quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sem censura...

Finalmente uma entrevista sobre o Futeluso, onde o entrevistado diz o que pensa, sem medo de represálias, sem querer bajular quem quer que seja, sem ironias, nem meias-verdades, sem enigmas... De toda a entrevista a declaração mais importante acaba por não ser surpresa para ninguém... qualquer pessoa, que acompanha o Futeluso, sabe à muito tempo que as convocatórias das Selecções são condicionados pelo Padrinho (mas também pelos empresários, pelos marcas de material desportivo...), outros dirigentes provavelmente também tentam condicionar as chamadas à Selecção, mas em Portugal nos últimos 20 anos, só conta uma opinião (nos anos 80 o domínio ainda não era total, mas depois de Saltillo e com a chegada do Queiroz à Selecção principal tudo ficou mais fácil...Os dois anos do Humberto provavelmente foram a excepção, mas tudo se 'resolveu' rapidamente, apesar dos excelentes resultados do ex-capitão do Benfica)!!! Quando o Corrupto-mor é contrariado - e isso é raro -, é um corropio de notícias destabilizadoras, são declarações inflamadas, são ameaças via avençados parvos... Em privado toda gente sabe que é assim, mais ainda os jornaleiros que acompanham a Selecção - aliás Scolari diz isso na entrevista -, só o medo, e a 'coluna' torta impedem que isto seja assumido por todos...!!!
Os opinadores e avençados do costume, em vez de duvidarem e/ou diminuírem a afirmação do Scolari, assobiando para o lado como estão tão habituados a fazer, o que deviam fazer era perguntar: qual a razão de no actual 'reinado' de Paulo Bento, à frente da Selecção, estar a ser tão pacifico, sem polémicas na Comunicação Social, com total apoio da 'estrutura' Corrupta, tal como teve o Queiroz, e tal como teve o Oliveirinha?!!! Será que o Senhor Tranquilidade está a aceitar os 'conselhos' matrimoniais (e não só) do Padrinho?!!! E já agora, porquê é que será, que os melhores resultados da Selecção Nacional foram nos 'reinados' do Humberto e do Scolari?!!!




PS: Já agora os arrotos do Madaíl em resposta são ridiculos: dizer que só num jogo particular é que os Corruptos lhe pediram um favor, é palha que só mesmo os asnos comem...!!!

Itália: máfias mas... Justiça!

"Caramba: e já vão 3! D Totonero-1980, à actual 'bomba' Calcioscommesse (apostas no futebol), passando pelo Calciocaos, há apenas 6 anos. De escândalo em escândalo, demominador comum nas apostas ilegais, muitos milhões, de liras para euros, ganhos a viciar resultados no futebol italiano. Imediata reacção exterior: em Itália, muito daquilo - dirigentes, futebolistas, treinadores... - é... Máfia. E a sucessão de broncas, quase decalcadas a papel químico, demonstra que eles são mesmo incapazes de se regenerar...
Porém, oposta deve ser a tónica: enorme elogio à Justiça italiana ( a desportiva e a do Estado). Porque irregeneráveis são as máfias. Multinacionais do crime organizado cujos inúmeros e brutais tentáculos não atingem mais o futebol do que amarram membros de alta finança e políticos...
Gigantesca diferença: em Itália - como na Bélgica e na França, para nos cingirmos a alguns famosos exemplos na esfera do futebol -, a Justiça funciona, determinada, rápida, eficaz. Sem olhar a estatutos... Em 1980, despromoção de Milan e Lazio...; e 2 anos de suspensão à estrela Paolo Rossi. Em 2006, a bicampeã Juventus perdeu esses títulos e foi parar à Série B... (director desportivo banido; punições também para Fiorentina e Reggina, tal como, de novo, para Lazio e Milan, todos iniciando a época seguinte com ror de pontos negativos). Agora, entre a vintena de já detidos, vários jogadores de clubes de topo. Sob investigação o treinador campeão e futebolista que estava no estágio da equipa nacional para o Europeu e dela, pela federação, logo foi afastado.
Raio de mania: pôr tudo a claro, não apenas no You Tube..."

