sexta-feira, 20 de abril de 2012

Barcelona fez pior que o Benfica

"Ganhar a Taça da Liga é bom. Ganhar a Taça da Liga quatro vezes é quatro vezes bom. O problema do Benfica é quando não ganha, não é o que ganha.
Excelente organização tem esta Taça da Liga, facto já constatação em anos anteriores. Sem incidentes, adeptos em festa de ambos os lados e não fora mais uma arbitragem fraca e tudo tinha sido de topo.
Grande jogo de Matic e gostei particularmente dos primeiros 105 segundos do Saviola.
Há três clubes que venceram quatro vezes seguidas as Taças da Liga dos seus países, todos eles campeões europeus: Benfica, Bayern e Liverpool.
É sempre bom somar curriculum.
O que falta do campeonato é simples para o Benfica, ganhar os quatro jogos e ver até onde dá. Não tenho ilusões.
Depois de ganhar com Vítor Pereira, o FC Porto na próxima época vai tentar (e conseguir) ganhar com a D. Alda, a minha empregada doméstica. Uma excelente senhora, de dedicação e honestidade irrepreensíveis, que também merece ser campeã.
Pedro Proença, Soares Dias e Jorge Sousa serão os árbitros escolhidos para as mais importantes decisões da próxima época, para sorte da D. Alda.
Neste episódio que desconheço contornos, que envolve um depósito de dois mil euros numa conta de um árbitro assistente, retirei alguns ensinamentos.
Não dará para pagar sempre dois mil euros e pedir para as arbitragens serem honestas? Eu entro na vaquinha. Julgo que a esmagadora maioria dos adeptos também patrocinava.
Dei comigo a pensar que o Barcelona com 11 fez pior que o Benfica com a 10 jogar em Chelsea.
Às vezes é bom ver o Benfica sem centrais, a jogar com 10, a sofrer penalties e a fazer melhor que o superbarcelona com 11 e Messi."

Sílvio Cervan, in A Bola

Ou Jesus... ou Oliveira

"Luís Filipe Vieira (LFV) tem dois caminhos para atenuar o efeito de mais uma tentativa falhada de reconquista do título de campeão nacional em ano de eleições: ou faz deflagrar uma “bombinha artesanal” com o despedimento de Jorge Jesus (provocando mais uma onda de falsas esperanças) ou reforça a posição do treinador e provoca o rebentamento da “bomba atómica”, ao criar as condições de não renovação do contrato com a Olivedesportos, em matéria de direitos televisivos. Estou certo de que, entre uma coisa e outra, os benfiquistas preferem a... “revolução”.
É o momento de Luís Filipe Vieira decidir se quer ficar na história do Benfica pelos melhores ou pelos piores motivos. O que fez não chega. Já passou o efeito do “furacão Vale e Azevedo” e, por esta altura, os sócios do Benfica querem mais. Querem títulos mas querem, igualmente, posições firmes, determinadas e eficazes no sentido de contrariar a cimentada hegemonia do FC Porto. E isso só é possível se forem questionados alguns dos pilares que sustentaram a hegemonia portista, para além da competência técnica que deve ser reconhecida a muitos dos momentos de glória do futebol azul e branco. Um desses pilares chama-se, indubitavelmente, Olivedesportos. No confronto directo com Pinto da Costa e o FC Porto, Vieira tem perdido. Resta o confronto indirecto. E não é nem através da Liga, nem através da Federação, que não são “sedes de poder” mas “sucursais de poder”. Basta estar atento à composição dos jactos particulares nos momentos dos grandes embates do futebol português no plano internacional e tudo o resto se tornará mais claro...
É essa escolha que LFV tem de fazer. E se tiver coragem para a operar é preferível concretizá-la com um treinador que já conheça o clube, os jogadores e os adversários. Esse treinador é Jorge Jesus. Com todos os seus defeitos e limitações conseguiu dar uma nova dimensão ao Benfica. Neste momento – à excepção de Mourinho e talvez André Villas-Boas, que não deve querer meter-se em sarilhos... – o presidente dos encarnados não tem à disposição, pronto para entrar na Luz, melhor treinador do que Jorge Jesus.
Esta é uma boa altura para, com ele, resolver as “sombras” do plantel. Vender dois ou três activos, fazer mais-valias e potenciar, de novo, outros valores para o mercado. Com a vantagem de reduzir as opções de escolha do rival (Pinto da Costa já “denunciou” o interesse do Benfica em Leonardo Jardim, e é preciso saber interpretar esses sinais).
Esta seria a melhor estratégia de Luís Filipe Vieira em ano eleitoral. Mas reconheço que é preciso coragem para focar o objectivo e não hesitar.

Nota – O Sporting não merece que o medo e a chantagem lhe roubem a virtude. Sá Pinto e a equipa de futebol não mereciam isto. Estranho é que ainda não tenham ocorrido demissões. Poder sem honra é abuso de poder. O pós-Roquette fez mergulhar o clube numa situação de permanente emergência. Já não era fácil tirar o Sporting dos “cuidados intensivos”. Mas “condená-lo à morte” desta maneira, com mácula e sem oposição, é que parece demasiado irresponsável."


