sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ivan Cavaleiro até 2018



Mais uma renovação de contrato com um jovem esperança do Benfica. O Cavaleiro é neste momento o melhor marcador da equipa B... algo que merece realce, até porque estamos a falar de um extremo...
É rápido, tem força, gosta de driblar, falta-lhe maturidade, ainda demonstra alguma ingenuidade, tem que aprender a manter a concentração durante os 90 minutos... mas temos aqui, claramente, muito potencial.
Creio que o Ivan será um dos grandes beneficiados com a equipa B... e se tudo correr bem, irá ao Mundial Sub-20 (acompanhado, provavelmente, pelo Bruno Varela, o Daniel Martins, o Cancelo, o André Gomes, o Cafú, e o Dino...), que servirá de 'montra' internacional, para demonstrar todo o seu talento...

Melgarejo pode ser novo Roberto

"O FC Porto com Hulk e João Moutinho teve galo em Barcelos e não aproveitou a ajuda de Lorenzo Melgarejo.
Melgarejo tem tudo para ser um grande jogador e titular permanente do Benfica e está a um passo de se tornar no Roberto desta época.
Um autogolo e um passe para o adversário tiraram ao Benfica o direito de se queixar de um terceiro golo limpo, de uma falta sobre o Rodrigo ou de um segundo amarelo ao Alan que ficou no bolso. Sem erros de arbitragem tínhamos ganho no sábado, mas devíamos ter feito mais para ter outro resultado.
Bem o SC Braga, que tem um excelente treinador e só não é candidato ao título por ter um guarda redes caricato que optou por atitudes circenses o jogo todo, simulou faltas, e beneficiou da desatenção de Soares Dias que não voltará a cair naquelas fitas. Mas o elogio ao SC Braga é devido e merecido.
Ninguém elogia tanto Jorge Jesus como eu, mas não percebi porque não jogou Carlos Martins que foi, para mim, o melhor jogador na pré-época.
Duarte Gomes esteve melhor que Soares Dias num aspecto irritante do nosso futebol: SC Braga e Gil Vicente usaram os truques do anti-jogo para queimar tempo e qualquer pequena brisa atirava os jogadores para o chão. Em Barcelos jogou-se mais 5 ou 6 minutos, na Luz apenas 4. Tudo o que se puder para combater o anti-jogo é bom.
Uma maratona de 30 jogos não dá para lamentos e Jorge Jesus tem que pôr as tropas alinhadas para o combate de Setúbal. É lá o combate de Domingo e é lá que teremos que nos pôr no trilho do campeonato."

Sílvio Cervan, in A Bola

Entre o ensaio e a estreia

"A pré-época é constituída por um equilíbrio difícil, pois pede-se que se experimentem possibilidades e se sedimentem realidades. Vive-se entre a possibilidade e a realidade. Vive-se entre o ensaio e a estreia.
Nesta pré-época, o Benfica defrontou, essencialmente, equipas fortes, bem estruturadas e pôde ensaiar várias possibilidades. Vimos bons jogos do Rodrigo Mora (entretanto dispensado do plantel); vimos excelentes jogos do Carlos Martins (entretanto dispensado da titularidade no primeiro jogo da época); percebemos que Ola John tem um imenso talento, mas ainda precisa de se adaptar a novas exigências; sentimos um bom potencial em Luisinho e no adaptado Melgarejo, mas sentimos também que, apesar do valor que poderão vi a ter, o lado esquerdo da defesa pede tempo de adaptação à equipa e esta não tem tempo para dispensar. Sentimos que Maxi é super, mas continua a precisar de uma alternativa (aparenta ser Cancelo, grande esperança que encanta na equipa B). Assim, também aqui apostamos na possibilidade, enquanto nos preocupamos com a realidade de não ter, efectivamente, dois futebolistas de nível idêntico para o lado direito da defesa.
A pré-época serviu para tudo isso e para muito mais. Serviu, por exemplo, para mostrar como a equipa está muito rotinada em jogar apenas com um ponta de lança e com um povoamento maior do meio campo. Entretanto, o começo da época chegou. Acabou-se o ensaio e chegou a estreia. A estreia serviu para perder dois pontos, serviu para ver um árbitro português em acção, serviu para perceber que muito do ensaiado não foi estreado. Serviu para acordar o cepticismo dos adeptos e deseja-se que tenha servido como um alerta bem claro, óbvio e sonoro de que algo está a correr mal, apesar de serem dadas todas as condições para que corra bem."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

