sábado, 2 de junho de 2012

Só mais uma !!!

Benfica 5 - 2 Leões de Porto Salvo

Foi preciso suar muito para garantir a vitória... já se esperava um adversário aguerrido, a jogar no erro, já se esperava uma equipa de arbitragem 'frutada' (é um hábito difícil de 'deixar'!!!)... Mas não esperava um Benfica nervoso, os jogadores queriam resolver as 'coisas' depressa demais, e para ajudar à festa aos 5 minutos, estávamos a perder por 0-2 e o Ricardinho expulso!!!
A equipa, felizmente não perdeu a cabeça, uniu-se ainda mais, lutou, e naturalmente os golos foram aparecendo, o adversário foi baixando de produção devido à menor profundidade do banco, e o jogo só não ficou resolvido mais cedo porque o Joel falhou dois penalty's...!!!
A arbitragem foi vergonhosa, parecia que o nosso adversário eram os Leões do Lumiar e não os de Porto Salvo, o critério para expulsar o Ricardinho é de bradar aos céus... também não sabia que os guarda-redes nos penalty's podem avançar quase 2 metros(!!!)...
Amanhã será ainda mais difícil, com as lesões e o castigo do Ricardinho, temos pouca gente para jogar, se calhar ainda vamos ver o Bebé a jogar 'na frente'!!! A gestão do cansaço vai ser fundamental, temos que ser mais eficientes...

PS: Os apitadores foram muito maus, mas hoje marcaram uma falta sobre o César Paulo (sem bola), quando lutava pela posição com um adversário. Nos jogos do Benfica, sempre que o César está em campo, as faltas são constantes, provavelmente mais de 20 (!!!) por jogo, e nunca são marcadas... hoje, se calhar para disfarçar, lá marcaram...!!! 

Adversários ou parceiros?

"O que têm em comum Pedro Emanuel, Nuno Espírito Santo, Sérgio Conceição e Fernando Couto? A resposta é simples: todos eles foram jogadores do  Porto (creio mesmo que todos chegaram a capitães), e todos eles orientarão equipas da Liga principal na próxima temporada. Também estarão em funções Paulo Alves e José Mota, que passaram pelas camadas jovens do FC Porto. E ainda andam por aí Jorge Costa, Domingos Paciência, Inácio, Sousa, Jaime Pacheco, Rui Jorge, Oliveira, Carvalhal, Eurico, Rodolfo e Costa, falando-se agora também de Aloísio.
Homens que, no balneário das Antas, beberam anos a fio do fanatismo anti-Benfica, homens que devem a carreira a Jorge Nuno Pinto da Costa, homens que, independentemente da sua honorabilidade, são, na maioria, firmes devotos da causa azul-e-branca, vão jogar com o FC Porto, vão jogar contra o Benfica, e vão, também eles, decidir o próximo campeão.
Entre os nomes referidos, há gente cuja seriedade não me custa a admitir. Sem pôr as mãos no lume por ninguém, acredito que a maior parte deles quererá ganhar os jogos que disputa. Mas há aspectos que estão para lá da corrupção ou da má fé, e que convém não negligenciar.
Que dirá um destes treinadores se a sua equipa for prejudicada pela arbitragem em jogo com o FC Porto, clube que lhes patrocina a carreira? Será que a atitude mental com que irão enfrentar o Benfica vai ser idêntica à de quando tiverem do outro lado o seu clube de sempre? Que informações passam, por exemplo, acerca de jogadores da sua equipa? Haverá verdade desportiva num Campeonato onde uns são inimigos e outros parceiros? Será coincidência nenhum deles estar nos clubes aparentemente mais próximos de Pinto da Costa, como o Sp. Braga e o Nacional?
Num Futebol normal, nada disto seria motivo para nos inquietar. Mas no Futebol português, no Futebol do Apito Dourado, dos 'quinhentinhos', do doping, do guarda Abel, dos Rembo Bóeres, dos Cadorins, dos Lourenços Pintos, dos Patos, etc, confesso que não fico descansado perante tão singular panorama."

Luís Fialho, in O Benfica

Triângulo amoroso

"O presidente da Académica foi, esta semana, condenado a uma pena efetiva de seis anos e meio de prisão por corrupção passiva para ato ilícito. Claro que ainda vêm recursos e o perigo da prescrição. Ainda assim, a pena é exemplar. José Eduardo Simões aproveitava-se da sua dupla condição de vereador de urbanismo da Câmara de Coimbra e dirigente desportivo para favorecer promotores imobiliários que fizessem donativos à Académica. Ou seja, o Estado, através deste senhor, era usado como chantagista, recolhendo assim doações para um clube.
Muitos políticos vivem, há muitos anos, numa ilusão: a de que a relação promíscua com os clubes é-lhes eleitoralmente vantajosa. Rui Rio – um péssimo autarca, na minha humilde opinião – teve a enorme vantagem de provar como estavam errados. Não houve guerra que não comprasse com o Futebol Clube do Porto. Não houve eleição que não ganhasse. A razão é simples: uma parte muito razoável dos portugueses não liga grande coisa ao futebol. E a maioria dos que ligam não tem o futebol como a sua principal preocupação.
Provavelmente, José Eduardo Simões foi apenas mais aselha do que outros. Por esse país fora, um triângulo amoroso entre clubes, autarcas e interesses imobiliários esvazia os cofres públicos, destrói a qualidade urbanística das cidades, cria obstáculos ao crescimento económico e corrói os alicerces do Estado de Direito. Como adepto de futebol, aqui fica o meu compromisso: todo e qualquer autarca que deixar clara a separação de interesses entre clubes e poder político tem o meu apoio nesse combate. Incluindo quando estejam em causa os interesses do Sporting. Se todos os adeptos disserem o mesmo, talvez deem um importantíssimo contributo no combate à corrupção."