PS: Num curto espaço de tempo, sou obrigado a concordar com outra das personagens mais 'deprimentes' do universo desportivo Português!!!
Lembram-se da última entrevista do Vieira na TV? Nessa altura o Benfica levava o vantagem 'confortável' e a confiança era generalizada. A entrevista foi morna, e mais uma vez o tema predilecto entre os Benfiquistas, no rescaldo, foi novamente o contrato com a Olivedesportos. Praticamente todos rogavam por um distanciamento em relação à 'familia' Oliveira (onde eu, me incluo)!!! Poucos, muitos poucos, defendiam que o Benfica devia assinar com quem oferecesse mais dinheiro, independentemente de quem fosse o 'pagador'!!!
Mas entre os que defendem a ruptura total com o Oliveira, poucos, muitos poucos, têm consciência de todas as consequências de tal decisão!!! Poucas semanas antes, o 'mano novo', António Oliveira, noutra entrevista, tinha admitido 'à descarada', que o seu Mano Velho domina os bastidores do Futebol Português (O famoso Sistema de duas 'cabeças' - dois tronos -, um para o Pintinho, outro para o Oliveirinha 'do roupão'!!!), praticamente ao mesmo 'nível' do Padrinho. Contrariar Joaquim Oliveira é quase uma 'sentença de morte' em Portugal (e não é só no desporto. Perguntem ao Vara!!!). Ainda ontem, a nossa Leonor, no seu sublime exercício futurista, resolveu justificar o futuro e hipotético declínio dos Corruptos, com um conflito com a Olivedesportos (não seria um aviso da Leonor?)...!!!
No actual estado de impunidade nacional, confrontar abertamente a Olivedesportos, tem imediatas consequências negativas nos resultados desportivos, mesmo numa instituição do tamanho do Benfica. É inevitável. Quem prometer o contrário, está mentir, ou é ignorante...
As perguntas que devem ser feitas aos Benfiquistas e que o Santolas se 'esqueceu' de descrever na sua crónica são as seguintes:
Estão os Benfiquistas disponíveis, neste momento, a declarar 'guerra' a mais um adversário, muito poderoso, que tem uma enorme influência no resultado final das partidas?!!!
Será que os Benfiquistas têm 'paciência' para continuar a ficar afastados dos títulos (pelo menos com a regularidade que o Benfica 'merece')?!!!
A maneira como muitos Benfiquistas têm reagido a mais este frustrante final de época, diz-me que não. Os mais acérrimos defensores da ruptura com a Olivedesportos, são ao mesmo tempo, os mais acérrimos opinadores anti-Jesus e anti-Vieira...!!!
Mais uma vez a solução na minha opinião está na gestão das expectativas... eu sei que muitos confundem isto, com o baixar do grau de exigência, divagam com as bandeiras do passado, que o Benfica já não é o Benfica, consideram-se humilhados constantemente, etc. etc. etc...
Eu defendo a ruptura com Olivedesportos, mas tenho consciência que isso terá um impacto directo nos resultados desportivos (adenda 'a pedido' do Master: sim, ainda é possível ter resultados piores...!!!). Mas duvido que esta mensagem seja compreendida (e interiorizada) no universo Benfiquista, e assim, infelizmente, prevejo um futuro com ainda mais destabilização interna... Com qualquer treinador, e com qualquer Direcção...

O caso Cristóvão

"O futebol português está a viver um episódio triste. Um caso em que há suspeita de simulação de corrupção para comprometer um árbitro num jogo entre Marítimo e Sporting. Parece mais um caso de possível atentado sem prova de quem atentou. E como todos são inocentes até prova em contrário, o caso pode ficar por aqui. Sobretudo se o Sporting ganhar hoje, como se deseja.
O nome de Paulo Pereira Cristóvão saltou para a ribalta com este caso. O dirigente leonino diz-se inocente e, por mais estranha que pareça a história que envolve secretárias e empregados, merece a presunção de inocência. Mas deve ser “reintegrado” na estrutura dirigente do Sporting? Dificilmente.
Os clubes de futebol têm hoje enormes responsabilidades e são geridos por equipas altamente profissionais. Tornaram-se empresas com administrações sujeitas a um rigor e escrutínio total, com regras de ética e de governação irrepreensíveis. Tendo em conta a gravidade das suspeitas em causa, em qualquer empresa um dirigente, mesmo inocente, seria afastado até conclusão das averiguações. E não é só por uma questão de aparências. No caso concreto do Sporting, está em curso uma reestruturação financeira profunda, que envolve credores de uma situação financeira muito débil e negociação com novos investidores. Ter a administração envolvida em suspeitas funciona como um repelente de investidores. E o Sporting precisa desesperadamente de capital.
Hoje o Sporting tem um jogo importantíssimo. Será uma excelente notícia se ganhar. E, sendo esse o caso, amanhã menos pessoas pensarão na polémica dos últimos dias. Será que essa anestesia, que os sucessos desportivos produzem sobre os adeptos, será mesmo boa para o Sporting? O sucesso, sim. A anestesia, não. Mesmo assim: vamos à vitória, Sá Pinto!"