostou muito da sua primeira época na Luz mas o clube venceu apenas uma Taça da Liga. O desejo de voltar também foi alimentado pela vontade de ganhar mais coisas?
- Sempre vou querer ganhar mais. Se tivesse sido campeão no ano em que estive no Benfica e conquistado a Taça de Portugal e a Taça da Liga, nos anos seguintes iria ter a mesma vontade de vencer. Em 2010/11 só conseguimos ganhar a Taça da Liga mas agora espero conquistar mais coisas.

- O final da sua primeira época na Luz terminou mais cedo, com uma lesão contraída em Eindhoven, a 15 de Abril, fracturando o quinto metatarso. Hpuve quem dissesse que, se tivesse continuado, o Benfica teria mais hipóteses na Liga Europa (foi eliminado nas meias-finais pelo SC Braga). Sente que ficou algo por fazer?
- Fiquei muito triste pela lesão e não gostei da forma como encerrei a minha primeira etapa no Benfica, com uma paragem de três meses. Gostaria de ter ido até ao fim até porque tinha esperança de chegar à final da Liga Europa e ganhá-la. Mas não foi possível e agora espero chegar o mais longe possível na Liga dos Campeões.

- Nessa época marcou 10 golos em todas as provas. É uma marca para ultrapassar já este ano?
- Marcar mais de 10 golos é um dos meus objectivos. Quero superar-me sempre.

- Cristiano Ronaldo revolucionou o papel de um extremo. Um jogador da posição de Salvio é agora obrigado a marcar mais golos do que, por exemplo, há cinco anos?
- Bom, jogadores como Cristiano Ronaldo e Messi são de outro mundo. Juntos, marcam mais golos do que muitas equipas inteiras. Tentarei marcar o maior número de golos possível e melhorar dia a dia. Trabalho dia a dia para superar-me.

- Nota-se nas suas palavras que acredita numa grande época...
- O Benfica tem tudo para ser campeão e conseguir outros títulos. E eu espero ajudar muito.

«Barcelona não é invencível»
...
- Estamos a falar da melhor equipa do Mundo, juntamente com o Real Madrid. Serão jogos muito difíceis mas o Barcelona não é invencível. O Benfica também tem grandes jogadores e tentaremos aproveitar todas as oportunidades para marcar.
...

«Temos de pensar nos que cá estão»
...
- Javi Garcia e Witsel são grandes baixas na equipa mas temos outros jogadores que podem fazer tranquilamente esse trabalho.Matic é muito bom e para a posição de Witsel temos Carlos Martins e Aimar.
Temos que pensar no Benfica e na equipa que temos. Os que saíram são grandes jogadores mas há que pensar nos que cá estão e na força que teremos todos juntos.
... (Saviola)...
- Gostaria que ele tivesse ficado, pela amizade que tenho com ele, mas o futebol é assim... Se ele se der bem em Málaga, ficarei feliz."

Salvio, in A Bola, por Fernando Urbano

Em grande

"1. Domingo em grande. Começou com duas saborosas vitórias nas Supertaças de Futsal e Andebol. Terminámos a época passada com quatro títulos nacionais, iniciámos esta já com duas Supertaças. Excelente.
Depois, um complicado mas indiscutível 3-0 sobre o Nacional. Antes e depois, duas 'sombras': as saudades de Javi Garcia e Witsel e a preocupação por algum desequilíbrio que se nota no plantel - muitas (e boas) opções atacantes, bem escassas alternativas do meio-campo para trás.

2. Carlos Barbosa da Cruz, na sua coluna de opinião no Record, vem, à boa maneira sportinguista, desvirtuar a história, referindo que o Sporting cedeu os seus direitos ao Benfica, quando o nosso Clube ficou sem o seu campo das Amoreiras (para possibilitar a construção da auto-estrada) e passou para o Campo Grande. E, pelo meio, ainda diz que o nosso Clube 'já nessa altura se encostava bem', falando em 'pressões políticas'. É preciso lata! Tão bem se 'encostava' que veio a fazer a inauguração do novo campo a 5 de Outubro (de 1941) data da implantação da República e que tão mal vista era pelo regime de Salazar. Pois acontece que o campo onde o Benfica passou a jogar (o campo do Campo Grande) nunca pertenceu ao Sporting, foi sim arrendado ao clube até 1936, ano em que o Sporting ali deixou de jogar. E o Benfica passou a utilizá-lo pagando uma renda de 600$ mensais à Câmara. E enquanto fez obras no campo e bancadas o Benfica utilizou para os seus jogos também os campos do Belenenses e a da Cuf e não só o do Sporting.

3. A propósito das colunas de opinião dos jornais, continuo a dizer que o Benfica está, de uma forma geral, mal representado. Em A Bola, registou-se a inacreditável exclusão do Ricardo Araújo Pereira (com medo de perderem Miguel Sousa Tavares!). No Record, muito estranhamente, entre os seus 'opinadores' que escrevem semanalmente artigos nos dois espaços diários do jornal e não estão na condição de jornalistas independentes, nada menos de quatro são assumidamente do Sporting (Alberto Rosário, Daniel Oliveira, Carlos Barbosa da Cruz e Miguel Salema Garção), um do FC Porto (Júlio Magalhães) e um do Benfica (Rui Rangel)... que ainda por cima só escreve de duas em duas semanas, alternando em Salema Garção. Uma grande discriminação! E a António Pedro Vasconcelos, que há algumas semanas fez dois excelentes artigos de defesa do Benfica, terão dito que não lhe poderiam pagar..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

Castigo duplamente ridículo

"O meu camarada Nuno Farinha denunciou aqui, esta semana, a brincadeira constituída pelo castigo a Jorge Jesus, mais um caso revelador do estado a que chegou, a exemplo do país, o futebol português. Começa por ser ridícula, e injusta, a punição em si, já que o técnico do Benfica disse a verdade e nada mais que a verdade. O árbitro auxiliar viu claramente Maicon adiantado - nós todos vimos e vimos que ele viu - e não levantou a bandeirola porque não quis?
Certamente, já que na clareza das imagens televisivas não se vislumbra qualquer arma apontada ao seu peito, nem existe, ao que se julga, nos dossiers do sr. Vítor Pereira, declaração médica que certifique a impossibilidade de o ajudante levantar o braço que segura a bandeirola no décimo de segundo imediato à ordem emanada da sua cabecinha. E sendo assim, Jorge Jesus ofendeu quem? Depois, claro, temos o timing escolhido, que é desde logo a passagem de um atestado de estupidez a toda a gente, pois nasce do princípio de que talvez ninguém se aperceba da habilidade.
Não culpo as estruturas do nosso futebol por mais esta macacada. Afinal, elas tornaram-se num estado dentro do Estado e aproveitaram a independência que a lei lhes confere para construírem uma moral feita de cumplicidades, erros e compensações que, com as nuances decorrentes da maior ou menor qualidade dos seus intérpretes, procura ir agradando aos baluartes do poder, os grandes clubes, mas criando sempre, a ilusão de pairar sobre eles e até de os ignorar.
É preciso ter arte para se funcionar assim. Aliás, a timidez das críticas a este comportamento diz bem do que de facto interessa: que na próxima vez, quando me tocar a mim, haja uma espécie de mão dura - para me poder armar em vítima - e logo a seguir um arremesso de punição... para não me atrapalhar a vida.
É o que temos e, para ser franco, estou mais preocupado com o novo assalto ao meu bolso, ontem anunciado pelo sr. primeiro-ministro. Que se amanhem, ora."