A glória discreta

"Nunca teve perfil de 'estrela'. Mas dentro de campo era craque e operário ao mesmo tempo. Fora dele, continuou a ser pedra basilar no clube

O nome que baptiza o mito: Jaime Silva Graça. A cidade onde nasceu: Setúbal. Data de 10 de Janeiro de 1942. Tudo começou no Palmelense. Depois o Sado. Com jeito para a bola (tal como o irmão, Emídio, que jogou no Sevilha), Jaime Graça singrou no Vitória de Setúbal, onde se estreou aos 17 anos.

ÍDOLO NO BONFIM E NA LUZ
Ali ganhou fama, não só pelas qualidades técnicas e visão de jogo como também pela garra com que actuava no meio campo dos sadinos. Até 1966, foi no Bonfim que brilhou, consquistando mesmo uma Taça de Portugal numa final em que até fez o gosto ao pé. Talento reconhecido, tornou-se internacional. O Benfica não esperou mais tempo. E em boa hora contratou Jaime Graça. Venceu, de águia ao peito, o Campeonato Nacional nas épocas de 1966/67, 1967/68, 1968/69, 1970/71, 1971/72, 1972/73 e 1974/75 e a Taça de Portugal nas épocas de 1968/69, 1969/70 e 1971/72. Pelo meio, uma final da Taça dos Campeões Europeus jogada em Wembley, mas infeliz no resultado. 4-1 para o Manchester United, num jogo que até foi resolvido apenas no prolongamento. Tudo porque Jaime Graça apontou o belíssimo golo benfiquista que obrigou aos 30 minutos extra.
No Benfica, totalizou 159 jogos e marcou 19 golos.

O DIA EM QUE SALVOU EUSÉBIO
Mas foi de extrema importância também fora dos relvados, quando salvou a vida de Eusébio e de Malta da Silva ao aplicar os conhecimentos de electricista e ao desligar rapidamente o quadro de electricidade depois de um curto circuito durante uma sessão de hidromassagem que, infelizmente, tirou a vida a Luciano.
Na Selecção Nacional jogou em 36 ocasiões, 12 delas pelo V. Setúbal, entre 1965 e 1972. Muitos ainda se recordam da estreia. Uma partida fulcral no apuramento para o Mundial de 1966, em que Portugal goleou a Turquia e em que Jaime Graça atirou a contar. Na fase final, integrou mesmo o lote de 22 'Magriços', tendo sido totalista na competição que valeu o terceiro lugar a Portugal. Ponto alto da carreira, espalhou magia e classe por terras de Sua Majestade. A despedida das Quinas surgiu em 1972, quando Portugal terminou a Minicopa em segundo lugar. Mas ajudou José Torres, como adjunto, no Mundial de 1986.

DEDICADO À FORMAÇÃO
Depois de ter abandonado os relvados, dedicou-se ao futebol jovem, onde foi bicampeão nacional de juniores e ajudou a formar muitos jogadores que vão trilhando carreiras por esse Portugal fora. Nélson Oliveira, por exemplo, é um apoio fulcral no processo de aprendizagem e de adaptação a uma nova realidade.
Faleceu a 28 de Fevereiro de 2012, aos 70 anos. O mundo benfiquista prestou-lhe sentida homenagem. Um sentimento comum a todos os portugueses, ou não fosse Jaime Graça um marco representativo do período mais dourado do futebol português."

Ricardo Soares, in Mística