Santos Neves, in A Bola

A vitória no recinto

"Desde cedo sigo o basquetebol. Num tempo em que havia recintos ao ar livre e a NBA era desconhecida. Esta ligação advém de, jovem, ter vivido intensamente os jogos do Illibum, o clube de Ílhavo, minha terra natal.
Há dias voltei a vibrar com o 23.º título do Benfica, numa negra vencida com justiça e heroicidade, em condições adversas e ingratas. Com Carlos Lisboa a levar o Benfica ao título, ele que como jogador do clube foi, em onze anos, 10 vezes campeão e é o melhor basquetebolista português de sempre.
Os cinco jogos da final foram jogados entre duas equipas que, no recinto, sempre se respeitaram num ambiente de fair-play. Até a arbitragem contribuiu para não ser o centro das desavenças, o que não é fácil num desporto onde a fronteira entre ser falta ou não ser, tem a dimensão de um fio de cabelo.
O que, porém, se passou no final do decisivo jogo foi miserável. Independentemente de reais ou inventados rastilhos e intimidações e nada desculpa o insólito de os atletas do Benfica terem recebido o troféu entrincheirados entre quatro paredes como se fossem perigosos marginais.
Escrevo agora com a mesma coerência com que censurei o que, há um ano, se passou na Luz no jogo em que o adversário se sagrou campeão de futebol. Quem criticou (com razão) o apagão e a rega, deveria ter o mesmo critério e não ajuizar agora benévola e amoralmente a vil tristeza do que se passou no Dragão.
Para o futuro, bom seria que o bom senso imperasse. Mas o day after não me sossegou. De lado nenhum...
Fica-me a saborosa alegria da vitória do SL Benfica no que interessa: o jogo."

Bagão Félix, in A Bola

PS: A crónica de hoje, no jornal A Bola, do Lagarto Barroso, sobre este tema, é talvez o mais hipócrita chorrilho de letras, algumas vez vomitadas pelo próprio!!! E não é nada fácil atingir tal nível!!! Nem cronistas Corruptos, escreveram tais disparates... é o que dá querer ser mais Papista que o Papa!!! E deixo uma pergunta: se o Lisboa está a mais para o desporto Português, então e o Eduardo Barroso estará a mais em algum lado?!!!

'Calcio' infectado


"A bomba esperada desde há algumas semanas explodiu. Os primeiros resultados das investigações que estavam e continuam em curso nas Procuradorias de Cremona e Bari são agora conhecidos. Falta ainda conhecer as conclusões a que irão chegar as outras Procuradorias, e são várias, que têm processos idênticos. Sinal inequívoco de que o futebol italiano não sabe viver sem convulsões. Mas também o único, na Europa, onde estas malfeitorias são publicamente denunciadas e estigmatizadas e depois punidas.
Não se pense, porém, que nos outros países tudo é limpo e edificante, até porque na sua génese está uma organização criminosa transnacional com células na Hungria, Roménia, Suíça, Singapura, China e Japão. Para já. Ontem à noite os arguidos era já mais de 30, entre jogadores (a maior parte), técnicos e dirigentes, quase todos em prisão preventiva, mas as detenções e as buscas domiciliárias prosseguiam em toda a Itália e no estrangeiro. Entre eles, nomes conhecidos: Mauri (capitão da Lazio), Bonucci (Juventus), Pellissier (Chievo), Criscito e Sculli (Génova, Kaladze , Bertani...
Futebolistas que vendem a honra, a consciência para... comprarem um Ferrari.
Perante as proporções que o caso já tomou foi-lhe atribuído o nome de código de Last Bet (última aposta). Na Série A, as partidas incriminadas na época 2010/11 são 7 e os clubes 8: Nápoles, Sampdoria, Brescia, Bari, Lecce, Palermo, Lazio e Génova. Na Série B são 16. Todo este escândalo é penoso e degradante. A questão mais espinhosa e, até, mais alarmante é a de Antonio Conte, técnico campeão com a Juventus, envolvido no jogo Novara-Siena, do qual era treinador. Se se provar o seu envolvimento, a equipa de Turim volta a andar na corda bamba. O problema dos jogadores é fácil de resolver, difícil é o dos clubes se for mantida a cláusula da responsabilidade objectiva prevista nos regulamentos e as implicações que isso terá tanto internamente como no âmbito da UEFA."