O abuso e o Poder!

"Falando, ainda assim pouco, Scolari disse, agora, muito, ao contrário de outros tempos, em que falava muito e dizia pouco...

Foi uma semana cheia de factos. De repente, e com alguma surpresa, o impávido e sereno Leonardo Jardim deixou de ser treinador do revolucionário SC Braga - quando Jardim parecia um treinador mesmo à medida deste SC Braga, discreto, trabalhador, sem qualquer assombro no discurso... -, e, também subitamente, o antigo seleccionador Luiz Filipe Scolari, também com alguma surpresa, voltou a desenterrar o famoso caso Baía, para afinal confirmar o que muitos já suspeitavam às escondidas: disse Scolari numa entrevista à RTP que deixou de lado a ideia de eventualmente convocar Vítor Baía porque um dia alguns dos próprios responsáveis do FC Porto (nomeadamente, e cito Scolari, «o presidente»), lhe fizeram saber que Baía tinha os dias contados no clube e que estava em conflito com o treinador e com os dirigentes. Deixou Scolari ainda no ar a ideia (menos concretizada) de que também alguns responsáveis da própria Federação lhe segredaram que a presença de Baía na equipa nacional não seria assim muito aconselhável dada a sua relação «de balneáiro», como referiu o treinador brasileiro.
Um espanto de revelações, que ou muito me engano ou já não surpreendem sequer o visado Vítor Baía, provavelmente cansado de saber que, mais coisa menos coisa, a decisão de não se ver chamado à Selecção estava longe de pertencer apenas ao domínio de Scolari. Ou seja: estava na cara que não poderia ter sido o treinador brasileiro a acordar, um dia, com os pés de fora e a decidir, por dá cá aquela palha, que Baía passaria, a partir dali, a excluído da equipa das quinas.
Com o Europeu à porta e uma tranquila Selecção Nacional em estágio - já sem o controverso Bosingwa ou o impulsivo Ricardo Carvalho -, a verdade é que não se esperava nada uma semana tão agitada como a que temos vindo a viver.
Para agravar o clima já de si insuportável pelos acontecimentos com a União de Leiria e os despiques entre a Liga dos mais pequenos e a Federação dos mais grandes, a Justiça voltou a abalar o futebol nacional com o anúncio do agravamento da pena de prisão aplicada ao presidente da Académica. Ainda mal refeito da festa de vencedor da Taça de Portugal, José Eduardo Simões é acusado dos crimes que, infelizmente, mais têm afectado a sociedade portuguesa nos últimos 20 anos: corrupção e abuso de poder.
Abuso de poder é, aliás, o que não tem faltado na área do futebol profissional neste pequeno país à beira-mar plantado. O que Luiz Felipe Scolari veio revelar pela primeira vez em público - depois de o ter contado tantas vezes em privado... -, referindo-se até a alegadas pressões do FC Porto em matérias da Selecção Nacional, não foi mais do que nova denúncia do abuso de poder, ou de tentativa de abuso de poder, muito usado entre nós. Tão lamentável.
No fundo, nada que não se passe noutros países, de que a Itália é exemplo flagrante desde que nos anos 80 começaram a explodir no futebol italiano casos de resultados combinados, apostas viciadas, corrupção e o tal abuso de poder, que já levaram ao banco dos réus e até à prisão alguns jogadores famosos, clubes poderosos e dirigentes ambiciosos.
Um filme que não deixaria de ter, certamente, alguns episódios portugueses, caso tivesse o mesmo efeito no nosso país a investigação que as autoridades italianas levaram a cabo no caso que ficou conhecido como 'Calciocaos', cujas escutas telefónicas, por exemplo, estampadas nas páginas da mais prestigiada imprensa transalpina, muito ajudaram, por exemplo, a condenar (na Justiça mas também na opinião pública) o infame e abusivo comportamento de um homem como Luciano Moggi, ao tempo alto responsável da Juventus, que sempre fez do futebol fonte de uma incalculável riqueza financeira e de um poder que julgou inabalável, como todos os homens cujo poder é apenas garantido pelo abuso desse poder, pelo dinheiro fácil, pela corrupção ou pelo jogo das influências que esse poder exerce.
Falando, ainda assim, muito pouco Scolari disse agora, afinal, muito, ao contrário do que compreensivelmente fez nos cinco anos e meio que viveu em Portugal, em que falou muito e disse, quase sempre, muito pouco.

PS: Muito estranha, realmente, a ruptura de Leonardo Jardim com o presidente do SC Braga, para quem julgava (como eu) que estava tudo na paz do Senhor. Será que vai Jardim substituir Vítor Pereira no FC Porto?, é a pergunta que aqui e ali se vai ouvindo. Bom, se Vítor pereira vier mesmo a deixar os portistas, o que continua longe de ser líquido, apostaria mais no regresso de Villas Boas. Apostaria, apostaria...

(...)

João Bonzinho, in A Bola