Manuel Martins de Sá, in A Bola 

A ironia

"Quando um determinado personagem nacional abre a boca à frente de solícitos microfones, chega a hora das graçolas à la carte que calam fundo no lado boçal do futebol, despertando os humores mais sensíveis à atoarda, ao achincalhamento e ao desrespeito de pessoas. Chalaça, laracha, piadola ou chocarrice seria a classificação mais apropriada a esta irreprimível tendência para a pilhéria aos adversários – mas não, os admiradores deste separatismo trocista tinham logo de elevá-las à nobre condição de ironia. Já houve até um papista que recentemente não resistiu a declará-lo “mestre da ironia”!
O país decente e temente à lei vive bem com as diatribes do homem. Incomoda-se por vezes, com a oportunidade traiçoeira ou com os desvios de cariz racista, mas toda a gente já se riu, algum dia, com as facécias deste abencerragem do anedotário lusitano.
Mas, de repente, eis que do outro lado vem resposta, mais em jeito de bordoada, bruta e seca, sem ponta de fineza. Os dislates viram baionetas, os remoques engrossam para calibre de morteiro. Os jornalistas mais obnóxios transformam-se em cronistas de guerra e os comentadores dos painéis marciais em observadores em missão de paz. Como se o mundo, o nosso pequeno mundo, da bola estivesse a empinar de pernas para o ar!
O afrontamento foi elevado à condição de maior apelo à violência, o que não chegou para tirar da prateleira do sossego as autoridades competentes, porque o cariz declarado e ostensivo dos beligerantes os retira, automaticamente, do notável universo de alvos dos nossos badalados serviços de espionagem. Na bola, é tudo às claras, com a boca no trombone, porque as malfeitorias sob escuta não servem para mais nada, senão para enriquecimento da secção das mais finas ironias do YouTube.
Entre “burros” e “camiões”, “poesia” e “coca-cola”, é mais fácil entender a baixaria do confronto. Não deste em particular, com insulto e contra-insulto, mas de 30 anos deles, numa só via, sem resposta. Meio perdidos sob o fogo cruzado, alguns dos comentadores alinhados apressam-se a replicar a denúncia de um provocador de apelido Lisboa – isto sim, uma ironia finíssima –, ao mesmo tempo que assobiam para o ar ao ritmo daquele hit da ofensa militante, o tal “SLB, SLB, filhos…”, que o coro das claques unifamiliares entoa em pelo menos dez “encores” por atuação.
Mas não, não há, nunca houve, qualquer ironia neste circo. Apenas muita vergonha para os que pactuam, aplaudem e imitam, falando em desporto sem apontar tais exemplares como modelos de tudo o que não pode nem deve ser feito numa sociedade livre e sadia.
Agradeçamos, então, aos fundamentalistas por, ao menos desta vez, terem poupado a dignidade dos bons defensores da língua e respeitado a cultura dos que usam o sarcasmo como arma legítima e elevada de crítica social. Responsabilizando editores, jornalistas e comentadores, muitos mas não todos, pela falta de coragem em assumir que a charada da “linha” e dos “pneus” não é realmente uma ironia, vá lá, ao peso excessivo e doentio dos dirigentes do futebol."